NATUREZA DA LUZ A luz branca é policromática. Quando a luz branca atravessa um prisma de vidro, ela se decompõe em varias cores. A luz é ... ... Um certo movimento ou uma certa ação, concebida numa maneira muito sutil, que preenche os poros de todos os outros corpos. René Descartes, 1637 A luz é ... ... Radiação eletromagnética capaz de sensibilizar a visão humana. (definição atualmente) Breve histórico - Natureza da Luz Em 1675 Isaac Newton, em um de seus artigos, considerou a luz constituída por um conjunto de corpúsculos materiais em movimento, cujas trajetórias seriam retas. Huygens sugeriu que os fenômenos de propagação da luz seriam mais bem explicados se a luz fosse considerada uma onda. No início do século XIX a teoria de Newton foi definitivamente abandonada, passando a se considerar a luz como uma propagação ondulatória, graças ao trabalho do inglês Thomas Young. No entanto, evidências mais recentes mostram que ao lado das ondas a luz transporta também corpúsculos de energia, chamados fótons, apresentando uma natureza dual (partícula-onda), segundo teoria do francês Louis De Broglie. Breve histórico - Natureza da Luz O transporte de energia radiante da luz é realizada através de ondas chamadas eletromagnéticas, tais ondas, além de não necessitarem de um meio material para se propagar – podendo, portanto, propagar-se no vácuo – possuem uma enorme velocidade. No vácuo, a velocidade de propagação da luz é c 3 x 108 m/s. Em geral, somente uma parcela de energia radiante propicia a sensação de visão, ao atingir o olho. Essa parcela é denominada luz e possui freqüência entre 4 x 1014 Hz e 8 x 1014 Hz. OBS: Ano-Luz é uma unidade de medida de distância. Um ano-luz representa a distância percorrida pela luz durante um ano. Essa unidade de medida é muito usada na astronomia. Equações de Maxweel & Equação da Onda Em 1864 James Clerk Maxwell publicou o trabalho “Teoria Dinâmica do Campo Eletro-magnético” (Dynamical Theory of the Electromagnetic Fields) no qual apresentou as equações que unificavam os campos elétrico e magnético. ρ E ε0 B E t Lei de Gauss Lei de Faraday B 0 Lei de Gauss p/ B E B μ 0 J μ 0ε 0 t Lei de Ampere/Maxwell Equações de Maxweel & Equação da Onda Maxwell mostrou, que tais equações prediziam a existência de ondas nesses campos, ou seja, as ondas eletromagnéticas. Maxwell também identificou essas ondas como luz. Sendo assim, as equações de Maxwell não somente unificam os fenômenos elétricos e magnéticos, como também os óticos. Partindo das equações de Maxwell podemos obter: f 1 f 2 2 0 2 z v t 2 2 Equação da Onda onde v 1 μ 0ε 0 . Usando os valores numéricos de 0 e 0 , obtemos v 2, 99792 108 m/s. ÓPTICA GEOMÉTRICA E ÓPTICA FÍSICA É comum dividir a óptica em duas partes: a óptica geométrica, cuja ênfase está no estudo da geometria dos raios de luz, e a óptica física, que estuda os fenômenos cuja compreensão exige formulação de uma teoria da natureza da luz. Aqui, vamos adotar uma formulação única, tentando abordar os fenômenos que podem ser explicados tendo como base a natureza ondulatória da luz. Espectro Eletromagnético – Região do Visível Comprimentos de onda (m) Freqüências (Hz) Polarização – Dizemos que uma onda eletromagnética é polarizada quando o vetor campo elétrico se conserva sempre no mesmo plano, chamado de plano de oscilação. A luz produzida por uma lâmpada comum não é polarizada; dizemos que uma luz deste tipo é nãopolarizada ou polarizada aleatoriamente. Figura: (a) O plano de oscilação de uma onda eletromagnética polarizada. (b) representação da polarização, uma vista frontal da onda e indicação da direção das oscilações do campo elétrico. Polarização Figura: (a) Uma onda não-polarizada (como uma lâmpada). Ela é composta de ondas com os campos elétricos orientados aleatoriamente. (b) Outra onda não polarizada. Filtros Polarizadores – Quando a luz passar por um filtro polarizador, apenas a componente do campo elétrico paralela à direção de polarização do filtro é transmitida; a componente perpendicular à direção de polarização é absorvida pelo filtro. A luz que emerge de um filtro polarizador está polarizada paralelamente à direção de polarização do filtro. Intensidade da luz polarizada Transmitida Quando a luz incide em um filtro polarizador é nãopolarizada, a intensidade da luz transmitida, I, é metade da intensidade original I0: 1 I I0 2 Quando a luz incide no filtro já está polarizadora, a intensidade da luz transmitida depende do ângulo entre a direção de polarização da luz incidente e a direção de polarização do filtro: I I 0 cos 2 Princípios da óptica geométrica 1. Princípio da Propagação Retilínea: em meios homogêneos a luz se propaga em linha reta; 2. Princípio da Reversibilidade: a trajetória dos raios não depende do sentido de propagação; 3. Princípio da Independência dos Raios de Luz: cada raio de luz se propaga independentemente dos demais. REFLEXÃO E REFRAÇÃO O índice de refração de um material, n, desempenha um papel fundamental na óptica geométrica. Ele é definido como a razão entre a velocidade da luz c no vácuo e a velocidade da luz v no material, c n v (índice de refração) Estudos experimentais sobre as direções dos raios incidentes, refletidos e refratados em uma interface lisa entre dois meios transparentes obedecem às seguintes leis: 1. Os raios incidente, refletido e refratado e a normal à superfície estão sobre o mesmo plano. 2. O ângulo de reflexão r é igual ao ângulo de incidência i para todos os comprimentos de onda e para qualquer par de material. r i (lei da reflexão) 3. Para luz monocromática e para um dado par de materiais, a e b, separados por uma interface, temos: na sena nb senb (lei da refração) Alguns índices de refração (luz amarela de sódio: = 589 nm) Meio Vácuo Ar (CNTP) Água (20oC) Acetona Álcool etílico Índice 1 (exatamente) 1,00029 1,33 1,36 1,36 Vidro de baixa dispersão Cloreto de sódio Vidro de alta dispersão 1,52 1,54 1,65 Quartzo fundido Safira Diamante 1,46 1,77 2,48 Figura (a) Dispersão cromática da luz branca. O componente azul é mais refratado do que o vermelho. (a) Ao passar do ar para o vidro, o componente azul tem ângulo de refração menos. Figura (b) Dispersão cromática da luz branca. (b) Ao passar do vidro para o ar, o componente azul tem ângulo de refração maior. O arco-íris é um exemplo de dispersão cromática. Quando a luz branca do Sol é interceptada por uma gota de chuva, parte da luz se refrata para o interior da gota, se reflete na superfície interna e, a seguir, se refrata para fora da gota. Exemplo: Um feixe de luz incide numa superfície plana, polida, de um bloco de quartzo fundido, fazendo um ângulo de 31,25o com a normal. Esse feixe contém dois comprimentos de onda de luz, 404,7 e 508,6 nm. Os índices de refração do quartzo, para estes comprimentos de onda, são, 1,4997 e 1,4619, respectivamente; o índice de refração para o ar pode ser considerado como 1,0003, para ambos os comprimentos de onda. Qual o ângulo entre os dois raios refratados? Solução: vamos usar o subscrito 1 para o ar e o 2 para o quartzo. usando : n1 n1sen1 n2 sen2 sen2 sen1 n2 Para o raio com = 404,7 nm: Para o raio com = 508,6 nm: O ângulo entre os raios é de: 1, 0003 sen31, 25 20, 6761o 1, 4997 2 sen 1 1,0003 2 sen1 sen31, 25 20,7915o 1, 4619 20,7915o 20,6761o 0,1154o Reflexão Interna Total: Uma onda que incide numa fronteira além da qual o índice de refração é menor sofrerá reflexão interna total, se seu ângulo de incidência exceder o ângulo crítico c , onde 1 n2 c sen (ângulo crítico) n1 Figura: A reflexão interna total da luz de uma fonte puntiforme S ocorre para todos os ângulos de incidência maiores do que o ângulo crítico c. No ângulo crítico, o raio refratado emerge tangente à interface ar-vidro. Aplicação na medicina! Figura: Uma fibra ótica transmite a luz introduzida numa extremidade para a oposta, com pequena perda pelas laterais da fibra, porque a maior parte da luz sofre uma seqüência de reflexões internas totais ao longo dessas laterais. Polarização pela Reflexão A figura abaixo mostra um raio não polarizado incidindo numa superfície de vidro. Os vetores do campo elétrico da luz podem ser decomposto em componentes perpendiculares (pontos), e em componentes paralelas (setas). Na luz não-polarizadas, esses dois componentes têm módulos iguais. Polarização pela Reflexão Para o vidro, ou outros materiais dielétricos, existem um ângulo de incidência particular, chamado de ângulo de Brewster B, para o qual não há reflexão dos componentes paralelos. Isso significa que a luz refletida do vidro, sob esse ângulo é totalmente polarizada, com o plano de vibração perpendicular ao plano de incidência. Como os componentes paralelos de um raio incidente sob um ângulo de Brewster não são refletidos, eles devem ser totalmente refratados. Lei de Brewster B r 90o usando n1sen B n2 sen r , temos resultado experimental n2 B tan (ângulo de Brewster) n1 Para n1 1 e n2 n B tan 1 (n) (lei de Brewster - 1812) 1