COMUNICAÇÃO E CULTURA DE SEGURANÇA DO PACIENTE: ESTUDO
SOB A PERCPÇÃO DE PROFISSIONAIS
Vasconcelos RO, Bohrer CD, Marques LGS, Kawamoto AM, Oliveira JLC.
Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE
E-mail: [email protected]
Introdução: A segurança do paciente constitui um grande desafio e uma
necessidade do cuidado em saúde. Promover/favorecer a segurança do
paciente é um bem desejável que deve ser incorporado ao serviço de saúde
sistemicamente, fato que incorre à promoção de cultura de segurança no
âmbito organizacional(1). Neste aspecto, postula-se que a cultura de segurança
é complexa e multifacetada, agregando fatores inerentes, inclusive, ao
processo de comunicação entre profissionais(2). Justificativa: Elucidar
questões que envolvem a cultura de segurança na sua interface com a
comunicação pode significar uma ferramenta importante aos gestores
preocupados em (re)planejar o cuidado, com vistas ao atendimento seguro.
Objetivo: Analisar as percepções de profissionais de saúde quanto à cultura
de segurança do paciente com relação ao processo de comunicação. Método:
Pesquisa descritiva, transversal, quantitativa. Foi realizada nas unidades de
Clínica Médica-Cirúrgica; Neurologia e Ortopedia; e Centro Cirúrgico de um
hospital universitário público do interior do Paraná. Após aplicação de critérios
prévios de elegibilidade e devolução de instrumento de coleta de dados, a
amostra foi constituída por 71 profissionais (42% do total da população que
recebeu e respondeu o instrumento) de saúde de nível superior (incluindo
residentes multiprofissionais) e técnico da equipe multidisciplinar. Os
participantes responderam o questionário intitulado “Hospital Survey on Patient
Safety Culture”, adaptado do instrumento traduzido e validado para o
português(2). Fez-se análise estatística descritiva nas dimensões que melhor
retratavam a relação cultura de segurança e comunicação, interpretada quanto
ao grau de concordância dos sujeitos, que poderia ser favorável ou
desfavorável à cultura de segurança, a depender das assertivas. Os preceitos
éticos cabíveis foram respeitados integralmente (Parecer 558.430/2014
CEP/UNIOESTE). Resultados: A amostra foi predominante do sexo feminino
(66,2%) e pertencente à equipe de enfermagem (64,8%). Na análise da cultura
de segurança relacionada à comunicação, destacaram-se os seguintes
resultados positivos: respeito entre pessoas (85%); agrado em trabalhar com
profissionais de outras unidades (70%); colaboração no trabalho urgente
(84,5%). Por outro lado, salientaram os resultados negativos, a saber: trabalho
em conjunto adequado e cooperação entre unidades (57,8% e 59,2%);
intercâmbio de informações entre unidades (60,3%); e perda de informações
importantes na passagem de plantão (52,9%). Conclusão: Os trabalhadores
se respeitam e colaboram entre si para o desenvolvimento das atividades, o
que reflete possíveis indícios de boa comunicação interpessoal intrassetores.
Apesar disso, há dificuldade de interação entre as unidades, além de possíveis
deficiências no processo de passagem de plantão. Conclui-se que há
necessidade de investimento no fluxo de comunicação hospitalar, bem como
ações que promovam melhorias no processo de passagem de plantão.
Palavras-chave:
Segurança
do
Paciente;
Cultura
organizacional;
Comunicação; Trabalho em Equipe.
Bibliografia:
1
BRASIL. Ministério da Saúde. Documento de referência para o Programa
Nacional de Segurança do Paciente. Brasília, DF, 2014.
2
CLINCO, S.D.O. O hospital é seguro? Percepções de profissionais de
saúde sobre segurança do paciente. [dissertação]. São Paulo: Escola de
Administração de Empresas. Fundação Getúlio Vargas, 2007.
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