O Plantão Psicológico como utensílio para metaforização da crise no hospital geral universitário da Universidade de São Paulo Walter Cautella Junior, Universidade de São Paulo Henriette T.P. Morato, Universidade de São Paulo Resumo: Este trabalho intenta tematizar a questão da crise através da prática de Plantão Psicológico,tendo como cenário o hospital geral universitário (HU) da Universidade de São Paulo (USP). Acompanhando pacientes e equipe de saúde do hospital, os psicólogos experienciaram muitas situações de crise, tais como aquelas expressas pelo gênero dramático. Suas experiências levaram a compreender tal prática por meio de uma analogia: a tragédia grega como possibilidade de traduzir e desvelar aspectos da experiência humana nas situações críticas. O drama se reporta a uma situação em que o protagonista encontra-se em uma encruzilhada do destino, submetido a uma circunstância de perda de liberdade por um advento imponderável e convocado a empunhar sua responsabilidade na direção do sentido de sua existência. A metodologia de intervenção clínica se assenta no olhar da fenomenologia existencial. Sendo assim, afasta-se de procedimentos ou instrumentais pré-definidos, partindo, como propõe M. Heidegger, do questionamento do ser. Pela narrativa de atendimentos realizados por psicólogos plantonistas nos vários espaços do HU, desvelou-se a crise em todos os atores institucionais como ruptura ocasionada por um acontecimento que irrompe na cotidianidade, levando à situação de alheamento e ocultamento de sentido pelo aniquilamento temporário da malha representacional que dá sustentação a existência. Estando lançado neste hiato, inaugura-se outra temporalidade que convoca à metaforização da crise, considerando-se o Plantão Psicológico como utensílio para intervenção clínica pertinente para possibilitar este trânsito. Palavras-chave: Fenomenologia Existencial; Instituição; Plantão Psicológico; Crise