A mediação nos cursos de graduação a distância: que mediação é essa?
Noelma Silva1
Universidade Estadual de Goiás - UEG
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Resumo:
Este artigo pretende problematizar a importância de se estudar a mediação que
efetivamente é praticada pelos professores nos cursos de graduação à distância.
Trata-se da parte de uma pesquisa mais abrangente que se encontra em
andamento, a qual objetiva analisar a mediação pedagógica nos ambientes virtuais
de aprendizagem. Na EAD há uma dificuldade em identificar quem ou o quê é
efetivamente responsável pela mediação pedagógica no processo de aprendizagem
virtual. Isso se revela, na medida em que, há um professor responsável pela
estruturação dos conteúdos dos cursos de graduação a distância e outro que
trabalhará este material pré-determinado e fechado com cada turma, denominado de
Professor Tutor. Esta realidade coloca em dúvida o tipo de mediação que está sendo
efetivamente praticada neste ambiente. Para tanto, neste artigo será apresentado o
diálogo realizado com autores clássicos que discutem a importância da mediação na
construção do conhecimento, na busca de uma relação de aprendizagem mútua
entre professores e alunos. Pretendemos sinalizar, neste diálogo, que tipo de
mediação é praticada na graduação à distância.
Introdução
Este artigo tem o propósito de problematizar a importância de se analisar a
mediação que está sendo praticada no Cursos de Graduação a Distância..
Conceitualmente, a mediação é considerada pela maioria dos autores clássicos,
1
Cientista Social, Mestre pela Universidade de Brasília e Especialista em Informática em Educação. Atualmente
é docente na Universidade Estadual de Goiás.
como abordagem e procedimento teórico-metodológico em que o conhecimento é
construído a partir da interação professor aluno.
No caso dos cursos de Graduação a Distância observa-se que há não
apenas um tipo de interação diferenciada entre professor e aluno, mas uma outra
lógica de interação, no qual o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) passa a ter
um importante papel. Diante deste novo espaço de aprendizagem é necessário
verificar que tipo de mediação é possível ser desenvolvida neste ambiente.
Um dos fatores motivadores desta pesquisa está no fato de que a mediação
desenvolvida nos cursos de graduação possui uma característica bem marcante. A
principal delas é a de que há um professor responsável pela montagem do conteúdo
e das atividades no AVA e outro responsável pela aplicação destas atividades préestabelecidas com os alunos sem nenhuma autonomia e nem flexibilização para
estabelecer uma relação mediática capaz de facilitar a aprendizagem do aluno.
Sendo assim, que tipo de mediação esta sendo efetivamente praticada no ambiente
virtual?
A pesquisa encontra-se em andamento tem como finalidade identificar que
tipo de mediação vem sendo praticada no ambiente virtual de aprendizagem. Este
artigo, no entanto, se concentrará na primeira parte da pesquisa, em dialogar com os
autores, com especial destaque para Vigotski e Vasconcelos que defendem a
importância da mediação pedagógica no processo de ensino-aprendizagem.
Metodologia
A motivação deste artigo se deve à experiência vivida como Professora
Tutora em diferentes cursos de graduação a distância nos últimos 02 anos
oferecidos pela Universidade Aberta do Brasil.
Iniciar esta problematização a partir do diálogo com os autores é importante
para compreender os elementos indispensáveis que caracterizam uma mediação
pedagógica.
Outro fator relevante que norteou esta parte da pesquisa foi focar em
autores que trabalham com o conceito de mediação no seu sentido puro sem a
utilização de tecnologias, para que possamos avaliar se na EAD é possível afirmar
que há um outro tipo de mediação.
Resultados:
1- Mediação: Importância e implicações
Na linguagem coloquial mediar é “ficar no meio de dois pontos”. São várias
as situações de vida que nos colocam entre dois pontos, como o real e o ideal, o
sujeito e o objeto, a teoria e a prática etc. Na educação, no entanto, a mediação tem
outros propósitos, tais como estabelecer o tipo de tratamento, que deve-se dar às
relações: professor aluno, teoria e prática e conhecimento e realidade.
1.1. Mediação como categoria dialética
Na filosofia clássica, Aristóteles usa o termo mediação como uma “espécie
de média (...) como meio termo”:
“Por meio termo no objeto entendo aquilo que e eqüidistante
de ambos os extremos e que é um só e o mesmo para todos e
por meio termo relativamente a nós o que não é nem
demasiado nem muito pouco e isto não é uma só coisa o
mesmo para todos” (Bottomore, 1983:263)
No entanto, contrariamente à leitura aristotélica, Hegel (apud Pontes,
1997:55) defende que a mediação “é responsável pela articulação dinâmica
processual entre as partes na sua ação recíproca e o todo, considerando que dada
parte constitui em uma totalidade parcial também complexa”. Para Hegel, a
mediação é que dá sentido à própria palavra dialética, esta entendida como o
estabelecimento de conexões entre pontos opostos por meio de algum intermediário.
Conclui então que esta relação subentende a capacidade de mediação como
alienação.
Marx por sua vez, ultrapassando o idealismo hegeliano, analisa a mediação
com um sentido historicamente concreto e critica esta espécie de sociedade de
reconciliação mútua, pois não acredita que extremos reais não podem ser mediados
um pelos outros de forma mútua (Bottomore,1983:264). Segundo Marx,
“As mediações são expressões históricas das relações que o
homem edificou com a natureza e consequentemente das
relações sociais daí decorrentes, nas várias formações sóciohumanas que a história registrou”. (apud Pontes, 1997:78).
Este grande pensador social identifica outras formas em que a mediação
aparece como imanente ao processo de produção, na medida que está acima da
atividade produtiva, visto que se encontra nas relações de troca fundamentais para o
processo de alienação. (Bottomore,1983:264). Lukács sintetiza bem a dimensão
ontológica da mediação enquanto categoria dialética materialista: “Não pode existir
nem na natureza, nem na sociedade nenhum objeto que neste sentido (...) não seja
mediato, não seja resultado de mediações”. (apud Pontes, 1997:79).
A mediação desta forma é imanente ao processo histórico-social enfatizado
pelo materialismo histórico dialético presente nas relações do homem com a
natureza. O pensamento marxista tornou-se uma corrente de pensamento crítico,
questionador que influenciou profundamente as ciências sociais, principalmente a
geografia, a história, a psicologia e a educação no início do século XX.
1.2. As influências da categoria mediação no processo de ensino-aprendizagem:
O russo e psicólogo Lev Semenovich Vigotsky2, influenciado pelos ideais
socialistas predominantes no seu país e pelo pensamento marxista revolucionário,
publica em 1924 uma obra em que fazia uma crítica à visão naturalista da psicologia,
defendendo que a estrutura humana deriva do processo de desenvolvimento
profundamente enraizado nas relações entre história individual e social. O que
pretendia de fato, segundo Rego (1995), era construir uma teoria marxista do
funcionamento intelectual humano.
Vigotsky contrapõe-se às idéias de que as funções psicológicas superiores
(atividades tipicamente humanas, como a capacidade de planejamento, memória
voluntária imaginação, etc.) são resultantes unicamente do processo de maturação.
(Vigotski, 1998:08). Propõe que as funções psicológicas devem ser estudadas e
entendidas à luz da teoria marxista da história da sociedade humana, lançou as
bases para uma ciência comportamental unificada. Tal postura lhe concedeu o título
de ser o primeiro psicólogo moderno a sugerir que os mecanismos que comprovam
ser a cultura parte da natureza de cada pessoa.
2
Segundo Rego (1995) Vigotsky viveu pouco tempo - morrendo de tuberculose aos 37 anos – mas o pouco que
viveu foi suficiente para deixar uma obra inacabada no entanto capaz de inspirar e lançar novas bases que viriam
a ser mais bem investigadas no futuro.
L. S. Vigotski (1998) apoiou-se no materialismo histórico em que mudanças
históricas na sociedade e na vida material produzem mudanças na “natureza
humana” (consciência e comportamento) e tenta correlacioná-la a questões
psicológicas concretas. Utilizou-se das concepções de Engels que o uso dos
instrumentos foi o meio pelo qual o homem transforma a natureza e ao fazê-lo
transforma a si mesmo. O homem através de suas transformações, faz com que a
natureza sirva seus propósitos dominando-a.
A representação do processo de mediação no desenho é indicado por uma
figura (1) que tem o estímulo de um lado e a resposta de outro tendo a mediação
como um elo de ligação. Vale ressaltar que para Vigotski (1998), que é contrário à
teoria do aprendizado baseado na associação estímulo e resposta , por acreditar que
a mediação é o processo pelo qual as formas superiores do comportamento humano,
o indivíduo modifica ativamente a situação estimuladora como uma parte do
processo de resposta a ela.
Figura 1
Estímulo/ ______________ Resposta/
Resposta
Estímulo
(mediação)
Vivendo numa sociedade socialista, Vigotsky (1998), procurava desenvolver
um trabalho que procurava eliminar o analfabetismo e elaborar programas
educacionais que maximizassem as potencialidades de cada criança, mas não vive o
suficiente para testemunhar o que sua teoria tinha de fato proporcionado ao
desenvolvimento da formação da criança.
Vigotsky desenvolve o conceito de mediação simbólica em que distingue
dois elementos básicos responsáveis pela mediação: o instrumento e o signo. O
instrumento tem a finalidade de regular as ações. E os signos que regulam as ações
sobre o psiquismo das pessoas. Portanto, para Vigotski os instrumentos são
provocadores de mudanças externas pois amplia a possibilidade de intervenção na
natureza. Esses instrumentos permitem ao homem a apropriação das experiências
elaboradas socialmente e lhe dão bases para a produção de novos conhecimentos.
1.3. As re(definições) para explicar o mesmo fenômeno: mediação
Depois de Vigotsky outros autores deram continuidade à sua linha
metodológica. Vasconcelos (1999) defende que um dos pressupostos básicos da
mediação está na concepção da função social da escola e portanto ela deve
propiciar aos sujeitos, por meio da construção do conhecimento, uma compreensão
científica filosófica e estética do real para nele intervir.
“ é importante para o professor ter consciência que seu papel
primeiro não é cumprir um programa, não é dar determinado rol
de conteúdos: antes de mais nada, seu papel é ajudar os
alunos a entenderem a realidade em que se encontram, tendo
como mediação para isto os conteúdos”. (1999:35)
“O que se espera das novas gerações é que possam participar
do movimento do real, no sentido da superação de suas
contradições básicas, para isto, uma das mediações seria
compreender como funciona a realidade, necessitando se
apropriar dos conceitos já elaborados (a fim de não terem que
começar tudo de novo)”. (1999:33)
“A concepção de educação do educador interfere até mesmo
na mobilização: se o educador não entende o seu programa
como uma mediação, como uma forma de compreender a
realidade, mas como um fim em si mesmo (concepção
tradicional), terá dificuldade em provocar o interesse do aluno
para o conhecimento” (1999:38)
Para Bruner (apud Muniz, 2001:37-39), um dos pioneiros das ciências
cognitivas, a mediação é concebida como constituída a partir da pessoa e de
recursos culturalmente situados. Destaca que a distinção entre Mediador e Criança
está na natureza da relação sujeito e objeto de conhecimento e que isso tende a
reduzir quando o mediador ajuda a criança a dar sentido à sua ação estabelecendo
ligações com os saberes anteriormente adquiridos no contexto sociocultural que
participa.
Segundo Muniz (2001:39) a noção de mediação enquanto processo de
relação entre o adulto e a criança na aprendizagem a partir da resolução de
situações problema leva a considerar a noção de Zona de Desenvolvimento Proximal
também proposta por Vigotsky. Também traduzida como zona de desenvolvimento
potencial, a zona de desenvolvimento proximal é definida como a possibilidade de
alteração no desempenho de uma pessoa pela interferência de outra. Afirma ainda
que não ocorreria desenvolvimento de um indivíduo se não houver situações
propícias ao aprendizado. Isto é, o outro social é imprescindível no desenvolvimento
e aprendizagem
O psicólogo russo aprofunda melhor a questão, ao afirmar que não é
qualquer indivíduo que pode, a partir da ajuda de outro, realizar qualquer tarefa, isso
vai depender do nível de desenvolvimento potencial desta pessoa. Além disso ele
atribui importância extrema à interação social no processo de construção das
funções psicológicas humanas.
A mediação é tratada ao mesmo tempo como método de abordagem como
técnica de aprendizagem, o que confunde seu verdadeiro papel nas relações
professor aluno e construção do conhecimento. Muniz (2001:39) enfatiza que a
utilização de recursos didáticos pedagógico pode e deve traduzir a representação
social do objeto de conhecimento.
Segundo Vasconcelos (1999:62) a meta a ser alcançada na relação
professor aluno é uma prática pedagógica significativa, que dialeticamente confronte
a realidade e o objetivo, capaz de superar o viés reprodutivista.
“...utilizando da mediação do objeto do conhecimento, (...) o
professor de forma intencional, dispõe certas condições da
realidade para que o aluno construa seu conhecimento. Para
esta compreensão da realidade, uma mediação básica é o
conhecimento científico e filosófico, incorporado naquilo que se
consagrou chamar “os conteúdos escolares”. Coloca-se a
questão do tipo de mediação do objeto que o aluno terá
contato. A mediação da realidade a ser conhecida pelo aluno
pode ser objetal, ilustrada, verbal e simbólica (ex.: o livro
didático, um filme, a exposição do professor, uma foto, um
documento, uma gravação, um texto, um modelo, um vídeo,
etc.) As mediações podem constituir relação com práxis,
criticidade, historicidade, totalidade (Vasconcelos,1999:64).
1.4. A mediação na construção do conhecimento
Sobre as
etapas da
construção
do conhecimento,
Saviani (apud
Vasconcelos,1999:45) esclarece que neste processo “O movimento que vai da
Síncrese (‘a visão caótica do todo’) à Síntese (‘uma rica totalidade de determinações
e de relações numerosas’ pela mediação da Análise (‘as abstrações e determinações
mais simples’) (...)” novos conhecimentos são passíveis de serem elaborados ao
longo destas etapas.
As metodologias desenvolvidas nas aulas refletem a concepção de
educação e de um conjunto de objetivos. A compreensão materialista dialética da
educação baseia-se numa concepção de homem e de conhecimento onde o homem
é um ser ativo e de relações. Assim, enquanto Vigotsky trata da aprendizagem,
Vasconcelos (1999:45) trata do conhecimento como algo que é construído pelo
sujeito na sua relação com os outros e com o mundo.
No tratamento do conhecimento, Celso Vasconcelos (1999:46) destaca três
grandes dimensões, eixos ou preocupações do educador: a mobilização, interação e
a síntese. Inicialmente a mobilização para o conhecimento pode provocar a
necessidade de desequilibrar (síncrese), depois a construção deste conhecimento
(análise). Outra dimensão é a interação, em que o sujeito deve construir, pela sua
ação, o conhecimento através da elaboração de relações cada vez mais totalizantes.
E, por último, estabelece-se relações, quanto mais abrangentes e complexas entre o
sujeito que estará conhecendo e elaborando a síntese deste conhecimento
Além disso há também diferentes níveis de compreensão do conhecimento
e experiência da prática social do Professor e do aluno. Saviani (apud Vasconcelos,
1999:37) “Enquanto o professor tem uma compreensão que poderíamos chamar de
síntese precária, a compreensão dos alunos é de caráter sincrético”.
Assim como Vigotsky, desenvolveu uma teoria sócio cultural, Feuerstein
(apud Gomes,2002) desenvolveu a teoria da Experiência de Aprendizagem Mediada
– EAM. Ambas compreendiam que o indivíduo não podia aprender sozinho e que é
fundamental o papel exercido por pais, professores colegas e comunidade na
definição no tipo de interação que ocorre entre as crianças e o ambiente. No entanto,
enquanto para Vygotsky o processo de aprendizagem da criança é definido pela
situação sociocultural, para Feuerstein a criança é o sujeito, agente da
aprendizagem, mantendo, no entanto, uma unidade na situacão de aprendizagem
mediada.
1.5. A mediação na formação de professores
A mediação, até então, teve seu campo de análise muito restrito à relação
Professor-Aluno na escola básica, mas no que se refere à formação universitária é
ainda pouco estudada.
Podemos destacar que a formação universitária para professores é
entendida por Knowles e Cole (apud Mizukami,2002), como um continuum, como um
processo em desenvolvimento para a vida toda. Mizukami (2002) acredita que para
aprender a ser professor não é uma tarefa simples em que se conclui um aparato de
conteúdo e técnica de transmissão deles3. É muito mais que isso, trata-se de um tipo
de aprendizagem que deve ocorrer por meio de situações práticas que sejam
efetivamente problemáticas, o que exige o desenvolvimento de uma prática reflexiva
competente.
Shein (apud Mizukami,2002) destaca que muitos problemas educacionais
persistem e outros vem se acentuando nas últimas décadas. Dentre eles o conflito
existente entre o saber escolar e a reflexão na ação dos Professores e alunos. Shein
propõe que para a superação da relação mecânica e linear entre o conhecimento
científico e técnico e a prática concreta de sala de aula, deve-se estabelecer uma
política de formação dos professores como uma prática reflexiva.
Conclui que, refletir sobre a prática permite fazer experiências, cometer
erros e tomar consciência dos próprios erros e tentar novamente de outra maneira.
Além disso, Mizukami (2002) pondera que a reflexão implica além do simples
conhecimento dos métodos, o desejo e a vontade de empregá-los, implica intuição,
emoção e paixão.
Para Zeichner (apud Mizukami, 2002) aprender a ensinar é um processo
que continua ao longo da carreira docente, e que na melhor das hipóteses só é
possível preparar os professores para começar a ensinar. Esta sim é a grande
temática nos trabalhos sobre formação de professores.
Os estudos sobre mediação parte sempre de um pressuposto básico, o de
propiciar às novas gerações uma compreensão científica, filosófica, estética da
realidade em que vivem por meio da construção do conhecimento. Cabe ao
educador, segundo Vasconcelos (1999,35) “(...) ajudar a mediação alunoconhecimento-realidade”, com a finalidade de que “(...) o aluno possa se apropriar do
saber de uma maneira o mais significativa, concreta, transformadora e duradoura
possível.”
Na educação, no entanto, a mediação tem outros propósitos, tais como
estabelecer o tipo de tratamento que deve-se dar aos conteúdos que é apreender o
3
Prova disso é que quando o pedagogo habilitado legalmente chega na sala de aula, sente-se completamente
incapacitado de lidar com a problemática pedagógica que permeia o universo escolar.
movimento do real para nele intervir e não somente um conhecimento com o fim em
si mesmo.
Cabe aqui questionarmos então, como são formados os professores que
atuam direta e indiretamente na educação a distância e que tipo de mediação vem
sendo então praticada no ambiente virtual de aprendizagem.
Conclusão
Este diálogo nos leva a questionar se as concepções clássicas de mediação
podem ser aplicadas na EAD e também questionar que tipo de mediação é possível
ser desenvolvidas na graduação a distância.
Mediar o conhecimento é trazer não apenas o contexto do aluno ou a
realidade social, mas que tem como principal objetivo alcançar a aprendizagem para
que o aluno torne-se sujeito de sua história.
No caso da educação a distância que se utiliza de ferramentas tecnológicas,
os Ambientes Virtuais de Aprendizagem, que são criados por uma pessoa,
denominada professor autor e trabalhado com os alunos por outro professor,
denominado professor Tutor nos comprova que há um outro tipo de mediação em
andamento que necessita ser melhor compreendido para compreender sua
efetividade. É o que pretendemos trabalhar na parte 2 desta pesquisa.
Referenciais:
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Saberes necessários da prática educativa. 23ª
ed. São Paulo Paz e Terra.1996.
GOMES, Cristiano Mauro Assis. Feuerstein e a construção mediada do conhecimento. Porto
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LUDKE, Menga. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas São Paulo:EPU, 1986.
MIZUKAMI, Maria das Graças Nicoletti, et al. Escola e aprendizagem da docência.
Processos de investigação e formação. São Carlos. UFSCar, 2002.
PIMENTA, Selma Garrido e GHEDIN, Evandro (orgs.) . Professor reflexivo no Brasil –
Gênese e crítica de um conceito. São Paulo Cortex. 2002.
POLONIA, Ana da Costa. SILVA, Angela Anastácio e SILVA, Maria do Socorro. BRANDÃO,
Sumeire. Contribuições da psicologia para a educação. Brasília. Volume 4 do Módulo 4
do Curso de Pedagogia para Professores em exercício no início da escolarização.
2001.
REGO, Teresa Cristina. Vigotsky:
Uma perspectiva histórico-cultural da educação.
Petrópolis, RJ: Vozes. 1995 (Educação e conhecimento).
VASCONCELOS, Celso dos S. Construção do Conhecimento em sala de aula. São Paulo
Libertad. 1999 (Cadernos Pedagógicos do Libertad 2)
VIGOTSKY, L. S. A formação social da mente – o desenvolvimento dos processos
psicológicos superiores. 6ª ed. São Paulo?Marins Fontes . 1998 (Psicologia e
pedagogia)
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