Prognóstico a curto e longo prazo
de 214 casos de hidropsia fetal
não-imune
Short-term and long-term outcomes of 214 cases of non-immune
hydrops fetalis
Kotaro Fukushima,Seiichi Morokuma et al
Early Human Development 2011;87: 571–575
Hospital Regional da Asa Sul-Brasília/SES/DF
Residência em Neonatologia
Apresentação:Nathália Bardal
Coordenação: Márcia Pimentel
25 de fevereiro de 2012
www.paulomargotto.com.br
Introdução

Definição:Acúmulo anormal de fluido
secundário à qualquer processo
fisiopatológico que ocorre durante a
gestação (etiologia imune ou não imune).

Doença Rh – diagnóstico precoce
diminuiu a incidência de hidropsia fetal
imune.

Hidropsia fetal não imune (HFNI) é a mais
prevalente.
Introdução

Apesar da introdução de várias terapias de
intervenção ante-natal, a mortalidade
continua elevada.

O Prognóstico a curto prazo depende da
etiologia e da idade gestacional ao
diagnóstico.

Informações limitidas a respeito do
prognóstico e desenvolvimento neurológico
a longo prazo.
Pacientes e Métodos

Comprehensive Maternity and Perinatal
Care Unit and Department of Obstetrics
and Gynecology, Kyushu University
Hospital, Japão.


Período:1983-2010
Idade Gestacional(IG): USG obstétrico de
primeiro trimestre
 240 casos – 26 interrupções =214 casos
analisados

Pacientes e Métodos

Revisão de prontuário:
Características demográficas da
população (idade, paridade, intervenção
ante-natal e efetividade, sobrevivência
perinatal, quociente de desenvolvimento Enjoji Developmental Scale).
Pacientes
e Métodos
 USG morfológico
e ecocardiograma fetal
TORCHS + Parvovirose.
 Amniocentese – análise cromossômica.
 Tóraco/Paracentese – diagnóstico de
quilotórax e ascite.
 Doppler – artéria cerebral média –
velocidade de pico sistólico para o
diagnóstico de diagnóstico de anemia.
 Cordocentese = transfusão

Pacientes e Métodos
Protocolo: (figura 1)

Disfunção cardíaca

Aumento da permeabilidade capilar por
diminuição da pressão oncótica

Patologia linfática
Pacientes e Métodos

Insuficiência Cardíaca: digitalização
transplacentária, transfusão de albumina e
hemácias

Drenagem pleural nas causas não
cardiogênicas para prevenir hipoplasia
pulmonar
Resultados
Dados demográficos:
 Idade Materna: 30.5 (17-45)
 Paridade: 1 (0-5)
 IG ao diagnóstico: 25.8 (12-39) semanas

Sobrevivência perinatal: 91 casos (42,5%)
Resultados

123 casos (mortes):
-35 (28,4%) morte intra-utero < 22 sem
-34 (27,1%) > 22 sem
-54 (43,9%) no período neonatal
Dos que sobreviveram ao período perinatal, 79
(86,8%) estavam vivos com 1 ano de vida.
(figura 2)
 Causas:
 < 22 sem:
higroma Cístico (58,3%); Idiopática (25%)
 > 22 sem:
idiopático (42,4%); higroma cístico (27,3%);
cardiopatia (21,2%) (figura 2; tabela 1)

Fig. 2. : TOP, termination of Pregnancy;PV, parvovirus-induced anemia; chylothorax or
chyloascites; TAM, transient abnormal myelopoiesis; CMV, cytomegalovirus infection; CCAM,
congenital cystic adenomatoid malformation of lung; IUFD, intrauterine fetal death.
Resultados
O prognóstico a curto prazo foi avaliado
com base na IG do diagnóstico (tabela 2)
 Como mostra a tabela 3, a distribuição da
IG no diagnóstico diferiu por doença
subjacente
 Na tabela 4 e figura 2, as intervenções
terapêuticas nos que sobreviveram no
período perinatal (91 fetos)

Resultados

Na tabela 5: dos 79 casos vivos com 1 ano,
56 foram seguidos: 28 pacientes
apresentando desenvolvimento normal,
incluindo um caso 45XO; 9 com
desenvolvimento subnormal/suspeito,
incluindo 4 com trissomia do 21 e 19
pacientes com desenvolvimento neurológico
deficiente, incluindo 3 com trissomia do 21
e 1 caso 45X0.
Discussão



Atualmente, quase todos os casos de hidropsia fetal são
de origem não imune. As etiologias mais comuns são: de
origem cardíaca (cardiopatia congênita, arritmias),
cromossopatias, infeccções virais, anemia congênita e
quilotórax congênito e quiloascite.
O prognóstico destes RN continua ruim. A
sobrevivência nesta série foi de 41,4%
O prognóstico está relacionado com a causa (o higroma
cístico foi a maior causa de morte nos recém-nascidos
(RN) <22 semanas e se associou a anomalias
estruturais/cromossopatias) e com a idade gestacional
do diagnóstico (quanto mais precoce, pior prognóstico)
Discussão
Terapêutica intra-útero : sucesso variável, pior
efetividade na HFNI
 Pior prognóstico se há complicação
pulmonar/cardíaca
 Outra publicação com 19 casos: 68,4% tinha
desenvolvimento normal após 1 ano de vida.
 No presente estudo, a sobrevivência intacta foi
de 50% (uma limitação: estudo retrospectivo)

Discussão

PROGNÓSTICO: melhor na parvovirose, pior
no quilotórax/ascite

Pior prognóstico está relacionado com: etiologia
/ IG ao diagnóstico.
Nakayama et al.: melhor prognóstico
neurológico se houver prevenção do trabalho
de parto prematuro e asfixia perinatal.
 Necessidade de mais estudos prospectivos.

Discussão



Crítica: pequeno número de casos por cada
categoria; grande período de observação
(27 anos!) – diferentes condutas neonatais.
Apesar destas limitações, esta série é uma
das maiores que investiga o prognóstico.
Considerações sobre o cariótipo: nesta série
houve 25 casos com cariotipos anormais na
categoria idiopática (23 destes, eram
pacientes com trissomia 21 sem quaisquer
outras anormalidades morfológicas).
Discussão
Dos pacientes que sobreviveram com 1 ano, 46
de 56 (83,9%) tiveram cariotipo normal (veja a
tabela 5)
 PORTANTO: pacientes com hidropsia não
imune, diagnosticada em menores idades
gestacionais e com um cariótipo anormal,
apresentam pior prognóstico.
*Sempre referenciar a serviço terciário *Indicação
do melhor momento do parto: decisão
multidisciplinar

Consultem também:
Hidropsia Fetal não imune e doença fatal fulminante
por infecção congênita por Citomegalovírus em
Recém nascido prematuro
Caso Clínico: Hidropsia
fetal não imune
Anátomo Clínica:
Hidropsia fetal
Luciana do NM Carneiro, Maria
Carolina G. Santos, Marina Mendes
Vasco, Paulo R. Margotto
Giselle Duailibe Zanchetta, Elisa de Carvalho,
Paulo R. Margotto
Marcio Teixeira Campos, Carlos Roberto Garcia Filho,
Marcos E. A. Segura, Paulo R. Margotto
Hidropsia fetal
Autor(es): Jefferson Guimarães
Resende, Paulo R. Margotto
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Dra.Nathalia Bardal
Dra, Márcia Pimentel
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