ACEF/1112/07967 Decisão de apresentação de pronúncia ACEF/1112/07967 de pronúncia Decisão de apresentação Decisão de Apresentação de Pronúncia ao Relatório da Comissão de Avaliação Externa 1. Tendo recebido o Relatório de Avaliação elaborado pela Comissão de Avaliação Externa relativamente ao ciclo de estudos em funcionamento Lazer, Património e Desenvolvimento 2. conferente do grau de Mestre 3. a ser leccionado na unidade orgânica (faculdade, escola, instituto, etc.) Faculdade De Letras (UC) 4. a/o Universidade De Coimbra 5. decide: Apresentar pronúncia 6. Pronúncia (Português): O teor do referido documento, da responsabilidade da unidade orgânica proponente do ciclo de estudos, consta do ficheiro .pdf que se junta em anexo. 7. Pronúncia (Português e Inglês, PDF, máx. 100kB): (impresso na página seguinte) pág. 1 de 1 Anexos ACEF/1112/07967- Resposta ao relatório preliminar da CAE sobre o 2º ciclo em Lazer, Património e Desenvolvimento O Relatório preliminar da Comissão de Avaliação Externa (CAE) relativo ao 2º Ciclo em Lazer, Património e Desenvolvimento conclui que este ciclo de estudos deve ser acreditado condicionalmente (por três anos). No entanto, o relatório refere que o plano de estudos do CE “é interessante e inovador, apresentando-se com um perfil complementar à generalidade da oferta de ensino sobre estes temas existente em Portugal” (10.2). Na conclusão, e para além do enunciado, referem-se como aspetos “estruturalmente positivos” o perfil da coordenadora e a qualificação e estabilidade do corpo docente (sublinhados nossos). A conclusão apresenta, seguidamente, um conjunto de sugestões, a seguir nos próximos três anos, que fundamentam a acreditação condicional e resumem as fragilidades e propostas de melhoria que foram sento apresentadas ao longo do relatório. Estando de acordo com algumas das sugestões e críticas, entendemos manifestar o nosso desacordo relativo ao resultado condicionado da acreditação, explicitando as razões que fundamentam tal desacordo. 1. Como ponto prévio, contudo, não podemos deixar de manifestar alguma perplexidade pelo facto de os Relatórios do 2º ciclo (Lazer, Património e Desenvolvimento) e do 3º ciclo (Turismo, Lazer e Cultura) serem praticamente análogos. Estando em presença de dois ciclos diferenciados – na estrutura, nos objetivos, nas competências, no processo de formação/investigação – é nosso entendimento que deveriam ser objeto de uma fundamentação diferenciada. 2. A questão essencial levantada ao “O Programa deste Segundo Ciclo” em “Lazer, Património e Desenvolvimento” – e não “Lazer, Cultura e Desenvolvimento” como, por lapso, está referido na conclusão – baseia-se “num único ponto fundamental” (ponto 10.2., p. 18): “Propõe a CAE que, no prazo de três anos, a IES deva apresentar evidências de melhoria significativa na composição do corpo docente no que respeita à sua habilitação específica nos domínios do lazer e turismo, traduzida na sua origem académica e/ou em práticas continuadas de investigação dedicada” (sublinhado nosso). Ora, no ponto 4.1.10 (p. 8), o relatório da CAE sublinha: “A considerável estabilidade e elevada graduação académica da generalidade do corpo docente, cuja formação académica sugere uma interessante complementaridade”. Esta complementaridade é, em nosso entendimento, uma das mais-valias deste ciclo de estudos. Isto não significa que novos docentes não devam emergir de contextos de formação específicos da área do Turismo e Lazer. Neste 2º ciclo há já um docente doutorado em Turismo, Lazer e Cultura, revelando que se tem vindo a incorporar a formação/investigação desenvolvida no quadro dos 2º e 3º ciclos de estudos. No entanto, a referência de que (cf. 4.1.11. p. 8) “Seria importante um maior envolvimento na área específica do ciclo de estudos, investindo na mobilização dos docentes para esta área e/ou um reforço do corpo docente com mais elementos que revelem qualificações sólidas no domínio do turismo e lazer” não pode, em nosso entendimento, significar o acentuar excessivo das dimensões do lazer e do turismo, em detrimento do património e da cultura, já que tal evolução pode vir a aproximar esta formação da oferta existente em outras IES portuguesas, perdendo-se o perfil que tem caracterizado a procura da formação proposta pela Universidade de Coimbra, cuja mais valia foi sublinhada pela CAE, e a possibilidade de formação de recursos humanos em domínios manifestamente escassos em Portugal. Para o reforço do corpo docente é, ainda, necessário que estejam reunidas condições que nos ultrapassam, sobretudo as de natureza financeira que, como sabemos, constituem um estrangulamento que atravessa de modos diversos as Instituições de Ensino Superior Universitário em Portugal e que não terão resolução plena nos próximos tempos. A recomendação de que a melhoria significativa na composição do corpo docente se funde “em práticas continuadas de investigação dedicada” leva-nos a pensar que a CAE considera tal preocupação não tem existido. É importante sublinhar que estamos perante um ciclo de estudos inter e multidisciplinar, de saberes tecidos no contexto das Humanidades, onde os temas, os tempos e os processos de investigação são diferenciados e, portanto, não podem ser encontrados apenas ao “nível das publicações em formatos reconhecidos pela comunidade científica internacional”. Embora tenhamos plena consciência de que é necessário continuar a melhorar neste domínio, é importante reconhecer a produção que traduz essa multidisciplinaridade e a necessidade de desenvolvimentos a ritmos diferentes em função da proveniência/formação dos docentes/investigadores. 3. O Relatório refere que deverá haver (p. 18) um “relacionamento mais sólido com a envolvente institucional e empresarial, no que a estes sectores diz respeito, tudo isto fazendo participar, sempre que possível, o corpo discente; estas melhorias poderão ser conseguidas através da reconfiguração das práticas do atual corpo docente e/ou de novas contratações”. O documento que consta da informação adicional, enviada, em devido tempo, já dá conta de alguma dessas preocupações, que são também partilhadas pela coordenação e estão a ser progressivamente resolvidas. A introdução da unidade curricular Empreendedorismo e Desafio Empresarial, a começar já no próximo ano letivo, é disso exemplo. 4. O Relatório refere (p. 19) que o “Programa pode também beneficiar de melhorias: Nos padrões de intercâmbio internacional, para além do espaço da Lusofonia” (sublinhado nosso). A este nível, surpreendeu-nos o facto de, ao longo do Relatório produzido pela CAE, nunca ser referida a Cátedra da Unesco que foi atribuída em dezembro último e que ficará ancorada a uma nova unidade curricular intitulada Gestão Turística dos Sítios Classificados como Património Mundial. O intercâmbio no espaço da Lusofonia tem acompanhado as estratégias de atuação das diversas IES portuguesas, de desenvolvimento e consolidação das relações com os Países de Língua Oficial Portuguesa, e tem também reconhecido a procura muito significativa de estudantes desses países que têm procurado fazer a sua pós-graduação na Universidade de Coimbra. 5. O relatório recomenda ainda que nos próximos 3 anos se identifiquem “com maior clareza as áreas científicas e de ensino envolvidas no projeto cuja matriz se afirma explicitamente a partir dos temas do lazer e cultura e, implicitamente, também do turismo” (sublinhado nosso), refletindo sobre a “utilidade (...) da existência de uma única unidade curricular de línguas estrangeiras e de três unidades opcionais”. Não nos parece que a estrutura curricular esteja desajustada das áreas científicas. Os conteúdos programáticos das unidades curriculares revelam essa relação: o lazer, o turismo e o património atravessam de modos diversos praticamente todos os seminários. Percebemos o reparo da CAE em relação à ”existência de uma única unidade curricular de línguas estrangeira”, mas também é nosso entendimento, pela diversificada origem dos estudantes, e até indo ao encontro da sua opinião, que a inclusão de língua estrangeira permite melhorar/consolidar a sua formação. De qualquer modo, iremos estar atentos a esta questão. 6. A sugestão de introdução de uma unidade curricular de métodos de investigação sublinha, sem dúvida, a preocupação com a preparação dos estudantes para a realização do trabalho a desenvolver em ordem à concretização da dissertação. A experiência tem-nos mostrado, contudo, que tal propósito se alcança como mais sucesso no quadro de uma formação aplicada ao trabalho em curso, e conseguida através da unidade curricular Seminário, do que com uma unidade curricular de métodos de investigação, particularmente quando a maioria dos estudantes já teve essa iniciação no 1º ciclo. 7. A proposta de que “(...) os estudantes melhorem a sua autoformação em matérias complementares do ensino, bem como [a] sua determinação em participar ativamente em reuniões científicas e em realizar publicações” (sublinhado nosso) constitui uma proposta de melhoria que vem ao encontro do que já se iniciou e que será certamente desenvolvida e consolidada. 8. A observação de que deve ser melhorado o “ (...) preenchimento das fichas das unidades curriculares, no que isso significa de melhor comunicação com os estudantes e com a comunidade envolvente” está a ser tida já em consideração na preparação do novo ano letivo. Por considerarmos que o presente ciclo de estudos representa uma proposta de formação coerente, ancorada em opções sólidas e na dedicação do seu corpo docente ao atual projeto, que tem permitido o desenvolvimento de projetos de formação e investigação muito interessantes para a área, entendemos que o curso tem condições para ser acreditado, sem reservas, por cinco anos. A consolidação de investigação específica e o alargamento de redes de cooperação de ensino e investigação acompanha, naturalmente, a evolução de um projeto que tem apenas poucos anos de existência. ACEF/1112/07967 - Response to the EEC’s preliminary report on the 2nd cycle of studies in Leisure, Heritage and Development The EEC’s preliminary report on the 2nd cycle of studies in Leisure, Heritage and Development concludes that this program should be conditionally accredited (for three years). However, the report mentions that this program “is interesting and innovative, showing up a profile that is complementary to the general provision of education on these issues in Portugal” (10.2). In the next paragraph, it refers to the profile of the program’s coordinator and the stability of teaching staff as “structurally positive” aspects (our emphasis). The conclusion presents a series of recommendations to be followed in the next three years, which justify the conditional accreditation, summing up the main weaknesses and proposals for improvement that are presented throughout the report. Although we agree with some of the criticisms and suggestions, we would like nevertheless to express our disagreement concerning the evaluation outcome, and will explain the reasons for our position in what follows. 1. As a previous point, we cannot but express some perplexity over the fact that the reports on the 2nd cycle of studies (Leisure, Heritage and Development) and the 3rd cycle of studies (Tourism, Leisure and Culture) are basically similar. Since these are two different cycles – in their structure, goals, skills, and in the process of training/research – we believe they should be the object of a differentiated analysis. 2. The essential question raised by the EEC regarding the Leisure, Heritage and Development Program – and not Leisure, Culture and Development, as referred to in the conclusion – is based on “one critical point” (10.2.): The EEC proposes that within three years the Institution must give evidence of significant improvements in the composition of the faculty staff with respect to their particular qualification in the subjects of tourism and leisure, reflected in their academic origin and/or continued practices of dedicated research” (our emphasis). However, in section 4.1.10 (p. 8), the EEC’s report underlines “The considerable stability and high academic achievement of the academic staff in general, whose areas of academic graduation suggest an interesting complementarity”. This complementarity is, in our view, one of the added values of this program. The teaching staff may certainly be strengthened by new elements in the specific areas of tourism and leisure, and we should indeed point out that one of the program’s teachers has a PhD in Tourism, Leisure and Culture, which shows that we have been incorporating and developing the training and research carried out in these two cycles. However, the EEC’s recommendation that “It would be important to achieve a major involvement in the specific area of the study cycle, through investment in the mobilization of the academic staff in favor of this field and/or a strengthening of the faculty with more elements that reveal solid qualifications in the field of tourism and leisure” (p. 8), should not lead, in our view, to an excessive focus on the areas of leisure and tourism to the detriment of heritage and culture. This would bring this program closer to other programs offered by other Portuguese institutions of higher education, and its differentiating features (emphasized by the EEC) would be lost, as well as the possibility of training professionals in areas in which there is a clear demand in Portugal. In order to strengthen the teaching staff, it would also be necessary to have a certain number of conditions that do not depend on us, especially of a financial nature, which as we know currently constitute a major constraint for Portuguese Higher Education Institutions, a situation that will not be solved easily in the near future. The recommendation that “significant improvements in the composition of the faculty staff” be based on “continued practices of dedicated research” seems to imply that the EEC thinks that this has not been our concern. It is important to underline that this is an inter- and multi-disciplinary program, combining different areas within the Humanities, where the subjects, timings and research processes are different, and therefore cannot be reflected solely in “publications in recognized formats by the international scientific community”. Although we are fully aware that it is necessary to further improve in this aspect, it is important to ackowledge the academic production that reflects our multidisciplinarity as well as the fact that developments are necessarily carried out at different paces depending on the fields of the teachers/researchers. 3. The Report points out that there should be “a more solid relationship with the institutional and business stakeholders working in these sectors, while also inviting the students to participate, whenever possible. These improvements can be achieved through the reconfiguration of the existing faculty staff's practices and/or by hiring new staff”. The document with additional information, sent in due time to the EEC, mentions some of these concerns, which are also shared by the coordinators of the program. They are gradually being solved, and the new course on Entrepreneurship and Entrepreneurial Challenge, starting in the next academic year, is an example of this. 4. The report states (p. 19) that “The program can also benefit from enhancements: In international exchange standards, beyond the Portuguese speaking world” (our emphasis). In this respect, we are surprised that the EEC’s Report does not make one single reference to the UNESCO Chair that was awarded last December and that will be connected to a new course entitled Tourist Management of World Heritage Sites. Exchange within the Portuguese speaking world is actually in line with the strategy adopted by several Portuguese institutions of higher education, which have sought to develop and consolidate relations with Portuguese Speaking Countries. Besides, it is also a response to the fact that a significant number of students from those countries have in recent years applied to postgraduate programs at the University of Coimbra. 5. Another recommendation is “To identify clearly the scientific and educational areas involved in this program, whose core is stated as being centered on the subjects of leisure and culture and implicitly also in tourism” (our emphasis); in addition, it calls for an “evaluation of the usefulness (…) of the existence of a single unit of foreign languages and of three option units”. We believe that the curricular structure dovetails with the scientific areas of the program. The syllabi of the courses show this relationship: the areas of leisure, tourism and heritage are present, in different forms, in practically all the courses. We understand the EEC’s reference to “the existence of a single unit of foreign languages”, but our view is that, given the diverse backgrounds of the students, the inclusion of a foreign language course contributes to improving/solidifying their training. But we will certainly pay attention to this issue. 6. The suggestion that a new course on research methods be introduced reveals a concern with providing students with appropriate instruments to carry out work with a view to presenting their theses. However, our experience shows that this is achieved with greater efficacy in the context of research and work conducted by the students on specific subjects; the Seminar, rather than a course on research methods, provides a better environment for achieving these goals, particularly since most students have already had such a course in the 1st cycle. 7. The suggestion that the students “improve their self-education in complementary teaching materials, as well as (…) actively participate in scientific meetings and publications” (our emphasis) is in line with what has already been initiated, and we expect this to be developed and consolidated. 8. The observation regarding improvements in “filling the curriculum units’ forms, attempting better communication with the students and with the surrounding community” is already being taken into consideration in the preparation of the next academic year. Because we believe that this program is consistent, based on solid premises and on the dedication of the teaching staff to the current project, which has led to the development of very interesting research projects in this field, our opinion is that the program should be accredited, unreservedly, for five years. Considering that this program only began a few years ago, the strenghtening of research in specific areas and the broadening of networks of cooperation in teaching and research will naturally continue to evolve.