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Jornalista responsável: Renato H. S. Moreira (Mtb 338/86 - ES).
Informativo oficial da
Sociedade Brasileira de
Densitometria Clínica
Edição nº 18
Ano XIV
Jul a Set de 2008
FILIADA À:
EDITORIAL
Gafanhotos, cigarras,
raposas, densitometrias
e outras fábulas
D
ezesseis mil trezentas e
uma publicações. Esse
era o número de artigos
registrados no PubMed de
Janeiro de 1960 a setembro
de 2008, quando pesquisados pelos descritores DXA,
DEXA, Bone Densitometry
ou Absorptiometry.
Nas décadas de 60 e 70,
631 publicações já nos ofereciam importantíssimas
contribuições sobre o método e, se comparadas aos
1045 artigos indexados na
década de 80 ou, ainda, aos 5585 dos
anos 90, vemos claramente o crescente interesse nessa metodologia. Os primeiros oito anos do século XXI já nos
premiaram com nada menos que 9040
publicações. Testemunhamos números
históricos de um crescimento exponencial que se consolida ainda mais com a
crescente produção científica vista em
áreas afins, que buscam complementar
os limites e vácuos deixados por nossa
metodologia.
A densitometria repete passos de ilustres ferramentas consagradas da medicina como o esfregaço vaginal, a prova de
esforço cardiovascular, a espirometria, a
impedanciometria, a mamografia, a curva glicêmica, as dosagens de colesterol
sérico e muitos e muitos outros. Métodos tão imperfeitos quanto nós, seres humanos e, ainda assim, indispensáveis para a prática médica.
No entanto, assim como
fábulas ancestrais, a prática da densitometria tem
sido assediada por seu
principal gafanhoto: O
desconhecimento!
Verdades parciais e frases de efeito podem habitar
o inconsciente contaminar
o discurso de médicos e
gestores de saúde, contaminando muitos, ajudando a criar distorções, sem
que encontrem, verdadeiramente, respaldo na literatura para tanto.
“O conhecimento da densidade óssea é
dispensável na identificação de candidatos ao tratamento”
Certa vez um menino que vivia num
mundo distante disse: “Serás eternamente responsável por aquilo que cativares”. Como explicar a uma senhora de
67 anos que sofre uma fratura vertebral
que, simplesmente por ter pele morena,
não ser magra e não apresentar nenhum
dos fatores de risco clínicos, já catalogados em estudos epidemiológicos, que
seu tratamento para osteoporose não foi
iniciado a tempo de evitar esse primeiro
evento? Serás eternamente responsável
também pelo que não cativares. A identificação de indivíduos com baixa massa
óssea simplesmente dirige tudo o que se
sabe hoje sobre eficácia das intervenções
terapêuticas em osteoporose. A literatura
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é escassa de dados que demonstrem
a eficácia ou mesmo a efetividade
das opções farmacológicas para tratar a osteoporose em indivíduos que
apresentem densidade óssea normal
ou mesmo que tenham recrutado pacientes independentemente de suas
densidades ósseas.
“Ganhos de Massa Óssea não são
necessários para que ocorra redução no risco de fraturas” ou “Repetir
exames de densitometria não fornece informações úteis para decidir ou
modificar decisões clínicas”
Certa vez disse a Raposa ao tentar
sem sucesso alcançar as uvas que
estavam no alto de uma parreira:
“Essas não me interessam pois estão
verdes!!” Como na fábula, vista pelo
crivo da ciência, a mente humana é
incrivelmente previsível em sua tendência à estabelecer paralelos e comparações para locupletar suas frustrações e limitações. Até a presente data
NENHUMA publicação científica conhecida demonstrou que o risco de
fraturas em indivíduos que estejam
perdendo massa óssea diminui ou
mesmo se estabiliza. Assim como a
Raposa jamais provou daquelas que
poderiam ter sido as mais deliciosas
das uvas daquela parreira negligenciar as perdas de massa óssea pode
2
comprometer a atuação médica e nos
levar a perder o momento certo de
uma intervenção.
Por outro lado, fartas evidências
insistem em correlacionar a estabilidade e, até mesmo, os ganhos de
densidade mineral óssea, obtidos
com vários dos tratamentos hoje
aprovados, com reduções proporcionais no risco de fraturas em estudos prospectivos controlados. Em
praticamente todos os bisfosfonatos
hoje comercializados e outros tais
como com o Ranelato de Estrôncio,
essa correlação é clara e documentada embora deva-se reconhecer que
outros fatores também devem estar
associados a tais reduções.
“Variações de densidade mineral
óssea relevantes não podem ser
capturadas por densitometrias em
intervalos menores que cinco anos”
A Cigarra cantava, cantava, e só
freqüentava seu serviço de densitometria para assinar os laudos e receber os relatórios de faturamento.
Enquanto isso as dedicadas formigas
empenhavam-se em procedimentos
de controle de qualidade, analisavam
imagem por imagem e buscavam garantir que o método trabalhasse no
limite de sua precisão, fornecendo
informações acuradas aos clínicos.
Isso aumentava a credibilidade do
método para que, mesmo no inverno,
as formigas continuassem a receber
seus pacientes enquanto a Cigarra
teria que ir buscar outras paragens
para cantar.
Embora qualidade tecnológica seja
um ponto alto na densitometria, a
sensibilidade a pequenas variações
entre exames destinados ao monitoramento, somente é alcançada com
qualificação e dedicação da equipe
envolvida. Tipicamente, variações
entre 1.5 e 3.0% só podem ser capturadas se esses e outros cuidados
forem tomados. Só assim podemos
detectar as variações freqüentes aos
12 ou 24 meses em pacientes da rotina clínica em osteoporose.
Tudo isso permite concluir esse
editorial apenas lembrando que a
densitometria é, como tantos outros, um método fabuloso, que como
tal, nos desafia a todo momento a
entendermos suas entrelinhas para
preservá-la e mantê-la em seu claro
posto de instrumento propedêutico
de primeira grandeza, à disposição
do clínico, para o bem da medicina e
de nossos pacientes.
Dr. Sergio Ragi Eis
Presidente - SBDens
INFORMATIVO OFICIAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DENSITOMETRIA CLÍNICA
ARTIGO
“Rebinbocas” e “parafusetas”
Q
uem nunca teve seu carro, máquina de lavar ou computador
submetidos à manutenção? Quando
um dos nossos aparelhos fica “doente”, logo somos remetidos à qualidade de “pacientes” e sujeitos à todos
os desdobramentos que esta condição representa.
Na maioria das vezes, predomina
a sensação de expectativa mesclada
com impotência frente a um universo
de termos e procedimentos técnicos
alheios à prática clínica cotidiana.
Contudo, é importante que o médico responsável seja sujeito agente
deste processo.
Delegar a prepostos o ato de supervisionar um reparo é perder a oportunidade de absorver importante carga
de informação técnica durante o reparo ou a manutenção preventiva.
Neste contexto, abordaremos a assistência técnica a densitômetros.
Os sistemas densitométricos podem ser divididos em : mesa de exames, microcomputador e software
operacional.
Mesa de exames - compreende
todo o sistema de geração e detecção de raios-x além do arcabouço de
sustentação (chassis) do aparelho.
Portanto, incluem-se o sistema de
geração (tubo de raios-x), de captação (braço detector) e as partes móveis (polias, engrenagens e correias).
As partes móveis são representadas
pelo sistema de deslocamento do
tubo gerador e do braço detector.
Esta parte do sistema raramente é
fruto de problemas mas sempre é
bom lembrar que a tensão das correias e a sincronização entre tubo e
detector deve ser determinada mecanicamente, na presença do especialista em manutenção.
Microcomputador – teoricamente é o aparelho de mais fácil
manutenção. Contudo, como sofre
modificações para se tornar o centro de operações de um sistema de
densitometria, precisa ser dedicado ao aparelho e não está isento de
“obsolescência tecnológica” , vírus e
sobrecarga de informação.
Software operacional – também sujeito a atualizações, deve ser
necessariamente original. O conhecimento de todos os recursos e da
versão utilizada é obrigação do responsável pela operação do serviço e
“ Não deixem de
acompanhar passo
a passo todos os
reparos”
fundamental quando se deseja uma
assistência técnica remota (ex: por
telefone).
Abaixo, algumas observações recomendáveis durante a manutenção
nos sistemas:
1) Banco de dados – pedra angular do serviço de densitometria.
Deve ser considerado patrimônio em
constante evolução e por isso merecedor de atenção especial. Antes de
qualquer reparo, o backup completo
de imagens e modelos de laudos deve
ser realizado de modo a permitir até
“ Na maioria das
vezes, predomina
a sensação de
impotência”
mesmo que o microcomputador seja
formatado sem prejuízo dos dados
de pacientes, caso necessário.
2) Peças móveis – não causam
maiores problemas a não ser quando a importação das mesmas leva
tempo. Devido à aparente simplicidade destes componentes, temos
a impressão de que a substituição
pode ser feita por produtos análogos
como correias ou rolamentos de outros equipamentos. Alerto que é um
risco “improvisar” peças sob o risco
de danificar outras partes, provocar
erros sistemáticos e até mesmo causar a perda da garantia.
3) Microcomputador – recomenda-se que o microcomputador seja
de boa capacidade e dedicado exclusivamente ao sistema de densitometria. Isto evita a inclusão de vírus e
a sobrecarga prematura do disco rígido (HD). Recomendamos backup
diário num segundo HD e mídia física em intervalos determinados de
acordo com a demanda do serviço.
4) Tubo de raios x e Detector – assim como a busca de causas secundárias de osteoporose deve preceder
o tratamento, há que se ter certeza
que não há outra causa além da falência do tubo ou detector antes de
proceder à eventual troca do mesmo.
Obviamente nova calibração e calibração cruzada são necessárias após
este tipo de intervenção.
Na edição de número 15, o informativo Conectividade Óssea divulgou
uma pesquisa de satisfação realizada
pela SBDens no período de outubro
a Novembro de 2007 entre 247 serviços de densitometria de todo o o
Brasil. Os resultados dessa pesquisa
que apontam pontos fortes e fracos
relacionados à prestação de serviços
de manutenção em densitômetros
pode ser acessado diretamente no
site da sbdens (www.sbens.org.br).
Se o seu serviço observou as recomendações acima, não há motivo
para temer a manutenção. Prazos,
custos de um sistema inoperante e
resolutividade do reparo são variáveis que não há como controlar.
O simples ato de acompanhar os
reparos no sistema de densitometria
faz com que haja uma importante troca de informações, útil para ambas as
partes envolvidas no processo.
Dr. Bruno Muzzi Camargos
Ginecologista/obstetra
Belo Horizonte (MG)
3
INFORMATIVO OFICIAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DENSITOMETRIA CLÍNICA
PROQUAD
Qualidade em densitometria
Programa criado pela SBDens proporciona diferencial a centros acreditados
I
ntroduzido
em
1995 pela Sociedade Brasileira de
Densitometria Clínica (SBDens), o Programa de Qualidade
em
Densitometria
(ProQuaD) é um programa de acreditação
com finalidade educativa, desenvolvido
para avaliar, monitorar, dar suporte e
certificar serviços de
densitometria
que
têm como plataforma
a busca pela excelência como garantia essencial para a credibilidade do método.
relatório global sobre
o desempenho do serviço e posteriormente
o Certificado de Qualidade em Densitometria.Os centros aprovados passam então a
gozar do direito de afixar, em seus exames, o
Selo de Qualidade do
ProQuaD.
O relatório final segue com orientações
quanto à qualidade de
aquisições e análises
das imagens, laudos
médicos e condições
técnicas dos equipamentos de Densitometria,
permitindo aos
A acreditação pode ser feita pelo site da SBDens/ProQuaD
serviços aprimorarem
e pagar a taxa de inscrição por mei0
COMO PARTICIPAR?
seus procedimentos e
Para participar do ProQuaD, cen- de boleto bancário gerado pelo próconhecimentos.
prio site.
tros sob a responsabilidade de méMais informações podem ser obtiUma vez confirmado o pagamento, das diretamente junto a SBDens, por
dicos associados e habilitados em
o serviço receberá seu registro junto meio do telefone/fax: (11)3253-6610,
densitometria clínica pela SBDens e/
com todo o material necessário para
ou ISCD, e que estejam em dia com
ou pelo e-mail da entidade (sbdens@
a avaliação.
suas obrigações junto a SBDens posbdens.com.br).
dem requerer a inscrição do(s) seu(s)
serviço(s).
COMO FUNCIONA?
Qualidade é Segurança. Participe!
A inscrição poderá ser realizada diConcluídos os procedimentos desretamente no site da SBDens (www.
critos no manual, o material prosbdens.org.br). Após aprovação da
duzido e alterado é devolvido para
inscrição no programa, o segundo
a central operacional do ProQuaD,
Dra. Maria Goretti Bravin de Castro
passo será cadastrar o equipamento
Dir. Programa de Qualidade - SBDens
que conclui a avaliação, emitindo um
4
INFORMATIVO OFICIAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DENSITOMETRIA CLÍNICA
ARTIGO
E tome vitamina D!
A
volumam-se as evidências para
que possamos explicar com mais
argumentos aos nossos pacientes os
benefícios de um nível adequado da
vitamina D em nosso organismo.
Passamos a fase de ressaltar seus
benefícios para a manutenção da
massa mineral óssea, para manter as
funções neuromusculares, prevenção
de quedas e fraturas, disfunções imunológicas e neoplasias.
Podemos agora, baseando-nos em
estudos recentes, ressaltar a função
benéfica sobre o sistema cardiovascular, e isto tem um apelo enorme na
adesão de nossos pacientes para a ingestão adequada desta vitamina.
Estes novos achados têm potencial
implicação em Saúde Pública, dada
a alta prevalência de hipovitaminose D em todo o mundo, inclusive no
Brasil (estudo feito pela Disciplina de
Reumatologia da Escola Paulista de
Medicina, por Pinheiro, MM et cols,
Osteoporos Int 2008, in press), a distribuição geográfica e do estilo de vida
no status da vitamina D e na facilidade de tratamento de sua deficiência,
com custo baixo e alta segurança.
A vitamina D afeta a proliferação
das células musculares lisas, a inflamação, fibrinolise, trombogenicidade,
regeneração endotelial, a calcificação
vascular, o sistema renina-angiotensina, e a pressão sanguínea, sendo
que todos estes fatores afetam o risco
de doenças cardiovasculares e o in-
farto do miocárdio. A deficiência de
vitamina D parece ser também um
fator de risco independente para os
eventos cardiovasculares, além dos já
tradicionalmente conhecidos, como
os níveis lipídicos séricos, hipertensão arterial, diabetes e tabagismo.
Sabemos da vasta distribuição dos
receptores de vitamina D no organis-
“ Estes novos
achados têm
potencial implicação
em Saúde Pública”
mo e nos tecidos do sistema cardiovascular incluem os músculos lisos,
endotélio e cardiomiócitos, Sabemos
agora que a hipovitaminose D está
relacionada a índices mais altos de
hipertensão arterial e eventos cardiovasculares e isto ocorreria de maneira independente do metabolismo
do cálcio.
O mediador destas lesões seria a
1,25 dihidroxivitamina D, produzida
nos rins, fora deles, como na vasculatura, por células dos sistemas imune
e gastrointestinal, que expressam a
1α-hidroxilase, que converte a 25hidroxivitamina D a 1.25 dihidroxivitamina D. A 1,25 dihidroxivitamina D
produzida localmente poderia agir de
uma maneira autócrina ou parácrina,
via ativação do receptor de vitamina
D, encontrado nestes tecidos.
Os baixos níveis circulantes de 25hidroxivitamina D poderiam lesar
os órgãos alvo de duas maneiras:
pelo baixo substrato renal ou extrarenal disponível para a ação da 1αhidroxilase e conseqüente redução
local da conversão intracelular para
1,25-dihidroxivitamina D, ou pela
diminuição direta da ativação dos receptores de vitamina D.
Um Fórum Internacional recentemente realizado com a presença de
conhecidos especialistas, aconselha
que os pacientes sejam aconselhados
a manter níveis séricos adequados e
vitamina D, por todas as razões enumeradas neste comentário. Aconselham que a concentração sérica ótima
de 25(OH)D seja de pelo menos 50
nmol/L (20ng/ml) em todos os indivíduos. Para alcançar este nível, a ingestão diária de vitamina D deve ser de
pelo menos 20μg/dia (800 UI/dia).
Portanto amigos, temos em mãos
mais um forte argumento para explicar aos nossos pacientes as vantagens
de utilizar doses adequadas de vitamina D. Mãos a obra!
Dr. Caio Moreira
Reumatologista
Belo Horizonte (MG)
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INFORMATIVO OFICIAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DENSITOMETRIA CLÍNICA
ARTIGO CIENTÍFICO
Efeitos do tratamento com ranelato de
estrôncio no risco de fraturas não-vertebrais
na osteoporose pós-menopausal
O
estudo TROPOS (The Treatment
Of Peripheral Osteoporosis) foi
designado para examinar o efeito a
longo prazo do ranelato de estrôncio
na redução de fraturas não-vertebrais. Os resultados de 3 anos deste
estudo já haviam sido publicados
anteriormente(1) e agora somos brindados com publicação dos resultados
finais dos cinco anos de acompanhamento deste estudo, que aconteceu
na conceituada revista médica Arthritis and Rheumatism (Reginster JY et
al)(2), na edição de junho de 2008, e
os principais achados são sintetizados e analisados a seguir.
No TROPOS, um total de 5.091
mulheres com osteoporose pós-menopausas foram randomizadas para
receber ou ranelato de estrôncio (2g/
dia), ou placebo, por um período de 5
anos. Eram pacientes ambulatoriais,
com idade média de 76 anos, com um
T score médio de -2,8DP na coluna
lombar e -3,1DP no colo femoral. Um
terço destas pacientes apresentavam
fraturas vertebrais ou não-vertebrais
prevalentes. O desfecho primário de
eficácia era o efeito na incidência de
fraturas não-vertebrais.
Em adição, a incidência de fraturas
de quadril foi avaliada, em uma análise pos hoc, em um subgrupo de 1128
pacientes que eram consideradas de
alto risco para estas fraturas (idade
de 74 anos ou mais e com um T score
em coluna lombar e colo femoral de
-2,4DP ou menos).
Das pacientes que iniciaram o estudo, 2.714 (53%) completaram o
acompanhamento de 5 anos. O risco
de fraturas não-vertebrais foi reduzido em 15% no grupo do ranelato de
estrôncio quando comparado ao placebo (RR 0,85; IC 95%:0,73-0,99),
cio permaneceu inalterado, quando
comparado com os resultados prévios
de 3 anos.
Estes dados confirmam os achados
positivos em termos de redução de
fraturas dos estudos anteriormente publicados com esta droga, agora
sob um prisma de maior duração de
tratamento, informação esta fundamental em uma patologia de evolução crônica como a osteoporose.
Referências:
sendo a redução da fratura de quadril
da ordem de 43% (RR 0,57; IC95%:
0,33-0,97). Também se demonstrou
resultados positivos no nível de fraturas vertebrais, cujo risco foi diminuído em 24% (RR 0,76; IC 95%:0,650,88).
Comparando estes achados com
aqueles reportados para os mesmos
desfechos no acompanhamento de 3
anos, observamos redução similar no
risco de fraturas não-vertebrais (15%
versus 16% [3 anos]) e diminuição
mais discreta da ocorrência de fraturas vertebrais (24% versus 39% [3
anos]). Os autores enfatizaram que,
após 5 anos de tratamento, o perfil de
segurança do tratamento com estrôn-
1- Reginster JY, Seeman E, De Vernejoul MC, Adami S, Compston J,
Phenekos C, et al. Strontium ranelate reduces the risk of non-vertebral
fractures in ostmenopausal women
with osteoporosis: Treatment of Peripheral Osteoporosis (TROPOS)
study. J Clin Endocrinol Metab
2005;90:2816–22.
2- Reginster JY et al. Effects of
Long-Term Strontium Ranelate Treatment on the
Risk of Nonvertebral and Vertebral Fractures in Postmenopausal
Osteoporosis. Arth Rheum 2008;58:
1687-1695.
Dr. Ben-HurAlbergaria
Ginecologista - Vitória (ES)
!,%.$2/.!4/$%3œ$)/-3$#/,%#!,#)&%2/,
6
INFORMATIVO OFICIAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DENSITOMETRIA CLÍNICA
CURTAS
Reunião de Desenvolvimento
das Posições Oficiais
Departamento de Profissionais
Aliados da SBDens
Cumprindo sua
precípua vocação de fórum
para discussão
da densitometria
e outros métodos
de avaliação da
saúde esquelética, a SBDens
promove no próximo dia 14 de
outubro de 2008,
no Hotel Blue
Tree Nações Unidas em São Paulo, a 2ª Reunião de Desenvolvimento
de Posições Oficiais. A reunião tratará de aspectos
importantes, tais como densitometria em crianças e
adolescentes, mulheres na transição menopáusica,
Tomografia Computadorizada Quantitativa Central
e Periférica, Avaliação de Fraturas Vertebrais (VFA),
dentre outros. Os interessados em participar podem
obter maiores informações no site da SBDens www.
sbdens.org.br.
Após longo processo de discussão interna, a SBDens
submete a seus membros a minuta de alteração estatutária e regimento interno para que possamos receber e compartilhar nosso trabalho, interesses e idéias,
os profissionais aliados. Os sócios da SBDens estão
convidados a acessar a minuta do regimento interno do departamento (www.sbdens.org.br, clique em
“instituição”, “estatuto” e finalmente em “Minuta do
Regimento Interno – Departamento Prof Aliados”) e
enviar suas sugestões que serão apreciadas durante a próxima Assembléia Geral da SBDens, no dia 14
de outubro, no Hotel Blue Tree Nações Unidas, em
São Paulo, conforme edital publicado e enviado por
e-mail aos sócios. Trata-se de uma importante oportunidade que temos de legitimar a parceria existente
entre médicos e profissionais aliados que, inevitavelmente, dependem uns dos outros para preservar a
qualidade da densitometria praticada em nosso país.
Sua opinião é muito importante.
Workshops Práticos nos cursos
de densitometria da SBDens
Após os resultados dos dois últimos exames práticos
de densitometria realizados em 2007 e 2008, a SBDens prepara-se para acrescentar aos cursos oficiais
de certificação atividades do tipo “hands-on”, em terminais de computador, para discussão e exercícios
práticos em casos reais. Os próximos cursos previstos
para o ano de 2009 (locais e datas ainda por confirmar) já deverão contar com os workshops que terão
4 horas de duração.
Encontro Anual da International Society for Clinical Densitometry 2009
Programe-se! O congresso da ISCD em
2009 será de 11 a 14
de março, no Resort
Swan and Dolphin,
Walt Disney World,
Orlando, Florida,
EUA. Além de ser
nossa grande oportunidade de atualizarmos conhecimentos, conexões
profissionais e de educação médica continuada, nem
seria necessário mencionar a grande oportunidade
de lazer e entretenimento que teremos. Nos vemos lá!
Mais informações no site www.iscd.org
7
INFORMATIVO OFICIAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DENSITOMETRIA CLÍNICA
ARTIGO CIENTÍFICO
Resultados dos estudos de Odanacatib,
inibidor da cathepsina K no aumento de
densidade óssea (Estudo Fase IIB)
O
s resultados de dois anos de
estudo do Odanacatib , um inibidor seletivo da catepsina -K, investigado para o tratamento da osteoporose foram apresentados no 30th
ASBMR (Montreal Set, 2008 ).
O Odanacatib por sua inibição da
enzima catepsina K, age principalmente na reabsorção óssea, atuando
na redução da degradação protéica
da matriz.
O estudo é multicêntrico, duplo
cego, avaliando doses de 3mg,10mg,
25mg, e 50mg, oral, uma vez por
semana, em 399 mulheres na pósmenopausa com T -score entre -2.0 e
-3.5, por 24 meses. Todos os pacientes receberam calcio+vitamina D. O
objetivo primário foi a avaliação da
massa óssea na coluna lombar e, se-
cundariamente, nos outros sítios ósseos e a avaliação do turnover ósseo.
A dose de 50mg resultou em um
aumento de 5.4% na DMO da coluna
e 3.8% no colo femoral em relação ao
grupo placebo. A dose de 3m não se
mostrou eficaz. Houve redução dos
níveis de CTX (marcador de reabsorção óssea) em 51.8% em relação ao
baseline.
O número de pacientes com efeitos adversos relacionados a droga e
a taxa de descontinuação por efeitos
colaterais foram similares nos grupos tratado e palcebo. Efeitos colaterais mais freqüentes: náusea, cefaléia, rash e cãibras.
O estudo de Fase III está em andamento. Os dados, até o momento,
reforçam o potencial da droga como
mais uma arma no arsenal contra a
osteoporose.
Dra. Laura Mendonça
Reumatologista (RJ)
Colaboração - Dra. Mirley do Prado
Radiologista - Brasília (DF)
CLASSIFICADOS
Vendo um densitômetro ósseo (faz
corpo inteiro) Hollogic modelo
QDR-1500 que está plenamente funcional e se encontra em volta redonda, na Clínica de Medicina Nuclear
e Densitometria Óssea-Cintimed.
Instalo e dou garantia de 3 meses.
Contatos pelo telefone (24) 33424780 ou pelo e-mail [email protected].
Informações www.sbdens.org.br/bradoo
Não perca!
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