GESTÃO E EMPREENDEDORISMO MÓDULO 3 - O Homem e suas interações com os Grupos Sociais Sabemos que é inerente ao ser humano sua participação social. É uma busca involuntária que tem seu início marcado com seu próprio nascimento. “O ser humano é gregário, e ele só existe, ou subsiste, em função de seus inter-relacionamentos grupais” (David E. Zimerman, 1977). Maslow, quando cita seus estudos a respeito da Hierarquia das Necessidades nos apresenta a existência de cinco grupos de necessidades as quais buscamos suprir numa hierarquia de importância. De acordo com seu estudo, logo depois de supridas nossas necessidades fisiológicas e necessidades de segurança, nossa busca passa a ser por nossas necessidades sociais, ou seja, aquelas relacionadas a nossa inserção e aceitação nos grupos dos quais fazemos parte. É a nossa Necessidade de Relacionamento. O grupo família é o primeiro grupo do qual o homem faz parte. Com o passar dos anos virão os grupos escola, igreja, bairro e outros, cuja inserção se deu pelas preferências de seus pais ou responsáveis, seguidos pelos grupos eleitos por nossa própria opinião como clube esportivo, grupo de amigos ou grupo de trabalho. É justamente a relação do homem com seu grupo de trabalho o principal foco deste capítulo. Mas afinal, o que é grupo? O grupo pode ser definido como a união de pessoas, cujo agrupamento se dá por conta de coincidências de afinidades ou características. Por ser formado por pessoas de diferentes concepções e perfis, não podemos pensar no grupo como sendo algo estático, ao contrário, o grupo deve ser visualizado como um dinâmico processo, cuja constituição é freqüentemente atualizada pela experiência dos elementos que o compõe. O grupo tem importante papel no fortalecimento da auto-estima do homem. Pertencer e ser aceito por um determinado grupo é para o homem sinônimo de valorização social. No interior de um grupo, elementos como liderança, cooperação, limites e papéis são trabalhados e aperfeiçoados, tornando assim, a convivência entre os elementos do grupo uma constante troca de experiências e uma agradável aprendizagem coletiva. É no interior dos grupos que podemos identificar e diferenciar o que é possível e o que é limitado, o que é agradável e o que é desagradável dentre outras questões que irão nos auxiliar a lidar com sentimentos, frustrações e antagonismos. Os Grupos nas Organizações de Trabalho Podemos definir Grupo de Trabalho como sendo o agrupamento de pessoas unidas em busca de um objetivo organizacional em comum. Onde o alcance deste objetivo deve ser interessante para empresa e colaborados, ou seja, todos devem ganhar. A empresa ganha em produtividade e o colaborador ganha em se sentir parte importante no processo de produção da organização. As atividades realizadas por um grupo devem ser marcadas por um clima de constante colaboração em que cada indivíduo contribui de acordo com sua capacidade individual. Somente desta forma é possível se obter o que chamamos de espírito de grupo. Para que este espírito seja obtido é necessário observar os seguintes pontos: 1. A identificação clara do objetivo a ser alcançado; 2. Os limites individuais de cada membro do grupo; 3. As capacidades positivas mais destacadas de cada elemento. A identificação destas capacidades nos permite explorar o que cada um tem de melhor. São os nossos talentos. Dentro de uma organização, o elemento mais importante que a empresa dispõe para atingir suas metas e objetivos é o ser humano. Sem seus colaboradores a empresa não existe. É através das pessoas que as organizações realizam suas tarefas e produzem seus bens e/ou serviços. Porém, é preciso sempre ter em mente que três aspectos incidem diretamente nas relações intragrupais (entre os elementos que compõem os grupos) e intergrupais (entre grupos distintos): 1º aspecto – Comunicação Qualquer que seja o ramo de atividade de uma organização seu perfeito funcionamento somente será possível através da comunicação. Segundo Gil, 1994, “É ainda através da comunicação que se realizam atividades de planejamento, organização, coordenação e controle do trabalho das pessoas, de modo a integrar, desenvolver e motivar o funcionário na empresa, estimulando-o a aumentar sua produtividade, contribuindo para o alcance dos objetivos organizacionais”. Ela será responsável por unir os indivíduos que formam o grupo organizacional. Do contrário, ou seja, sem a comunicação teremos apenas pessoas isoladas. Também será de responsabilidade do elemento comunicação promover o contato entre os diversos grupos que atuam nas organizações. 2º aspecto – Liderança O líder tem a função de nortear e acompanhar o trabalho de seus liderados. Ele deve propiciar a facilitação do alcance dos objetivos perseguidos por todo o grupo, incluindo o próprio líder. Observando a organização de uma forma sistêmica, ou seja, de uma forma completa, podemos perceber a integração do líder com seus liderados propiciará relacionamentos inter e intragrupais satisfatórios. 3º aspecto – Motivação “A motivação é conceituada como o processo que leva as pessoas a uma ação ou inércia em diversas situações. Este processo pode ser ainda o exame das razões pelas quais se escolhe fazer algo, e executar algumas tarefas com maior empenho do que outras”. (CRATTY, 1984). O processo motivacional nas interações dos grupos sociais funcionará de acordo com o interesse individual de cada elemento que compõe o grupo. Assim como em qualquer setor de nossa existência, o momento que antecede nossa entrada num grupo será marcado por uma sucessão de indagações do tipo: por que escolher este grupo? Que benefício terei ao fazer parte deste grupo? O que mais me atrai neste grupo? São indagações que terão suas respostas encontradas em nosso “arquivo pessoal de preferências”. Uma vez respondidas todas estas perguntas poderemos avaliar nossa possibilidade de entrada.