XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia Hiponatremia Paulo Novis Rocha ([email protected]) Professor Adjunto do Depto de Medicina Faculdade de Medicina da Bahia - 200 anos Curitiba – Paraná, 2008 HIPONATREMIA: [Na+] sérico < 135 mmol/l DHE mais comum em pacientes hospitalizados1, inclusive em UTI 2,3 Hiponatremia aguda severa está associada a morbimortalidade 1. 2. 3. 4. Estudo em UTI em Liverpool-UK: Na < 125 mmol/l foi associado a um aumento significativo na mortalidade intrahospitalar (OR 4,4; P < 0,0001) 4 Hiponatremia crônica está associada a maior mortalidade em algumas condições clínicas (ex. ICC) Incidência = 15 - 30% Causa ou marcador (gravidade de doença, qualidade de Rx)? Correção muito rápida de uma hiponatremia crônica pode causar déficits neurológicos e morte Upadhyay A et al: Incidence and prevalance of hyponatremia. Am J Med 119:S30–S35, 2006 Patel GP et al. Recognition and treatment of hyponatremia in acutely ill hospitalized patients. Clin Ther. 2007 Feb;29(2):211-29. DeVita MV et al.: Incidence and etiology of hyponatremia in an intensive care unit. Clin Nephrol 34:163–166, 1990 Asadolahi K et al. Laboratory risk factors for hospital mortality in acutely admitted patients. QJM. 2007 Aug;100(8):501-7. HIPONATREMIA: Alguns conceitos básicos O sódio sérico é o principal determinante da osmolaridade plasmática efetiva (2x [Na+] + glicose/18) A osmolaridade plasmática interfere no volume do LIC A regulação da osmolaridade plasmática é feita através de ajustes no metabolismo da água Hiponatremia é um distúrbio do metabolismo da água e não do metabolismo do sódio Apesar do prefixo HIPO, trata-se de um distúrbio de excesso de água e não de déficit de sódio “Excess Disorders” Hyperkalemia: too much potassium Metabolic alkalosis: too much bicarbonate Edema: too much salt Hyponatremia: too much water ! COMMON FACTOR: impaired renal ability to excrete the retained solute or water Burton D. Rose, Clinical Physiology of Acid Base & Electrolyte Disorders HIPONATREMIA = HIPOOSMOLARIDADE Exceções (pseudo-hiponatremias): Hiponatremia com hiperosmolaridade Hiperglicemia Contraste iodado Manitol LEC Posm LIC H2O Hiponatremia com osmolaridade normal Hiperlipidemia Mieloma múltiplo PLASMA PLASMA LIPÊMICO NORMAL 123 mEq/L plasma [Na+] 143 80% 93% Água Água + [Na [Na+]] 154mEq/L 154mEq/L H H2O O 2 20% Gorduras ++ Proteínas Proteínas 7% Gorduras Fisiologia Renal Metabolismo da Água Metabolismo da água • Déficit H2O [Na+] osm HAD Secreção de HAD: Estímulo Osmótico Robertson et al. American Journal of Medicine, 1982; 72:339 Greenberg & Verbalis. Kidney International (2006) 69, 2124–2130. Ação Celular do ADH PKA AVP Sangue RV2 AMPc Fosf. AQP2 Água AQP2 Núcleo Célula do Ducto Coletor Lumen Ducto Coletor Peter Agre, M.D. • Descoberta das aquaporinas • Science 1992 • Prêmio Nobel em Bioquímica, 2003 Metabolismo da água • Déficit H2O [Na+] osm ADH – excreção de água livre pelos rins – Sede • Defesas contra hipernatremia / hipertonicidade • Excesso H2O [Na+] osm ADH – excreção de água livre pelos rins • Defesa contra hiponatremia / hipotonicidade Geração e excreção renal de água livre 100 285 90 80 400 200 70 800 600 50 1200 Metabolismo da água: participação da excreção obrigatória de solutos Osm. Ur. 1200mosm/L 8001200 = 670 ml Osm. Ur. 50mosm/L 80050 = 16 L ADH Excreção normal de solutos: 600 – 900 mosm/d (sais de sódio, potássio e uréia) Pergunta (do nefrologista) frente ao paciente hiponatrêmico: Porque os rins não conseguem excretar o excesso de água? CASO CLÍNICO Homem de 60 anos com história de câncer de pulmão tipo “oat cell” é admitido com história de letargia progressiva há 2 semanas. Ao exame, peso = 70 kg, TA normal, sem alterações ortostáticas. Restante do exame normal exceto pela letargia. Exames laboratoriais na admissão: [Na+] [K+] [Cl-] [HCO3-] Osm plasma Osm urina [Na+] urina 105 meq/L 4,0 meq/L 72 meq/L 21 meq/L 222 mosmol/kg 604 mosmol/kg 78 meq Diurético Náus/Vôm/Diar Creatinina Uréia Ácido úrico TSH Cortisol NEGOU NEGOU 0,6 mg/dL 12 mg/dL 2 mg/dL 2,8 uI/mL 15 ug/dL Adrogue H and Madias N. N Engl J Med 2000;342:1581-1589 (MODIFICADO) Diagnóstico Diferencial Guiado Pela Fisiologia Renal Geração e excreção renal de água livre 100 Tiazídico 285 90 TFG 80 400 200 Hipovolemia 70 800 600 50 1200 Hiponatremia por tiazídico Mecanismo: Age no segmento diluidor do néfron bloqueando reabsorção distal de NaCl Hipocalemia, hipovolemia Reação idiossincrática Mais comum em mulheres idosas1 70% mulheres Idade média 76.4 9.6 anos (90% 65 anos) Tende a ocorrer dentro de poucos dias a semanas após introdução Tende a recorrer com retorno do uso 1Sharabi Y, et al. J Hum Hypertens. 2002;16:631– 635 Geração e excreção renal de água livre 100 Tiazídico 285 ADH 90 TFG Hipovolemia 80 400 200 Hipovolemia 70 800 600 50 1200 Secreção de HAD: Estímulo Volêmico Dunn et al. Journal of Clinical Investigation, 1973; 52:3212 Geração e excreção renal de água livre 100 Tiazídico 285 ADH 90 TFG Hipovolemia 80 400 200 Hipovolemia ICC, cirrose Dor, náuseas 70 800 600 50 1200 Efeito da Náusea sobre a secreção de ADH Robertson et al, Recent Prog Horm Res 33:333, 1977 Hiponatremia no pós-operatório Mecanismo: Secreção fisiológica e não-fisiológica de ADH Dor + náusea Opióides, AINES Administração de fluídos hipotônicos Níveis elevados de ADH podem persistir por 2 a 3 dias Evitar fluídos hipotônicos no pós-operatório... Hyponatremia, convulsions, respiratory arrest, and permanent brain damage after elective surgery in healthy women. Arief Al. NEJM 314:1529, 1986. 15 mulheres jovens, hígidas Na+ sérico: 138 => 108, 48 hs Na+ ur. = 68 / Osm ur. = 501 Encefalopatia e insuficiência respiratória requerendo VM 4 mortes Déficit neurológico definitivo em todas as demais Correção < 0,7 mmol/l/h Ausência de mielinólise 150 Pre-op Szs. Vegetative and state coma Awake Plasma Na, meq/L Szs. and coma 125 100 75 0 50 100 Time, h 150 2 – 9 years Geração e excreção renal de água livre 100 Tiazídico 285 ADH 90 TFG Hipovolemia ICC, cirrose 80 400 200 Hipovolemia Dor, náuseas 70 TSH, cortisol 800 600 50 1200 Hiponatremias “endócrinas” Hipotireodismo Causa não esclarecida ?Redução no débito cardíaco Apenas em casos graves Insuficiência adrenal ADH é co-secretado com CRF em resposta a hipovolemia e hipoglicemia Cortisol exerce feedback negativo sobre ACTH e ADH Pode haver hipovolemia associada Além de hiponatremia: hipercalemia, acidose metabólica hiperclorêmica, tendência a hipoglicemia, tendência a hipotensão, eosinofilia Geração e excreção renal de água livre 100 Tiazídico 285 ADH 90 TFG Hipovolemia 80 400 200 Hipovolemia ICC, cirrose Dor, náuseas 70 TSH, cortisol 800 SIHAD 600 50 1200 SIHAD Em um estudo, 60% dos casos de hiponatremia foram atribuídos à SIHAD (Anderson & Schrier, AIM 1985) Defeito na excreção de água com excreção normal de sal Liberação não-fisiológica de HAD Ausência de hiperosmolaridade (Posm baixa) Ausência de hipovolemia ou hipervolemia Ausência de edema, função cardíaca, hepática e renal relativamente normais Uosm > 100, geralmente > 300, fixa Na+U geralmente > 40 mEq/L Função adrenal e tireoidiana normais, ausência de diuréticos Grupos de Causas de SIHAD Neoplasias Patologias pulmonares Drogas Antidiabéticos, anticonvulsivantes, analgésicos, antipsicóticos, antidepressivos (inibidores da recaptação de serotonina), quimioterápicos Distúrbios do SNC Diagnóstico diferencial com Sínd. Perdedora Sal Cerebral Cerebral Salt Wasting Versus SIADH: What difference? SIADH CSWS Serum Na Low Low Urine Na High High Serum AVP High High Serum ANP High High Supressed Supressed Low Low Normal / High Low 3% saline 3% saline RAAS Uric acid ECBV Treatment Sterns RH & Silver SM. Cerebral Salt Wasting Versus SIADH: What difference? JASN 19: 194–196, 2008 Hiponatremia em pacientes neurológicos: CSWS ou SIADH? Controle [Na+] (n= 20) (N = 20) [Na+] sérico 139 2 127 3 Volume hemácias (ml/kg) 17 5 18 4 Volume plasmático (ml/kg) 37 6 37 6 Volume sanguíneo (ml/kg) 54 9 54 8 Brimioulle S et al. Hyponatremia in neurological patients: cerebral salt wasting versus inappropriate antidiuretic hormone secretion. Intensive Care Med (2008) 34:125–131 Geração e excreção renal de água livre 100 Tiazídico 285 ADH 90 TFG Hipovolemia 80 400 200 Hipovolemia ICC, cirrose Dor, náuseas 70 TSH, cortisol 800 SIHAD 600 Mutação do RV2 50 1200 Nephrogenic Syndrome of Inappropriate Antidiuresis Brian J. Feldman, M.D., Ph.D., Stephen M. Rosenthal, M.D., Gabriel A. Vargas, M.D., Ph.D., Raymond G. Fenwick, Ph.D., Eric A. Huang, M.D., Mina Matsuda-Abedini, M.D., Robert H. Lustig, M.D., Robert S. Mathias, M.D., Anthony A. Portale, M.D., Walter L. Miller, M.D. and Stephen E. Gitelman, M.D. “This article describes two infants with a clinical picture of SIADH but with undetectable levels of arginine vasopressin” N Engl J Med Volume 352;18:1884-1890 May 5, 2005 Each had a gain-offunction mutation in the V2 vasopressin receptor that changed arginine to cysteine or leucine in codon 137, causing constitutive activation of the receptor Nucleotide Sequence of the WildType and Two Mutant AVPR2 Genes in the Affected Region (A) and Diagram of V2R (B) Feldman, B. et al. N Engl J Med 2005;352:1884-1890 Geração e excreção renal de água livre 100 Tiazídico 285 ADH 90 TFG Hipovolemia 80 400 200 Hipovolemia ICC, cirrose Dor, náuseas 70 TSH, cortisol 800 SIHAD 600 Mutação do RV2 EXCEÇÕES 50 1200 Hiponatremia com urina diluída Polidipsia psicogênica Ingesta acidental de excesso de água Natação, afogamento em piscina Irrigação com soluções livres de eletrólitos Histeroscopia, laparoscopia, RTUP Múltiplos enemas com água potável Beer drinker’s potomania (tea and toast disease) Beer drinker’s potomania Cerveja contém quantidades muito baixas de sal, potássio e proteína Os carboidratos presentes na cerveja inibem o catabolismo protéico, minimizando a excreção de uréia Portanto, a excreção diária de soluto pode chegar a apenas 250 mosm/d Como resultado, o volume urinário máximo cai para cerca de 5 litros (250 50) Divisão das hiponatremias de acordo com a volemia HIPOVOLÊMICA EXTRA-RENAL Diarréia Vômitos Hemorragia Sudorese Obst. Intestinal Peritonite Pancreatite Trauma muscular Queimaduras RENAL Diuréticos Diurese osmótica Nefrop. Perd. de sal Insuficiência adrenal Bicarbonatúria Cetonúria EUVOLÊMICA Hipotireoidismo Insuficiência adrenal Diuréticos tiazídicos SIHAD Polidipsia psicog. Potomania HIPERVOLÊMICA ICC Cirrose Síndrome Nefrótica IRA DRC Manifestações Clínicas Quadro Neurológico Effects of Hyponatremia on the Brain and Adaptive Responses Adrogue H and Madias N. N Engl J Med 2000;342:1581-1589 Velocidade de Correção Varia com a apresentação clínica Pacientes assintomáticos: 0,5 mEq/L/h Velocidade de instalação Sintomatologia Severidade < 10 mEq/L em 24 horas < 18 mEq/L em 48 horas Pacientes sintomáticos: 1,5-2,0 mEq/L/h nas 4 primeiras horas. Reduzir infusão para não ultrapassar 8 a 10 mEq/L em 24 horas Fórmulas para correção do Na+ sérico Déficit de Na: A.C.T x (140 – Na+ encontrado) 1. • 2. Sugestão: em vez de 140, utilizar o Na+ desejado Cálculo do aumento no Na+ sérico por litro de solução infundida: (Na++ K+ solução - Na+ sérico) ÷ (A.C.T. + 1) Adrogué HJ, Madias NE. Aiding fluid prescription for the dysnatremias. Intensive Care Med 1997;23:309-16. Adrogué HJ, Madias NE. Hyponatremia. N Engl J Med 2000;342(21):1581-89 Hyponatremia: Accuracy of formulas for calculating initial infusion rates Exemplo hipotético: Homem jovem de 70 Kg Água corporal total = 42 litros Na sérico = 110 mmol/l Na desejado = 120 mml/l Tempo de correção = 10 horas Solução a ser infundida: NaCl 3% (513 meq Na/l) Especulações: Volume urinário = 1 litro Na urinário = 80 mmol/l K urinário = 40 mmol/l Qual a velocidade de infusão de NaCl 3% (ml/hr)? Ellison D, Berl T. N Engl J Med 2007;356:2064-2072 Formulas for Calculating Initial Saline Infusion Rates Ellison D, Berl T. N Engl J Med 2007;356:2064-2072 Minha opinião sobre as fórmulas Não consideram o diagnóstico Não ajudam a decidir que tipo de solução utilizar Consideram paciente como “sistema fechado” Não consideram perdas continuadas de água ou eletrólitos Inconsistência entre as fórmulas Devem ser usadas apenas como guias grosseiros Mais importante: checar se o tratamento está produzindo o resultado esperado Método de Correção Depende do diagnóstico... Método de Correção: I. Hipovolemia Soro fisiológico 0,9% (154 mEq Na+/L) Concentração de sódio > plasma Remove o estímulo para secreção de ADH Quantidade a ser administrada depende da severidade da hipovolemia Geralmente a hiponatremia é leve e não há necessidade do uso de fórmulas para cálculo do “déficit de sódio” Fórmulas não são acuradas pois não levam em consideração a auto-correção da hiponatremia que ocorre à medida que cessa o estímulo volêmico para secreção de ADH Método de Correção: II. Hipervolemia Tratamento da doença de base Administração de sódio não é indicada! Medidas: Restrição de água livre Diuréticos de alça Diálise na insuficiência renal Método de Correção: III. Normovolemia Homem de 60 anos com história de câncer de pulmão tipo “oat cell” é admitido com história de letargia progressiva há 2 semanas. Ao exame, peso = 70 kg, TA normal, sem alterações ortostáticas. Restante do exame normal exceto pela letargia. Exames laboratoriais na admissão: [Na+] [K+] [Cl-] [HCO3-] Osm plasma Osm urina [Na+] urina 105 meq/L 4,0 meq/L 72 meq/L 21 meq/L 222 mosmol/kg 604 mosmol/kg 78 meq Diurético Náus/Vôm/Diar Creatinina Uréia Ácido úrico TSH Cortisol NEGOU NEGOU 0,6 mg/dL 12 mg/dL 2 mg/dL 2,8 uI/mL 15 ug/dL Adrogue H and Madias N. N Engl J Med 2000;342:1581-1589 (MODIFICADO) SF 0,9% em pacientes com SIHAD Efeito de 1 L de SF 0,9% neste paciente com SIHAD: Osmolaridade SF 0,9% 300 mosm Osmolaridade urina 600mosm/L Todo o sódio será excretado em apenas 0,5 L de urina. RESULTADO: retenção de 0,5 L de água livre de eletrólitos = Na+ sérico! CONCEITO BÁSICO No tratamento da SIHAD, A OSMOLARIDADE DA SOLUÇÃO ADMINISTRADA TEM QUE SER MAIOR QUE A OSMOLARIDADE DA URINA! Porque a hiponatremia de pacientes hipovolêmicos não piora com SF 0,9%? Osmolaridade urinária após SF 0,9% Hipovolemia SIHAD 1200 600 300 50 600 600 600 600 Soro 3% em pacientes com SIHAD Efeito de 1 L de soro 3% neste paciente com SIHAD: Osmolaridade soro 3% 1000 mosm Osmolaridade urina 600mosm/L Todo o sódio será excretado em 1,7 L de urina. RESULTADO: excreção de 0,7 L de água livre de eletrólitos = Na+ sérico! 1. Cálculo do déficit de Na+: ACT x (Na+ desejado – Na+ do paciente) • 70 x 0,6 x (115 – 105) • 42 x 10 • 420 meq 2. Como administrar? • • • • 1 litro de salina 3% tem 510 meq de Na+ Regra de 3 simples... 1 litro tem 510, “x” litros tem 420! X= 0,823 litros ou 820 ml para correr em 24 horas Velocidade de infusão: 34 ml hora 3. Fórmula de Madias • • • Delta Nasérico: [(510 + 0) – 105] ÷ (42 + 1) Delta Nasérico: 9,42 meq por cada litro de solução infundida Correr 1 litro de salina 3% nas 24 horas = 42 ml hora SIHAD Tratamento Crônico • Princípios gerais – Diminuir a ingesta de água – Aumentar a excreção renal de água Efeito da ingesta de solutos sobre a excreção renal obrigatória de água Excreção de solutos Osm. urinária Volume urinário 600 mosm 600 mosm/L 1L 900 mosm 600 mosm/L 1,5 L 1200 mosm 600 mosm/L 2L Em geral, • Restrição hídrica e dieta hiper-sódica e hiper-protéica são suficientes • Outras medidas são essenciais quando Osm. U > 600 – Diurético de alça Antagonistas do ADH • Carbamato de lítio – Tóxico • Demeclociclina – 300 a 600 mg, vo, 2x ao dia – Interfere com desenvolvimento ósseo em crianças Membrane Topology of the Vasopressin Receptor Holtzman et al., Molecular Nephrology 1995 Modelo Tridimensional do Receptor V2 Vasopressin Receptor Antagonists In December 2005, conivaptan was approved by the FDA for the treatment of euvolemic hyponatremia, and in February 2007 this indication was extended by the FDA to include hypervolemic hyponatremia. Ellison D, Berl T. N Engl J Med 2007;356:2064-2072 Long-term treatment of a patient with SIADH with Conivaptan Decaux G, 2001. Am J Med 110: 582–584. SALT trial • Combinação de 2 estudos idênticos: SALT-1 e SALT-2 • Eficácia e segurança do Tolvaptan (15-30 mg, VO, 1x/dia) em pacientes com hiponatremia por ICC, cirrose, SIHAD. [Na] basal N = 448 (mmol/l) [Na] D#4 (mmol/l) [Na] D#30 (mmol/l) Tolvaptan 225 128.5 4.5 133.9 4.8 135.7 5.0 Placebo 223 128.7 4.1 129.7 4.9 131.0 6.2 Efeitos adversos: boca seca, sede, poliúria Schrier RW et al (SALT Investigators): Tolvaptan, a selective oral vasopressin V2-receptor antagonist, for hyponatremia. N Engl J Med 355: 2099–2112, 2006 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA ATIVAÇÃO NEURO-HORMONAL RAAS Catecolaminas Vasopressina I-ECA BRA Espironolactona β-bloqueadores Antagonistas RV2 ? SOBREVIDA • Avaliar o efeito a curto prazo de Tolvaptan quando adicionado à terapia convencional para ICC • Prospectivo, randomizado, duplo-cego, placebo-controlado • Tolvaptan 30 mg/d (n=2072) ou placebo (n=2061) dentro de 48 horas da admissão • Desfecho primário (composite): – Estado clínico global (impressão do paciente) + – Peso no D#7 ou alta • Melhora modesta em desfechos secundários como dispnéia e edema, sem efeitos colaterais significativos. Gheorghiade M et al. JAMA. 2007;297:1332-1343 Konstam MA et al. JAMA. 2007;297:1319-1331 Aplicação Clínica dos A-RV2 • Embora ajam em 1-2 horas, não há recomendação para uso em hiponatremia aguda, com risco de morte • Ideal para tratamento de hiponatremia crônica, de longa duração – Em média, aumentam 6-9 mmol/l nas primeiras 48 horas. – Curta ação, pode parar se o Na subir rápido demais – Não há casos de mielinólise descritos com estes agentes • Indicações: Hiponatremia euvolêmica (SIHAD) e hipervolêmica (ICC), ? DRPC do adulto Conclusões Hiponatremia é muito comum em pacientes hospitalizados Maioria se deve a dificuldade na excreção de água devido a presença de ADH Morbi-mortalidade associada à hiponatremia Morbi-mortalidade associada ao tratamento inadequado de hiponatremia Tipo de tratamento depende da etiologia Fórmulas são guias grosseiros Mais importante: checar se o tratamento está produzindo o resultado esperado Antagonistas de RV2 excelente opção para hiponatremia crônica Obrigado. [email protected] SUGESTÃO DE LEITURA: Hyponatremia Treatment Guidelines 2007: Expert Panel Recommendations. Verbalis JG et al. The American Journal of Medicine (2007) Vol 120 (11A), S1–S21.