[ editorial ]
Armindo Angerer
Diretor-Geral
Grupo Educacional Expoente
[ Ìndice ]
[ expediente ]
er
Direção-Geral: Armindo Vilson Anger
Angerer
es
Gerente do CEEE: Rosalina Soar
Soares
afraia
Gerente de Marketing: Karina LLafraia
Edição e Redação:
ea Gonçalves Santos (Mtb 9355/19/195)
Andr
Andrea
Alessandra PPotamianos
otamianos (Mtb 4469/18/109)
Direção de Gráfica: Antonio Both
Gerente Pré-Impressão: Paulo César Niehues
aiva Vidal neto
Arte e Diagramação: Augusto de PPaiva
Fotolitos e Impressão: Editora Gráfica Expoente Ltda.
Av
inhais-PR
Av.. Maringá, 350 - PPinhais-PR
CEP 83324-000 - Fone: (41) 3312 43 50
Fax: (41) 3312 43 70
es.
Tiragem: 18 500 exemplar
exemplares.
Impressão Pedagógica é uma publicação semestral,
de circulação nacional, dirigida a diretores de escolas,
coordenadores e professores, sendo distribuída por mailing
personalizado. Não nos responsabilizamos por opiniões
expressas nos artigos assinados.
Todos os direitos reservados.
[ 04 ]
Entrevista Hamilton Werneck
[ 08 ]
O que muda no Ensino
Fundamental de 9 anos
[ 10 ]
Aproveite as eleições para
trabalhar a cidadania
[ 14 ]
Aprendizado fora da sala de aula
[ 20 ]
Alfabetização com muita diversão
[ 24 ]
A importância dos projetos
educacionais
[ 28 ]
Filosofia e Sociologia de volta aos
currículos escolares
impressão Pedagógica [ 3 ]
[ entrevista ]
Tu finges, ele finge
Hamilton Werneck viaja o país, falando sobre
a pedagogia do fingimento e as dificuldades
da carreira do educador
Você já deve ter se deparado com aquele professor que finge que ensina ou
Impressão Pedagógica– Em seu
livro Se Você Finge que Ensina,
com o aluno que finge que aprende. A situação é comum e, infelizmente,
Eu Finjo que Aprendo, é defendida
ainda não tem prazo para acabar. Por mais que o educador se aperfeiçoe,
a idéia de que professores e
constantemente, a pedagogia do fingimento tem espaço em uma ou outra
alunos estão envolvidos numa
farsa. Você pode enumerar
instituição. O professor, consultor e escritor Hamilton Werneck até publicou
algumas situações para
um livro sobre esse assunto. Segundo ele, ensinar
exemplificar essa idéia?
e exigir que os alunos aprendam por
aprender, sem incentivar o ato de
pensar, é um indício da
conversa fiada, então, não há um
fato pedagógico relevante. Trata-se
de fingimento consentido de ambas
as partes. Depois, quando os traba-
magistério, claro, não se resume
lhos são feitos e assinados, poden-
professores e alunos. É
importante manter-se atualizado e
do ter sido trabalho de um só, a
nota vai para todos, sem o professor saber quem, de fato, sabe. Trata-se de uma ilusão. Ensinar o que
não é atual e útil, outra ilusão. Ensi-
interessado pela função social do
nar e exigir que os alunos aprendam
educador. E, para isso acontecer deve-
o que não leva ao hábito de pensar
se investir na educação permanente.
Confira esse e outros assuntos na
entrevista que Hamilton Werneck
concedeu à Impressão
Pedagógica.
[ 4 ] impressão Pedagógica
em grupo, nas aulas, torna-se uma
pedagogia do fingimento. Mas o
ao fingimento de alguns
[ 4 ] impressão Pedagógica
Hamilton Werneck – Se o trabalho
por si só é outra farsa. Exigir, nos
dias de internet, que os alunos decorem, outra perda de tempo. Ensinar conceitos livrescos quando estão cheios de erros, como as definições de ilha e triângulo, a explicação da órbita da Terra.
em relação ao Sol, tudo uma gran-
no magistério, sempre esperam que
assumem, de fato, essa postura
de perda de tempo. Mas por que
os dirigentes organizem a formação
política, fazendo disso uma
isso ocorre? Muito simples: os pro-
permanente. Deveriam, sim,
bandeira e levando essa
fessores são “pilotos de livros didá-
organizá-la. No entanto, se eles não
“politicagem” a sério?
ticos”, e não agentes de transforma-
a organizam, nada impede que o
Hamilton Werneck – Buscando
ção.
próprio interessado, o professor,
recurso em Pierre Bourdier,
IP – Quais motivos levam um
procure se organizar tendo em vista
afirmamos que não há escola
professor a adotar a Pedagogia do
essa formação. Sem isso, não se
neutra. Pode não existir uma escola
Fingimento com seus alunos?
vai adiante a lugar algum e a
partidária (político-partidária), mas,
Hamilton Werneck – Muitos
profissão alguma. O segundo
na macropolítica, as escolas são
professores, escolas e sistemas
tópico da pergunta fala de conexão.
políticas. Como se desenvolve o
estão trabalhando mecanicamente,
Pois bem, no mundo atual, com os
conceito de poder nas escolas? A
sem pensar no que estão fazendo.
Trabalham e, por vezes, trabalham
muito, porém fazem o que o
programa manda, sem levar em
conta o contexto dos alunos. O
fingimento não é pensado, nem
acatado, nem se trata de uma
forma de ação consciente. Trata-se
“Muitos professores, escolas e sistemas
estão trabalhando mecanicamente, sem
pensar no que estão fazendo. Trabalham
e, por vezes, trabalham muito, porém
de uma ação involuntária, quase
fazem o que o programa manda.”
que automática, de pessoas que
refletem pouco. Ou seja: não
pensam o próprio
meios de comunicação que
escola busca a legitimidade
pensar.
existem, é importante estarmos
árquica, télica, tectônica ou tópica
IP – Você costuma dizer que a
conectados. Conectar-se com os
do poder, relembrando os capítulos
educação permanente e a
colegas de colégio, de série e de
finais de meu livro Ensinamos
conexão são duas tendências em
turma; conectar-se pela internet,
Demais, Aprendemos de Menos?
nossa sociedade. O que isso
por vários tipos de
As relações de submissão, a
significa?
correspondência. Essa conexão
começar pela do próprio corpo, às
Hamilton Werneck – Assim como
visa, antes de mais nada, à troca de
normas disciplinares existentes e à
você não compra um produto num
informações e de conhecimento.
metodologia das aulas indicam
supermercado com data de
Quanto maior a rede de conexões,
pistas para a democracia ou
validade vencida, os alunos
maiores as oportunidades de
autocracia? A escola é uma
também não gostam de assistir a
formação permanente.
representação da sociedade,
aulas com professores
IP – Ainda que não apóiem ou
podendo não ser sua fiel
desatualizados. Para se manter
banquem campanhas políticas
reprodutora, embora Louis
atualizado, só por meio de uma
nem se envolvam com partidos,
Althusser, no livro Ideologia e
formação permanente, que poderá,
você afirma que todas as escolas
Aparelhos Ideológicos de Estado,
até mesmo, ser administrada pelo
são políticas, pois permitem e
afirme que as escolas são
próprio professor, por leituras e
incentivam os trabalhos em
aparelhos reprodutores. Ao
debates com seus próprios
equipe, promovem o diálogo e se
reproduzir, a escola faz política no
colegas. A questão é que, muitos,
organizam. Mas as escolas
sentido macro, não no sentido
impressão Pedagógica [ 5 ]
micro. Existem grêmios estudantis
contusão”. Isso significa que o
verbas, desconsiderações por parte
ou representação dos estudantes
processo, o caminho seguido é o
da sociedade. Muitas vezes, dele
para dialogar com os educadores?
mais importante para avaliar o que
tudo se exige e pouco se oferece. O
Existindo ou não, em ambas as
um aluno, de fato, sabe. O
Brasil desenvolve, ainda, a
práticas, está embutido um
acompanhamento do
educação da quantidade em
conceito político. Nesse sentido,
desenvolvimento de uma resposta
detrimento da qualidade. Não se
toda escola faz política.
permitirá uma análise mais acurada
pode negar que a educação do
IP – O que é o conteúdo oculto?
dos erros e o professor saberá
passado, mesmo nas escolas
Hamilton Werneck – Chamamos de
quais domínios o seu aluno tem ou
públicas, era muito boa. No
conteúdo oculto o que os alunos
precisa adquirir. A uma conclusão,
entanto, é preciso avaliar melhor
percebem no ato educador, que, no
portanto, chega-se: professores mal
essa questão, porque não era a
entanto, não aparece nos
pagos, saturados de trabalho, e que
grande massa da população que
programas, nos objetivos e nos
necessitam atender a todas as
estudava nessas escolas; eram,
conteúdos. Ele está presente nas
exigências burocráticas das provas
exatamente, os membros das elites
atitudes, no modo de fazer o
e notas do bimestre não terão bom
rurais e urbanas. Havia qualidade,
trabalho, nas relações entre
desempenho como avaliadores e
mas para um grupo muito reduzido
educandos e educadores. Paulo
educadores. Serão muito mais
de pessoas. Hoje, desenvolve-se a
Freire diz que deveríamos chegar a
“pilotos de livro didático” que
quantidade: quase todas as
um momento em nossa vida
profissional em que “nossa fala
“Algumas provas trazem um espaço
deveria ser a nossa prática”. Se as
ações educativas ocorrem nessa
visão freiriana, o conteúdo será
retangular ou quadrado abaixo das questões
manifesto. No entanto, se as ações
para as respostas. O professor muito
são veladas, despercebidas, então,
atarefado ganha tempo ao corrigir, porém
o conteúdo é oculto, e o educando
acaba por concluir na direção que
não sabe da evolução de seus alunos.”
a cultura deseja, sem ter sido
aconselhado para tirar tais
conclusões.
IP – A avaliação é uma das
“agentes de transformação”.
crianças estão nas escolas, mas as
ferramentas pedagógicas. Você
IP – O professor é também uma
escolas ensinam o que não se
acredita que corrigir uma prova
das vítimas da péssima qualidade
precisa aprender, descuidam do
apenas analisando as respostas
de ensino que ainda existe em
pensar e do sentir, não se prendem
é um método falho?
algumas instituições que tratam a
ao “aprender a aprender”. Isso
Hamilton Werneck – Quando um
educação sem lhe dar o devido
significa que podemos desenvolver,
professor corrige as questões de
valor. O professor, ao seu ver,
facilmente, uma pedagogia para o
uma prova pela resposta final, está
continua passivo frente a essa
pobre continuar pobre. E ser
deixando em segundo plano a
situação?
agente pedagógico de uma
análise do processo. Marshall
Hamilton Werneck – O professor,
situação dessas é uma lástima que
McLuhan, em 1963, no livro Meios
mesmo não aderindo à
desencanta qualquer mestre
de Comunicação como Extensão da
“vitimologia”, pode ser vítima do
responsável que tenha o mínimo de
Pessoa Humana, lembra que “a
processo que atinge a educação.
discernimento em relação as suas
queda é mais importante que a
São salários baixos, desvios de
ações profissionais.
[ 6 ] impressão Pedagógica
[ artigo ]
O papel pedagógico
do conflito
por Maria Luiza Pick
Em qualquer ambiente social e,
como não poderia ser diferente, no
ambiente escolar, as relações
interpessoais são envolvidas por
afetividade que também pode
compreender situações de
desavenças no cotidiano. Ver como
naturais essas manifestações e
compreender que são
oportunidades de aprendizagem
representa um desafio para nós
professores. Os conflitos podem
ter contextos construtivos ou
destrutivos, dependendo da postura
que temos, pois mesmo não
fazendo nada transmitimos uma
mensagem. Em qualquer relação
educativa, haverá crises ou atritos
que podemos considerar como
ocorrências naturais nas relações
humanas. Considerando-as como
parte do processo de
desenvolvimento do ser humano,
penso que podemos planejar
intervenções que favoreçam a
construção autônoma das crianças,
ou adolescentes, na resolução dos
conflitos.
Há uma grande tendência em
gastarmos tempo e energia para
prevenir ou evitar conflitos.
Pensando que quanto mais
cooperativas forem as crianças
mais conflitos surgirão, podemos
planejar situações de
aprendizagem que as envolvam.
Por exemplo, discutindo as
conseqüências da “fofoca”,pode-se
pedir para que os envolvidos
discorram sobre como se sentiram.
Situações de mentira são ótimas
oportunidades para refletir sobre a
necessidade da veracidade. Em
circunstâncias de agressões físicas
e verbais, possibilitar que os alunos
reconheçam os sentimentos dos
outros e resolvam as desavenças
por meio do diálogo. Isso amplia a
consciência do certo e do errado,
do bem e do mal e torna os
indivíduos solidários e competentes
para manter relacionamentos
saudáveis. Expressar os
sentimentos sem causar danos nos
outros é uma ótima experiência
para controlar explosões de raiva.
Isso envolve a descentração e a
reciprocidade, condições
necessárias para considerar as
perspectivas e os sentimentos dos
outros. Os pequenos furtos podem
servir para as crianças aprenderem
o significado de emprestar e não
pegar o que não lhes pertence sem
autorização. Crianças precisam
aprender a lidar com a frustração, a
tristeza, a perda, a raiva e
compreender que isso faz parte dos
sentimentos humanos.
Geralmente nós, professores,
tendemos a resolver os conflitos
entre as crianças, retirando-as do
processo e não lhes
proporcionando a oportunidade de
aprenderem com o conflito. O fato
de não solucionar por elas não é
sinônimo de largá-las à própria
sorte. A intervenção do professor
acontece à medida em que ele
explicita o problema de tal forma
que as crianças possam entendê-lo,
ajuda-as a verbalizar seus
sentimentos e desejos, promove
uma interação, auxilia-as a se
escutarem e convida-as a
colocarem sugestões e proporem
soluções. O professor promove o
autoconhecimento quando ajuda a
criança a refletir sobre seus
sentimentos e tendência de
reações.
Acreditemos que as crianças são
capazes de resolver seus conflitos,
mas lembremos, também, que
nossa postura e mediação são
parte do processo de
aprendizagem.
Maria Luiza Pick,
graduada em Pedagogia e
pÛs-graduada em
Modalidades de IntervenÁ„o no
Processo Ensino/
Aprendizagem, pela PUC/PR.
Coordenadora, da EducaÁ„o
Infantil ‡ 4™ sÈrie, do Expoente.
impressão
impressão Pedagógica
Pedagógica [ 7 ]
Mudanças no Ensino
Fundamental
MEC quer uniformizar EF em todo
o Brasil até 2010
O Ensino Fundamental de 9 anos já
todos os outros países da América
criança deverá ser respeitado. As
é uma realidade em muitos
Latina. O MEC orientou que cada
atividades ainda serão alusivas ao
municípios brasileiros. O que o
Conselho Estadual da Educação
mundo infantil e os pequenos
Ministério da Educação quer fazer,
defina em sua região quando o
ingressarão no ciclo de
até 2010, é uniformizar esse nível de
Ensino Fundamental de 9 anos
alfabetização. “A criança de 6 anos
ensino em todo o país, atualizando
deve ser incorporado à realidade
ainda é aquela que brinca e as
o currículo escolar dos estudantes,
das escolas, tendo o ano de 2010
atividades são mais infantis. Logo,
a exemplo do que acontece em
como prazo máximo para isso. Em
ela não terá o mesmo conteúdo
São Paulo, o Conselho
(pedagógico) da criança com 7
Estadual de Educação
anos”, explica Francisco das
definiu que o EF de 9
Chagas Fernandes, secretário da
anos deve ser
Educação Básica do MEC.
implantado até 2010.
Adaptando-se plenamente à nova
Um dos objetivos
realidade, o Sistema de Ensino
dessa padronização é
Expoente manterá até 2010 todos
permitir que mais
os seus materiais didáticos
crianças comecem a
atualizados, tanto para o Ensino
freqüentar as escolas
Fundamental de 8 anos, como para
(com o EF de 9 anos,
o de 9 anos.
o pai é obrigado – por
lei – a matricular seu
filho com 6 anos e não
mais com 7). O
conteúdo escolar não
sofrerá grandes
mudanças. Apesar de
ingressar no Ensino
Fundamental com 6
anos, o período de
desenvolvimento da
[ 8 ] impressão Pedagógica
[ 8 ] impressão Pedagógica
O Ministério da Educação e
Cultura (MEC), disponibilizou
em seu site
(www.mec.gov.br) um FAQ
de perguntas mais
freqüentes sobre o Ensino
Fundamental de 9 anos.
Você pode ter acesso às
perguntas e respostas no
Portal Escola Interativa
(www.escolainterativa.com.br).
Cidadania se
aprende na escola
Aproveite as eleições para desenvolver a
consciência política em seus alunos
PMDB tem o maior número de candidatos;
Heloísa Helena trabalhou como bóia-fria; Lula
considera aceitar o convite para debate eleitoral; Apoio de Aécio a Alckmin não deve ser
tão enfático. As frases acima foram retiradas
das manchetes de alguns jornais no dia 3 de
agosto de 2006. Mas, se você está se perguntando o que isso tem a ver com a rotina
escolar, a resposta é simples: tudo. Afinal, as
eleições de 2006 são um ótimo momento para
se trabalhar o tema cidadania e mostrar aos
seus alunos que o voto consciente é sim capaz de mudar a sociedade.
“Alguns alunos vêem os políticos como desonestos, negligentes, corruptos, que visam
apenas ao lado financeiro e egocêntrico e deixando o interesse maior pelo bem comum da
sociedade. Por outro lado, temos estudantes
que, depois das nossas discussões em sala
de aula, adquirem uma visão mais ampla, levando em conta que a política não pode ser
vista somente como algo negativo, mas sim
como a solução dos problemas da sociedade”, analisa Alessandro Luis Mombach, professor de Filosofia do Colégio Expoente.
Mas, para chegarem às próprias conclusões,
os alunos precisam de estímulo. O professor
Alessandro, por exemplo, trabalha com muita
leitura, reflexão de grupo e discussões.
“Conscientizo os adolescentes da realidade
[ 10 ] impressão
impressão Pedagógica
Pedagógica
social e política de nossa sociedade
mostrando que um bom futuro depende de boas atitudes no presente, sobretudo, de que o voto consciente é a única forma de tornarmos nosso país mais justo e humano”, diz.
Cuidado,porém, para não lembrar da
cidadania apenas em época de eleição. É importante exercitá-la diariamente. “Parto do princípio que a sala
de aula é uma célula desse imenso
corpo que é a sociedade, por isso é
preciso viver a cidadania, respeitando os direitos e deveres do aluno
na sala de aula e no espaço escolar”, defende o professor, lembrando que o exercício da cidadania não
tem idade.
É possível trabalhar, de acordo com
a faixa etária de cada turma, valores
como honestidade e respeito por
todos e tudo que está a nossa volta.
“Acredita-se que não nascemos seres
humanos, mas sim, tornamo-nos
seres humanos por meio de
experiência e convivência com o
outro. Devemos desenvolver nos
alunos o espírito solidário, visando
mais ao bem comum e altruísta do
que a um bem individual e egoísta”,
conclui o ensinador.
Estudantes vão às urnas
Na escola Vivendo o Verde, em São Bernardo do Campo (SP), votar é
um dever de todos, não importa a idade. A primeira experiência dos
estudantes, do maternal à 8a. série do Ensino Fundamental, diante das
“urnas” foi no referendo popular sobre a comercializaçã o de armas no
país, em 2005. O projeto empolgou tanto os pequenos cidadãos que a
instituição vai repetir a dose para as eleições de 2006.
Na época do referendo, as turmas de 6a. série dividiram-se em dois grupos.
Um, a favor da comercialização das armas e outro, contra. Os alunos
ficaram responsáveis pelas campanhas. Para isso, pesquisaram em detalhes
o tema, realizaram, todas as semanas, o “horário eleitoral” – quando
passavam em todas as classes defendendo seu ponto de vista e informando
os colegas – e colaram cartazes por toda a escola.
Já a 7a. série fez o papel do Tribunal Regional Eleitoral e o Tribunal Superior
Eleitoral ficou por conta da a 8a.. As turmas mostraram o que era permitido
e proibido nas campanhas, confeccionaram títulos de eleitor para todos
os alunos e dividiram a escola em seções eleitorais para o tão esperado
momento da votação.
“Percebemos que, antes do trabalho, os alunos não se envolviam. Depois,
passaram a ser mais críticos e entenderam a importância de ter opinião
própria, baseada no conhecimento”, conta Kátia Navarro Alves, professora
de Filosofia do Ensino Fundamental II (5a. a 8a. série).
Em 2006, os trabalhos na Vivendo o Verde já começaram. As turmas de 7a.
e 8a. séries do Ensino Fundamental fazem novamente as vezes de TRE e
TSE. Já a 6a. série continua responsável pelas campanhas, mas para não
ter que representar um candidato, a instituição decidiu que os alunos
votariam melhorias para a escola. Os grupos se dividiram e defendem,
entre outros benefícios, a pintura do muro e a construção de uma pista
de corrida. “O tema é aproveitado em todas as disciplinas. Em Matemática,
foram trabalhados gráficos de pesquisas, e, em História, os professores
mostraram como era o processo eleitoral antigamente”, conta .
Quem vencerá as eleições escolares? Isso não importa, os alunos do
Vivendo o Verde já saíram ganhando quando entenderam o valor do voto.
impressão
impressão Pedagógica
Pedagógica [ 11 ]
Como vive o
professor brasileiro
Dificuldades são muitas, mas docentes
não pensam em desistir
Existem cerca de 2,6 milhıes de
professores no Brasil
15% dos professores brasileiros
est„o na rea rural
80% dos docentes de EducaÁ„o
Infantil, Ensino Fundamental e
MÈdio atuam na rede p˙blica
O salário de um professor, na
encantando e reunindo cada vez
com o Instituto Nacional de Estudos
Educação Infantil, é cerca de vinte
mais adeptos. Atualmente, existem
e Pesquisas Educacionais (Inep) e
vezes menor que o de um juiz. Para
2,6 milhões de docentes no país,
com o Ministério da Educação,
garantir o próprio sustento, 25%
responsáveis pela educação de 57,7
apenas 10% dos docentes declara-
dos docentes trabalham mais de 40
milhões de alunos. E, nos últimos
ram o desejo de largar a profissão,
horas semanais e acabam sem
anos, o número de ingressos nos
enquanto 72,2% enxergam a
tempo de preparar aulas criativas e
cursos de graduação que oferecem
educação como principal maneira
inovadoras. A infra-estrutura também
licenciatura mais que dobrou,
para formar cidadãos conscientes.
deixa a desejar: 80% das escolas
passando de 166 mil, em 1991, para
Além disso 60,5% ainda sonham em
brasileiras não contam com
362 mil, em 2002.
desenvolver a criatividade e o
laboratórios de ciências e 45% não
Segundo a pesquisa O Perfil dos
espírito crítico de seus alunos.
têm nem bibliotecas. É difícil ser
Professores Brasileiros: o que fazem,
Confira a história de dois
professor no Brasil, mas, mesmo
o que pensam, o que almejam,
professores que deixam de lado as
com números tão decepcionantes,
realizada pela Unesco, em parceria
dificuldades e vivem a experiência
a arte de ensinar continua
com o Instituto Paulo Montenegro,
da educação com muito orgulho.
[ 12 ] impressão Pedagógica
Exemplos de dedicação
“Meu pai era advogado havia 42 anos; tinha uma carreira brilhante,
e quando fui escolher minha profissão, eu era muito indeciso. Me
sentia pressionado a seguir os passos dele, pois todos diziam que
seria mais fácil, que eu já começaria a carreira com a garantia de
ter clientes e um nome no mercado. Enfim, me deixei influenciar.
Resultado: fiz Direito e me formei, mesmo sabendo que não estava
feliz. Como já dava aulas de Inglês, aproveitei e resolvi fazer Letras
na Universidade Federal do Paraná. Ensinar já era a minha paixão
e decidi investir.
Alexandre Bastos Penteado, professor de
Inglês e Espanhol, no Expoente.
Tive a oportunidade de fazer um curso em Londres e me encantei
pela história da Língua Inglesa. Em seguida, fui para Edimburgo,
fiquei lá por um tempo e quando voltei ao Brasil fiz pós-graduação em Língua Inglesa – Introdução e
Metodologia de Ensino.
Como adoro cantar tango, também aprendi o Espanhol sozinho e, para aperfeiçoar, fiz muitos cursos de
especialização. Tenho muitos amigos argentinos e aproveitava as férias para ficar um tempo mais longo em
Buenos Aires, praticando o idioma.
O que mais me fascina é passar o meu conhecimento e ver que isso pode transformar outras pessoas. Para
a minha família não foi fácil, sei que os decepcionei, até porque a área educacional não é muito
valorizada no Brasil. Mas valeu a pena, poderia ser muito mais rico hoje, mas com certeza não seria tão
feliz. Acredito que o homem deve pôr seu coração em tudo o que faz. Se fizer isso com certeza terá
sucesso.”
“Sou professora há 24 anos e acredito que educação se faz com
amor, paciência e comprometimento. Para garantir bons
resultados com a turma, faço questão de falar baixo com eles.
Não é preciso gritar para impor respeito, converso sempre e
explico tudo. Tem o caso de um aluno que nenhum professor
queria por problemas de comportamento. Percebi que era
dificuldade de aprendizado, consegui que ele freqüente uma aula
de apoio com menos alunos e está progredindo bastante. Isso é
gratificante!
Esse ano assumi pela primeira vez uma turma de inclusão. Minha
primeira reação foi o receio, mas decidi superar meu medo e
Luzia Rosana da Silva Lima, professora da
4ª série do Ensino Fundamental, no
município de Paranaguá, no Paraná.
correr atrás do assunto. Fiz muita leitura, troquei idéia com outros
profissionais e busquei orientação junto à APAE. Agora estou confiante e adorando o trabalho.”
impressão Pedagógica [ 13 ]
Ensino além da escola
Com aulas-passeio, o aluno vivencia
o que aprende em sala
ì Toda a atividade
extraclasse È
bem-vinda, n„o sÛ
para o aluno como
para a prÛpria escola.î
Giz e apagador e quadro-de-giz.
Essas são suas únicas ferramentas
para dar aula, ao lado do material
didático? Muitos professores já
descobriram que o mundo todo é
uma sala de aula. O ambiente
externo propicia enriquecimento e
permite que os alunos vivam e
experienciem o que existe no
material didático. Levar o aluno
para um passeio é uma
metodologia cada vez mais (bem)
empregada por docentes, da
Educação Infantil ao Ensino
Superior.
O pedagogo francês Célestin
Freinet é um dos precursores das
aulas-passeio, ou estudos de
campo, como também é conhecida
essa prática didática. Ele integrou o
movimento da Escola Nova, na
[ 14 ] impressão Pedagógica
década de 20, e propagou a idéia
de que o conhecimento do aluno
se forma à medida em que ele
experimenta o que aprende em sala
e é estimulado a criar suas próprias
hipóteses e conclusões.
A aula-passeio que o professor
Edivan Coelho Kremer idealizou, no
Expoente em Florianópolis (SC),
não será esquecida tão cedo pelos
seus alunos do Ensino Médio. A
disciplina de Geografia tornou-se
mais compreensível quando os
estudantes fizeram uma trilha
ecológica da Praia do Santinho à
Ponta das Aranhas, no litoral
catarinense. “Divertir-se
aprendendo e conhecendo novos
ambientes é didaticamente perfeito
para o desenvolvimento do aluno”,
afirma o professor Edivan.
Graças à interdisciplinariedade, os
alunos do professor Edivan
conheceram não só os aspectos
geográficos da região onde a trilha
foi realizada, como também
incorporaram o ideal de vida
saudável, disseminado nas aulas
de Educação Física. “Hoje
vivemos no mundo da
informação. As informações
por si só são recebidas e
compreendidas por várias
áreas do conhecimento. Nesse
sentido, já que a intenção é a
aprendizagem, não existe nada
melhor que vários profissionais,
das mais variedades áreas do
conhecimento, falarem e
trabalharem em conjunto.
O aprendizado, assim, torna-se
coeso e pleno”,explicou Edivan.
[ conveniadas ]
Poetinha inspira
projeto pedagógico
no Rio de Janeiro
As crianças estavam com a vida à
deriva e prestes a ingressar em um
mundo pouco produtivo. Ouviam
funk e adotavam
posturas rebeldes.
S e m usar de
opressão, mas com
muita arte e cultura, o
Centro Educacional
Souza Poletti
apresentou um novo
caminho a elas e,
mais, proporcionou o surgimento de
pequenos grandes fãs de Vinicius
de Moraes, o Poetinha. “Os alunos
estavam envolvidos com rebeldes,
ouviam músicas sem muito sentido
e buscamos nos trabalhos do
Vinicius de Moraes uma forma de
mudar isso”, conta Fabiane Poletti,
coordenadora pedagógica da
instituição, que fica em Nova
Friburgo (RJ). A partir daí, as
reuniões com professores tornaramse o ponto de encontro para que se
definissem as características do
projeto, que se chamou Vinicius de
Moraes: para criança e gente
grande. Resistência houve, mas foi
contornada com muita informação a
respeito do compositor carioca,
símbolo da geração bossa nova no
Brasil. “Alguns professores e
alunos não queriam e nem conheciam os trabalhos do Vinicius de
Moraes, mas dis-ponibilizamos a
eles cds e dvds, e as
pesquisas na internet
ajudaram a fazer com
que todos aderissem à
idéia”, lembra a
coordenadora.
As atividades foram
interdisciplinares,
envolvendo todas as
disciplinas do colégio, que oferece
ensino da Educação Infantil à 2a.
série do Ensino Fundamental. As
crianças foram incentivadas a
utilizar as diferentes linguagens
(verbal, gráfica, plástica, corporal,
etc.) e conheceram a história e as
participações sociais e políticas da
sociedade, na época da bossa
nova, nas décadas de 50 e 60.
Como resultado das experiências
viabilizadas pelo projeto, os alunos
do Souza Poletti, criaram livros de
poesias, murais, desenvolveram
coreografias e incluíram a arte de
Vinícius no cotidiano escolar. “Na
aula de cozinha experimental, as
crianças prepararam pão de mel,
em função de uma poesia que fala
sobre as abelhas”. Em Ciências, as
crianças estudaram o hábitat e as
características dos animais que
compõem a clássica obra Arca de
Noé. Na disciplina de Língua
Portuguesa, elas fizeram um estudo
sobre poemas e desenvolveram o
prazer pela leitura.
Com tanta mobilização em torno do
projeto pedagógico, os pais também
tiveram sua participação.
“Colocávamos bilhetinhos na
agenda dos alunos, para que os
pais pudessem acompanhar o
projeto. Muitos pais se envolveram,
pediram C Ds emprestados para
conhecer melhor o Vinicius”,
conta a coordenadora.
O projeto foi concluído com uma
apresentação no teatro SESC,de
Friburgo, quando cerca de 300
pessoas prestigiaram as
apresentações culturais, incluindo o
coral de professores. “A
participação de todos foi
surpreendente.
Os alunos compreenderam a
verdadeira
função
da Arte em
nossas vidas”,
comentou,
satisfeita,a
coordenadora
Fabiane.
impressão Pedagógica [ 15 ]
[ conveniadas ]
Educação para
toda a família
Escola aproxima pais e filhos, com
ciclo de palestras
pois para dar uma educação
de qualidade, a escola e os
responsáveis devem falar a
mesma língua”, explica
uma maior aproximação entre a
família e a escola na perspectiva de
uma educação integral do ser humano.
Lilian Siqueira, coordenadora pedagógica do Ensi-
CERMAC COMPLETA 30 ANOS
no Fundamental II e do
O colégio Cermac em São Paulo,
Ensino Médio.
começou como Escola de Edu-
Durante esses eventos, rea-
cação Infantil Abelhinha, em 1976.
lizados todas as quartas-
Hoje, a instituição atende alunos
feiras pela Escola de Pais do
do maternal ao Ensino Médio e
Brasil, são discutidos assuntos
tornou-se referência na região.
como Amor e Segurança; Sexualida- Tendo como proposta pedagógica
Os alunos continuam sendo a priori-
de Humana, Educar Hoje e Mãe,
o sociointeracionismo, o Cermac
dade, mas no colégio Cermac, em
Esposa e Mulher. Além de ouvir os
acredita que o processo de ensino-
São Paulo, a educação também é
palestrantes, os familiares presentes
aprendizagem tem início no nasci-
para toda a família. Foi pensando
ainda podem trocar experiências,
mento da pessoa e é interminável.
em melhorar a relação entre pais e
compartilhar dúvidas e preocupa-
O Cermac e o Expoente são
filhos que a instituição está promo-
ções. “É importante, pois eles perce- parceiros há 14 anos.
bem que outras famílias também
“Acompanhamos todo o processo
vendo, de agosto e outubro, dez
ciclos de debate com temas importantes para manter o bom relacio-
passam pelas mesmas dificuldades e de atualização e aperfeiçoamento
sentem-se mais seguros”, analisa a
do material didático do Expoente
namento entre adultos, crianças e
coordenadora.
e, desde 2000, utilizamos os
adolescentes.
A Escola de Pais do Brasil é uma
volumes da Educação Infantil ao
“A parceria entre a escola e a famí-
sociedade civil, sem fins lucrativos,
Ensino Médio. A continuidade do
lia é fundamental para o trabalho
que atua na educação de pais em
uso se deve à confiança que
ter um resultado positivo. Os pais
todos os estados. Formada por vo-
temos na equipe do Centro de
também precisam de ajuda, pois
luntários, tem como objetivo
Excelência em Educação Expoente
muitas vezes se sentem perdidos.
conscientizar os responsáveis do
(CEEE)”, diz Rosa Maria Castanho,
Essa proximidade é importante,
seu papel na educação e promover
diretora do Cermac.
[ 16 ] impressão Pedagógica
[ conveniadas ]
Pequenos
grandes poetas
Alunos recitam poemas em evento que
envolve toda a comunidade
A primeira edição do projeto Poetizando, na escola
participação como reconhecimento. “O local neste ano
Novo Espaço, em Guaratuba (PR), foi realizada com
lotou. Havia, com certeza, mais de 200 pessoas no
um certo receio. A educadora Rosana Wachoholz
evento”, diz Rosana, contente com o rumo que o
lembra que alunos, e até mesmo professores, achavam
projeto tomou.
que a poesia não seria muito bem aceita, por conta do
tabu que existe em relação a essa forma de linguagem.
Mas o evento, que neste ano chegou à terceira edição,
Uma ferramenta e tanto
mostrou um outro lado desse “verso”. A cada edição
A poesia é um recurso pedagógico muito utilizado nas
do Poetizando, o interesse das crianças aumenta e o
escolas. Não só os professores de Língua Portuguesa
resultado prático é visível. Por conta do projeto, a
e Literatura usufruem dessa linguagem com crianças e
escola, que trabalha com Educação Infantil e Ensino
adolescentes. É possível incorporá-la em diversos
Fundamental, passou a respirar poesia. Os pequenos
temas, promovendo uma interdisciplinaridade
da Educação Infantil trabalham com a linguagem
proveitosa. No ensino de Ciências, História, Geografia,
figurada, gravuras e leitura de imagens. Os alunos
Artes e até mesmo de Matemática é possível apresentar
maiores produzem seus próprios textos e os recitam na
aos alunos os grandes nomes da poesia brasileira.
entrada de aula e no recreio. “Os alunos passaram a dar
Ganha o aluno, que não só aprende o conteúdo
vida aos poemas. Eles não os falam em voz alta
curricular, mas também expande seu conhecimento, e
apenas, eles recitam. A vergonha de se expor que
ganha a instituição, que imedie uma imagem
tinham na primeira edição não existe mais. Hoje eles
comprometida com a valorização da arte e da cultura
entendem que, recitar um poema, envolve
brasileira.
movimentação, gestos, a fisionomia do rosto muda”,
conta Rosana, diretora da instituição.
Mas o Poetizando não pára nessa estrofe. Os
estudantes e professores se envolvem na cenografia,
coreografia e sonorização e sempre acontece uma
grande apresentação, aberta ao público que, inclusive,
atrai a atenção de alunos de outras instituições. O III
Poetizando aconteceu no primeiro semestre desta ano
Encontros Temáticos
Os Encontros que o Expoente realizou neste
ano com as escolas conveniadas ofereceram
palestras e oficinas de capacitação a treze
cidades brasileiras. As fotos dos eventos estão
disponíveis no Portal Escola Interativa
w w w.escolainterativa.com.br
e houve até torcida organizada para os pequenos
artistas, que recebem medalhas e certificados de
impressão Pedagógica [ 17 ]
[ conveniadas ]
Buscando melhorias para a sociedade
Há 23 anos no mercado, a escola
O Pequeno Polegar, em São José
dos Pinhais, Região Metropolitana
de Curitiba (PR), sempre se preocupou em contribuir para a melhoria
da sociedade. Justamente por buscar resultados que beneficiem a
todos, a instituição recebeu, em
junho de 2006, os prêmios Top Of
Mind, realizado pelo Instituto
Brasileiro de Pesquisa e Opinião
Pública (Inbrap); e o Expoente da
Grande Curitiba, votado pela Câmara dos Vereadores de Curitiba, ambos na categoria Educação Infantil e
Pré-escola. “Ficamos muito felizes
de ver que o nosso trabalho é reconhecido por todos e com isso a
gente percebe que está no caminho
certo”, orgulha-se a diretora da escola, Terezinha de Fátima
Andriguetto, mais conhecida como
Tia Lula. Como na instituição a preocupação com o futuro dos alunos
começa cedo, no primeiro semestre de 2006, os estudantes da Educação Infantil trabalharam o projeto
Contos de Fadas. Cada turma tratou de uma história infantil e de um
valor referente a ela; como por
exemplo, os temas respeito pelos
animais e pela natureza, com a
peça A Arca de Noé; a importância
da família, com os Três Porquinhos;
e a amizade, com A Branca de
Neve. No final do período, os alunos apresentaram
os projetos para os pais e
familiares. “A escola é a principal
responsável pela leitura e nós
trazemos os pais justamente para
que eles entendam a importância
do trabalho e possam dar
continuidade e estimular seus filhos
em casa”, conta a diretora.
Projeto orienta escolha profissional
Decidir qual carreira seguir é um dos momentos mais difíceis na vida de um estudante. Ao perceber que esse
período estava gerando ainda mais sofrimento e ansiedade aos adolescentes por causa da falta de informação, os
educadores do Colégio Criativo, em Natal (RN), decidiram agir e, em 2006, colocaram em prática o projeto Profissões.
“Percebemos que, mesmo com tantos veículos à disposição, os estudantes não têm a menor idéia de como é a rotina
nas mais variadas profissões”, conta a coordenadora pedagógica da instituição, Maria Zildete Nunes Aires.
Como informação nunca é demais, os professores decidiram incluir todos os estudantes no
projeto. Cada turma, da 1a. série do Ensino Fundamental ao 3o. ano do Ensino Médio, ficou
responsável por uma profissão. “É claro que cada classe está trabalhando dentro da sua
capacidade de compreensão. Mas achamos importante incluir os pequenos, pois assim
eles já vão se familiarizando com as carreiras. O projeto tem despertado o interesse
de todos”, orgulha-se a coordenadora.
Num primeiro momento as turmas fizeram pesquisas sobre as mais variadas
profissões. A 6a. série ficou responsável pela Ciência da Computação e a 2a. série
do Ensino Fundamental por Letras. Depois, cada classe recebeu um profissional
da sua área de estudo para uma palestra e visitou ambientes reais de trabalho. A
conclusão do projeto será realizada em novembro quando as turmas organizarão
uma grande feira para expor seus trabalhos e trocar informações.
[ 18 ] impressão Pedagógica
Pluralidade cultural
Assunto é o tema do
Material Didático Expoente em 2007
Um dos diferenciais do Material
do Material Didático Expoente.
Ensino Expoente estará
Didático Expoente é a capa
Por meio das capacitações e das
contribuindo para que os
temática que, a cada ano, estampa
assessorias pedagógicas, a equipe
estudantes se preparem para o
um assunto sugerido para ser
do CEEE apresentará formas de se
futuro, quando as distâncias entre
trabalhado de, maneira
trabalhar a pluralidade cultural,
as culturas serão ainda menores”,
contextualizada, pelos educadores
que será dividida em tópicos como
comenta Rosalina. A pluralidade
que utilizam o Sistema de Ensino
dança, artesanato,
Expoente. Em 2007, o tema
esporte, etnia,
proposto é a Pluralidade Cultural.
música,
A sugestão é que seja feita a
brinquedo, arte e
abordagem das diferenças entre os
cidade. O material
povos dos quatro cantos do
didático de cada
mundo, quebrando barreiras,
bimestre terá como
diminuindo preconceitos e
capa um desses
preparando crianças e adolescentes
assuntos. A equipe de
para viver e conviver com o que é
assessoria pedagógica
novo,com o que é diferente. “A
ainda dará suportes às
globalização permitiu que muitas
escolas conveniadas
fronteiras se extinguissem.
para que a pluralidade
Como hoje temos acesso a
cultural possa ser o tema
culturas distintas, precisamos
de um grande projeto
incentivar os alunos a respeitar as
anual, envolvendo diversas
diferenças e a conviver com
disciplinas. “A pluralidade é um
elas”, justifica Rosalina Soares,
tema transversal e muito
tema essencial para a atualidade
gerente do Centro de Excelência
enriquecedor. Ao trabalhar com
do currículo escolar, possibilitando
em Educação Expoente (CEEE),
valores e diferenças entre culturas, a
a interdisciplinaridade.
responsável pela elaboração
instituição que adota o Sistema de
Além do material didático, as
consta no Plano
Nacional de Educação como um
capas de agenda do aluno e do
professor também trarão
imagens referentes à pluralidade
cultural nas capas.
impressão Pedagógica [ 19 ]
[ 20 ] impressão Pedagógica
Alfabetizar
requer respeito, paciência
e muito estímulo
Esqueça aquela famosa cena da
convencional e admitir resultados
É importante lembrar, no entanto,
professora listando o alfabeto no
que não sejam exatamente
que, para o processo de
quadro-de-giz e dos alunos apenas
corretos do ponto de vista do
aprendizagem ser eficaz e sem
repetindo as letras. Parece chato, e
adulto, permitindo que o aluno
traumas, a escola deve respeitar o
é. Para estimular os pequenos a
levante hipóteses e faça suas
ritmo de cada estudante. “O
construir sua própria leitura de
tentativas, são atitudes que
professor precisa ter um olhar
mundo, é fundamental mantê-los
estimulam muito o aprendizado”,
diferenciado para cada aluno e
interessados e sempre com sede
analisa Simone.
tem que considerar que os alunos
de aprender. Brincadeiras,
Para sentir o gosto pelo aprender,
têm tempos, ritmos e formas
atividades com músicas, revistas,
a criança precisa se divertir. “A
diferentes de aprender. A cobrança
placas e até anúncios são
criança hoje aprende por meio do
exagerada só atrapalha a
fundamentais hoje no processo de
brincar. O professor é o mediador
compreensão desse complexo
alfabetização.
das possibilidades do aprender e
processo que é ler e escrever”,
“É importante que o professor em
ajuda na construção dos
justifica a professora.
sala de aula continue propiciando
conhecimentos e da prática destes
Alfabetizar é um degrau importante
o acesso a diferentes estilos de
no cotidiano dos alunos”, explica a
no aprendizado, mas está longe de
textos. O espaço não precisa se
pedagoga
ser o último. Portanto, é
tornar um depósito, mas sim um
Déborah de Araújo Maia.
fundamental que seja firme para
lugar onde todo o material que se
Mas, como a maioria das
que os alunos sintam-se seguros
tenha esteja ao alcance das mãos
crianças já tem contato com o
para seguir adiante. “É necessário
das crianças”, explica Simone
mundo da letras antes mesmo
que todos os conceitos sejam
Kleina Machado, que trabalha com
de entrar na escola, esse
mediados, respeitando o tempo de
Educação Infantil há 21 anos e é
processo de alfabetização
cada aluno e que tenham
professora do Infantil III do
começa no início da Educação
significados para ele. Caso
Expoente.
Infantil, sem cobranças e com
contrário, a alfabetização corre um
Deixar o aluno criar é fundamental
muita naturalidade. “O trabalho é
sério risco de ser momentânea e,
para que ele desenvolva a leitura e
feito de modo acolhedor pelo
aos poucos, o estudante
a escrita, sem medo de errar.
professor que oferece à criança
apresentará dificuldades de
“Propor inúmeras atividades onde a
a possibilidade de apropriar-se
aprendizagem no decorrer de sua
criança possa ‘ler’ e ‘escrever’,
do mundo da escrita por
vida escolar”, conclui a
mesmo que não de forma
meio do lúdico”, diz Déborah.
pedagoga.
impressão Pedagógica [ 21 ]
Dica de atividade
A professora Simone Kleina Machado ensina o
trabalho de Produção Textual em Duplas.
A atividade desenvolve a leitura, a escrita e ainda
possibilita a socialização entre os alunos. Confira:
O primeiro passo é distribuir textos para
os alunos divididos em duplas. Em seguida,
deixe que leiam individualmente e, em seguida,
que discutam a narrativa, troquem idéias
e tomem decisões. Depois, peça para que
respondam algumas perguntas, um supervisionando
a escrita do outro, executando assim a tarefa
de revisão, de identificação de dúvidas e de
correção. “Partilhar as tarefas de escrita ajuda a
melhorar a produção e, sem dúvida, será um
excelente recurso para a aprendizagem
interativa”, conclui a professora.
Bê-a-bá
do professor
star em sala de aula é um aprendizado diário também
para o professor. Aproveite as dicas abaixo para repensar
algumas ações e trazer novidades para os alunos.
Substitua o ato de falar pelo ato de conversar.
Descubra opiniões, idéias e desejos dos seus alunos;
dê voz a eles.
Faça da sala de aula um lugar estimulante. Proponha
jogos, lance desafios, invente brincadeiras e passeios.
O registro escrito de vivências significativas é sempre
mais rico.
Leve seus alunos à biblioteca, fale com entusiasmo
dos livros que leu e que eles também poderão ler.
Leia e releia as histórias favoritas das crianças, afinal
elas adoram repetições.
Nunca deixe faltar material para que escrevam muito.
Encoraje-os a dominar as tarefas e desenvolvê-las
bem, mas saiba compreender suas limitações.
Acredite que a criança é única e que o tempo
rapidamente rouba-a de você.
[ 22 ] impressão Pedagógica
Livros
A pedagoga Déborah de Araújo Maia sugere algumas
leituras complementares para quem trabalha com a
alfabetização.
Alfabetização e
Letramento
“Partilhar as tarefas
de escrita
ajuda a melhorar
a produção.”
O analfabetismo no Brasil permanece um tema de
dolorosa atualidade. Mas, quais as verdadeiras causas
do fracasso do processo de alfabetização no Brasil?
Por que nossas estatísticas sobre o analfabetismo - e
sobre o baixo desempenho escolar nos primeiros
ciclos do ensino fundamental - insistem em nos revelar
números tão incômodos? Qual a verdadeira
responsabilidade que cabe ao educador, aos métodos,
aos materiais didáticos, à escola e à própria sociedade
em relação a isso? Na obra, Magda Soares, uma das
maiores especialistas brasileiras em alfabetização,
propõe algumas possibilidades de resposta para tais
perguntas e impõe novas provocações.
Enfoque Globalizador e
Pensamento Complexo
O livro de Antoni Zabala trata-se de um instrumento
extremamente útil para tornar a prática educativa eficaz
e para dotar as crianças de estratégias e atitudes que
lhes permitam enfrentar problemas e encontrar soluções
para estes.
Ler e Escrever na Escola
O real, o possível e o
necessário
No livro, Delia Lerner testemunha um esforço para
analisar as mudanças nas práticas docentes e teoriza
sobre as ações necessárias para que tais mudanças
ocorram.
impressão Pedagógica [ 23 ]
Eles não querem
saber de nada?
A pedagogia de projetos pode devolver o
interesse dos alunos pelas aulas
Cena: os alunos estão sentados nas carteiras,
e incentivar crianças e adolescentes a encontrarem as
desleixados. Uns mandam bilhetinhos e ficam
soluções e as informações do conteúdo escolar por
conversando com os colegas do lado ou que se
meio de atividades mais interativas? A idéia já vem
sentam atrás. O professor percebe, mas continua
sendo adotada por muitos professores. Mas não pense
ministrando a aula e completa o quadro-de-giz com as
que, com essa metodologia, são só os alunos que
informações restantes, para finalizar o conteúdo até
colocam a “mão na massa”. “Trabalhar com projetos
bater o sinal. Esse cenário é comum em muitas escolas
não é somente uma questão de boa vontade, mas
ele demonstra a falta de motivação em aprender por
também de muito estudo, de muita leitura por parte do
parte dos alunos e a ausência de ânimo dos
professor. Não basta ser um professor ousado que
professores para reverter a situação de desinteresse.
goste de trabalhar de formas inovadoras. É necessário
Que tal, então, trabalhar com a pedagogia de projetos
o empenho na questão teórica”, afirma a professora
Juslaine Dallegrave, que trabalha com essa
metodologia na disciplina de Língua Portuguesa com
seus alunos do Ensino Fundamental no Expoente. Não
há faixa etária específica para se trabalhar com projetos
pedagógicos. Da Educação Infantil ao Ensino Médio,
os alunos, bem orientados por um professor bem
preparado, podem não só desenvolver o projeto, como
definir o tema e avaliar o aprendizado que adquiriram.
Tudo na pedagogia de projetos é compartilhado entre
professor e aluno. O primeiro passo para obter sucesso
com essa metodologia é manter um canal aberto com
os estudantes. Saber ouvir o que eles pensam e
querem é primordial. “O projeto deve nascer na sala de
aula, dos interesses e das propostas dos alunos e não
somente do professor, que precisa ter mente aberta o
suficiente para aceitar as propostas dos alunos,
ajudando-os a encaminhar seus trabalhos”, orienta
Juslaine.
[ 24 ] impressão Pedagógica
Interdisciplinaridade
Não é um requisito indispensável, mas aliar diferentes
disciplinas é uma alternativa muito atraente. De acordo
com Denise Bigaiski, professora de Ciências, do
Expoente, trabalhar em parceria com outra disciplina
proporciona um enriquecimento das informações e
ainda estimula o trabalho em equipe.
“O projeto pode ser trabalhado além de uma
visão fragmentada do conteúdo, lecionado, na
maioria das vezes, de forma estanque pelas
escolas”, diz Denise. Mas, para se trabalhar
com outra disciplina, é preciso buscar parceria
Para trabalhar com a pedagogia de projetos em
sua turma, siga os passos sugeridos pela professora
Denise Bigaiski.
1º – investigar qual é o tema de interesse
de seus alunos.
2º – sensibilizá–los com técnicas diversas,
como: vídeos, transparências, visitas, entre
outras para conhecerem melhor o tema em
questão.
3º – orientar a organização das equipes
por afinidades, temas comuns, que não
devem ser impostos mas orientados.
com o professor da outra matéria. Você e o outro
educador servirão de exemplo para que os alunos
entendam o que é operar em equipe e
em sincronia. “Todos os professores envolvidos
devem ‘falar a mesma língua’, ter conhecimento de
todos os passos atingidos ou por atingir.
A cooperação e o conhecimento de tudo o que
se refere ao projeto deve ser compartilhado
entre os professores, que geralmente o
fazem por e-mail, já que nem sempre podem ou
conseguem conversar. Essa prática passa
confiança e segurança aos alunos”,
defende Juslaine.
Avaliação
Por fim, como a instituição de ensino necessita de
meios para avaliar o rendimento e o aprendizado do
aluno, com a pedagogia de projetos não poderia ser
diferente. Neste ponto, a avaliação deve ser mais
cuidadosa. “O trabalho por projetos requer uma
avaliação contínua, no qual os critérios devem ser
Erros que professores despreparados podem
cometer ao trabalhar com a pedagogia de projetos.
previamente definidos e passados para os alunos.
Impor temas para serem estudados pelos
O professor pode fazer uma avaliação formal,
alunos, pois o projeto deve ser construído junto
contanto que ela esteja no contexto desenvolvido”,
com eles, portanto o assunto deve ser comum
explica Denise. “O cuidado reside em analisar
(ao professor e aos alunos).
cada aluno como um todo e o seu progresso,
O professor idealizar todas as atividades,
o seu interesse, o seu desempenho, de forma
padronizando o resultado que quer obter.
que não há dificuldade alguma em apresentar à
Delimitar datas muito rígidas, com um
coordenação pedagógica o acompanhamento feito
cronograma que não permita flexibilidade.
pelo professor”, complementa Juslaine.
impressão Pedagógica [ 25 ]
Um playground
de aprendizagem
Brinquedoteca assume função pedagógica
e é cada vez mais valorizada
È um espaço propício para que as
espaço disponível. Enfim, esse é um
meio de brinquedos simples, como
crianças soltem a imaginação e
ambiente socializador com função
aqueles com os quais brincávamos
coloquem a sua criatividade em
pedagógica. Nela, a criança
na infância. Isso possibilita a troca,
prática. A brinquedoteca já perdeu
aprende a conviver em grupo e, por
a criatividade e, principalmente, o
o status de “sala da bagunça” e
isso, divide seus recursos, se
nascimento do respeito de um pelo
hoje se transformou em um
expressa, adquire autonomia e, por
outro. Trabalha-se, ainda, a
ambiente tão importante quanto a
último, mas não menos importante,
importância da organização como
sala de aula tradicional. De fato, as
a brinquedoteca permite que a
parte do brincar. No Expoente,
crianças associam-no à diversão,
criança vivencie experiências e
aplicamos um conceito básico que
mas, para o educador, o espaço
descobertas para o seu
é ‘tudo o que eu retiro do lugar eu
tem uma função ainda maior. Nesse
desenvolvimento. “Com a
guardo no lugar depois da
ambiente, o brinquedo é um
brinquedoteca, a escola promove
brincadeira’, sempre de maneira
intermediário, responsável por
uma interação entre as crianças por
muito didática”, explica Angela
proporcionar aprendizado
e desenvolvimento. Um
jogo de encaixe, na
brinquedoteca, é mais
que isso. É uma
ferramenta de ensino que
propicia a incorporação
de conceitos geométricos
e matemáticos. Uma casa
de bonecas é mais que
isso. É um meio pelo qual
a criança aprende,
mesmo que sem saber, a
organizar, dividir e alocar
objetos conforme o
[ 26 ] impressão Pedagógica
Q
Basso, analista de desenvolvimento
plásticos de encaixe, objetos
do Material Didático.
de madeira, brinquedos simples,
Ainda que possa ser utilizada
com os quais as crianças possam
em outros níveis de ensino, a
explorar a criatividade e a
brinquedoteca é referência quando
imaginação, são algumas das
se fala das séries iniciais, aquelas
opções para compor seu acervo.
em que o aluno começa a sua
Também é importante dar prioridade
alfabetização. “A função da
aos brinquedos que as próprias
Educação Infantil é, entre outras,
crianças podem confeccionar,
aflorar a autonomia, a criatividade
com sucatas, por exemplo.
e a socialização. A brinquedoteca
“Os brinquedos que temos no
é onde tudo isso se encontra e
Expoente são, em geral, simples.
ainda associa o lúdico, importante
Procurarmos não colocar no
para a faixa etária desse nível de
espaço aqueles eletrônicos, que
ensino”, diz Ângela.
fazem tudo sozinhos, sem precisar
O espaço de brincar precisa ser
da interação da criança e sem
montado com critérios para que
permitir que ela use a imaginação
o não perca sua função peda-
para brincar”, justifica a analista
gógica. Jogos, brinquedos
Ângela.
A história da
brinquedoteca
Em 1934, o dono de uma loja infantil em Los Angeles
constatou que seus produtos estavam sumindo e, junto ao
diretor de uma escola municipal, teve a idéia de alugar os
brinquedos para que as crianças pudessem ter acesso aos
objetos sem precisar furtá-los.
No Brasil, os primeiros modelos de ludoteca surgiram na
década de 20, quando se começou a utilizar os brinquedos
como recurso pedagógico, mas precisava-se de um
ambiente específico para as atividades lúdicas.
Durante os anos 60, a Unesco passou a divulgar o ideal das
brinquedotecas pelo mundo e não só as escolas passaram
a incorporá-las, hospitais, centros comunitários, clubes,
ônibus e universidades também aderiram à idéia.
Hoje, a Associação Brasileira das Brinquedotecas faz um
trabalho de divulgação e conscientização das
brinquedotecas (ou ludotecas), prestando apoio àqueles
que querem trabalhar como brinquedistas. O site da
entidade é www.brinquedoteca.org.br
Fonte: Brinquedoteca ñ O l˙dico em diferentes contextos. Santa Marli Pires dos Santos (org.). ñ
PetrÛpolis, RJ: Vozes,1997 e AssociaÁ„o Brasileira de Brinquedotecas (ABRI)
impressão
impressãoPedagógica
Pedagógica [[27
27]]
Filosofia desenvolve
autonomia e senso
crítico
Disciplina, acompanhada da Sociologia,
volta aos currículos em 2007
A palavra Filosofia é derivada do grego e significa
“amor pela sabedoria”. É justamente a vontade a
alegria no ato de aprender que os professores da
disciplina querem estimular em seus alunos para
que, os adolescentes possam elaborar uma reflexão
sobre o mundo, sobre si mesmos, de forma a
possibilitar-lhes a conquista de uma autonomia
crescente no seu pensar e agir.
“É cada vez maior a necessidade de que os
indivíduos sejam sujeitos de si mesmos,
conscientes de sua história. Por isso, a nossa
principal preocupação é com a formação de um
cidadão crítico e responsável socialmente pelos
seus atos”, explica a professora Alice Ferrúa dos
Santos, que dá aulas de Filosofia e Sociologia, na
unidade do Expoente em Florianópolis.
Fundamental para a formação dos estudantes, as
disciplinas voltam a ser obrigatórias para os nove
milhões de alunos do Ensino Médio de todo o país,
a partir de 2007. No Expoente, onde as matérias
nunca saíram do currículo escolar, a professora
garante que o segredo para estimular o interesse
dos estudantes é trazer os conteúdos para o seu
cotidiano. “Não se pode trabalhar de modo
tradicional, acadêmico. É necessário embasar a
teoria com a realidade deles, pois somos seres
[ 28 ] impressão Pedagógica
basicamente dogmáticos,
observamos e compreendemos a
vida tal qual ela é. É um caminho
difícil, porém necessário”, analisa.
Para obter esse resultado, ela
propõe atividades variadas, pois
dessa forma as disciplinas não
caem na mesmice e podem sempre
surpreender os estudantes. Leitura
“A arte de ensinar é
a arte de acordar a
curiosidade natural
nas mentes jovens,
com o propósito de
serem satisfeitas mais
tarde.”
de reportagens, entrevistas,
pesquisas, produção textual e
análise de obras de arte e músicas
são apenas alguns dos trunfos de
Alice. “Quando falamos do
nascimento da Filosofia, por
exemplo, peço que cada aluno
Anatole France, escritor francês
traga sua própria certidão de nascimento, para que, a partir do
próprio nascimento possam
estabelecer pontos a serem
discutidos sobre a importância de
conhecermos nossa própria história.
Já em Sociologia, peço que
fotografem situações do cotidiano e
Expoente preparado para
a nova lei
identifiquem os elementos culturais
presentes”, enumera.Tantas ativi-
O Conselho Nacional de Educação aprovou, no mês de julho, uma
dades e estímulos à reflexão são
resolução que torna obrigatória a inclusão das disciplinas de
fundamentais para que as disci-
Filosofia e Sociologia no currículo escolar do Ensino Médio em todo
plinas possam atingir seu principal
o país. A medida começa a valer a partir de 2007 e o Expoente já
objetivo que é o despertar do senso
está preparado para cumpri-la. Confira os materiais oferecidos sobre
crítico do educando. “Por meio de
o assunto.
temas que cercam o seu cotidiano,
o aluno se sentirá encorajado a
Ensino Fundamental
discutir e fazer valer a sua opinião.
Os currículos de Filosofia e Sociologia estão distribuídos de acordo
Justamente na discussão de ques-
com a matriz curricular, nos volumes de todas as séries de 1a. a 8a.
tões polêmicas, a família, a
série.
sociedade, a escola e os meios de
Ensino Médio
comunicação tornam-se o centro
Sociologia – Dois volumes são direcionados ao Ensino Médio.
dos holofotes de interpretação
Utilizando linguagem extremamente acessível e didática, tornam-se
histórica. Nesse ponto, o critério de
um importante instrumento para o aprendizado da Sociologia,
discernimento do aluno será
auxiliando professores e alunos a desenvolver habilidades e
fundamental no sentido de reavaliar
competências.
a sua postura enquanto cidadão
Filosofia – Dois volumes são direcionados ao Ensino Médio. O
atuante e formador de opiniões”,
conteúdo de cada volume é dividido em quatro unidades, cada uma
filosofa a professora.
delas complementada por atividades afins.
impressão Pedagógica [ 29 ]
[ notas ]
Novidades na Gráfica Expoente
O Grupo Expoente está investindo,
no 2o. semestre de 2006, mais de
1 milhão de reais em
equipamentos gráficos. Dos
Estados Unidos, virá uma
máquina coladeira para livros
e uma alceadora para
cadernos. Como essa última
é equipada com um sensor
automático de medição da
espessura de cada um dos
cadernos, a falha na montagem será eliminada em 100%.
Outra máquina, vinda da Alemanha, chegará em outubro e
fará dobras, cortes e vincos nos materiais da Editora
Gráfica Expoente.
Um mundo de conhecimento
Armindo Angerer, diretor geral do Grupo Expoente, e José Luiz
Amálio de Souza, diretor das unidades de ensino, acompanharam a
realidade alemã das escolas de educação infantil, ensino
fundamental e ensino superior no primeiro semestre de 2006. Eles
visitaram as instituições de Berlim, Frankfurt, Wiesbaden e Bonn. A
Material
atualizado
Quem é parceiro do Expoente está
sempre atualizado. No final de
agosto, cientistas reunidos em
diretoria do Expoente já conhece a situação educacional dos
Praga, na República Tcheca,
Estados Unidos, Espanha e Inglaterra. “É um dos compromissos do
decidiram que Plutão deixaria de ser
Expoente estar sempre na vanguarda do que acontece na educação
um planeta. A novidade, muito
no mundo para que, no desenvolvimento de nossos projetos,
importante para
possamos transferir o máximo de novidades que agreguem valor às
os estudantes e
nossas escolas conveniadas”, afirma Armindo Angerer.
que deixou o
Sistema Solar com
apenas oito planetas, já
estará nas páginas do
Material Didático em
2007.
[ 30 ] impressão Pedagógica
Download

[ editorial ] [ expediente ] [ Ìndice ]