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X Salão de
Iniciação Científica
PUCRS
Rotas críticas: a trajetória das mulheres na superação das
violências
Débora da Silva Monteiro1, Betânia Muller2, Fernanda Bairros3, Lidiane da Rocha3, Marceli
Collaaziol2, Stela Nazareth Meneghel 1 (orientador),
1
Administração de Serviços de Saúde,UERGS, 2 Psciologia,UNISINOS, 3 Nutrição, UNISINOS
Resumo
Introdução
A violência de gênero é um fenômeno social que afeta grandes contingentes
populacionais, e que foi reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um
problema de saúde pública. Chama-se violência de gênero pelo caráter de discriminação em
relações às mulheres e pelo existência da cultura machista e patriarcal que fomenta a violência
(Saffiotti, 2005; Biglia, 2007). Nos anos 1990 foi realizado um estudo em 10 países
americanos para conhecer a “Rota Crítica”, o contexto percorrido pelas mulheres em situação
de violência no momento de pedir ajuda (Sagot, 2000). A violência representa uma violação
dos direitos humanos das mulheres afetadas, conforme a lei Maria da Penha que cria
mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Antes da lei, no
Brasil, a violência doméstica era tratada como um crime de menor potencial ofensivo, e e
apenas 2% dos agressores eram condenados.
O objetivo principal é estabelecer a trajetória de mulheres em situação de violência de
gênero em Porto Alegre, identificando os pontos críticos e propondo medidas de intervenção.
Metodologia
Esta pesquisa de abordagem qualitativa foi inspirada no projeto inicial desenvolvido
pela OPAS sobre a Rota Crítica de mulheres afetadas pela violência (Sagot, 2000). A
investigação está sendo realizada na cidade de Porto Alegre. A metodologia inclui entrevistas
em profundidade com mulheres e operadores sociais dos setores saúde, educação, jurídico,
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policial e comunitário. Os protocolos para coleta de dados foram traduzidos e adaptados
tranculturalmente para serem usados no Brasil. A idéia é conhecer a "rota crítica" das
mulheres em situação de violência no trajeto que realizam para pedir ajuda e enfrentar a
situação. A pesquisa utilizará o referencial das práticas discursivas para analisar o material
produzido nas entrevistas.
Resultados (ou Resultados e Discussão)
A maioria das mulheres entrevistadas desconhece o papel dos serviços existentes e
como podem ajudá-las a enfrentar a situação de violência. Por outro lado, muitos serviços e
instituições perpetuam a “revitimização” por não possuírem organização, procedimentos e
normas
de
atendimento
adequados,
contribuindo
muitas
vezes
com indiferença,
culpabilização, exigências, zombaria e questionamentos, expressando uma relação de poder
autoritária e abusiva com as mulheres maltratadas. Após a Lei Maria da Penha houve um
aumento na procura dos serviços jurídico-policiais, porém há poucas mulheres que concluem
os processos, muitas desistem de continuar e outras tantas se reconciliam com os agressores.
A atenção jurídica, ao fazer a mediação dos casos, atua de modo rápido e focalizado em
relação a um evento que é complexo e cujo desenlace, na maioria das ocasiões, requer um
tempo maior de reflexão e avaliação por parte das vítimas.
Conclusão
Os resultados preliminares desta pesquisa mostram que apesar dos avanços obtidos
nos últimos anos, ainda persistem muitos “nós críticos” no trajeto das mulheres para
denunciar, romper e superar as violências. Com esta
pesquisa, pretendemos ajudar a
fortalecer a rede de enfrentamento à violência contra a mulher.
Referências
BIGLIA, B & SAN MARTIN C. Estado de wonder bra. Entretejiendo narraciones
teministas sobre las violencias de género. Barcelona: Virus Editoral, 2007.
SAFFIOTTI, H. Gênero e Patriarcado. PUC-SP [mimeo]. 1999.
SAGOT, M. Ruta critica de las mujeres afectadas por la violência intrafamiliar en
América Latina: estudios de caso de diez paises. OPAS (Organização Pan-Americana de
Saúde). 2000.
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