DIA DE ESPANHA
Cecília Caria Mendes, Fundadora da Pragma, em discurso directo
“A BASE DO SUCESSO ASSENTA
NA RELAÇÃO DIRECTA HUMANA”
Cecília
Caria M
endes,
Fundad
ora da
Pragm
a
QUANTAS VEZES OUVIRAM DIZER «DE ESPANHA NEM BOM
VENTO NEM BOM CASAMENTO?». INÚMERAS VEZES, EMBORA
ESTE PARADIGMA COMECE A SER ALTERADO, EM QUE A VOZ
DA ACEITAÇÃO COMEÇA A FAZER-SE OUVIR E A LIQUEFAZER-SE NO CONCEITO DOS PORTUGUESES ACERCA DE «NUESTROS HERMANOS», E O INVERSO TAMBÉM, COM TUDO O QUE
DE POSITIVO ESSA RELAÇÃO APORTA.
C
om a abertura das fronteiras e a livre circulação
de pessoas e bens, as ideologias democráticas e os
respectivos entendimentos governamentais, permitiram a
criação de uma mútua receptividade, e hoje começa a constatar-se a
realidade de um bloco económico
entre Portugal e Espanha, liberto de
conceitos ultrapassados e decadentes, de fingidos e aleivosos patriotismos.
É fundamental portanto aproveitar
esta boa «embalagem» do potencial económico de ambos os países,
mais forte provavelmente em Espanha, mas onde Portugal terá certamente uma palavra a dizer, para que
num vindouro próximo possamos
contar com ele, numa parceria para
melhor podermos enfrentar as dificuldades que se aproximam.
Naturalmente que é de conhecimento comum que Portugal é um
país mais pobre no âmbito da economia, e Espanha assume-se como
uma nação moderadamente mais
rica, apesar dos problemas actuais,
cultivando uma expansão financei-
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ra que extravasa as suas fronteiras,
estendendo os seus «tentáculos»
para a economia portuguesa, onde
tem progredido e dado frutos com
os quais compartilhamos. É deste
bloco Ibérico forte e unido que a
Europa precisa. Que Espanha necessita e que Portugal procura. O
panorama actual assim o indica. Os
trilhos estão a ser traçados.
Felizmente que as mentalidades estão a ser alteradas, e são estas que
têm vindo a protagonizar uma mudança do paradigma retrógrada e
antiquado que permitem esta visão
conjunta: Península Ibérica.
Conversámos com Cecília Caria
Mendes, Administradora, Advogada e Fundadora da Pragma, que
pela sua riqueza pessoal e profissional compreende perfeitamente
a necessidade e as vantagens desta
união ibérica. Com ligações pessoais fortes em Espanha e em Portugal, gosta de ser chamada de luso
espanhola. “São de facto dois países,
Espanha e Portugal, que me dizem
muito e que fazem parte de todo o
meu crescimento enquanto pessoa,
cidadã e profissional de advocacia”,
afirma a nossa entrevistada.
A Pragma surge num contexto onde
o fenómeno da globalização ainda
nem era referenciado e ouvido, sendo esse facto que nos leva a afirmar
que a Pragma foi, sem qualquer
dúvida, uma pioneira do fenómeno
globalização.
Criada em Portugal, mais concretamente em Lisboa, em Janeiro de
2000, a Pragma prima na sua orgânica e quotidiano pela excelência e
distinção relativamente a todos os
seus congéneres, sendo uma rede
internacional de Advogados e Juristas que se fundou pela iniciativa de
quatro parceiros de quatro países
distintos: Portugal, Itália, França e
Espanha. Fruto de uma relação de
confiança entre estes quatro parceiros, onde naturalmente faz parte
a nossa entrevistada, foi edificada
a Pragma, tendo como desiderato
primordial o aconselhamento do
universo empresarial e particulares, pelo incremento das relações
comerciais derivadas da globalização.
“De facto o projecto da Pragma surge desta relação comum de mais de
duas décadas entre os quatro, e foi
através de um cliente comum e pelo
apoio que lhe tínhamos que proporcionar, que decidimos crescer
enquanto sociedade de advogados,
pois por diversas ocasiões tínhamos de reunir para auxiliar esse
cliente, que como é óbvio detinha
interesses nos quatro países”, explica a nossa entrevistada, lembrando
que há 20 anos, não existiam gabinetes de advogados em Portugal
com a dimensão actual, e os que
existiam não tinham a capacidade
de projecção para o exterior como
hoje em dia.
Neste sentido, a Pragma assume-se,
desde a sua génese, como gabinetes associados e não referenciados,
onde as ligações pessoais “são fundamentais e nos permitem responder uns pelos outros, o que altera
completamente a visão do exterior
e confiança que o cliente tem em
nós. Não seguimos um «regime» estilo franchising, mas funcionamos
de uma forma equitativa e equilibrada, permitindo ao cliente saber
que ao escolher os serviços «made
in» Pragma localizada em qualquer
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país, receberá um serviço personalizado, credível e de excelência”,
esclarece a nossa interlocutora, assegurando que mesmo ao nível dos
honorários praticados nos diferentes países “tentamos fazer adaptações equilibradas, facto que realça
este padrão e este equilíbrio que
pretendemos oferecer aos nossos
clientes”.
“COMEÇAMOS EXACTAMENTE POR
VALORES DE RAZÃO HUMANA”
Tendo como valências predominantes a área comercial; fiscal e
administrativa, o público-alvo de
referência da Pragma concerne aos
grandes grupos comerciais e empresariais, tendo sido também essa
experiência e know how que proporcionou a edificação da Pragma
há dez anos em Bruxelas. Porquê a
capital da Bélgica? “Pelas relações
que mantínhamos com um profissional, que sem ser um dos nossos
associados, nos deu um apoio extremamente importante pelo conhecimento que tinha do meio envolvente. Foi esse auxílio que nos permitiu
a implantação deste departamento
da Pragma em Bruxelas, pois permitia-nos isenção em termos dos
países dos respectivos fundadores.
Dessa forma, regíamo-nos pela legislação da Comunidade Europeia,
sendo exactamente por esse facto
que comemorámos em Bruxelas os
dez anos de existência de Pragma”
Com cerca de 53 escritórios dispersos por mais de 23 países, representando um volume de negócios
superior a cem milhões de euros,
a Pragma difere de outras redes de
assessoria legal, entre outros factos,
pela razão de só ter um único escritório ou uma rede de escritórios
interligados por país, reflectindo-se na celeridade que fornece aos
processos o que aporta uma maior
competitividade e eficácia nos negócios dos seus clientes. Segundo
Cecília Caria Mendes, essa satisfação dos clientes Pragma passa
pela excelência de resultados, mas,
acima de tudo, pela personalização
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e relação humana que é oferecida
“a quem nos procura. Começamos
exactamente por valores de razão
humana e pessoal e pretendemos,
tal como temos feito, manter essa
proximidade e fidelidade com o
nosso cliente. A base do nosso sucesso assenta na relação directa
humana”.
Presente em mais de 23 países, “só
falta mesmo a Austrália”, o segredo
da Pragma passa, segundo a fundadora e administradora da empresa
pela credibilidade e confiança junto
dos clientes. “Esse facto permitiu-nos estar presente em praticamente toda a Europa, sendo de realçar o
papel da América do Sul, em que um
dos primeiros países a aderir foi o
Brasil, facto que muito me orgulha”,
assume Cecília Caria Mendes.
“OS ESPANHÓIS MUDARAM A VISÃO
SOBRE PORTUGAL”
Como já foi referido, Cecília Caria
Mendes nutre um carinho muito especial por Portugal e Espanha, sendo importante, na sua opinião, que
se continue a criar um caminho de
união e de proliferação entre ambos, cenário comprovado “quando
comecei a trabalhar em conjunto
com uma colega de profissão de
Barcelona, Carlos Manubens, que
me permitiu observar in loco quais
eram os pontos, para potenciar esta
aproximação, em que deveríamos
apostar com maior perseverança”,
explica a nossa interlocutora.
Espanha, à imagem do que se passa
um pouco por todo o mundo, atravessa hoje uma espécie de «estrangulamento» do ponto de vista económico, particularmente ao nível
das elevadas taxas de desemprego.
Não obstante, o país vizinho aporta,
quase sempre, pela sua capacidade
evolutiva e de adaptação ultrapassar os momentos menos positivos,
sendo uma das razões que torna
frutífera esta aproximação de Portugal a Espanha. Segundo a nossa
entrevistada, são mais as parecenças do que as diferenças entre ambos os países, sendo premente que
se criem bases para a criação de
um pólo Ibérico forte. “Acredito que
esse esforço esteja a ser feito. Os
espanhóis mudaram a visão sobre
Portugal e o excessivo proteccionismo que num passado recente detinham começa a ser dissipado. Este
papel também tem vindo a ser seguido pelos portugueses, que também apostam forte nesta «parceria
ibérica», o que é de salutar e louvar”, assevera Cecília Caria Mendes.
Mas do ponto de vista comercial
e empresarial quais são ainda as
grandes disparidades identificadas
em ambos os países? A «famosa»
burocracia em Portugal torna-se
sempre um óbice ao alcançar dos
desideratos de quem pretende
apostar em Portugal, embora este
cenário exista também em Espanha,
consegue ser colmatado e contornado, “porque em Espanha o negócio e a sua montagem desenvolve-se
naturalmente e mais rapidamente
do que em Portugal. Ao nível das
autorizações legais para o início de
uma determinada actividade Espanha encontra-se mais avançada que
Portugal”.
Como já foi referido a actual conjuntura económica não se avizinha
facilitada em ambos os países, embora em Espanha, especialmente
para as empresas com visão estratégica e de projecção externa, existam empresas de enorme prestigio
e reconhecimento nacional e internacional. “As empresas espanholas
que não apostaram na globalização
e apenas seguiram o modelo de
uma visão local estão praticamente
«condenadas» ao fracasso. Assim,
vejo com enorme agrado que existe de ambas as partes, uma vontade enorme de cooperação e união,
porque se pensarmos bem somos
bastante similares do ponto de vista linguístico, geográfico, cultural e
histórico. Não podemos desperdiçar esta oportunidade por barreiras
assentes em ódios passados e desconfianças infundadas”, esclarece
convicta a nossa entrevistada, lembrando que a todos os níveis foi este
pólo Ibérico forte que outrora re-
partiu o mundo através do Tratado
de Tordesilhas e “continuam, Portugal e Espanha, a ter uma posição
muito relevante ao nível mundial”.
NOVOS MERCADOS, NOVAS ESTRATÉGIAS
Muito foi conquistado, mas muito
mais falta ainda desbravar. É este o
lema da Pragma e da nossa entrevistada e seus pares, que de uma
forma sustentada e equilibrada
pretendem continuar a levar e a elevar o desígnio da Pragma por todo
o mundo. Assim, foi realizado do
dia 1 a 3 de Outubro, o Congresso
Anual dos 10 anos de Pragma, onde
foram debatidas diversas questões,
sendo que uma das mais prementes
passou pela questão da entrada da
Pragma nos denominados países
emergentes. “Esta aposta nos países emergentes, pelo desconhecimento que ainda existe, só será
possível através de parcerias locais
nesses mesmos países, sendo esta a
abordagem que pretendemos realizar, pois não queremos prescindir
do que já alcançamos ao longo destes anos, ou seja, confiança e credibilidade junto dos nossos clientes”.
Luso espanhola “de alma e coração”,
para Cecília Caria Mendes, o dia de
Espanha, comemorado a 12 de Outubro tem um significado especial e
“temos a «obrigação» de o comemorar porque Espanha e Portugal representam o passado, o presente e
o futuro de diversas gerações e um
vasto espólio histórico. Estou muito
feliz por este festejo”, revela a nossa
interlocutora, que finalizando deixou uma mensagem a toda a «Família Pragma»: “o caminho é seguir
em frente, apostando na globalização, mas não a qualquer «preço». A
Pragma foi criada segundo valores,
princípios e sentimentos bem definidos e é através do conhecimento
pessoal e humano que pretendemos continuar a crescer. Como uma
das fundadoras da Pragma sei que
posso contar com todos para alcançar este tão nobre desígnio”, conclui
Cecília Caria Mendes.
29-09-2010 13:01:50
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a base do sucesso assenta na relação directa humana