Autor: Data: Pág.: Temática: (Não Assinado) Terça-Feira, 26 de Fevereiro de 2008 21 Economia FIM DAS ESCRITURAS Interesse público “posto em causa” O bastonário da Ordem dos Notários considerou, ontem, que o fim da obrigatoriedade de realização de escritura pública de um imóvel é desvantajoso para os cidadãos e coloca em causa "o equilíbrio da justiça". Joaquim Barata Lopes falava à saída de uma audiência com o Presidente da República, Cavaco Silva, a quem foi dar conta de algumas preocupações dos notários e que, disse, se mostrou "um homem atento às questões da justiça e que compreende algumas questões colocadas pelos notários". Referindo-se ao fim da obrigatoriedade das escrituras públicas, não só nas transacções de imóveis, mas também nas doações ou heranças, por exemplo, os notários são "favoráveis à simplificação administrativa desde que esta seja responsável", afirmou o bastonário. Na sua opinião, não é este o caso, já que esta decisão do Governo "é prejudicial para o interesse público" e leva a que "deixe de haver garantia da segurança jurídica e de legalidade". Além disso, será de esperar um "aumento dos litígios em tribunal e, logo, uma diminuição da celeridade" da Justiça.