Pontos Críticos
na Manipulação
de Cápsulas
Luiz Fernando Chiavegatto
Cápsulas
Definição
Preparações farmacêuticas constituídas por um
invólucro de natureza, forma e dimensões variadas,
contendo substâncias medicinais sólidas, líquidas ou
pastosas.
Cápsulas
Considerações Gerais sobre a forma farmacêutica
o Meio de administração de substâncias nauseosas e de
sabor desagradável
o As paredes são digeríveis e liberam rapidamente os
medicamentos
o Devido à elasticidade de suas paredes, são mais
fáceis de serem deglutidas, em relação ao comprimido
o As substâncias acondicionadas devem ser estáveis
Cápsulas
Considerações Gerais sobre a forma farmacêutica
o A sua estrutura não deve sofrer alteração
o A substância medicamentosa deve liberar-se
rapidamente dos invólucros
o Os tamanhos devem ser adequados a administração
o Devem atender ao rigor da dosagem
Cápsulas
Considerações Gerais sobre a forma farmacêutica
o Manter constante as qualidades de cada fármaco
o As cápsulas gelatinosas podem ser gastrorresistentes
o Em farmácia de manipulação é possível preparar
dosagens que não são encontradas no mercado, bem
como substâncias.
Cápsulas
Boas práticas de Manipulação
• São um conjunto de ações organizadas que asseguram
que os medicamentos tenham a qualidade exigidas para
o fim que se destinam.
Garantia da Qualidade – abrange tudo que possa,
individual ou coletivamente, influenciar a
qualidade de um produto.
Cápsulas
Pontos a serem considerados
Sala de Enchimento
 Utilização de salas próprias
RCD67/07 - As áreas destinadas à manipulação de
formas farmacêuticas sólidas e de germicidas devem
ser específicas.
Cápsulas
Pontos a serem considerados
Sala de Enchimento
 Dimensões – possibilidade de espaço
 Paredes de alvenaria ou divisórias de fórmica
 Uso de ar refrigerado e/ou desumidificadores (Controle
de temperatura e umidade –apresentar documentação
exigida)
 Assoalho liso - permitir esterilização
 Capelas individuais - vidro ou acrílico
 A limpeza das capelas deve ser realizada antes e após
cada manipulação.
Cápsulas
Excipientes
Ideal seria encher a cápsula somente com o princípio
ativo
Requisito para um excipiente :
INÉRCIA - diante do princípio ativo e em
relação ao material de acondicionamento.
Seu uso pode ter as seguintes finalidades:
1- Facilitar a cedência do princípio ativo;
2- Permitir uma fórmula mais estável;
3- Facilitar a manipulação.
Cápsulas
Tipos de Excipientes
Para as cápsulas temos os seguintes excipientes:
1- Diluentes
2- Aglutinantes
3- Lubrificantes
4- Absorventes
5- Molhantes
6- Tampões
Cápsulas
Diluentes
 Usados para completar o volume das cápsulas.
 Devem ser inertes.
 Podem ser solúveis ou insolúveis.
Cápsulas
Lactose
o Obtida do leite
o Bom excipiente
o Pó branco, ou quase branco; cristais inodoros de
sabor adocicado. Absorve odores. Solúvel.
o Apresenta incompatibilidades - Ação redutora aos
seguintes fármacos (segundo Anderson): anfepramona,
femproporex, aminofilina, fluoxetina, sertralina,
imipramina, amitriptilina, clomipramina, nortriptilina,
hidroxitriptofano, etc.
o Deficiência de Lactase: Intolerância
Cápsulas
Talco
o Silicato de magnésio hidratado com impurezas de
silicato de alumínio.
o Pó cristalino branco, ou branco acinzentado, muito
fino, untuoso, aderente e macio ao toque.
o Risco de contaminação microbiológica.
o É usado como lubrificante e diluente devido ao seu
poder secante, na proporção de 5 a 30%.
o Incompatibilidades: quaternário de amônio.
Cápsulas
Amido
o Pó fino, branco, sem sabor.
o Risco de umidade - guardar em lugar seco.
o Usado como diluente e desintegrante.
o Sua goma é usada como aglutinante
o Não há descrições de incompatibilidades na literatura.
Cápsulas
Manitol
o Pó cristalino, solúvel, branco e inodoro. De sabor doce.
o Usado na concentração de 10 a 90%.
o Indicado para encapsular drogas sensíveis a umidade.
o Incompatível com ferro, alumínio e cobre. Não usar em
formulações que possam ter sais destes metais.
Cápsulas
Celulose Microcristalina – AVICEL
o Usada como diluente de 20 a 90%.
o Usada como antiaderente de 5 a 20%.
o Usada como absorvente de 20 a 90%.
o É higroscópica. Cuidado com agentes oxidantes fortes.
Cápsulas
Caulim
o Pó branco, acinzentado, untuoso.
o Quimicamente é o silicato de alumínio hidratado.
o Utilizado como diluente.
o Risco de contaminação microbiana.
o Risco de adsorção de algumas drogas: amoxacilina,
cimetidina, lincomicina, fenitoína, tetraciclina,
warfarina, etc.
Cápsulas
Aerosil
o Dióxido de silício coloidal, de tamanho submicroscópico,
branco, inodoro e sem sabor.
o Higroscópico.
o Utilizado como dessecante e antiaderente na
concentração de 0,1 a 1%.
Cápsulas
Estearato de Magnésio
o Material de natureza graxa, usado como lubrificante
de comprimido.
o Hidrofóbico.
o Interfere na dissolução de drogas. Em especial às
pouco solúveis.
o Desaconselhável seu uso como excipiente de cápsulas
em farmácias.
Cápsulas
Carboximetilcelulose
o Material granuloso, higroscópico, branco ou levemente
amarelado, inodoro.
o Quando em solução aquosa dá formação de gel, o que
pode prejudicar a absorção de alguns fármacos.
Cápsulas
Lauril Sulfato de Sódio
o Pó cristalino branco, creme ou amarelo pálido, de sabor
amargo.
o Agente tensoativo de alto EHL.
o Molhante usado nas concentrações de 1 a 2%.
o Favorece a absorção dos medicamentos pouco solúveis.
o É incompatível com alcalóides e com fármacos
catiônicos.
Cápsulas
Mistura de Pós
Finalidade da Mistura
Consiste em tornar o mais homogênea possível, uma
associação de vários produtos sólidos, pastosos, líquidos
ou gasosos. Cada fração ou dose coletada ao acaso deve
conter todos os componentes nas mesmas proporções
que a totalidade da preparação;
Completar o volume da cápsula;
Atender a uma prescrição, a qual encerra diferentes
princípios ativos.
Cápsulas
Fatores que Interferem na Mistura
Tenuidade dos componentes: pulverização de cada
componente separadamente
Densidade: pulverizar mais finamente a droga de
densidade mais elevada, para diminuir a densidade
aparente.
Proporções dos diferentes componentes: uso do
método de diluição geométrica.
Cápsulas
Fator de Correção e Equivalência
Fator de Correção (FCr): Fator utilizado para corrigir a
diluição de uma substância, o teor de princípio ativo, o
teor elementar de um mineral ou a umidade.
Fator de Equivalência (Feq): Fator utilizado para fazer
o cálculo da conversão da massa do sal ou éster para a
massa do fármaco ativo, ou da substância hidratada
para a substância anidra.
Cápsulas
Fator de Equivalência
• Sal cujo produto farmacêutico de referência é
dosificado em relação à molécula base.
Cálculo:
Feq = Eq g do “sal”
Eq g da “base”
Cápsulas
Fator de Equivalência
Exemplos
Sulfato de Salbutamol
Salbutamol base:
PM = 239,31
C31H21NO3
Sulfato de Salbutamol: PM = 576,71
(C13H21NO3)2
Feq = 576,71 / 2 = 1,20
239,31 / 1
Feq = 1,20
Eq =
PM
Valência
Cápsulas
Fator de Equivalência
Exemplos
Estolato de Eritromicina
Feq = 1056,43(sal) = 1,44
733,92(base)
Cloridrato de Fluoxetina
Feq = 345,79 (sal) = 1,12
309,33(base)
Cápsulas
Fator de Equivalência
•Sal ou Base hidratada cujo produto de referência é
dosificado em relação à base ou sal anidro.
Cálculo:
Feq= Eq g do Sal ou Base Hidratada
Eq g do Sal ou Base Anidra
Cápsulas
Fator de Equivalência
Exemplos
Amoxicilina Hidratada
Feq = 419,46(hidratada) = 1,15
365,41(anidra)
Lisinopril Hidratado
Feq = 441,53(hidratado) = 1,09
405,53(anidro)
Cápsulas
Fator de Correção
Para calcular o fator de correção, divide-se
100 pelo teor da substância ou do elemento
Betacaroteno .....................10mg/cápsula
Substância disponível: Betacaroteno 11%
FCr = 100 = 9,09
11
Cálculo: 10mg X 9,09 = 90,9mg/cápsula
Cápsulas
Fator de Correção
Para correção da umidade, a partir do teor de
umidade indicado no certificado de análise:
FCr =
100
100 - teor de umidade
Cápsulas
Volume Aparente
•
•
•
•
É o volume ocupado por uma dada quantidade de pó.
Utilizamos a proveta.
Deve-se acamar o pó até volume constante.
É indispensável a redução do pó (princípio ativo e
excipiente) a uma mesma tenuidade.
1g
1g
Princípio
Ativo
P.A.
Acamado
Cápsulas
Volume total de pó
• Dois ou mais princípios ativos – pesa a quantidade
total dos p. a.  homogeneiza  transfere para
proveta  verifica volume aparente total 
escolhe a cápsula a ser utilizada  verifica a
necessidade do uso de excipiente  transferir o
pó (p. a. + excipiente) para o almofariz para
homogeneização
Quantidade total de P.A. p/ X cáps. de n° N +
quant. de excipiente até atingir o vol. Total.
Cápsulas
Métodos de Mistura
Gral.
Frasco de boca larga.
Saco plástico.
Determinação da Homogeneidade
Pós de cores diferentes.
Pós de cores iguais.
Cápsulas
Problemas da Mistura de Pós
 Segregação.
 Controle de Homogeneidade:
- uso de corante
- retirada de alíquotas de diversas regiões
da mistura
Cápsulas
Cápsulas a Partir de Comprimidos
• Finalidade de uso: quando é necessário administrar uma
substância de uso exclusivo da indústria em dose diferente
da oferecida por esta.
Jamais usar comprimidos
revestidos ou de ação prolongada
Cápsulas
Encapsuladores
Distribuição das cápsulas no encapsulador
Métodos de Enchimento
 Forma gradual e uniforme.
 Fileira a fileira.
 Sobra de pó.
 Batidas no tabuleiro
Cápsulas
Fechamento e Limpeza
 Observar o ponto do “clic”.
 Pano limpo ou toalhas de papel.
 As cápsulas que eventualmente amassarem deverão ser
descartadas
Acondicionamento
 Potes limpos.
 Algodão.
 Rótulos de acordo com a legislação.
 Sachets de sílica
MANIPULAÇÃO DE CÁPSULAS
LÍQUIDOS ENCAPSULADOS EM CÁPSULAS GELATINOSAS
DURAS
• soluções alcoólicas;
• óleos fixos
amendoím);
(ex.:
óleo
de
amêndoas,
óleo
de
• óleos voláteis.
MATERIAL UTILIZADO
• encapsulador,
• pipeta,
• micropipeta,
• seringa ou gotejador calibrado
39
MANIPULAÇÃO DE CÁPSULAS
CÁPSULAS GELATINOSAS MOLES
• Uma única parte
• Conteúdo
selado
hermeticamente
• Diversos formatos e tamanhos
• Destinam preferencialmente a
acondicionar líquidos
 0,2 até 5g
40
MANIPULAÇÃO DE CÁPSULAS
DESVANTAGENS DAS CÁPSULAS GELATINOSAS
MOLES
• Preparação complexa
• Inadequada para líquidos c/ teor de H2O
≥ 5%
41
MANIPULAÇÃO DE CÁPSULAS
VANTAGENS DAS CÁPSULAS GELATINOSAS MOLES
• fácil deglutição
• maior preferência pelos pacientes
• maior biodisponibilidade
• fármacos susceptíveis à hidrólise ou oxidação
• incorporação de fármacos empregados em altas doses
e com baixa capacidade de compressão
• precisão no encapsulamento (±1 a 3%)
42
Cápsulas
Controle de Qualidade
 Uma amostra de cápsulas (20), aleatória, deve ser
submetida a testes de controle, que avaliem: Peso Médio e
a diferença de peso entre elas.
 O lote só poderá ser liberado para a dispensação após
aprovação pelo controle de qualidade.
Cápsulas
Estudo Dirigido
Número
Capac.
0
1
0.68 0.5
2
3
0.37 0.3
4
0.21
5
0.13
1) Prescrição: 60 cápsulas de espironolactona 100mg.
Volume aparente: espironolactona = 1,1ml; amido = 1,5ml
2) Prescrição: 70 cápsulas de hidroxizine 10mg.
Vol ap: hidroxizine = 2ml; amido = 2ml
Cápsulas
Número
Capac.
0
0.68
1
0.5
2
0.3 5
3
0 .3
4
0.21
5
0.13
3) Prescrição: 180 cáps. Minoxidil 5mg.
Vol ap: minoxidil = 1,8ml; amido = 2ml
4) Prescrição: 160 cáps. de Sulfato de Neomicina 500mg.
Vol ap: neomicina sulf. = 2ml; avicel = 1,8ml.
5) Prescrição: 30 cáps de Ferro (glicina) 30mg (20% de
ferro no mineral aminoácido quelato).
Vol ap: MAQ= 2,3ml ; excipiente= 1,7ml
Cápsulas
Número
Capac.
0
1
0.68 0.5
2
3
0.37 0.3
4
0.21
5
0.13
6) Prescrição: 30 cápsulas com Ferro (glicina) 30mg e
selênio (glicina) 30mg, ambos a 20% de MAQ.
Vol ap: MAQ1 = 2,3ml; MAQ2 = 2,3ml; excipiente = 1,7ml
7) Prescrição: Zinco = 20mg (A farmácia dispõe de
Sulfato de Zinco) PM ZnSO4. 7H2O= 220 ; PA Zn= 50
Vol ap: ZnSO4 = 0,9ml; excipiente = 1,7ml
Cápsulas
Número
Capac.
0
1
0.68 0.5
2
3
0.37 0.3
4
0.21
5
0.13
8) Prescrição: Hidroxizine 10mg + Cimetidina 200mg 30 cápsulas.
Vol ap: hidroxizine= 1,3ml; cimetidina = 1,5ml; amido= 2ml
9) Prescrição: Fazer 50 cápsulas de 5mg de captopril,
partindo de comprimidos de captopril 25mg.
Peso dos comprimidos:
Peso médio dos comprimidos = 125,25 mg
Vol ap: pó de comprimido= 2ml ; amido= 2ml
Download

Cápsulas - Visual Carioca