Solubilidade dos Precipitados Quantidade de soluto que se dissolve numa dada quantidade de solvente sob condições determinadas de T e p Classificação das soluções quanto à solubilidade do soluto no solvente Equilíbrio de Solubilidade e Precipitação a) saturada : contém a máxima quantidade de soluto dissolvido em um dado volume de solvente a uma dada temperatura. Exemplos: Açúcar → 200g / 100 ml ( 20°C ) CaSO4 → 0,2 g / 100 ml ( 20°C ) b) insaturada: contém uma quantidade de soluto dissolvido inferior à solubilidade. 1 c) supersaturada: contém mais soluto dissolvido que na solução saturada. 2 Fatores que influenciam a solubilidade Solubilidade de Precipitados Muitas reações utilizadas em análise qualitativa inorgânica envolvem a formação de precipitados; • Pressão na prática, importância reduzida (operações conduzidas em recipientes abertos a uma pressão atmosférica); • Temperatura maior importância (Geralmente, solubilidade dos precipitados aumenta com a temperatura); • Precipitado substância que se separa de uma solução formando uma fase sólida (cristalino, coloidal – filtração ou centrifugação); A taxa de aumento da solubilidade com a temperatura é variável, desprezível em alguns casos e considerável em outros (pode servir como base de separação) • Solubilidade (S) de um precipitado igual a concentração molar da solução saturada 3 Fatores que influenciam a solubilidade Separação de íons Pb, Ag e Hg(I) precipitação sob a forma de cloretos, seguidos de tratamento com água quente. Cloreto de chumbo, será dissolvido enquanto os cloretos de prata e de mercúrio 4 (I) permanecem praticamente insolúveis. Solubilidade de Precipitados Considere o seguinte Exemplo: • Composição do solvente A variação da solubilidade com a composição do solvente apresenta alguma importância em análise qualitativa inorgânica. AgCl(s) Ag+ + ClEntão, 1 mol de Ag+ é formado p/cada mol de AgCl que se dissolve; Obs. 1 mol de Cl- é formado para cada mol de AgCl que se dissolve; Embora a maioria dos ensaios seja conduzida em meios aquosos, em alguns casos é preferível usar outros solventes (como álcool, éter, etc). Logo, 5 A solubilidade molar AgCl = [Ag+] = [Cl-] 6 1 Aplicação do Produto de Solubilidade Quase todos os sais pouco solúveis encontram-se essencial e totalmente dissociados em soluções aquosas saturadas (a pequena quantidade que se dissolve) Ba(IO3)2(s) Ba2+(aq) + 2IO3K [Ba2 ][IO3 ]2 Ba(IO3 )2 (s ) K Ba(IO3 )2 (s) Kps [Ba2 ][IO3 ]2 Relação entre Produto de Solubilidade (Kps) e Solubilidade (S) Em geral, para sais moderadamente solúveis: Concentração do iodato de bário no sólido (fase separada mas em contato com a solução saturada), cte. S ( xy ) K ps xxyy Constante do produto de solubilidade ou produto de solubilidade A concentração do sólido nº de mols de Ba(IO3)2 dividido pelo volume do Ba(IO3)2 sólido é constante (independente do excesso de sólido presente). 7 Aplicação do Produto de Solubilidade 8 Aplicação do Produto de Solubilidade Obs. 1. É possível encontrar uma tabela contendo constantes de produtos de solubilidade para inúmeros compostos inorgânicos. Obs. 2. A expressão do produto de solubilidade permite o cálculo rápido da solubilidade de substâncias pouco solúveis que se ionizam completamente em água. Vamos Exercitar ? 9 Relação entre Produto de Solubilidade (Kps) e Solubilidade (S) 10 Produto de Solubilidade e Solubilidade Ex.: AgCl Ex. CaF2 Ca2+ + 2F- S representa a solubilidade (em molL-1) do AgCl em água Como um mol de Ca2+ é formado para cada mol de CaF2, a S do CaF2 = [Ca2+] e [F-] = 2S. 1AgCl(s) 1Ag+ + 1ClComo um mol de Ag+ é formado para cada mol de AgCl, a S do AgCl = [Ag+] e sei que [Ag+] = [Cl-]: S ( xy ) Kps = [Ag+][Cl-] Kps = S S S 3 Kps = S2 S Kps K ps xxyy Kps = [Ca2+]1 [F-]2 Kps = S1 (2S)2 = 4S3 Kps = 4S3 11 Kps 4 12 2 (2) (1) • Quantos gramas de Ba(IO3)2 podem ser dissolvidos em 500 mL de água a 25 ºC? Dados: KpsBa(IO ) = 1,57 . 10-9. • A molaridade de CrO42- em uma solução saturada de Tl2CrO4 é 6,3 . 10-5 mol.L-1. Qual é Kps do Tl2CrO4 ? 3 2 13 14 Efeito do íon comum na Solubilidade de Um precipitado. Mais exercícios... • Calcule a solubilidade molar de: (a) Ag2S; (b) CuS; (c) CaCO3 • Responsável pela redução da solubilidade de um precipitado iônico quando um composto • Kps (Ag2S) = 8 x 10-51 • Kps (CuS) = 8 x 10-37 • Kps (CaCO3) = 8,7 x 10-9 solúvel contendo um dos dois íons do precipitado é adicionado à solução que está em equilíbrio com o precipitado. • Respostas: (a) 1,26 x 10-17 mol.L-1; (b) 8,94 x 10-19 mol.L-1; (c) 9,33 x 10-5 mol.L-1 15 16 Efeito do íon comum na Solubilidade de Um precipitado. Efeito do íon comum na Solubilidade de Um precipitado. • Calcule a solubilidade molar do Ba(IO3)2 em • Qual é a solubilidade molar aproximada do uma solução de Ba(NO3)2 0,0200 mol.L-1? carbonato de cálcio em CaCl2 (aq) 0,2 mol.L-1? Kps (CaCO3) = 8,7 x 10-9. Kps Ba(IO3)2 = 1,57 x 10-9. R. [Ca2+] = [CO2-]=SolubilidadeCaCO3 = 4,35 x 10-8 mol.L-1. 17 18 3 Formação de Precipitados Considere o seguinte exemplo... Como prever a formação de um precipitado? Deseja-se saber se um precipitado de PbI2 se formará quando volumes iguais de soluções 0,2 mol.L-1 de Nitrato de chumbo (II) e iodeto de potássio são misturados. Formará ?? Duas grandezas devem ser avaliadas Qps Pb(NO3)2(aq) + KI(aq) PbI2(s) + KNO3 Kps Quociente da reação Constante do produto de solubilidade Pb(NO3)2(aq) + 2KI(aq) PbI2(s) + 2KNO3 Se Qps ≥ Kps O sal irá precipitar Se o produto das concentrações molares dos íons, com seus expoentes correspondentes (PI), é menor que Kps a solução não está saturada, ou seja, não haverá formação de precipitado. 19 Pb2+ (aq) +2NO3-(aq) + 2K+ (aq) +2I-(aq) PbI2(s) + 2K+ (aq) +2NO3-(aq) Pb2+ (aq) +2NO3-(aq) + 2K+ (aq) +2I-(aq) PbI2(s) + 2K+ (aq) +2NO 203 (aq) Pb2+ (aq) +2I-(aq) PbI2(s) (1) Qps = [Pb2+].[I-]2 Pb2+ (aq) +2I-(aq) PbI2(s) Como as duas soluções têm volumes iguais, as novas molaridades são a metade dos seus valores originais, ou seja, 0,1 mol.L-1 para o Pb2+(aq) e 0,1 mol.L-1 para I-(aq) (1) Qps = [Pb2+].[I-]2 Então, O inverso da equação 1 é a dissolução do PbI2 Qps = [Pb2+].[I-]2 PbI2(s) Pb2+(aq) + 2I-(aq) Kps (PbI2) = 1,4 x 10-8. Qps = 0,1. (0,1)2 = 1,0 x 10-3 21 Exercício Como Qps >> Kps, ocorrerá a precipitação ! 22 Avaliação da Ordem de Precipitação • Ocorrerá a precipitação do Ce(IO3)3 quando 700 mL de uma solução aquosa de Ce(NO3)3 4 . 10-3 mol.L-1 são adicionados a 300 mL de uma solução aquosa de KIO3 2.10-2 mol.L-1 ? Dados: KpsCe(IO3)3 = 1,9 . 10-10 23 Separação de diferentes cátions em uma solução pela adição de um composto solúvel contendo um ânion com o qual eles formem compostos insolúveis. • Para uma boa separação, os compostos formados devem ter solubilidades bem diferentes ! 24 4 EXEMPLO (1) EXEMPLO (2) O Carbonato de potássio é adicionado a uma Avaliação da Ordem de Precipitação Uma amostra de água do mar contém, entre outros solutos, as seguintes concentrações de cátions solúveis: Mg2+ (aq) 0,050 mol.L-1 e de Ca2+(aq) 0,010 mol.L-1. Determine a ordem na qual cada íon precipita à medida que NaOH sólido é adicionado, e dê a concentração de OH- quando a precipitação de cada um começar. solução contendo os cátions solúveis: Mg2+(aq) 0,030 mol.L-1 e de Ca2+(aq) 0,0010 mol.L-1. Determine a ordem na qual cada íon precipita a medida que a concentração de K2CO3 aumenta e informe a concentração de CO32- quando a precipitação de cada um começa. 25 26 Volumetria de Precipitação • Baseia-se em reações que produzem compostos iônicos de solubilidade limitada (uma das técnicas analíticas mais antigas); Volumetria de Precipitação Baixa velocidade de formação da maioria dos precipitados, Poucos agentes precipitantes podem ser usados. 27 28 Curvas de Titulação de Precipitação envolvendo os íons de prata Volumetria de Precipitação AgNO3 Reagente mais importante (métodos argentométricos ) Titulação com AgNO3 • Método mais comum para a determinação da concentração de haletos em soluções aquosas Empregado para determinação de: • Produto: haleto de prata sólido; Haletos, ânions semelhantes aos haletos (SCN - , CN pAg contra o volume de nitrato de prata adicionado , CNO-); (1) pré-equivalência; Ácidos graxos e vários ânions inorgânicos bivalentes (2) Na equivalência; e trivalentes. 29 (3) Pós-equivalência. 30 5 EFEITO DA CONCENTRAÇÃO NAS CURVAS DE TITULAÇÃO Exemplo: Realizar os cálculos necessários para gerar uma curva de titulação para uma alíquota de 50,00 mL de solução de NaCl 0,05000 mol L-1 com AgNO3 0,1000 mol L-1 (para AgCl, Kps = 1,82 x 10-10) Reação: • Curva A: alteração em pAg no PE é grande; • Curva B: alteração em pAg no PE é notavelmente menor; • Indicador de Ag+ na faixa de pAg entre 4,0 e 6,0 (erro mínimo) Ag+(aq) + Cl- (aq) AgCl(s) Curva de titulação para: A) 50,00 mL de NaCl 0,0500 mol L-1 com AgNO3 0,1000 mol L-1 , (B) 50,00 mL de NaCl 0,00500 mol L-1 com AgNO3 0,01000 mol L-1 32 31 EFEITO DA EXTENSÃO DA REAÇÃO NAS CURVAS DE TITULAÇÃO • Três tipos de pontos finais são encontrados em titulações com nitrato de prata: • Variação em pAg no PE tornase maior à medida que o produto de solubilidade tornase menor, isto é, quando a reação entre o analito e o nitrato de prata torna-se mais completa. Valores menores de Kps fornecem variações muito mais acentuadas no ponto final INDICADORES PARA AS TITULAÇÕES ARGENTOMÉTRICAS (1) Químico; (2) Potenciométrico (medida de potencial entre um eletrodo de prata e um eletrodo de referência cujo potencial é constante e independente do reagente adicionado); (3) Amperométrico (corrente gerada entre um par de microeletrodos de prata na solução do analito é medida e representada em forma de gráfico em função do volume do reagente). Efeito da extensão da reação nas curvas de titulação de precipitação. Para cada curva de titulação para: 50,00 mL 0,0500 mol L-1 de 33 um ânion foram titulados com AgNO3 0,1000 mol L-1. 34 Indicadores Químicos Utilizados em Titulações Argentométricas Indicador Químico Variação de cor ou, ocasionalmente, no aparecimento ou desaparecimento de uma turbidez na solução titulada. Íon Cromato (MÉTODO DE MOHR) Cromato de Sódio pode servir como um indicador para as determinações argentométricas de íons cloreto, brometo e cianeto Requisitos: Íons Ferro (III); (MÉTODO DE VOLHARD) (1) A variação de cor deve ocorrer em uma faixa limitada da função p do reagente ou do analito; Íons de prata são titulados com uma solução padrão do íon tiocianato Indicadores de Adsorção (MÉTODO DE FAJANS) - Mudança de cor (2) A alteração de cor deve acontecer dentro da parte de variação abrupta da curva de titulação do analito. associada com a adsorção de um indicador sobre a superfície de um sólido. 35 36 6 Método de Mohr Método de Mohr • O haleto é titulado com uma solução padrão de AgNO3, usando-se K2CrO4 como indicador. ppt Reação 1: branco NaCl(aq) + AgNO3(aq) AgCl(s) + NaNO3(aq) Reação 2: 2 AgNO3(aq) + K2CrO4(aq) Ag2CrO4(s) + KNO3(aq) (ppt de coloração vermelho-tijolo). Ponto Final 37 Método de Mohr 2 Ag+ + CrO42- ↔Ag2CrO4(s) •Teoricamente, o Ag2CrO4 deveria começar a precipitar no ponto de equivalência. Na prática o Ponto Final ocorre um pouco além do ponto de equivalência devido à necessidade de adicionar um excesso de Ag+ para precipitar o Ag2CrO4. (Diferença entre os Produtos de Solubilidade do AgCl e Ag2CrO4) 38 Método de Mohr •Kps (AgCl) = 1,56 x 10-10. Substituindo [Ag+] na expressão do Kps do Ag2CrO4, tem-se: 2 Ag+ + CrO42- ↔Ag2CrO4(s) [Ag+] = [Cl-] Kps (AgCrO4) = 1,3 x 10-12 •Kps = [Ag+] x [Cl-] •Kps = [Ag+]2 •Kps = [Ag+]2 x [CrO42-] 1,3 x 10-12 = (1,25 x 10-5)2 x [CrO42-] [Ag+] = (Kps)1/2 = 1,25 x 10-5 mol.L-1= [Cl-] PE [CrO42-] = 0,8 x 10 -2 mol.l-1 39 40 Método de Mohr Método de Mohr Analisando-se este valor: [CrO42-] = 0,8 . 10-2 mol.L-1, tem-se: Na prática, o PF ocorre um pouco além do PE, devido à necessidade de se adicionar um excesso de Ag+ para precipitar o Ag2CrO4 em quantidade suficiente para ser notado visualmente. •Se [CrO42-] > 0,8 . 10-2 mol.L-1, então Ag2CrO4 começará a precipitar quando a concentração de Ag+ for menor que 1,25 x 10-10 mol.L-1, ou seja, antes do PE. •Se [CrO42-] < 0,8 . 10-2 mol.L-1, então Ag2CrO4 começará a precipitar quando a concentração de Ag+ for maior que 1,25 x 10-10 mol.L-1, ou seja, após o PE. 41 REQUER Uma titulação em branco deve ser feita para que possa corrigir o erro cometido na detecção do PF. O valor da prova do branco obtido deve ser subtraído do valor da titulação propriamente dito. 42 7 Íon Cromato; Método de Mohr ÍONS Fe(III): O MÉTODO DE VOLHARD Formação de um complexo colorido Titulação de Mohr deve ser empregada em pH de 7 a 10 Ácido Fraco • Excesso medido de AgNO3 é adicionado à solução de interesse. O AgNO3 em excesso é titulado com solução padrão de SCN-. CrO42 H 2CrO4 (s ) Ag + + SCN- = AgSCN (s) Indicador: Fe+³ forma complexo vermelho com SCN- Então Fe+³ + SCN- = FeSCN+² Em soluções mais ácidas, a concentração dos íons cromato é muito pequena para se produzir o precipitado nas proximidades do ponto de equivalência. Kf = 1,05 x 103 • pH ácido evita a precipitação do Fe(OH)3 • Vantagem do ácido CO32-, oxalato, arsenato não interferem (no pH neutro estes íons formam sais pouco solúveis com Ag+) 43 Propriedades do ppt e do indicador: Indicadores de adsorção: O Método de Fajans • ppt coloidal maximizar a adsorção; • O ppt deve adsorver fortemente (características de ppts coloidais ); • Introduzidos por Fajans; • São corantes orgânicos, com caráter de ácidos ou bases fracas; • A mudança de coloração se deve à adsorção ou dessorção do corante como consequência de uma modificação da dupla camada elétrica em torno das partículas do ppt na passagem do ponto de equivalência. Indicador: fluoresceína Logo após PE: Antes PE: AgNO3 Cl- Ag+ Cl- ClNaCl Na+ Fc- Cl AgCl Fenômeno de Adsorção: Kps do AgFc não foi ultrapassado. - NO3- Ag+ íons • O corante deve ser fortemente adsorvido na camada de íons contrários pelos íons primariamente adsorvidos; • O pH da solução deve ser tal que a forma iônica do indicador predomine. • Reprodutíveis; Ag+ Fc- próprios • Rápidas; AgCl Na+ seus Titulações com indicadores de adsorção são: Na+ Cl- Na+ Na+ 44 • Confiáveis; Ag+ Fc- AgFc vermelho • Porém, são poucas as reações onde o ppt coloidal forma-se rapidamente; 45 Processo é Reversível • Evitar altas concentrações de eletrólitos ( ppt não deve coagular). 46 47 8