PROGRAMA NACIONAL DE PRODUÇÃO E USO DE BIODIESEL Rede Brasileira de Tecnologia do Biodiesel Seminário Temático da Agricultura 14 e 15 de junho de 2005 Embrapa Amazônia Oriental, Belém – PA PROSPECÇÃO, COLETA E MANEJO DE RECURSOS GENÉTICOS DE PLANTAS OLEAGINOSAS NO BIOMA AMAZÔNIA José F. M. Valls Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia BIODIVERSIDADE RECURSOS BIOLÓGICOS RECURSOS GENÉTICOS Definições relevantes [ Convenção da Diversidade Biológica, 1992 ] [ Brasil Decreto Legislativo nº 2, de 8.II.1994 ] RECURSOS GENÉTICOS: “Materiais genéticos” de valor real ou potencial MATERIAL GENÉTICO: Todo o material de origem vegetal, animal, microbiana ou outra, que contenha “unidades funcionais da hereditariedade” Ações desenvolvidas em recursos genéticos vegetais Enriquecimento da variabilidade Busca de fontes Prospecção Introdução Coleta Documentação Inspeção Quarentena Coleta de germoplasma No trabalho com Recursos Genéticos, coleta-se germoplasma para: (1) preservar ex situ segmentos da variabilidade útil (em paralelo à conservação in situ - ou em vez de in situ, se há ameaça de erosão genética) (2) buscar materiais necessários para programas de melhoramento (coletas com esta finalidade não são necessariamente restritas ao país) (3) ampliar e completar a representatividade da diversidade genética disponível de espécies autóctones com uso potencial (direto ou através de pré-melhoramento) insuficientemente representadas em bancos ativos de germoplasma A realização de atividades de coleta, no âmbito dos Recursos Genéticos, presume a definição inicial de: Quem vai conservar? Como? Onde? Até quando? Em que estruturas? Com que garantia de manutenção da integridade genética? Prospecção e coleta de germoplasma Embora eventualmente encarada como atividade aventuresca de cientistas ansiosos por encontrarem novidades glorificantes, a coleta de germoplasma é uma das linhas de pesquisa que mais se beneficia do uso disciplinado de métodos científicos sistemáticos, planejamento preciso, com amplo período de preparo e intensa consulta a fontes (literatura, herbários, especialistas). Ações de prospecção, requeridas onde o nível de conhecimento científico é insuficiente e a locomoção difícil, precisam ser apoiadas pelos modernos Sistemas de Informação Geográfica. Ainda assim, dependem de profundos conhecimentos sobre a taxonomia, distribuição geográfica, ecologia e modo de reprodução das espécies-alvo, por parte dos componentes da equipe. Não é objetivo da coleta de germoplasma de germoplasms arrancar as plantas da natureza e sim colocá-las à disposição da pesquisa agrícola. A prospecção e coleta tratam de cobrir lacunas que estejam restringindo o uso sustentável da biodiversidade em benefício da humanidade. Ações desenvolvidas em recursos genéticos vegetais Conservação [A curto e médio prazo (nos bancos ativos)] A longo prazo: Conservação in situ na natureza Conservação in situ sob cultivo (“on farm”) Coleção de base por sementes Coleção de base in vitro Banco de cultivares Bancos ativos de germoplasma na Renargen Leguminosas, oleaginosas e fibrosas: [PC3] Soja Feijão Caupi Amendoim Arachis Girassol Algodão Gergelim Mamona Sisal Rami Curauá Espécies florestais e palmeiras: [PC7] Espécies florestais nativas Coníferas florestais Espécies folhosas introduzidas Palmeiras Plantas industriais, medicinais, aromáticas e ornamentais: [PC8] Cana de açúcar Guaraná Seringueira Erva-mate Nim Pimenta longa Espinheira-santa Plantas ornamentais Plantas medicinais e aromáticas da região Centro Oeste e da Amazônia Oriental Plantas medicinais da Amazônia Ocidental e do Acre Ações desenvolvidas em recursos genéticos vegetais Caracterização: [Ênfase biológica e diferencial] Taxonômica Morfológica Geográfica Citogenética Reprodutiva Genética Fitopatológica ... Avaliação: [Ênfase utilitária e comparativa] Agronômica Fisiológica Fitoquímica Nutricional ... Curadorias: Sistemas Nacionais de Curadoria de Germoplasma coordenam e monitoram atividades com recursos genéticos para a pesquisa e criam a conscientização nacional sobre a importância do enriquecimento e disponibilização da variabilidade e de sua conservação integral para o futuro Utilização dos recursos genéticos no melhoramento 1. Escolha e domesticação de novas espécies para incorporação à matriz agropecuária 2. Seleção de novas linhagens ou de novas raças de espécies de uso já tradicional 3. Seleção em progênies após manipulação reprodutiva 4. Incorporação de modificações genéticas pela introgressão de genes de espécies próximas por via reprodutiva 5. Incorporação de modificações genéticas por transgenia Recursos genéticos vegetais em uso no Brasil 1. Cultivos exóticos sem germoplasma nacional (café, soja, citros, cana de açúcar, eucaliptos, kiwi) 2. Cultivos americanos com cultivares locais derivadas de introdução muito remota no Brasil (milho, feijão-fava) 3. Cultivos exóticos com espécies associadas nativas do Brasil (arroz, cevada, capim elefante) 4. Cultivos sul-americanos com a maioria dos parentes silvestres nativos do país (abacaxi, amendoim) 5. Cultivos de origem brasileira com a maioria dos parentes silvestres ocorrentes no Brasil (mandioca, caju, seringueira) 6. Espécies silvestres brasileiras com potencial para incorporação à matriz agrícola mundial (Bromus auleticus, Adesmia latifolia e outras forrageiras e fruteiras nativas, e muitas palmeiras) 7. Espécies silvestres exclusivas do Brasil, com potencial de cultivo em escala internacional (Arachis pintoi e outras espécies forrageiras, palmeiras oleaginosas, fruteiras, plantas florestais, medicinais e ornamentais) Famílias de interesse oleaginoso conhecido, com o número de espécies estudadas quanto à produção de óleo e número de espécies no Brasil: Anacardiaceae Apiaceae Arecaceae Asteraceae Boraginaceae Brassicaceae Chrysobalanaceae Cucurbitaceae Euphorbiaceae Fabaceae 11 / 68 20 / 98 32 / 300 28 / 1900 10 / 93 105 / 92 5 / 180 29 / 200 145 / 1100 85 / 1550 Flacourtiaceae Lecythidaceae Linaceae Lythraceae Malvaceae Onagraceae Proteaceae Sapotaceae Sterculiaceae Vitaceae 1 / 925 6 / 105 53 / 36 108 / 143 59 / 200 41 / 43 3 / 32 18 / 103 26 / 115 0 / 46 Adaptado de: SILVA, S.I. Potencial oleaginoso da flora brasileira: Estado atual do conhecimento. ARAÚJO et al. (eds). Biodiversidade, conservação e uso sustentável da flora do Brasil. Recife: SBB/UFRPE, 2002. p.234-237. Etapas e conhecimentos para integração do germoplasma vegetal ao melhoramento e uso Biotecnologia Economia Melhoramento de plantas Fitossanidade Estatística Citogenética Fisiologia Fitotecnia Fitogeografia Botânica Ecologia Introgressão Adoção Avaliação Caracterização Multiplicação Aquisição Número decrescente de acessos RECURSOS GENÉTICOS VEGETAIS NO BRASIL. Aspectos históricos Agricultura indígena (acompanhada por intenso extrativismo) Introdução de cultivos exóticos. Espécies variadas. Fontes diversas. Hoje: Forte concentração na introdução de materiais muito selecionados. Cultivares consagradas em outros ambientes/linhagens para melhoramento. Introdução de espécies nunca testadas no país, Reintrodução de espécies e cultivares descartadas no passado Coleções vivas de plantas autóctones (efêmeras) Indivíduos ou progênies restritas conservadas em jardins botânicos Parcelas de variabilidade mantidas em raças locais e cultivares antigas. Porém, a variabilidade reunida ex situ no passado não foi bem conservada. Anos 60: Poucas coleções remanescentes (IAC, SARGS, ...) Anos 70: Criação da Embrapa e do Cenargen + BAGs no SCPA Anos 80: Criação do Programa Nacional de Recursos Genéticos. Cenargen como Unidade Coordenadora Anos 90: Alterações no Programa Nacional - Responsabilidades mais dispersas, não mais sob coordenação do Cenargen Anos 2000: Extinção dos programas nacionais - Recursos Genéticos enquadrados em Rede (Renargen - Projetos componentes compartilhados). Resultados históricos: Redução das perdas de variabilidade, além de maior eficiência no processo de enriquecimento (introdução e coleta) Resultado final: Ampliação da variabilidade disponível para a pesquisa Em paralelo: Redução drástica da vegetação nativa, afetando plantas de uso extrativista, onde se situam muitas espécies produtoras de óleo. Paradoxalmente, são poucos os programas nacionais de melhoramento que utilizam uma parcela significativa da variabilidade aglutinada no país. Causas do uso incipiente da variabilidade disponível (Van Sloten, 1987) a) A falta de interesse de parte dos melhoristas, que geralmente já possuem coleções de trabalho substanciais; b) O desejo da maioria dos melhoristas de trabalhar com materiais avançados e não com as raças locais, cultivares antigas e espécies silvestres conservadas em bancos de germoplasma; c) A falta de informação sobre os materiais dos bancos de germoplasma, ou mesmo a consideração de que, tal informação, quando disponível, é inadequada ou insuficiente para o melhorista. Na situação brasileira, deve-se acrescentar d) A inexistência de programas de melhoramento para grande parte das culturas com germoplasma disponível no país. e) A ausência de tais programas para plantas de uso extrativista. A eficiência dos bancos de genes no cumprimento de seu papel nacional depende largamente da força dos programas nacionais de melhoramento genético (Frankel, 1987). Muitos melhoristas têm sido capazes de manter e, para algumas culturas,até mesmo ampliar consistentemente o potencial de rendimento, ao longo de muitos anos, a partir das coleções que já possuem. (Evans 1983, Frankel & Brown, 1984). A grande causa da falta de interesse pelo uso de acessos de espécies silvestres ou formas ferais de espécies cultivadas, é a falta de conhecimento generalizada sobre a contribuição potencial das formas não cultivadas. A falta de informação sobre os materiais disponíveis nos bancos de germoplasma pode ser superada: a) pela organização da informação já disponível; b) pela tomada disciplinada de observações de maior interesse dos usuários c) pela divulgação adequada dessa informação. Van Sloten (1987) A situação mundial da informação sobre recursos genéticos, relativa a um número global de acessos, estimado por Holden (1984) em mais de dois milhões, é sumarizada na Tabela 1. TABELA 1. Estimativa global da extensão da documentação de acessos reunidos em bancos de germoplasma (Peeters & Williams, 1984). ___________________________________________________________ Acessos sem dados de passaporte 65% Acessos sem dados de caracterização 80% Acessos sem dados de avaliação 95% Acessos com dados extensivos de avaliação 1% ___________________________________________________________ Mais recentemente, o chamado Wye Report (Imperial College, 2002) estimou o total de acessos contidos nos cerca de 1.470 bancos de germoplasma distribuídos mundialmente em torno de 5,4 milhões, ressalvando, entretanto, que, devido à grande quantidade de duplicatas, o número de acessos distintos mantêm-se abaixo de dois milhões. Farmácia cujos medicamentos estão, na maior parte, sem rótulo (Sprage) Vantagens da caracterização e avaliação a) Permitem a identificação dos acessos duplicados, simplificando os trabalhos subseqüentes, já no banco de germoplasma; b) Permitem o estabelecimento de coleções nucleares (core collections), que, por definição, abrangem, com o mínimo de redundância a diversidade genética reunida em uma espécie cultivada e nas espécies silvestres a ela relacionadas (Frankel & Brown, 1984; Hodgkin et al., 1995; Johnson & Hodgkin, 1999; Hintum et al., 2000); c) Permitem a identificação dos modos de reprodução predominantes nos acessos, bem como da ocorrência ou não de variabilidade intrínseca em acessos individuais. Sobre a possibilidade de postergar as atividades de caracterização: “...Prover o conservar para o futuro é adequado e responsável, mas servir às necessidades atuais é igualmente necessário, especialmente porque é o presente quem está pagando a conta” (Frankel, 1984) A identificação dos modos de reprodução predominantes nos acessos é essencial para seu uso em programas de melhoramento (Streetman, 1963) e permite o direcionamento dos trabalhos de multiplicação em bancos de germoplasma, havendo metodologias distintas, adaptáveis a plantas que variam desde a propagação assexuada (Hawkes, 1970) até a reprodução sexual e alógama (Burton, 1979; Burton & Davies, 1984). O conhecimento do modo de reprodução de acessos mantidos em bancos também é útil para definição de estratégias de coleta de acessos adicionais da espécie em pauta. Mas, o modo de reprodução apresentado por plantas incorporadas a bancos de germoplasma não é necessariamente o único ocorrente na natureza. Eragrostis curvula - gramínea forrageira africana (“Capim chorão”) Streetman, 1963 Vorster & Liebenberg, 1977 Apomixia obrigatória Sexuais raros, porém mais freqüentes em ambientes transicionais O “Triângulo reprodutivo” Apomíticas 6x=AABBCC 4x=AAAA, AAA’A” 2x=CC 2x=AA 4x=AABB 2x=BB Alógamas Autógamas [Adaptado de Fryxell, 1957] Etapas do processo de caracterização e avaliação: (1) Correta identificação botânica Obs: Esta informação pode ser difícil de obter, pois a taxonomia das plantas cultivadas tem estado, tradicionalmente, em uma situação confusa. Snowden (1936) subdividiu a diversidade do sorgo cultivado em 712 taxa (espécies, variedades e formas), todos hoje reconhecidos como membros de uma simples espécie biológica (Harlan & de Wet, 1972; Harlan, 1984). O nome científico de uma espécie é a chave para toda a literatura disponível a seu respeito (Van Steenis, 1957) [É o primeiro descritor de qualquer acesso] Há muitos exemplos em que a denominação incorreta ou o uso de sinônimos acarretaram atrasos na absorção de informações já disponíveis (West, 1968). Conceitualmente, a caracterização e a avaliação são extensões, nos níveis infra-específicos, do sistema de classificação taxonômica (Lleras, 1985). A aplicação comparativa de descritores só se justifica dentro da espécie. Etapas do processo de caracterização e avaliação: (2) Elaboração do cadastro de acessos disponíveis por espécie Nesta etapa, baseada no preenchimento dos chamados descritores de passaporte, começa a eventual identificação de duplicações entre os acessos reunidos, muitas vezes reincidentemente introduzidos no país, e freqüentemente protegidos contra as tentativas de identificação correta, sob o escudo de uma série de denominações locais, muitas delas criadas, com nítido desprezo pelas denominações anteriores, durante o freqüente intercâmbio inter-institucional. Esta etapa deve ser apoiada pelo processamento eletrônico de dados, que facilita a emissão de listagens e ágil intercâmbio de informações, permitindo detecção automática de nomes duplicados. Porém, exige, em contrapartida, um cuidado nunca excessivo com a grafia correta das denominações, sem o que, as vantagens da computação são anuladas. Etapas do processo de caracterização e avaliação: (3) Caracterização Consiste, idealmente, na anotação de caracteres de alta herdabilidade, facilmente visíveis ou mensuráveis e que se expressam coerentemente em todos os ambientes (Burton & Davies, 1984; Williams, 1984; Van Sloten, 1987). Aspectos morfológicos e fenológicos, observados de forma sistemática nos acessos, através do confronto com listas de características descritivas ou "descritores". Diferentes estados são previstos para cada descritor, com base na experiência prévia dos pesquisadores com a cultura. Em muito poucas, os estados são vinculados aos alelos que os determinam, mostrando, então, sua condição de marcadores genéticos morfológicos (IBPGR, 1982). As listas, por si só, nada acrescentam ao conhecimento científico sobre as culturas, apenas aglutinam informações sobre diferenças já constatadas nas espécies. Seu valor só surge pela aplicação às coleções de germoplasma e pelo uso consistente nos vários bancos de germoplasma do mesmo cultivo. Pode ser surpreendente para o pesquisador encarregado da aplicação dos descritores, a constatação de que parte deles não têm valor algum para a identificação de duplicatas ou para a discriminação segura dos acessos, mas o fenômeno é comum. Onyilagha (1986) citou vários exemplos de constatações da incapacidade discriminatória de caracteres utilizados para classificar cultivares ou acessos de espécies de Dioscorea. Em seus estudos, baseados no emprego de 40 caracteres morfológicos, apenas 15 serviram para discriminar acessos. Outros exemplos citados mencionam 16 caracteres considerados adequados entre 75 utilizados ou, ainda, 28 entre 100 etc. De modo geral, os descritores mais adequados para discernimento entre espécies de um gênero tendem a ser os menos adequados para diferenciar acessos ou cultivares de uma única espécie do mesmo. Em comparações intra-específicas, tais descritores costumam ser neutros e seu uso, portanto, nada traz de positivo. Algumas das listas de descritores mundialmente disponíveis, na maioria preparadas por grupos de trabalho comissionados pelo antigo lnternational Board for Plant Genetic Resources (IBPGR), hoje International Plant Genetic Resources Institute (IPGRI), exigem a tomada de um número muito grande de observações, constituindo-se, sua aplicação ao germoplasma, em uma tarefa consumidora de muito tempo, item este extremamente valioso para a escassa comunidade científica envolvida com recursos genéticos. Frankel & Brown (1984) criticaram a extensão e o detalhamento de tais listas, afirmando não verem ganhos científicos ou práticos equivalentes à pesada carga imposta aos curadores e melhoristas. A seu ver, a tomada de dados morfológicos e fenológicos deve restringir-se àqueles descritores requeridos para identificação de duplicatas e para a montagem de coleções nucleares. Atualmente, parece oportuno refletir-se, se o uso crescente de marcadores moleculares aleatórios, de altíssimo custo, e quase sempre dissociados de descritores de outra ordem, não representa um desperdício paralelo, sob outro conjunto de circunstâncias operacionais. Etapas do processo de caracterização e avaliação: (4) Avaliação preliminar Conceito sempre se refere a um "número limitado de caracteres adicionais" considerados desejáveis por consenso dos usuários do germoplasma da cultura em pauta (Burton & Davies, 1984; Williams, 1984; Ford-Lloyd & Jackson, 1986; Van Sloten, 1987). Ex: Potencial de produção de óleo. Tal "número limitado" não é o que aparece, em geral, em listas de descritores preparadas para produtos coletivos (fruteiras tropicais, plantas forrageiras, plantas florestais) (Kretschmer, 1979; IBPGR, 1980; Tyler et al., 1985). O resultado comum do uso de descritores para tais “produtos”, especialmente se realizado sem delineamentos adequados, é o agrupamento dos acessos por espécie e a inutilidade do exercício para discriminação entre acessos. Os maiores ganhos são alcançados quando os usuários imediatos e outros especialistas colaboram nesta etapa. [Isto ocorre em vários BAGs] Etapas do processo de caracterização e avaliação: 5) Avaliação aprofundada ou complementar Metodologia extremamente variável Número de acessos obrigatoriamente reduzido Repetições necessárias (incluindo multilocacionais e plurianuais) Necessidade de reduzir possibilidades de “escape” Exemplos: Resistência ao frio em Hemarthria altissima (Oakes, 1979) Produção de Trifolium repens associada à compatibilidade com gramíneas (Rhodes, 1987) Testes de resistência a patógenos em folhas destacadas (Subrahmanyan et al., 1982, 1983; Fávero, 2004) Aspectos que mais exigem testes multilocacionais: (1) Resistência a doenças e pragas (2) Reações a estresses abióticos (3) Fatores ligados à produtividade e rendimento Exatamente os aspectos de maior interesse dos melhoristas Novos aportes científicos às atividades de caracterização: Caracterização citogenética: Contagem de cromossomos Análise do comportamento meiótico Análise do saco embrionário Acompanhamento do desenvolvimento do tubo polínico Clareamento de ovários Citogenética molecular (FISH e GISH) Marcadores bioquímicos e moleculares: Eletroforese, sorologia, cromatografia, composição em ácidos graxos* Eletroforese de proteínas, principalmente enzimas Marcadores de DNA: RAPD, RFLP, AFLP, SSR ... * Cromatografia gasosa intensificada no Brasil após a década de 70 (Silva, 2002) Consideradas metodologias caras, podem produzir grande economia. Maior sucesso resulta sempre da integração de abordagens Fitopatologia, Fisiologia ECOLOGIA ESPECIALISTAS EM RECURSOS GENÉTICOS BANCOS ATIVOS DE ECONOMIA MELHORISTAS E OUTROS USUÁRIOS GERMOPLASMA TAXONOMIA Genética, Citogenética FITOTECNIA INDÚSTRIA