Diagnóstico das Leucemias na Infância Dra. Maria Lúcia de Martino Lee Instituto de Oncologia Pediátrica – UNIFESP/EPM Desenvolvimento das Técnicas de Coloração • EHRLICH - 1877 NEUTRÓFILOS BASÓFILOS ACIDÓFILOS ( Eo) Descrição morfológica das leucemias SÉCULO XX AVANÇOS TECNOLÓGICOS Reconhecimento da heterogenecidade das leucemias Técnicas convencionais: morfologia e citoquímica Imunofenótipo Citogenética convencional Genética molecular. Expressão genética/proteica. SECULO XXI • Reconhecimento subgrupos biologicamente homogeneos • Identificação fatores prognósticos • Delineamento de tratamentos mais específicos Diagnóstico e Classificação • Diagnóstico + classificação precisos = Essenciais para o estudo biológico e o sucesso terapêutico das leucemias infantis; • Sistema de classificação ideal deve ser biologicamente relevante; • Deve ser útil tanto ao onco-hematologista clínico, quanto ao pesquisador; • Deve ser reproduzível e amplamente utilizável. Diagnóstico das Leucemias Sangue Periférico Mielograma Morfológico FAB Citoquímica Imunofenotipagem POX/SB Linhagem PAS Sub-linhagem Esterases Citogenética/ Genética Molecular Alterações: - estruturais - numéricas Diagnóstico das Leucemias Avaliação morfológica Aplasia Medular Infiltração MO Tu Leucemias SMD PTI SHF Calazar Anemia Meg HIV S.Chediak Higashi Diagnóstico das Leucemias Avaliação morfológica • Aspiração seca: a avaliação será enfocada apenas no SP e no estudo histológico da BIÓPSIA de MO. • Cerca de 20 % dos pacientes com leucemia não apresentam blastos circulantes ao diagnóstico. Diagnóstico e Classificação das Leucemias AGUDAS • Representam 95 % das leucemias infantis • Proliferação de células imaturas: BLASTOS. • Sua enumeração na MO é fundamental para a definição diagnóstica de leucemia aguda. CRÔNICAS • Representam 3 a 5 % casos das leucemias infantis. • Proliferação de células relativamente bem diferenciadas. Avaliação Morfológica/Citoquímica • Introduzidas na década de 60, algumas colorações citoquímicas (MPO, SBB, NSE) auxiliam na definição da linhagem e no diagnóstico de alguns subtipos de LMA. Mieloperoxidase (MPO) • Cora os grânulos primários dos precurssores granulocíticos e menos intensivamente dos monócitos. • Ainda é considerada a reação “gold standard” para a diferenciação morfológica entre blastos linfóides (negativos) e mielóides (positivos). MPO Negro de Sudan (SBB) • Coloração não enzimática dos fosfolipídeos das membranas dos grânulos. Interpretação de positividade paralela a MPO, porém mais intensa. Esterases não Específicas (NSE): Esterases não específicas (NSE): • alfa naftil acetato ( ANA ) esterase • alfa naftil butirato (ANB) esterase • Cruciais para a determinação de monoblastos/monócitos. É descrita em escala de 0 a + 4, e somente em níveis +3 ou +4 é caracterizado o blasto como monocítico. • Monócitos maduros reagem menos intensamente que monoblastos. ANB esterase • Demais (PAS, Esterase Específica - CAE), Fosfatase Ácida, Ferro Medular): são atualmente de limitado valor diagnóstico. PAS Diagnóstico e Classificação Morfológica / Citoquímica Linfóides: – Representam 80 % das leucemias infantis. – Caracterizam -se pela presença na MO de >25 % de blastos de características linfóides. MIelóides: – Representam 20% das leucemias infantis. – Blastos constituem no mínimo 30% do total das cels nucleadas ou não eritróides da MO ou mais de 20% de acordo OMS. Diagnóstico e Classificação Morfológica / Citoquímica Classificação FAB (1976): • Primeira a unificar a classificação das leucemias • Permitiu a comparação entre diferentes protocolos terapêuticos • Atualmente,ainda é a base citomorfológica para a classificação das LMA e SMD. Diagnóstico e Classificação Morfológica / Citoquímica FAB LLA LMA SMD (L1, L2, L3) (M1 – M6) 1985 (M7) (RA, RARS, AREB, AREBt, LMMC) Outras classificações Classificação MIC (1986): • Classificação das LLA e posteriormente das LMA. • Baseia-se em critérios morfológicos, imunológicos e citogenéticos. Classificação da OMS (2001): • Inclui achados morfológicos/citoquímicos, além de características imunofenotípicas, genéticas e clínicas específicas. Classificação Morfológica FAB LLA L1 L2 L3 Classificação Morfológica FAB LLA Classificação Morfológica FAB - LMA M4Eo a/b M3v LMA - M0 LMA – M1 LMA – M2 LMA - M2 LMA - M3v LMA – M4Eo LMA – M5 LMA – M6 LMA – M7 Proporção aproximada de casos LMA na infância por subtipos 2 4 2 10 22 25 25 M0 M1 M2 M3 10 M4 / M4Eo M5 M6 M7 Imunofenotipagem das Leucemias Agudas Dra. Maria Lúcia de Martino Lee Instituto de Oncologia Pediátrica – UNIFESP/EPM Imunofenotipagem das leucemias agudas (LA) Principais finalidades Diagnóstico das LA • Definir linhagem/ sublinhagem celular (mieloides,linfoidesB, linfoides T, NK) • Definir estágio maturativo do blasto • Detecção DRM Futuro • Desenvolver e monitorar novas terapias alvo(enzimas de superfície, moléculas de adesão, receptores de citocinas Citometria de Fluxo Metodologia Fred Behm. Laboratory Studies of Acute Leukemia. In: www.cure4kids.org. Citometria de Fluxo Metodologia Fred Behm. Laboratory Studies of Acute Leukemia. In: www.cure4kids.org. Citometria de Fluxo Vantagens do método • Mede múltiplos parametros em células individuais • Grande número de células analisadas com rapidez • Disponibilidade de amplo perfil de anticorpos específicos • Análise de antígenos de superfície, intracitoplasmáticos e intranucleares Rocha, Maria Hsu. Imunofenotipagem em Leucemia Aguda. Instituto Fleury de Ensino e Pesquisa. Imunofenótipo da LLA Fred Behm. Laboratory Studies of Acute Leukemia. In: www.cure4kids.org. Desenvolvimento da linhagem mielóide Fred Behm. Laboratory Studies of Acute Leukemia. In: www.cure4kids.org. Imunofenotipagem Triagem Inicial – Painel de Marcadores Linhagem Marcadores Imunológicos Linfóide B CD19 CD79a Linfóide T CD3 CD7 Anti-MPO CD45 Mielóide Não específica CD10 CD22 CD13 CD33 CD117 CD34 tdt Classificação Imunológica das LLA Infantis Marcadores monoclonais CD19/ CD79a CD10 IMF % Cy Igs CD3cy casos Comum + + Pré B + + + - - 20-25 t(1;19) B + +/- - + - 3 t(8;14) T - +/- - - + 18 Pró B + - - - 1 - - - 50-60 TEL-AML, Hiperdiploidia MLL,t(4;11) Rocha, Maria Hsu. Imunofenotipagem em Leucemia Aguda. Instituto Fleury de Ensino e Pesquisa. Classificação Imunológica da LLA T Fred Behm. Laboratory Studies of Acute Leukemia. In: www.cure4kids.org. Classificação Imunológica da LLA T Marcadores positivos • CD 3c, CD 7 • CD5, CD2, tdt • CD10 (45 %) • CD45 Marcadores positivos/negativos • CD19, CD 13, CD33 Marcadores negativos • CD79a • MPO • CD1a, CD3, CD4, CD8 <45 % casos • Subdividida 3 estágios maturativos: Dificíl correlação prognóstica LLA com co-expressão de antígenos mielóides • Crianças: 4 -35 % • Sem valor prognóstico independente CD10 CD19 CD79 CD33 (25%) CD22cy CD13 (23%) tdt CD15 (16%) CD14 (16%) Imunofenotipagem na LMA Essencial: –LMA -MO –LMA - M7 Auxiliar: –LMA -M6 –LMA - M3 –LMA - 2 v –LMA -M4Eo –LMA - M5 Imunofenotipagem das LMAs LMA minimamente diferenciada Marcadores positivos CD 13 CD 33 CD 117 --------------------------CD34,38,HLA-dr, tdt 1/3 dos casos Marcadores negativos MPO CD3c CD 79a c CD 22 c ---------------------CD 11b,15, as vezes CD2,7,19 fracos Leucemia Megacarioblástica Aguda Marcadores Positivos • Plaquetários: – CD 41, CD 42,CD 61 Marcadores Negativos ou Positivos: • Mielóides: – CD13 +, CD 33+,CD 117+ Marcadores Negativos: – anti MPO, CD 34, CD 45,HLA - DR Eritroleucemia Marcadores positivos • Mielóides: – CD117, CD13 • Eritróides: – Glicoforina A Marcadores negativos • anti MPO Rocha, Maria Hsu. Imunofenotipagem em Leucemia Aguda. Instituto Fleury de Ensino e Pesquisa. Leucemia Aguda de Linhagem Ambígua • Leucemias agudas indiferenciadas • Leucemias agudas bifenotípicas • Leucemias agudas bi-linhagem Leucemias Agudas Indiferenciadas • 1 - 3% leucemias agudas • Amplo painel de marcadores negativos • Em geral: CD34+, HLA-DR+, CD38+, CD7+, tdt+. Leucemias Agudas Bifenotípicas • Concomitância de marcadores imunológicos no mesmo blasto – Mielóide + B – Mielóide + T –T + B CD19 • 4-6% das leucemias agudas MPO MPO CD22 CD19 Rocha, Maria Hsu. Imunofenotipagem em Leucemia Aguda. Instituto Fleury de Ensino e Pesquisa. Leucemia aguda bi-linhagem • Duas populações distintas de blastos expressando marcadores diferentes CD22 CD33 MPO CD33 CD19 CD19 CD13 CD79a MPO CD22 CD19 CD13 MPO CD79a CD33 MPO CD33 CD19 Doença Residual Mínima • Técnicas moleculares (FISH, RT-PCR) • Citometria de fluxo: – fenótipos anômalos – Assincronismo maturativo – Infidelidade linhagem – Anormalidades quantitativas – Ausência de antígenos DRM em LLA - SLE Rowe JM. Clinical Harmatology. Harcourt Çublishers, London, 2002. Recidiva LLA vs DRM Rowe JM. Clinical Harmatology. Harcourt Çublishers, London, 2002.