O jogo do Mico no ensino das Funções Orgânicas: o lúdico
como estratégia no PIBID
Danilo Augusto Matos1, Vinícius Nunes dos Santos1, Daniela Marques
Alexandrino2*, Maria Celeste Passos Silva Nascimento3.
1
Bolsista do PIBID-Química da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, Rod. BR
415, Km 03, s/n. Itapetinga – BA.
2
Professora da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, Rod. BR 415, Km 03,
s/n. Itapetinga – BA.
3 Supervisora do PIBID-Química no Ginásio Agro Industrial de Itapetinga - Rua Jequié, s/n.
Camacã, Itapetinga – BA.
*[email protected]
Resumo
Cada vez mais o jogo didático ganha espaço como instrumento motivador para
a aprendizagem de conhecimentos químicos, à medida que propõe estímulo ao
interesse do estudante, pois constituir-se em um importante recurso para o
professor ao desenvolver a habilidade de resolução de problemas, favorecer a
apropriação de conceitos e atender às características da adolescência. O jogo
do Quí(Mico) proposto por Alexandrino (2012) foi apresentado como de
atividade do PIBID-Química-UESB, o tema foi escolhido, pois o conteúdo de
Funções Orgânicas é trabalhado no 3° ano do Ensino Médio. O jogo despertou
a curiosidade dos alunos, o que tornou a aula mais interessante e dinâmica,
contribuiu para o trabalho em equipe, promoveu estímulo ao estudo, despertou
a curiosidade e motivou-os a participarem da construção do próprio
conhecimento.
Palavras-Chave: Estratégias, PIBID, Jogos.
Introdução
A ideia do ensino despertado pelo interesse do estudante passou a ser
um desafio à competência do docente. O interesse daquele que aprende
passou a ser a força motora do processo de aprendizagem, e o professor, o
gerador de situações estimuladoras para aprendizagem. (CUNHA, 2012)
Mathias e Amaral (2010) relatam que
atualmente vários pesquisadores da área de ensino de Química têm
utilizado o jogo pedagógico como ferramenta no processo de ensino
aprendizagem e mostrado que esse atrai o interesse dos alunos,
adiciona motivação extra ao processo de aprendizagem, contribui
para superar as dificuldades iniciais que os alunos encontram com os
conceitos químicos e cria oportunidades para o professor identificar
os erros conceituais e corrigi-los imediatamente, durante sua
aplicação.
Vygotsky (1991) discute o papel do brinquedo e, mais diretamente, da
brincadeira de “faz de conta” no desenvolvimento da criança,
esse desenvolvimento é fortemente influenciado por experiências
concretas que elas vivenciam. No brinquedo, a criança consegue
separar o objeto do significado e aprende de forma mais natural e
com menos pressão. Para ele, também é importante a
interdependência dos sujeitos durante o jogo, pois jogar é um
processo social.
Ressalta Cunha (2012) que o jogo didático ganha espaço como
instrumento motivador para a aprendizagem de conhecimentos químicos, à
medida que propõe estímulo ao interesse do estudante.
O jogo didático no Ensino Médio pode constituir-se em um importante
recurso para o professor ao desenvolver a habilidade de resolução de
problemas, favorecer a apropriação de conceitos e atender às características
da adolescência. (ZANON et. al., 2008).
Frente a esses desafios vê-se a necessidade docente em apresentar
estratégias que despertem o interesse dos alunos em aprender o conteúdo de
funções orgânicas. Como proposta de atividade do PIBID-Química-UESB
realizamos o jogo do Quí(Mico) proposto por Alexandrino (2012) relacionando
esses conhecimentos como tarefa em sala de aula de forma lúdica.
Partimos da seguinte questão norteadora: É possível discutir “Funções
Orgânicas” por meio de jogos pedagógicos? Escolhemos esse tema por ele ser
abordado nas aulas de química orgânica. O jogo Quí-Mico foi aplicado por
bolsistas do PIBID-Química da UESB, campus Itapetinga-BA, sob auxílio da
supervisora, aos alunos do 3° ano do EM, após ter sido abordado os conteúdos
de Funções Orgânicas em sala de aula.
Materiais e Métodos
O jogo Quí(Mico) foi baseado no jogo do Mico, que tem como objetivo
formar pares com cartas iguais (em uma carta está à estrutura da molécula e
na outra a definição da função orgânica), como mostra a Figura 1.
Figura 1: Cartas do jogo Quí(Mico) - Fenol
As regras do Quí(Mico) estão expressas na Tabela 1.
Tabela 1: Regras utilizadas no jogo.
Regras
1
2
3
4
Descrição
Dividir as cartas do baralho igualmente entre os participantes (duplas).
Cada dupla abrirá um leque com as cartas sem deixar que o outro veja.
Devem-se formar pares com as cartas, como exemplo na figura 1.
Ganha o jogo quem apresentar mais pares e perde quem ficar com o “MICO”,
pois este não possui par.
Durante o jogo, o papel do professor foi mediar o processo de ensinoaprendizagem, explicando as dúvidas e facilitando a compreensão das
características apresentadas em cada carta.
Participou dessa investigação alunos de uma turma de 3° ano do Ensino
Médio Ginásio Agro Industrial de Itapetinga na Bahia, como mostra a Figura 2.
Figura 2. Explicando as regras do jogo.
Resultados e Discussão
Para Ribeiro (2003), o que acontece atualmente, é que na maioria das
vezes o ensino de Química prioriza a transmissão de informações, definições e
leis isoladas, memorização de fórmulas matemáticas e aplicação de "regrinhas"
sem qualquer relação com a vida do aluno, impossibilitando o entendimento de
uma situação-problema.
De acordo Alexandrino et. al. (2012) em entrevistas com alunos do
Ensino Médio na cidade de Itapetinga, durante o ano de 2009, muitos apontam
as aulas de Química muito conteudistas e esperam que o professor apresente
aulas mais dinâmicas, com utilização de estratégias diferenciadas para o
ensino-aprendizagem dessa disciplina.
Como ressalta Cunha (2012) a escolha de um jogo, devem-se
considerar dois aspectos: o motivacional – ligado ao interesse do aluno pela
atividade (equilíbrio entre a função lúdica e função educativa); e o de coerência
– ligado à totalidade de regras, dos objetivos pedagógicos e materiais utilizados
para o seu desenvolvimento em sala de aula.
Observamos que a proposta do jogo didático Quí(Mico), nos indicou que
a maioria dos alunos gostou da estratégia, pois esta tornou a aula mais
interessante e dinâmica, contribuiu para o trabalho em equipe, promoveu
estímulo ao estudo, despertou a curiosidade e motivou-os a participarem da
construção do próprio conhecimento.
Alguns alunos sugeriram que o jogo fosse utilizado como instrumento de
avaliação, pois para jogar faz-se necessário buscar aprofundar mais no
conteúdo abordado.
Conclusões
Pretendemos com essa atividade abordar tanto os fatores pedagógicos
com a aprendizagem dos conteúdos, quanto os sociais, onde jogar é um
processo de socialização. Por esse motivo consideramos esse tipo de atividade
estimulante e subsequentemente motivadora, pois observamos que o jogo
despertou o interesse pelo aprendizado e a participação na aula, o que não
observamos em aulas puramente expositivas.
Agradecimentos
Ao PIBID e PRODOCÊNCIA – Capes pelo apoio financeiro e a UESB.
Referencias
CUNHA, M. B. Jogos no Ensino de Química: Considerações Teóricas para sua
Utilização em Sala de Aula. Química Nova na Escola. Vol. 34, N° 2, p. 92-98,
MAIO 2012.
MATHIAS, G.N.; AMARAL, C.L.C. Utilização de um Jogo Pedagógico para
discussão das relações entre Ciência/Tecnologia/Sociedade no Ensino de
Química. Experiências em Ensino de Ciências, v.5 (2), p. 107-120. 2010.
VYGOTSKY, L. S. O papel do brinquedo no desenvolvimento. In: ______. A
formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
ZANON D. A. V.; GUERREIRO, M.A.S.; OLIVEIRA, R.C. Jogo didático Ludo
Químico para o ensino de nomenclatura dos compostos orgânicos: projeto,
produção, aplicação e avaliação. Ciências & Cognição; v.13 (1). p. 72-81.
2008.
ALEXANDRINO, D.M. et. al. Ensino das Funções Orgânicas através da
estratégia metodológica do jogo Quí(Mico). In: 52 Congresso Brasileiro de
Química – Química e Inovação: Caminhos para Sustentabilidade.
Trabalhos
CBQ.
Recife,
PE,
2012.
Disponível
em:
<http://www.abq.org.br/cbq/2012/trabalhos/6/1414-14432.html>
_____. A visão dos Estagiários sobre o Ensino de Química nas escolas
públicas do município de Itapetinga-BA. In: XVI Encontro Nacional de Ensino
de Química (XVI ENEQ) e X Encontro de Educação Química da Bahia (X
EDUQUI). Resumos ENEQ. Salvador, BA, 2004.
RIBEIRO, R. A.; et. al. Aula Prática como motivação para estudar Química e o
perfil de estudantes do 3º Ano do Ensino Médio em Escolas Públicas e
Particulares de Montes Claros/MG. UNIMONTES CIENTÍFICA. Montes ClarosMG, v.5, n.2, p. 1-7, jul./dez. 2003.
O MUNDO DAS CARTAS EM SUAS MÃOS [http://jogosdecartas.hut.com.br].
Copyright 2007. O jogo do MICO [aproximadamente uma tela]. Disponível em:
<http://jogosdecartas.hut.com.br/mico>. Acesso em 03 de março de 2013.
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