XI Salão de
Iniciação Científica
PUCRS
ESTUDO DE INSUCESSOS NO PROGRAMA REDES DE
COOPERAÇÃO NA UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL
Caroline Perottoni1, Ademar Galelli2, Jucelda de Lourdes Gonzatto Peretti3, Margareth Rodrigues de
Carvalho Borella4,Zaida Cristina dos Reis5, Paulo Fernando Pinto Barcellos6 (orientador)
1
Universidade de Caxias do Sul, UCS, 2
Resumo
O objetivo da pesquisa é compreender os motivos que levaram empresas, inicialmente
constituídas em redes de cooperação, a abandonarem ou a extinguirem a própria rede. Este
estudo está apoiado no projeto institucional de redes de cooperação e no projeto de pesquisa
sobre organizações híbridas da Serra Gaúcha, ambos conduzidos pela Universidade de Caxias
do Sul. A pesquisa é qualitativa com a realização de entrevistas a ex-membros de redes de
cooperação, cujo tratamento dado às informações coletadas foi a análise de conteúdo.
Introdução
Williamson (1975, 1981 e 1985) apresenta as estruturas de mercado e integração
vertical e posteriormente incorpora uma terceira estrutura: a híbrida (contratos). A estrutura de
mercado e a integração vertical são antípodas. Conforme se caminha do mercado em direção à
hierarquia, perde-se em incentivo e se ganha em controle. Por outro lado, ao elevar-se a
especificidade dos ativos, exige-se mais controle no sentido de se eliminar o oportunismo. As
formas híbridas combinam aspectos das transações de mercado com características de
integração vertical e, de acordo com o autor, encontram-se entre as duas em um continuum.
Koppell (2003) afirma que as organizações híbridas têm crescido à medida que funções
governamentais têm sido delegadas a novas entidades que combinam características de
organizações dos setores público e privado. Argumenta, ainda, que o controle das políticas
públicas é sacrificado quando estas são conduzidas por tais organizações híbridas.
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Para Henricks (2004), as estratégias fracassam em algumas organizações por 17 motivos
principais que podem ser associados às redes de cooperação, dentre os quais destacam-se, por
exemplo:
a. Não dedicar tempo suficiente para analisar e verificar se a idéia do negócio é viável;
b. Falta de um plano de contingência na hipótese de fracasso nas expectativas;
c. Arrumar sócios desnecessários;
d. Aceitar facilmente que “não é possível” ao invés de buscar uma solução;
e. Procurar confirmar suas ações ao invés de procurar a verdade.
Metodologia
Foram entrevistados os proprietários de oito empresas membro, distribuídas em quatro
redes de cooperação, pertencentes aos setores da indústria, comércio, serviços e organizações
não governamentais sem fins lucrativos da região de abrangência da Universidade de Caxias
do Sul. Foram entrevistados dois membros em cada rede, sendo que um destes,
obrigatoriamente, deveria ter sido presidente em algum período de gestão. A segunda empresa
entrevistada, ou foi indicada pelo próprio ex-presidente, ou foi àquela que aceitou conceder
entrevista ao grupo de pesquisadores. Todas as entrevistas foram gravadas, cujo tempo médio
de duração foi de 40 minutos, e logo em seguida transcritas, seguindo o formato perguntaresposta. Foram feitas 13 perguntas sobre: expectativas ao entrar na rede, aspectos de
liderança, aprendizagem e mudança, ganhos obtidos, percepção sobre o clima e a confiança
entre os membros da rede, satisfação geral, insatisfações e principalmente, se participaria
novamente de um programa de redes de cooperação.
Resultados (ou Resultados e Discussão)
A análise de conteúdo destas entrevistas revelou a existência de um motivo comum
que levou a empresa a abandonar a rede ou à extinção da própria rede. Este motivo está
relacionado com a perda de convergência de objetivos entre os membros da rede. A análise
revelou também a existência de motivos particulares como a cobrança excessiva do consultor
institucional em relação a urgência de ações dos membros da rede; desunião da classe das
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empresas pertencentes à rede; mudança de presidente; sobrecarga do presidente pela falta de
apoio dos demais membros; e diferença de porte das empresas integrantes. Entretanto, houve
unanimidade entre os entrevistados sobre os ganhos oriundos dessa experiência de
cooperação, principalmente a aprendizagem, em que o planejamento estratégico foi o mais
citado, além de afirmarem que participariam novamente de uma nova experiência em rede de
cooperação.
Conclusão
O estudo revelou que a perda de objetivos comuns entre os membros da rede e a falta
de um consultor externo para conduzir e orientar as ações dos membros das redes, mesmo sua
atuação sendo alvo de críticas de alguns entrevistados, podem ser considerados como os
elementos desencadeadores para não mais cooperarem entre si, e consequentemente
abandonarem a rede. A teoria corrobora esses resultados apontando que a cooperação inicia
pela motivação individual de cada empresa, a partir daí deve predominar o resultado coletivo
e compartilhado, até o momento em que a motivação individual volta a prevalecer,
provocando rupturas nas redes.
Referências
HENRICKS, Mark, What Not to Do, Entrepreneur Magazine, February, 2004. Disponível em
www.entrepreneur.com, acesso em 11.09.09.
KOPPELL, J. G. S. The Politics of Quasi-Government: Hybrid Organizations and the Dynamics of
Bureaucratic Control (Theories of Institutional Design). Cambridge, UK: Cambridge University Press, 2003.
WILLIAMSOM, O. E. The economic institutions of capitalism. New York: Free Press, 1985.
WILLIAMSOM, O. E. The economics of organizations: the transaction cost approach. American Journal of
Sociology, 1981.
WILLIAMSON, O. E. Markets and hierarchies. New York: Free Press, 1975.
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estudo de insucessos no programa redes de cooperação