LIPÍDEOS Os lipídeos se encontram distribuídos em todos os tecidos, principalmente nas membranas celulares. Por convenção (Congresso Internacional de Bioquímica em 1922) – ésteres de ácidos graxos, ou seja, por hidrólise fornecem ácidos carboxílicos superiores (de cadeia de carbonos grande) e álcool. Para solubilizar lipídeos deveremos usar solventes orgânicos, apolares como clorofórmio, éter etílico, acetona, benzeno, gasolina. ( já que “ semelhante dissolve o semelhante"), e já que são fracamente solúveis em água ou etanol (solventes polares) e altamente solúveis em solventes orgânicos (geralmente apolares). Fontes: Origem vegetal (por exemplo: soja, azeite de oliva, margarina vegetal, óleos: girassol, soja, canola, milho, etc., abacate, nozes, coco, avelã, castanha de caju, amendoim, amêndoas). Origem animal (por exemplo: manteiga, nata, creme de leite, banha, toucinho e bacon) Devem ser evitados por serem ricos em colesterol e poder estimular a arteriosclerose Funções: - Reserva de energia (1 g de gordura = 9 kcal) e no caso de carboidratos e proteínas temos esta relação em: 1g = 4Kcal) - transporte metabólico (veículos de vitaminas lipossolúveis) - Componente estrutural das membranas biológicas; - isolamento térmico, elétrico e mecânico (por exemplo, panículo adiposo sob a pele), - Precursor de hormônios e vitaminas Nomenclatura dos ácidos graxos Como são ácidos orgânicos apresentam final óico ou ico, por exemplo, ácido palmítico, ácido olêico. Como se ionizam em pH fisiológico deve-se preferir a referência palmitato, oleato, respectivamente ao exemplo anterior. Caso apareça a notação 18:0 significa um ácido graxo com 18 carbonos e nenhuma dupla ligação, enquanto 18:2 significa que há duas ligações duplas (sendo que os átomos de carbono dos ácidos graxos são numerados a partir do terminal carboxílico: carbono 2 (α), 3 (β), etc. Caso apareça o símbolo ∆ seguido de um numero em índice superior, significa posição da dupla ligação: ∆9 significa que há uma dupla ligação entre os carbonos 9 e 10). Classificação Podemos levar em consideração quanto ao estado físico na temperatura ambiente - óleos e gorduras (caso o lipídeo tiver mais insaturações ou menos, respectivamente) e em relação aos seus componentes (simples – caso após a hidrólise forneça uma molécula de álcool e ácidos graxos, ou compostos – caso após a hidrólise forneça álcool, ácido graxo e outra substancia) Simples: -Glicerídios: os produtos da hidrólise podem ser um, dois ou três ácidos graxos e molécula de trialcool denominada glicerol ou glicerina. Um exemplo de grande importância são os triglicerídeos Ác. Graxos Glicerol Ác. graxos Ác. graxos -Cerídios: álcool com maior número de carbonos e uma ou mais moléculas de ácidos graxos. Compreende as ceras animais e vegetais, por exemplo, ceras de carnaúba, babaçu e de cera das abelhas. Compostos: - Fosfolípideos: são ésteres do glicerofosfato (glicerol + fosfato) + ácidos graxos. Exemplos: lecitina e a cefalina. Ác. graxos Glicerol Ác. graxos PO4 Álcool -Glicolipídeos: ácido graxo + glicerol + carboidrato. Os glicolipídios são semelhantes ás esfingomielinas, exceto por conterem um carboidrato,geralmente galactose,no lugar da colina e do ácido fosfórico. - Esfingolipídios: formados por uma molécula de um aminoálcool de cadeia longa , a esfingosina e ácidos graxos. Exemplo: esfingomielina, cerebrosídeos e gângliosídeos Es fi n go si na Ác. graxos Mono ou oligossacarídeos Ácidos graxos São ácidos carboxílicos constituídos cadeias de carbonos e hidrogênios de quatro a trinta e seis átomos de carbono. São considerados anfipáticos por apresentarem uma extremidade polar (hidrofílica e uma extremidade apolar (hidrofóbica). Ácido palmítico: H3C-(CH2)14-COOH Ácido oléico: H3C-(CH2)7-CH=CH-(CH2)7-COOH Ácido linolêico: H3C-CH2-CH=CH-CH2-CH=CH-CH2-CH=CH(CH2)7-COOH Os ácidos graxos também podem ser classificados como saturados ou insaturados, dependendo da ausência ou presença de ligações duplas carbono-carbono. Ácidos graxos saturados: Não possuem duplas ligações. São geralmente sólidos à temperatura ambiente. Gorduras de origem animal são geralmente ricas em ácidos graxos saturados Ácidos graxos insaturados Possuem uma ou mais duplas ligações e são mono ou poliinsaturados. São geralmente líquidos à temperatura ambiente. A dupla ligação, quando ocorre em um AG natural, é sempre do tipo "cis" e na industria pode ser formado AG “trans”. Os óleos de origem vegetal são ricos em AG insaturados. Ácidos Graxos Essenciais: sintetizados apenas por vegetais. Estes ácidos graxos participam como precursores de biomoléculas importantes como as PROSTAGLANDINAS (eicosanóides) Eicosanóides: Hormônios parácrinos (agem sobre células próximas ao local de síntese do próprio hormônio). Todos os eicosanóides são derivados do ácido aracdônico (20:4(∆5,8,11,14)), o ácido graxo poliinsaturado com 20 átomos de carbono do qual eles tomam o nome genérico (do grego eikosi, vinte). Existem três classes de eicosanóides: prostaglandinas, tromboxanos e leucotrienos. São envolvidos nas funções reprodutivas, na inflamação, na febre, na dor associada a lesões ou doenças; na formação de coágulos sanguíneos e na regulação da pressão arterial, na secreção de ácido no estômago; e em vários outros processos importantes tanto na saúde como nas doenças humanas. O ácido araquidônico livre é convertido a prostaglandinas pela ação da enzima ciclooxigenase (COX) a partir de fosfolipídios, tal como o fosfoinositol, em membranas através da ação da enzima fosfolipase A2 e rapidamente convertido a prostaglandinas, que iniciam o processo inflamatório. A cortisona tem ação anti-inflamatória por bloquear a ação da fosfolipase A2. Este é o mecanismo de ação da maior parte dos anti-inflamatórios esteróides. ESTERÓIDES: Como não são ésteres de ácidos graxos, mas tem propriedades semelhantes são chamados assim: esteróides. Os esteróis são esteróides com 27 a 29 átomos de carbono, formados por uma cadeia lateral de oito ou mais átomos de carbono (C) no carbono 17 e um grupo álcool ou hidroxila (-OH) no carbono 3. O colesterol (e seus derivados) é um exemplo de esteróide e pode ser encontrado nas membranas celulares. Derivam do anel orgânico ciclopentanoperidrofenantreno. Entre os esteróis destacam-se o colesterol e a vitamina D. O colesterol faz parte da estrutura das membranas celulares, sendo também um reagente de partida para a biossíntese de vários hormônios (cortisol, aldosterona, testosterona, progesterona), dos sais biliares e da vitamina D. Sem colesterol não haveria vida (esta é uma das razões pelas quaais não podemos falar “mal colesterol”!). Os esteróides são amplamente distribuídos nos organismos vivos e incluem os hormônios sexuais, a vitamina D e os esteróis, tais como o colesterol. Exemplo de hormônios esteróides: progesterona, androgênios (testosterona), estrogênios, glicocorticóides: mineralocorticóides. O colesterol é sintetizado exclusivamente em células animais; nas plantas é substituído pelo fitoesterol. Uma parcela do colesterol precisa ser obtida pela dieta e a outra é fabricada pelo corpo, principalmente no fígado. Grande parte do colesterol é transportada no sangue sob o formato de LDL. Uma parte dele é metabolizada no fígado e a outra serve para síntese de membranas celulares. No entanto, quando há excesso, o LDL acumula-se nas paredes das artérias, causando a aterosclerose. Por isso o LDL é chamado de "mau colesterol"e ao contrário, o HDL tende a retirar o colesterol das artérias, levando-o ao fígado, onde se converte em bile. ("bom colesterol"). ESTA FORMA DE SE EXPRESSARÉ USADA, MAS NÃO HÁ BOM OU MAL E SIM CONCENTRAÇÃO ELEVADA OU BAIXA DE LIPOPROTEÍNA. LIPOPROTEÍNAS: proteínas e lipídeos Quilomícron = É a lipoproteína menos densa, transportadora de triacilglicerol exógeno na corrente sanguínea VLDL = "Lipoproteína de Densidade Muito Baixa", transporta triacilglicerol endógeno IDL = "Lipoproteína de Densidade Intermediária", é formada na transformação de VLDL em LDL LDL = "Lipoproteína de Densidade Baixa", é a principal transportadora de colesterol; seus níveis aumentados no sangue aumentam o risco de infarto agudo do miocárdio HDL = "Lipoproteína de Densidade Alta"; atua retirando o colesterol da circulação. Seus níveis aumentados no sangue estão associados a uma diminuição do risco de infarto agudo do miocárdio.