PERFIL IMUNOFENOTÍPICO DE 441 CASOS ENCAMINHADOS AO LABORATÓRIO SÉRGIO FRANCO MEDICINA DIAGNÓSTICA NO RIO DE JANEIRO, NO PERÍODO DE JUNHO/2004 A JUNHO/2005. GLICINIA PIMENTA, MARISE PRÍNCIPE, LUCIA LIMA NETTO, JORGE MENEZES, MARIA LUIZA SILVA, MARLI RAMBALDI. Objetivo Relatar a distribuição dos resultados de estudos imunofenotípicos realizados em medula óssea e sangue periférico para avaliação de Leucemias Agudas, Doenças linfoproliferativas B e T, Doença residual mínima, Síndromes mieloproliferativas (SMP) e mielodisplásicas (SMD), no período de junho de 2004 a junho de 2005. Métodos Foram estudados 441 casos em medula óssea e/ou sangue periférico. As lâminas hematológicas foram coradas pelo método de Wright-Giemsa para as análises morfológicas e, quando necessário, por métodos citoquímicos adicionais (Sudan e PAS). As análises fenotípicas foram realizadas nos citômetros de fluxo (EPICS XL - MCL Coulter e FACScan - BD), utilizando-se, inicialmente, os painéis de anticorpos monoclonais, indicados pelos dados clínicos, morfológicos e citoquímicos. Resultados A avaliação das 441 amostras (Gráfico 1) revelou o seguinte perfil: Doenças linfoproliferativas B, 128 casos (29%); Doenças linfoproliferativas T, 4 casos (0,9%); Leucemias agudas mielóides “de novo”, 61 casos (13,8%); Leucemias linfóides agudas, 33 casos (7,5%); Leucemias agudas bifenotípicas, 3 casos (0,7%); Leucemias agudas secundárias a mielodisplasia, 12 casos (2,7%); Crise blástica de LMC, 8 casos (1,8%); Síndromes mielodisplásicas, 15 casos (3,4%); Síndromes mieloproliferativas, 19 casos (4,3%); e Aplasia medular, 6 casos (1,4%). Além disso, 125 casos (28,3% dos estudos) apresentaram padrão normal, e apenas 2 casos (0,5%) foram considerados inconclusivos. Foram realizadas ainda 25 pesquisas de Doença residual mínima (5,7% dos estudos). No gráfico 2, vemos as doenças linfoproliferativas crônicas B (128 casos) com 63 casos (49,2%) de LLC, 31 casos (24,2%) de LNH, 8 casos (6,2%) de LLC/PL, 2 casos (1,6%) de Leucemia pró-linfocítica (LPL), 7 casos (5,5%) de Tricoleucemia (HCL), 8 casos (6,3%) classificados como Doenças linfoproliferativas B CD5 negativas, 5 casos (3,9%) de Doenças linfoproliferativas CD5 positivas, 3 casos (2,3%) de Mieloma múltiplo e 1 caso de Leucemia de células plasmáticas (0,8%). Nas doenças linfoproliferativas T crônicas, temos 1 caso de Leucemia de linfócitos grandes granulares (LGLL), 1 caso de Leucemia pró-linfocítica (LPL-T), 1 caso de Leucemia linfoma T do adulto e 1 caso não classificado. O gráfico 3 mostra as LLA-B com 19 casos de Pré-B (57,6%), 8 casos Pré-Pré-B (24,2%) e 6 casos de B madura (18,2%). Não foram observados casos de LLA –T. Nas LMA “de novo” (gráfico 4) obtivemos 2 casos de M0 (3,3%), 7 casos de M1 (11,5%), 9 casos de M2 (14,8 %), 14 casos de M3 (23,0%), 12 casos de M4 (19,7 %), 12 casos de M5 (19,7%), 1 caso de M6 (1,6%) e 4 casos de M7 (6,6%). Gráfico 1 - Estudos fenotipicos 2004-2005 3,4% 4,3% 1,4% 29,0% APLASIA D LINFO B D LINFO T DRM INCONC 28,3% L BIFENOT. LLA-B LMA LMA/SMD 0,9% 5,7% 1,8% 0,5% 2,7% 0,7% 7,5% 13,8% CR BLAST/SMP P NORMAL SMD SMP Gráfico 2 - D Linfoproliferativas B crônicas 2,3% 6,2% 1,6% 3,9% 5,5% 0,8% 24,2% CD5 NEG CD5 POS HCL LEU CEL PLAS LLC/PL LLC-B LNH-B LPL-B MIELOMA 6,3% 49,2% Gráfico 3 - LLA B 18,2% 24,2% B PRE-B PRE-PRE-B 57,6% Gráfico 4 - LMA "de novo" 6,6% 1,6% 3,3% 11,5% 19,7% LMA-M0 14,8% LMA-M1 LMA-M2 LMA-M3 LMA-M4 LMA-M5 LMA-M6 LMA-M7 19,7% 23,0% Conclusão Entre os casos positivos, a freqüência das patologias foi, na maioria das vezes, similar à relatada na literatura. Entretanto, observou-se um percentual mais elevado de casos de LMA M3 ( 23%), também descrito em outros estudos que sugerem a maior prevalência deste subtipo na população latina. Os resultados confirmam as principais indicações do estudo imunofenotípico por citometria de fluxo para diagnóstico e acompanhamento de doenças hematológicas.