Gestão de riscos
Com o objetivo de aprimorar a gestão de riscos e aproximar os conceitos de capital
regulatório e econômico, o Comitê da Basiléia publicou em 2004 o Novo Acordo de
Capital, conhecido como Basiléia II. Tal acordo fundamentou-se em três pilares, cujo
objetivo resume-se em assegurar a transparência e a confiabilidade dos sistemas
financeiros, a saber:
 Requerimentos mínimos de capital;
 Processo de revisão de supervisão;
 Disciplina de mercado.
Com a emissão do Comunicado nº 12.746/04, alterado pelos comunicados
16.137/07 e 19.028/09, o Bacen demonstrou seu alinhamento com os conceitos do
Basiléia II, visando incorporar os avanços na estrutura de gestão de riscos aliados à
realidade do sistema vigente, na execução das atividades bancárias do país.
Em 01/03/13, o CMN publicou um conjunto de 4 resoluções, complementadas no dia
04/03/13 por um conjunto de 15 circulares do Bacen, regulamentando a implantação
no brasil das recomendações do Comitê de Supervisão bancária de Basileia
referentes a estrutura de capital para as instituições financeiras. Essas regras são
conhecidas com Basileia III e seu principal objetivo é melhorar a capacidade dos
bancos para enfrentar crises financeiras.
Basileia III
Pilar I
Alocação de
Capital
Risco de
Mercado
Risco de
Crédito
Pilar II
Revisão de
Supervisão
Risco de
Operacional
Pilar III
Disciplina de
Mercado
Risco de
Liquidez
O banco planeja implantar uma unidade de Gestão de Riscos, a qual estará
orientada a identificar, avaliar, controlar e monitorar os riscos associados ao seu
contexto de negócios no país, de acordo com as seguintes premissas:
 Identificação: mapear todos os eventos internos e externos que influenciam ou
desencadeiam cada um dos riscos considerados;
 Avaliação: analisar os riscos identificados e classificá-los de acordo com o
impacto e a probabilidade de ocorrência, assegurando respostas eficazes aos
mesmos;
 Controle: estabelecer políticas, procedimentos e ferramentas para mensuração
e controle dos riscos avaliados, determinando a maneira como serão
administrados;
 Monitoramento: acompanhar se os riscos controlados estão dentro dos limites
de exposição estipulados, através de avaliações sistêmicas e independentes.
No âmbito das instituições financeiras, o banco considera relevantes em sua
estrutura de negócios os seguintes tipos de risco: crédito, mercado, operacional e
liquidez, dos quais os três primeiros fazem referência ao acordo de Basiléia II. Assim,
tendo como filosofia ser conservadora em sua atuação e preocupando-se com a
gestão eficiente dos riscos considerados, a instituição planejará e implantará as
seguintes ações, escalonadas por tipo de risco:
 Risco de crédito
 Estabelecerá os limites de exposição para risco de crédito que a instituição
está disposta a assumir;
 Elaborará a análise de risco de crédito consolidado, considerando o efeito,
tanto das operações em que expõem a instituição a um descumprimento da
contraparte, como dos instrumentos financeiros derivados;
 Medirá, avaliará e dará seguimento ao risco e a sua concentração;
 Calculará a probabilidade de descumprimento da contraparte;
 Analisará o valor de recuperação, assim como os mecanismos de mitigação
e estimativa de perda esperada na operação;
 Comparará as exposições estimadas de risco de crédito, com os resultados
efetivamente observados. Caso os resultados observados diferirem
significativamente dos projetados, as correções necessárias serão
realizadas no modelo de estimativas de perda;
 Calculará as perdas potenciais diante de cenários distintos, incluindo
cenários extremos.
 Risco de mercado





Analisará, avaliará e dará procedimento a todas as posições sujeitas a riscos
de mercado, utilizando modelos de VaR (Value at Risk) que tenham a
capacidade de medir a perda potencial das operações, associadas a
movimentos de preços, taxas de juros, entre outros, com um dado nível de
probabilidade e sobre um período específico;
Avaliará a concentração das posições sujeitas a risco de mercado;
Comparará as exposições de risco de mercado estimadas com os resultados
efetivamente observados. Correções necessárias serão realizadas no
modelo caso os resultados projetados e observados diferirem
significativamente;
Contará com a informação histórica dos fatores de risco necessária para o
cálculo de risco de mercado;
Calculará as perdas potenciais diante de cenários distintos e extremos.
 Risco operacional
 Identificará e documentará os processos que descrevem as funções de cada
área;
 Identificará e documentará os riscos operacionais implícitos aos processos;
 Avaliará e informará as possíveis consequências sobre o negócio caso os
riscos identificados se realizem, a fim de avaliar as diferentes medidas de
controle;
 Estabelecerá os níveis de tolerância para cada tipo de risco identificado,
definindo suas causas, origens ou fatores de risco;
 Obterá uma classificação detalhada das distintas unidades e linhas de
negócios dentro da companhia;
 Identificará e classificará os diferentes tipos de eventos de perda;
 Manterá uma base de dados histórica que contenha o registro sistemático
dos diferentes tipos de perda.
 Risco de liquidez
 Medirá, avaliará e dará prosseguimento ao risco ocasionado por diferenças
entre os fluxos efetivos e os projetados em datas distintas, considerando
para tal efeito os ativos e passivos, denominados em moeda nacional, em
moeda estrangeira e em unidades de investimento;
 Avaliará a diversificação das fontes de financiamento às quais a companhia
terá acesso;
 Quantificará a perda potencial derivada da venda antecipada ou forçada de
ativos com descontos atípicos, a fim de atender suas obrigações imediatas;
 Estimará a perda potencial diante da impossibilidade de renovação das
obrigações passivas em condições normais;
 Assegurará que os modelos utilizados estejam adequadamente calibrados
para nível de complexidade dos negócios;


Contará com um plano que incorpore procedimentos em caso de situações
inesperadas de liquidez;
Calculará as perdas potenciais diante de cenários distintos e extremos.
 Sistema de gerenciamento de riscos
A área de gestão de riscos será responsável pela implantação dos processos
para identificação, avaliação, monitoramento, controle e pelas ações para mitigar
os riscos inerentes ao negócio, definindo o sistema de comunicação a ser
adotado para disseminação das políticas de controle e de informações.
Será contratado sistema de gerenciamento de riscos de fornecedores
estabelecidos no mercado, que será parametrizado conforme os produtos e
necessidade do banco.
 Comunicação interna
A instituição constituirá um conjunto de manuais, normas e publicações que
serão disponibilizados aos colaboradores, de todos os níveis hierárquicos,
buscando estabelecer as atividades de monitoramento e capacitação e a
promoção de elevados padrões éticos e de uma cultura organizacional que
demonstre a importância dos controles internos e o papel de cada uma dessas
atividades.
A área de Compliance e Controles Internos manterá um canal de comunicação
para que os colaboradores possam criticar, sugerir, denunciar ou propor
soluções que melhorará as atividades operacionais, administrativas e de
controle.
As obrigações acessórias, que visará atender as informações prestadas aos
órgãos regulatórios e/ou de fiscalização será de responsabilidade da área
envolvida no assunto: Controladoria, Jurídico, Auditoria Interna, Gestão de
Riscos, dentre outras.
Por fim, a gestão de riscos deverá ser parte integrante da cultura organizacional
da instituição, de forma que todos os seus membros tenham consciência do seu
papel no desempenho de suas funções.
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