08/12/2009 Líderes tentam acordo hoje para votar projetos sobre o pré-sal As negociações em torno da votação do projeto que estabelece o regime de partilha para a exploração do petróleo da camada pré-sal (PL 5938/09, apensado ao PL 2502/07) prosseguem nesta semana. Hoje, lideranças partidárias terão encontro com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e depois reúnem-se para discutir um acordo que permita a análise das matérias. Na semana passada, o relator da proposta sobre a partilha, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), aceitou a possibilidade de incluir novas alterações em seu parecer para ceder mais royalties a estados e municípios não produtores de petróleo. A mudança seria feita na divisão da participação especial - tributo cobrado pela exploração das áreas já licitadas. Hoje a União fica com 50% desta arrecadação. Pela proposta, a participação da União cai para 35%, com destinação de 10% aos estados não produtores e 5% aos municípios não produtores, que hoje não recebem nada. Otimismo - Otimista quanto à votação da proposta da partilha ainda nesta semana, o líder do PSB, Rodrigo Rollemberg (DF), disse acreditar no fechamento do acordo. “Nós garantiríamos uma divisão mais equilibrada de royalties de participação especial para todos os estados - produtores e não produtores -, garantiríamos recursos significativos para a ciência e tecnologia e para a Marinha, e para abastecer o Fundo Social, já imediatamente, com 35% do total de participação especial que cabe à União”, declarou. Na opinião de Rodrigo Rollemberg, a redução na participação da União não deve ser vetada pelo presidente Lula. “De parte do governo federal não haverá obstáculos. O que está acontecendo é que alguns parlamentares de regiões não produtoras, especialmente do Nordeste, consideram que 22% de royalties e 10% de participação especial para estados não produtores ainda é pouco”, afirmou. Já o vice-líder do governo Ricardo Barros (PP-PR) não descartou o veto presidencial. “Isso é uma possibilidade. Dependendo da forma como o texto passar pela Câmara, o presidente pode vetar. Ele já tem vetado inúmeras matérias quando não há acordo do governo”, lembrou. Segundo Ricardo Barros, não há como prever se realmente haverá acordo, mas a prioridade do governo é votar os projetos do pré-sal até o final do ano. Fundo Social e capitalização da Petrobras Além do projeto que cria o regime de partilha de produção para os contratos futuros, no qual a União fica com uma parte do petróleo e gás encontrados (PL 5938/09), o Plenário também poderá votar o PL 5940/09, que cria o Fundo Social mantido com recursos do petróleo extraído da camada pré-sal para investimentos em programas de combate à pobreza, de enfrentamento das mudanças climáticas e de desenvolvimento da educação, cultura, saúde pública e ciência e tecnologia. A outra porposta é o PL 5941/09, que permite à União vender à Petrobras, sem licitação, o direito de explorar até 5 bilhões de barris de petróleo e gás natural em áreas ainda não concedidas do pré-sal. O projeto também autoriza o governo a participar do aumento de capital da petrolífera. Ambas as operações serão realizadas com títulos da dívida pública. A votação de outras matérias, como o segundo turno da Proposta de Emenda à Constituição dos Agentes de Saúde (PEC 391/09) e o primeiro turno da PEC dos Cartórios (471/05), será definida em reunião de líderes com o presidente da Câmara, Michel Temer, marcada para hoje. Jornal da Câmara