O Sistema Financeiro Nacional Prof. Saravalli Introdução a Finanças Morante & Jorge, Cap. 1 Hoji – Cap. 2 1/23 Sistema Financeiro Nacional (SFN) Compreende um conjunto de instituições e instrumentos financeiros que possibilitam a transferência de recursos dos ofertadores últimos para os tomadores últimos e criam condições que os títulos tenham liquidez no mercado. Tomadores últimos são aqueles que se encontram em posição de déficit financeiro. Ofertadores últimos são aqueles que se encontram em posição de superávit financeiro. O sistema financeiro, por intermédio de suas instituições, tem como função: • captar recursos financeiros; • distribuir e circular valores e títulos mobiliários; • regular este processo. 2/23 Mercado Financeiro Cambial Monetário Crédito Valores Mobiliários A vista e a curto prazo A vista, curto e curtíssimo prazo Prazos curto, médio e aleatórios Prazos curto, médio, longo e indeterminado Financiamentos: Financiamentos: Capital Giro Capital Fixo Habitação Rural Consumo Capital Giro Capital Fixo Transformação de moeda estrangeira em moeda nacional e vice-versa Controle da liquidez bancária Underwriting Ações Debêntures 3/23 Autoridades Monetárias Banco Central: órgão responsável pela execução das normas que regulam o SFN Conselho Monetário Nacional: conselho de política econômica do país, responsável pela fixação das diretrizes da política monetária, creditícia e cambial. Tesouro Nacional: responsável pela administração e utilização dos recursos que entram nos cofres do Governo Federal, provenientes principalmente dos impostos pagos pelos contribuintes. 4/23 Autoridades de apoio (1) •Comissão de Valores Mobiliários: a CVM é um órgão normativo voltado ao mercado de ações e debêntures. A principal atribuição da CVM é a fiscalização da emissão e negociação de títulos emitidos pelas sociedades anônimas de capital aberto, para que as bolsas de valores funcionem com o mínimo de “sobressalto e surpresas desagradáveis”. •Banco do Brasil: até janeiro de 1986 o BB assemelhava-se a uma autoridade monetária mediante ajustamentos da conta movimento do BACEN e do Tesouro Nacional. Hoje, é um banco comercial comum. •Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social: O BNDES é responsável pela política de investimentos de LP do Governo e, a partir do Plano Collor, também pela gestão do processo de privatização. É a principal instituição financeira de fomento do Brasil por impulsionar o desenvolvimento econômico, atenuar desequilíbrios regionais, promover o crescimento das exportações, dentre outras funções. 5/23 Autoridades de apoio (2) •Caixa Econômica Federal: a CEF é voltada ao financiamento habitacional e ao saneamento básico. É um instrumento governamental de financiamento social. 6/23 Autoridades Monetárias CMN Tesouro Nacional Bacen CVM Criada em 1976 e ratificada pela lei das SAs para disciplinar o funcionamento do mercado de valores mobiliários e a atuação de seus protagonistas, assim classificados as companhias abertas, os intermediários financeiros e os investidores. Autoregulação O poder de auto-regulação confere à Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) faculdade para estabelecer normas e procedimentos e para fiscalizar seu cumprimento, a serem observados pelas corretoras, empresas listadas e investidores. 7/23 Tab. 1 – Órgãos normativos, entidades supervisoras e operadores do Sistema Financeiro Nacional Entidades supervisoras Órgãos normativos Banco Central do Brasil (BC) Instituições financeiras captadoras de depósitos à vista Demais instituições financeiras Comissão de Valores Mobiliários (CVM) Bolsas de mercadorias e futuros Bolsas de valores Sociedades seguradoras Sociedades de capitalização Conselho Monetário Nacional (CMN) Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) Conselho de Gestão da Previdência Complementar (CGPC) Operadores Superintendência de Seguros Privados Susep IRB-Brasil Resseguros Secretaria de Previdência Complementar (SPC) Fonte: Banco Central do Brasil Outros intermediários financeiros e administradores de recursos de terceiros Entidades abertas de previdência complementar Entidades fechadas de previdência complementar (fundos de pensão) 8/23 Mercado Financeiro, de Capitais, de Mercadorias e Futuros (Derivativos) Instituições Públicas Instituições Privadas Federais, constituídas com sede no País, com controle direto ou indireto pela União Estaduais, cuja maioria do capital votante seja detido, de forma direta ou indireta, por um ou mais estados da federação. Nacionais, quando a maioria do capital votante pertence a pessoas físicas e/ou jurídicas domiciliadas e residentes no Brasil. Nacionais com participação estrangeira superior a 10% e até 50% do capital votante. Nacionais com controle estrangeiro cuja maioria do capital votante tenha, direta ou indiretamente, controle estrangeiro. Estrangeiras, compreendendo filiais, instaladas no Brasil, de bancos com sede no exterior. 9/23 Instituições de Distribuição e Intermediação Bancos Comerciais Visam proporcionar o suprimento de recursos para financiar, a curto e médio prazos, o comércio, a indústria, as empresas e pessoas físicas Bancos de Investimento Visam fortalecer o processo de capitalização das empresas através da compra de equipamentos e da subscrição de debêntures e ações Bancos Múltiplos Reunião de várias instituições financeiras numa única instituição com personalidade jurídica própria, um único balanço e um único caixa. 10/23 Instituições de Distribuição e Intermediação - 2 Crédito Imobiliário Servem para financiar o mercado imobiliário, utilizando a caderneta de poupança como instrumento de captação Financeiras Sua função é financiar os bens de consumo duráveis por meio do crédito direto ao consumidor. Utilizam as letras de câmbio para captação de recursos. Corretoras de Valores, Câmbio e Mercadorias Promove a aproximação entre compradores e vendedores de títulos, valores mobiliários, ativos financeiros e commodities. 11/23 Instituições de Distribuição e Intermediação - 3 Distribuidora s de Valores Têm por finalidade a subscrição de títulos ou valores mobiliários para revenda, operação no mercado aberto e administração de fundos e clubes de investimento. Agentes Autônomos de Investimento Visa a distribuição e mediação de títulos, valores mobiliários, cotas de fundos de investimento e derivativos. Bolsa de Valores Promove operações de compra e venda de títulos e/ou valores mobiliários, em mercado livre e aberto. 12/23 Instituições de Distribuição e Intermediação - 4 Bolsa de Mercadorias e Futuros Associação de membros, sem fins lucrativos, para promover as facilidades necessárias para a realização de negócios (compra e venda) a futuro. Bolsas Internacionais Destacam-se a NYSE (New York Stock Exchange), a AMEX (American Stock Exchange) e a NASDAQ (National Association of Securities Dealers Automated Quotations) 13/23 Mercados primário e secundário Primário Quando uma letra de câmbio, um certificado de depósito, uma ação ou qualquer outro ativo financeiro é vendido pela primeira vez, isto é, quando é posto em circulação no mercado, diz-se que tais operações ocorreram no mercado primário. É no mercado primário que a empresa obtém recursos para os seus investimentos. Secundário Se o primeiro comprador revender este ativo financeiro a uma terceira e esta uma a outra, e assim por diante, diz-se que tais operações ocorrem em mercado secundário. A função deste mercado é dar liquidez aos papéis (ativos financeiros), negociados no mercado primário. 14/23 Fontes de recursos para o financiamento empresarial Internas Externas Recursos de terceiros Recursos Próprios Lucros retidos Debêntures Capital Social (ações) Giro dos créditos > Giro dos débitos Commercial Paper Planejamento Fiscal Desimobilização Outras Empréstimos Bancários Crédito subsidiado Empréstimos externos Fornecedores Outras 15/23 Principais ativos de emissão das empresas Ações Notas Promissórias (Commercial Paper) Debêntures simples e/ou conversíveis em ações Não tem prazo para resgate Tem prazo para resgate (curto e médio prazo) Representa a menor fração do capital da empresa emitente Tem prazo para resgate e/ou conversão em ações (longo prazo) Representam empréstimos tomados no mercado Renda variável Geram benefícios aos acionistas Rendem juros Representam empréstimos tomados no mercado Rendem juros, além das atualizações monetárias Somente as sociedades anônimas de capital aberto podem distribuir ao público os valores mobiliários de sua emissão 16/23 Ações Títulos emitidos pela sociedade anônima, representativo do valor da fração em que é dividido o Capital Social e do qual resulta, para o seu titular, o direito de participar da vida social da companhia. As ações são títulos de propriedade, representados por um certificado que confere ao seu possuidor uma parcela de participação no controle e nos lucros da empresa, bem como em suas obrigações. Este certificado de propriedade pode ser vendido e, conseqüentemente, transferido o seu interesse de propriedade para terceiros. A responsabilidade dos sócios ou acionistas é limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. 17/23 Ações (continuação) Quanto à natureza dos direitos e vantagens que outorgam a seus possuidores, as ações dividem-se em: Ordinárias Ações que dão direito a voto, além de participar dos resultados da companhia. Preferenciais São ações que, normalmente, apenas participam dos resultados da empresa, mas não têm direito a voto. 18/23 Debêntures Títulos de crédito de longo prazo emitidos por sociedades anônimas. Têm por limite máximo o valor do patrimônio líquido da empresa e seu prazo de resgate nunca deve ser inferior a um ano. As debêntures garantem ao seu comprador uma remuneração de juros periódicos, prêmio e outros rendimentos fixos ou variáveis e reembolso específico do principal (valor nominal da debênture) na data do seu vencimento. Tag along rights: indica que quando um acionista majoritário vende suas ações, um acionista minoritário tem o direito de se juntar na transação e vender sua parte minoritária na companhia. Drag along rights: Um direito que garante a um acionista majoritário forçar um acionista minoritário no sentido de se juntar num esforço de venda da companhia. O proprietário majoritário precisa garantir ao minoritário o mesmo preço, termos e condições de qualquer outro vendedor. 19/23 Debêntures (continuação) A colocação de uma debênture no mercado pode ser direta ou por oferta pública. Direta Feita diretamente a um comprador ou grupo de compradores, geralmente instituições financeiras ou fundos de pensão. Não há mercado secundário para elas. Suas taxas de juros são mais altas. Oferta pública Tem mercado secundário. Dependendo das alternativas, são colocadas com desconto (abaixo do valor nominal) ou com prêmio (acima do valor nominal). 20/23 Commercial Paper São Notas Promissórias Comerciais, equivalentes a debêntures de curto prazo. São títulos negociáveis, representativos de direito de crédito de curto prazo contra o emitente. O prazo de emissão vai de 30 a 180 dias (no caso de companhias fechadas) e de 30 a 360 dias (no caso de companhias abertas). Os titulos são mantidos em custódia em nome de seus titulares junto ao banco emissor, com emissão de recibos de aplicação. Os commercial papers podem ser emitidos no exterior, normalmente por grandes empresas exportadoras e bancos, mas com características diferentes das acima. São emitidos com prazo mínimo de dois a três anos, respectivamente. 21/23 Título emitido por uma sociedade anônima de capital aberto, dentro do limite do capital autorizado, que confere ao seu titular, nas condições constantes no certificado, direito de Bônus subscrever ações, que será exercido contra apresentação do bônus à companhia e pagamento do preço de emissão da ação. - Forma barata de financiamento - Apenas para Sociedades Anônimas 22/23