UM ESTUDO SOBRE O CRESCIMENTO DA LIDERANÇA FEMININA NA ÁREA DE LOGÍSTICA DA EMPRESA WALMART BRASIL* Cecília Martins de Figueiredo (FACEQ) ** Maria Clara Lopes Saboya (USP/FAFE/FACEQ) *** Resumo Por meio de pesquisa realizada com mulheres que são líderes (em área de logística) na empresa Walmart, este trabalho traz conceitos, exemplos e vantagens significativas para as companhias investirem na liderança feminina. De acordo com alguns autores citados ao longo deste artigo, é importante obter profissionais que entendam e solucionem as necessidades da empresa, aplicando as melhores práticas de gestão. As problemáticas levantadas são: se as mulheres e os homens podem ser iguais, no mesmo nível profissional e se estamos preparados para aceitar as diferenças biológicas entre os mesmos. O conteúdo destaca que fazer escolhas diferentes pode mudar o futuro de uma empresa e, consequentemente, gerar evolução, eficiência e inovação. Este estudo aborda, ainda, as barreiras que a mulher enfrenta para comprovar sua capacidade, qualidade e flexibilidade, além de trazer situações reais que algumas mulheres viveram até chegarem à liderança. Palavras-chave: Liderança feminina. Mulher. Gestão. Motivação. Empresa. Abstract Through research conducted with women who are leaders (in logistics) at Walmart now, this work brings concepts, examples and significant advantages for companies to invest in female leadership. According to some authors cited throughout this article, it is important to get professionals who understand and solve business needs, applying best management practices. There are issues raised: if women and men can be the same, on the same professional level and are prepared to accept the biological differences between them. The content highlights that make different choices can change the future of a company and consequently generate development, efficiency and innovation. This study also addresses * Artigo resultante do Trabalho de Conclusão do Curso de Administração da Faculdade Eça de Queirós – FACEQ, apresentado em 2014, como exigência parcial para a obtenção do título de Bacharel, sob orientação da Prof. Dra Maria Clara Lopes Saboya. ** Bacharel em Administração de Empresas pela Faculdade Eça de Queirós (FACEQ – UNIESP). *** Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo, Mestre em Educação, Cientista Social e Pedagoga. Docente e coordenadora na Faculdade Fernão Dias (FAFE) e na Faculdade Eça de Queirós (FACEQ – UNIESP). 1 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq the barriers that women face to prove their ability, quality and flexibility, and bring real situations that some women lived until they reached the leadership. Keywords: Female leadership. Woman. Management. Motivation. Company. Introdução Esta pesquisa se torna importante porque existe intenção de obter um resultado de como agregar mais valor e reconhecimento à liderança feminina, tal como ocorre com a masculina. Além de enfatizar a importância e necessidade da mesma no mercado de trabalho, é também uma oportunidade de mostrar os perfis que as mulheres possuem e os métodos diferenciados que as tornam capazes de liderar e gerenciar com a mesma competência que a liderança masculina. O tema em questão traz pesquisa sobre o crescimento da liderança feminina na área de Logística da empresa Walmart Brasil, a partir dos seguintes problemas de pesquisa: Há barreiras de crescimento para se tornar gestora/líder, devido à compatibilidade pessoal com o profissional? A liderança feminina influencia no crescimento e desenvolvimento da empresa? A resposta inicial, como hipóteses, para essas problemáticas é sim para ambas as perguntas, pois ainda existe um grau de resistência em contratar ou promover mulheres, devido suas prioridades pessoais e outros obstáculos, como gestação, acompanhamento do crescimento do filho, aparência, etc. Contudo, a gestão feminina influencia no desenvolvimento da empresa, porque coopera amplamente com o crescimento da mesma, devida à sua visão estratégica diferenciada em controlar e nivelar a razão com a emoção. Utilizou-se pesquisa bibliográfica a fim de abordar o crescimento da liderança feminina. Vários são os autores que citam as diversas oportunidades em que a liderança surge e a melhor forma de conduzi-la e mantê-la, mostrando o lado bom e ruim de conviver com as barreiras ou obstáculos, até chegar à liderança. Foi realizada também pesquisa in loco, na empresa Walmart Brasil por meio de questionário, com questões mistas (abertas e fechadas) aplicadas às mulheres líderes, no setor de logística. 1 Conceito de liderança Gaudêncio (2012, p. 11) cita que para obter conhecimento do conceito de 2 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq liderança, é necessário saber se liderar é uma característica que pode ser desenvolvida ou se é pessoal (genética). Ainda afirma que, as pessoas falam o que pensam conscientemente, por este motivo entende que a liderança é um instrumento gerencial indispensável que pode ser desenvolvido. No entanto, o autor ainda ratifica que, quando as pessoas falam o que sente com o emocional, veem a liderança como característica pessoal que uns podem ter e outros não, e que as próprias pessoas acreditam que os que a possuem, trazem desde o berço. Gaudêncio (op. cit.) afirma ainda que nem a crença e nem a busca para definir a liderança são novas, pois a primeira tentativa foi feita por Platão no ano II a. C. e que homens como Júlio César ou Alexandre Magno já teriam nascido com os traços de personalidade que os levaram à grandeza; porém, os pesquisadores nunca identificaram ou concluíram traços que pudessem ser conscientemente atrelados à liderança. Ainda de acordo com Gaudêncio (2012, p. 12), no início do século XX, nascia a teoria comportamental, que comprovou que o comportamento pode ser aprendido. O autor afirma que o foco nos aspectos situacionais da liderança está presente até hoje e que não adianta aprender e treinar os comportamentos corretos para cada situação ou case, se a pessoa não tiver controle emocional para liderar. Liderança nada mais é que a capacidade de influenciar um grupo. Um líder tem ambição, energia, vontade de liderar, autoconfiança e conhecimento. Coisa que a maioria das pessoas acha que tem e têm mesmo... Enquanto a maioria fica pensando no que precisa aprender para se tornar um líder, uns poucos saem liderando. Na prática, o líder é o que aproveita antes a oportunidade de ser líder. (GEHRINGER, 2008, p. 5456) 1.2 O que é ser líder? Para Nelson (2008, p. 76), qualquer pessoa pode ser um líder; porém, precisa exercer algumas características importantes para desenvolver essa função, como: incentivar a ação, motivar os que estão acima ou abaixo na hierarquia formal, além de buscar medidas que alcancem o objetivo comum de uma forma e que os liderados não se sintam sozinhos. Gaudêncio (2012, p. 15) define um líder em dois momentos em que ele se torna essencial: o líder que sabe o que quer, pois ele tem um sonho, o líder que quer o que sabe. O mesmo autor afirma que, para este tipo de líder o importante é a concretização de um 3 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq sonho ou objetivo e que, de certa forma, depois de um período, as pessoas estarão atrás do sonho ou objetivo e não do líder, e ainda cita um exemplo de liderança que seguiu este roteiro, em que ficou evidente a despreocupação com a realização de um sonho comparado ao imenso desejo de que este se tornasse realidade. Gaudêncio (2012, p. 15) refere-se a John Kennedy, que mostrou isso quando teve o sonho de colocar um americano na lua antes dos russos, com isso comprometeu toda a nação, e que depois de um tempo, todos os americanos queriam colocar um americano na lua antes dos russos. E foi o que conseguiram mesmo com a ausência de Kennedy (que veio a falecer). No entanto, a presença não era mais necessária, pois o que todos estavam seguindo era o sonho, e não mais o líder. Nelson (2008, p. 76) menciona que comunicação e o apoio, colaboram para manter as pessoas na empresa mais unidas. Comunicar-se e apoiá-los oferecendo ajuda, servem como inspiração para que os outros sigam seu exemplo através de suas ações e palavras, além de deixar o ambiente que ampara as pessoas, em um clima sinérgico, estimulando-as a correr atrás dos objetivos, pois ao invés de puni-las por algo que não estão correspondendo de acordo com os procedimentos de trabalho, o líder reconhecerá todo o esforço feito até o momento, em voz alta diante de todo o grupo. Outro exemplo, citado por Gaudêncio (2012, p. 16), é o Espártaco, um gladiador e escravo romano que teve um sonho muito a frente da época em que vivia: ser livre. Assim, ele comprometeu seus amigos gladiadores e formou um exército e com isso conquistou a liberdade, mesmo por pouco tempo, pois foram cercados e o Espártaco teria que ser sacrificado. Então, o comandante romano ordenou que ele se apresentasse, pois não sabia quem era Espártaco. O mesmo encorajadamente se pronunciou: “Eu sou Espártaco”, porém, de um a um todos se apresentaram: “Eu sou Espártaco”, ali todos se tornaram Espártaco, e não mais seguiam alguém que tinha um sonho de liberdade, mas sim seguiam seus próprios sonhos de liberdade e por ele, valia à pena morrer. 1.3 Tipos de liderança Gaudêncio (2012, p. 65), relata que existem alguns tipos de líderes que possuem características próprias e os líderes agem de acordo com elas. Ele cita quatro exemplos: a) O líder sistemático, que analisa e planeja tudo criteriosamente com muito 4 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq cuidado, coloca estrutura nas tarefas e faz com que os seus subordinados sigam o processo com perfeição. Ele é seguro e objetivo, porém, quando é necessário exercer mudanças de rumo, falha em estressar a equipe com falta de flexibilidade. b) O líder diretivo é muito responsável nas suas tarefas e decidido, ele define quem executará, como e quando. Com isso ele oferece direção aos seus subordinados, além de ser encarregado de quando surgir momentos de crise ajudar a tirá-los das dificuldades. Faz negociações e é estimulante com sua equipe, porém, em muitas vezes é visto como autoritário pela mesma. c) O líder ponderado é harmonioso no grupo e cria atribuições que a harmonia e o bom relacionamento sejam desenvolvidos em sua equipe, e com isso obter um clima de trabalho confortável. Estabelece ritmo de trabalho fácil a todos. Sua maior desvantagem, é que não apresenta desafios a sua equipe, o que acaba desestimulando o crescimento de seus subordinados. d) O líder inspirador vê a tarefa como um todo. Ele considera e aplica todas as possibilidades e assim muda a direção do trabalho de acordo com as situações que surgem. Esse tipo de líder é espontâneo, corajoso, entusiasta e faz com que o nível de energia do seu grupo cresça. Porém, para situações em que pedem soluções rápidas e objetivas, deixa sua equipe confusa e menos eficiente. 2 A integração da mulher no mercado de trabalho Segundo Hirata e Le Doaré (1999, p. 24), um dos paradoxos da globalização não é somente o desvelamento brutal da manifestação generalizada dos valores masculinos e a tendência da despolitização referente à “questão das mulheres”, que é expressamente tratada pelas instâncias internacionais e pelas conferências mundiais da ONU, mas também na tentação do pensamento feminista de se diluir em uma pesquisa agravante das diferenças em proveito da eliminação dos opositores. Segala (2013, p. 25), cita que um bilhão de mulheres é o número de pessoas que podem entrar no mercado de trabalho até o fim da década, uma legião capaz de mudar os rumos da economia global. Conforme Segala (2013, p. 28), no Brasil o PIB cresceria 9% se as mulheres tivessem o mesmo nível de emprego dos homens. Contudo, Hirata e Le Doaré (1999, p. 25), mencionam que o mercado global supõe uma divisão social e sexual 5 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq do trabalho transnacional com o acesso desigual dos trabalhadores, mas esse capital globalizado, não poderia manifestar-se sem se apoiar nas mulheres que continuam a alimentar o globo. Para Desai (2013, p. 104), muitas mulheres no passado ascenderam ao poder em vários países, na Ásia exclusivamente, por suas ligações com homens influentes. Mais recentemente, elas veem conquistando cargos de liderança pelos próprios méritos. Seus seguidores parecem vê-las como arautos de mudanças pelas quais sua sociedade tanto clama. Por isso, baseado nas declarações destes autores, entenderemos como essa liderança é exercida, afinal, homens e mulheres possuem características diferentes e ambos influenciam diretamente no método de liderança de cada um. 2.1 O crescimento da liderança feminina De acordo com Lavinas (1999, p. 40), um trabalhador empregável é aquele que atende todos os requisitos do posto de trabalho que exerce, além de ser um trabalhador formado, adequado, capacitado para ocupar aquela função. Assim é possível interpretar o grau de “empregabilidade feminina” crescente como uma evidência inquestionável de que as mulheres mostram-se mais preparadas aos novos postos de trabalho do que propriamente os homens. Frisa-se que o maior impacto para que isso ocorra, são as mudanças dos postos de trabalho, com criações de novas funções. A terceirização e informatização da atividade econômica trazem atributos que valorizam e potencializam o trabalho feminino. Lavinas (op. cit.) afirma, também, que as mulheres oferecem habilidades específicas, que são forças de trabalho que, construídas e cultivadas com base na divisão social e sexual do trabalho, possuem características que não são encontradas até hoje na mão de obra masculina. Todos esses tributos, credenciados pelo gênero, têm uma dimensão objetiva, como por exemplo, as mulheres brasileiras terem nível de escolaridade superior, em média, ao dos homens, que se torna sem dúvida, um fator de peso quando se explica as suas vantagens comparativas. Para Yoshida (2013, p. 18), as mulheres representam um mercado de consumo global de 28 trilhões de dólares, maior do que a economia dos Estados Unidos e da China juntas. Mas elas não querem apenas assumir. Cada vez mais, seu objetivo é contribuir 6 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq também para gerar renda e riqueza. Nye (2013, p. 68) questiona se o mundo seria mais pacífico se as mulheres estivessem no comando. Foi confirmado por um novo e polêmico livro, do psicólogo Steven Pinker (2011, apud NYE, 2013 ), da universidade de Harvard, que sim. Em The Better Angels oh Our Nature, Pinker diz que os dados comprovam que a violência humana, mesmo muito presente entre nós, vem caindo gradualmente. “No longo do curso da história, as mulheres têm sido, e continuarão sendo, uma força pacificadora. A guerra tradicional é um jogo masculino: mulheres tribais nunca se juntaram para atacar aldeias vizinhas”, diz Pinker (Apud NYE, 2013, p. 68). Nye (op. cit.) afirma que como as mães, as mulheres têm incentivos evolucionários de manter condições pacíficas e nutrir sua prole para assegurar que seus genes sobrevivam na próxima geração. Os céticos imediatamente replicam que as mulheres não fizeram guerra simplesmente porque raramente estiveram no poder. Se fossem alçadas no posto de líder, as condições de um mundo anárquico as obrigariam a tomar as mesmas decisões guerreiras que os homens tomaram. Margaret Thatcher, Golda Meir e Indira Gandhi foram mulheres poderosas, elas conduziram seu país á guerra. No entanto, é verdade também que, para ascender à liderança, as mesmas tiveram de jogar de acordo com as regras políticas de um mundo masculino e foi antes de tudo, o êxito delas em se conformar aos valores masculinos, que por ventura às levaram a posição de líderes, pois num mundo em que as mulheres detivessem uma parte proporcional, ou seja, metade dos cargos de liderança, elas poderiam se comportar de maneira diferente no poder. Há uma questão ampla levantada por Nye (2013, p. 69) se o gênero efetivamente faz diferença em matéria de liderança. O mesmo enfatiza que lidando com os estereótipos, vários estudos psicológicos comprovam que o poder masculino se caracteriza como um estilo de comando duro, enquanto as mulheres são mais colaborativas e intuitivamente compreendem o poder brando de atração e persuasão. Os americanos tendem a descrever a liderança com os estereótipos masculinos duros, mas alguns estudos recentes de liderança mostram um êxito maior daquilo que um dia foi considerado um estilo feminino. De acordo com Lavinas (1999, p. 38), desde meados dos anos 1980, a taxa anual de emprego das mulheres mostra-se mais elevada que a masculina, implicando um forte aumento do sexo feminino entre os ocupados. Desse modo, a absorção da mão de obra feminina tem sido superior à da masculina em todas as fases recentes da economia brasileira. 7 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq Nye (2013, p. 70), revela que no passado, quando as mulheres abriram caminho a duras penas para o topo de organizações, elas precisaram adotar, com frequência, um estilo masculino, violando a norma social geral de simpatia feminina, porém, a revolução na informática e a democratização demandam uma liderança mais participativa, o estilo feminino esta se tornando um caminho para uma liderança mais efetiva. Para liderar com sucesso, os homens terão não somente de valorizar esse estilo próprio de suas colegas mulheres, mas também dominar as mesmas habilidades. Para Lavinas (1999, p. 38), muitas razões podem explicar esse comportamento do mercado de trabalho mais favorável às mulheres do que aos homens no que tange à expansão de seu nível de ocupação. Uma delas decorre da amplitude do processo de reestruturação produtiva iniciado nessa década e que se afeta sobremaneira o emprego industrial, cuja redução massiva tem rebatimentos negativos, incidindo mais sobre trabalhadores do que sobre as trabalhadoras, já pouco representadas no setor. Lavinas (op. cit.) confirma que outro fator a estimular a inserção produtiva das mulheres, diz respeito à expansão da economia de serviços. Uma terceira dinâmica que incentivou o aumento do emprego feminino nos anos recentes, é a maior flexibilização do mercado de trabalho da ocupação por conta própria e da informalidade em geral. Em outras palavras, existiria um trade-off entre elevação da taxa de emprego feminina, ou feminização do emprego, e a transição das relações de trabalho, que explicaria vantagens comparativas da mão de obra feminina sobre a masculina. Para Hadary e Henderson (2013, p. 9), as mulheres entraram no mundo do negócio num ritmo sem precedentes durante os últimos 40 anos, e em 2010 representavam quase metade do talento disponível para os Estados Unidos e para outras economias. Suas credenciais superam as dos homens. Depois de anos atrás deles na educação, as mulheres superaram as expectativas acadêmicas, sendo responsáveis por 52% das graduações e 60% dos mestrados, e ainda possuem mais chances que os homens de se formarem com honras tanto na graduação quanto na pós-graduação. Ainda de acordo com Hadary e Henderson (2013, p. 10), a transformação dos negócios é particularmente evidente na entrada de mulheres em posições de liderança. A mesma cita que mais da metade (51%) de todos os postos profissionais e gerenciais são ocupados por mulheres e isso é o triplo comparado a quando a mesma estreou no mundo corporativo dos Estados Unidos. Hadary e Henderson (op. cit.) citam que as mulheres 8 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq estão entrando nos níveis de liderança em que influenciam estratégias e direcionam suas organizações. Ainda menciona que, o número de mulheres oficiais corporativas quase dobrou entre 1995 a 2011, e a presença feminina em diretorias corporativas cresceu quase 16% em 2011. Cita também, que pela primeira vez na história estamos vendo mulheres em escritórios, em conselhos de administração, no comando de unidades, militares, em cargos políticos importantes, na legislatura e no comando de grandes negócios. Para Hadary e Henderson (2013, p. 10), a entrada das mulheres no mercado de trabalho está tendo um tremendo impacto econômico confirmado pela McKinsey & Company, uma consultoria de negócios internacional que tem sido líder nos estudos sobre o valor das mulheres o mercado de trabalho. Ainda menciona que temos estudos sólidos que comprovam que corporações com mulheres em posições de liderança, estão superando outras empresas em lucros, pois nos últimos anos, manchetes pelo mundo proclamam o impacto da liderança feminina nos resultados corporativos e que pela primeira vez na história existem estudos demonstrando que empresas com mais mulheres em cargos importantes possuem desempenho melhor do que aquelas com menos mulheres nos níveis mais altos. Nye (2013, p. 76), relata que o filósofo grego Aristóteles, que viveu há mais de 2.300 anos, tinha uma visão das mulheres como “homem incompleto”. O mesmo menciona que a natureza só faz as mulheres quando não pode fazer homens. Essa era a visão do pai de todas as ciências, que permaneceu, por vários séculos. Coincidentemente em alguns países, as mulheres ainda são vistas como inferiores, sendo incumbidas somente de cuidar dos assuntos relacionados ao lar, todavia os homens têm a preferência de ocupar o espaço público. Essa mudança nessa percepção é relativamente recente. Foi somente no último século que, em muitos países, as mulheres finalmente alcançaram algumas de suas conquistas como, o direito do voto, a educação e o trabalho. O autor (op. cit.) ainda afirma que, embora em passos lentos, as mulheres estão encurtando a sua distância em relação aos homens em alguns países. Nye (op. cit.) ressalta que de acordo com o Relatório Global sobre Desigualdade de Gênero, divulgado em outubro de 2006 pelo Fórum Econômico Mundial, a situação das mulheres, em termos de oportunidades na economia, na política, na saúde e na educação melhorou em 86% dos 110 países analisados, desde que esse estudo começou a ser feito. Este relatório mostra que não há nenhum país com 100% de igualdade de oportunidades 9 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq para homens e mulheres. O que chega mais próximo deste ideal é a Islândia, com um índice de 87% de igualdade. O Brasil ainda não chegou a 70%. No entanto, fica claramente comprovado o crescimento das mulheres no mercado de trabalho, porém, elas terão que se esforçar cada vez mais para enterrar de vez o legado sexista de Aristóteles. Ash (2013, p. 250) escreve que já vivenciou os atos de algumas líderes que tentaram ao máximo imitar executivos para alcançar a liderança. Para serem aceitas, algumas gerentes começaram a utilizar até palavras de baixo calão o que pode gerar a falta de respeito por parte de seus colegas, tanto homens quanto mulheres. A mesma autora (op. cit.) menciona que nunca usou palavras de baixo calão e acredita que as mulheres não se sintam confortáveis utilizando esse tipo de linguajar vulgar e que quando a mulher em cargos de gerência imita homens para ser aceita, o resultado é uma tensão muito grande. Ser natural é a maneira mais eficiente de uma mulher galgar os degraus de corporação, pois dessa maneira trará uma dimensão totalmente nova para a diretoria executiva. Hadary e Henderson (2013, p. 12) ratificam que as mulheres estão fazendo a diferença, gerenciando do jeito delas e que à medida que elas progridem nas empresas, começam a reconhecer e valorizar seus estilos de liderança inatos. Aprendem que podem conseguir resultados tão bons ou melhores do que suas contrapartes masculinas, tendo uma visão alternativa dos problemas gerenciais e operantes com estilo inclusivo e colaborativo. A mesma autora (op. cit.) relata que homens e mulheres estão reconhecendo que os estilos de liderança femininos diferem dos masculinos e os completam, resultando em organizações mais fortes, e que não é um estilo de liderança, masculino ou feminino, seja melhor, pois o maior sucesso ocorre quando os estilos de homens e mulheres são combinados. 2.2 A liderança feminina ocupa seu espaço Hadary e Henderson (2013, p.7) perceberam que a mulher trazia uma perspectiva diferente para o ambiente de trabalho, e que ela era valiosa, esclarecedora e fazia a diferença na metade dos anos 70, quando trabalhava como gestora na divisão de sistemas federais da IBM. Ainda naquela época, as mulheres gestoras eram raridade. Somente duas ou três mulheres trabalhavam em posições de gerência na divisão da mesma, principalmente nas áreas técnicas, e ela não era subordinada a nenhuma delas. Para Hadary 10 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq e Henderson (op. cit.), as únicas pessoas que ela poderia imitar e com que poderia aprender até então, tinham sido homens e que eram apenas duas mulheres no seu mestrado no curso de relações industriais e trabalhistas na Universidade Cornell. Seria ela e outra mulher na classe de 30, e todos seus professores eram homens. Seu primeiro emprego depois de formada foi na AT&T Long Lines, sendo ela uma das primeiras mulheres a participarem do curso de treinamento de gestores. Hadary (2013, p. 7) menciona que se mudou para IBM, e que todos os gestores bem sucedidos que a mesma conheceu e com quem trabalhou foram homens. Ainda cita que não conhecia nenhuma maneira de liderar além daquela que aprendia, observando esses gestores bem sucedidos, sendo todos homens liderando. Como resultado adotou os estilos de liderança dos homens, aprendia como eles tomavam decisões e assim os imitava aceitando seus negócios como se fossem dela. Os poucos livros escritos para mulheres entrando no mundo de negócios, alertava para evitar liderar como uma mulher. Ash (2013, p. 125) cita que quando as pessoas perguntavam como lidava com os problemas de liderança com os homens ressentidos e mulheres que não gostavam de ser lideradas por outra mulher, menciona que nunca havia enfrentado esse problema, mas que muitas mulheres enfrentaram, e que não faz diferença de quem você é, pois se você provar que sabe do que está falando as pessoas vão te respeitar e que talvez a mulher tenha que trabalhar mais que o homem para provar que é boa, mas isso não é nenhuma novidade. Hadary (2013 p. 8) menciona que em uma terça-feira pela manhã, tinha uma reunião marcada com seu diretor para discutir a situação de um funcionário. E enquanto fazia sua corrida matinal, se preparava para as importantes conversas daquele dia. Imaginava a reunião com seu diretor, desde a entrada no escritório, passando pela discussão e chegando ao final, avaliando os seus argumentos e comentários importantes de um ponto de vista de negócios. Contudo, sabia qual seria considerada a decisão correta – o funcionário deveria ser demitido. No entanto, Hadary (op. cit.) estava pensando no assunto, queria argumentar para salvar o funcionário, queria declarar que demiti-lo não seria o melhor para o interesse da empresa e pensava: “não seja boba”, disse para ela mesma. “Isso é o que uma mulher faria” e lembra-se da revelação como se fosse ontem, “mas eu sou uma mulher!”. E acreditava que sua análise feminina era realmente a melhor estratégia, tanto para a empresa quanto para o funcionário. Naquele momento, começou conscientemente a reconhecer e 11 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq valorizar a perspectiva diferente que tinha sobre os negócios, então, assumiu o risco. Desenvolveu os argumentos em sua cabeça para não despedir o funcionário, respirou fundo antes de ir para a reunião expor seus argumentos e para seu espanto e encantamento, seu diretor concordou. Para concluir a citação, Hadary (2013, p. 8) menciona que felizmente, sua recomendação foi uma boa decisão. Salvaram o funcionário que contribuiu para a IBM durante muitos anos e tomou a consciência de que, de muitas maneiras, gerenciava as pessoas diferentemente de seus colegas homens. Além de olhar para os números, também levava em conta, considerações a respeito dos funcionários e da organização nas suas decisões. Percebeu então que seu sucesso como gestora vinha, em grande parte, do contexto adicional que trazia para tomadas de decisões e que sua equipe sempre foi muito determinada a alcançar os objetivos. Ainda percebeu que essa era uma das razões pelas quais, antes de tomar grandes decisões, já tinha considerado o impacto delas na sua equipe e a consultado. Hadary (op. cit.) curiosamente percebeu que seu diretor começou a perguntar informalmente sobre decisões que afetavam a unidade de negócios, sobre o impacto que a mesma achava, sobre as decisões que teriam e como elas seriam recebidas tanto pelos funcionários quanto pelos clientes internos que atendiam. Hadary (2013 p. 9) analisou a maneira de fazer com que as suas recomendações que eram bem diferentes das decisões habituais da diretoria fossem aceitas, e para isso teria que apresentá-las em termos de negócios. Naquele caso, incluiu um investimento corporativo do treinamento do funcionário, o valor que ele tinha trazido para a empresa durante anos que estava lá e o valor projetado de suas contribuições futuras. Com isso, tomou a precaução de reconhecer os riscos envolvidos e incluiu o que fariam para minimizar os impactos. Depois disso, Hadary (2013, p. 9) explica que, enquanto transitava na empresa, fazia questão de cumprimentar e conhecer as mulheres gestoras. Percebeu ainda que as mulheres no nível mais alto estavam famintas para discutir seus estilos de liderança e como lidavam com os desafios de serem líderes femininas num ambiente masculino - tanto para trocar informações quanto para ganhar reconhecimento para seus estilos. Assim, a mesma cita que começou a jornada para estudar a maneira como as mulheres lideram, como superam seus desafios e o que precisam fazer para assumir seu lugar no topo da liderança de negócios. 12 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq 2.3 Liderança feminina no século XXI Hadary e Henderson (2013, p. 183) esclarecem que a integração da família da mulher com a vida profissional é um desafio eterno e se tornou a maior parte das histórias contadas por mulheres que sentem dificuldades com os desafios de tentar integrar os filhos com o trabalho, porque as outras pessoas pensam que, devem trabalhar durante a noite, não precisam de jornadas de trabalho flexíveis ou não passam pelo conflito entre prioridades pessoais e profissionais. Essa culpa é aumentada ainda mais, devido à crença fundamental de que as mulheres são responsáveis pela casa, pelos filhos, e em muitos casos, pelos pais idosos. Tanto que o executivo corporativo conjugue ou parceiro e até mesmo as próprias mulheres continuam acreditando nisso e dificultam o problema quando além de acreditar que são responsáveis, devem fazer tudo sozinhas. Hadary e Henderson (2013, p. 184) mencionam que a criação de uma vida balanceada e integrada é o caminho para a satisfação e o sucesso. Qualquer que seja o seu status familiar e os benefícios, como jornadas de trabalhos flexíveis, são importantes para todas as mulheres, porém, a mulher tem receio de que, se permitirem que prioridades pessoais afetem sua vida profissional, ou vice-versa, perderão algo importante e diz que as pesquisas sobre os impactos do trabalho da mãe nas crianças são ambíguas e ainda ressalta que alguns estudos declaram que crianças com mães que trabalham são menos estáveis e mais propensas a terem problemas nas escolas. Contudo, outros estudos declaram que elas são tão ou até mais estáveis do que crianças com mães que não trabalham e que provavelmente existirão vantagens e desvantagens em qualquer caminho que a mulher escolher, o importante é ter uma abordagem positiva. Sandberg (2013, pg.120) escreve que quando começou a trabalhar, havia várias histórias assustadoras sobre executivas que ignoravam os filhos ou ficavam pouco em casa e que todos no escritório falavam de uma executiva que cuja filha teria dito que, quando crescesse, queria ser cliente, pois eles é que tinham toda a atenção e ela achava todas essas histórias tão deprimentes que desistiu antes mesmo de começar realmente a batalhar para ser sócia. Mas cinco anos depois, quando estava em um emprego que realmente adorava, ficou com vontade de voltar ao trabalho semanas depois de sua licença maternidade. Sandberg percebeu (op. cit.), que aquelas executivas não eram nada assustadoras. Como ela mesma, adorava os filhos, mas também adoravam trabalhar. 13 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq Hadary e Henderson (2013, p. 185) dizem que a primeira atitude que a mulher precisa ter é aceitar de que não pode fazer tudo sozinha e que isso é verdadeiro no trabalho, é o motivo pelo qual a mulher cria uma equipe de especialistas e estabelece redes. As mais bem sucedidas mulheres usam ideias de liderança em sua vida pessoal. Para as bem sucedidas, casadas, com ou sem filhos, mães solteiras sem filhos, um dos momentos mais libertadores foi quando perceberam que contratar alguém para limpar a casa ou cuidar dos filhos não era só aceitável, era preferível. Confirmam Hadary e Henderson (2013, p. 188) que as mulheres acreditam que as habilidades que desenvolvem como resultado da integração de suas vidas pessoais e profissionais oferece benefícios reais tanto para o trabalho quanto para suas famílias e que elas têm experiência na gerência de agendas complexas e diversas, sabem como serem flexíveis, ágeis e adaptáveis e, o mais importante não se preocupa com os problemas pequenos. Vêem a si próprias como exemplos, mostrando para suas filhas e para outras mulheres jovens que uma mulher pode ser bem sucedida como profissional e mãe, mostrando para seus filhos que mulheres são líderes nos negócios e na família. Segundo Hadary e Henderson (2013, p. 12) durante um tempo, parecia que as mulheres tinham conseguido um impulso incontrolável e estava subindo rapidamente no mundo corporativo. Mas nos últimos anos, o progresso das mulheres ficou mais lento e que apesar das evidências substanciais do valor que as mulheres trazem para as lideranças de negócios, sua ascensão aos níveis mais altos não combina com o ritmo de sua entrada em posições profissionais e gerenciais. As mulheres alcançam cargos de gerência e param. O crescimento do número de mulheres em posições executivas e em conselhos de administração continuou imutável durante os últimos anos. Hadary e Henderson (2013, p. 13) citam que muitos dirão que é apenas um problema de logística e que só leva um tempo, no entanto, no ritmo atual, estima-se que as mulheres vão precisar de cinco a oito décadas para conquistar a igualdade e que isso é tempo demais e que a pergunta mais realizada é: O que esta prejudicando as mulheres líderes? Hadary e Henderson (op. cit.) mencionam que um desafio crucial é claramente a mentalidade da maioria das corporações e que apesar da descoberta de quase três quartos dos executivos mais importantes acreditem que ter mulheres na liderança fortalece o desempenho corporativo, quando perguntados o que faziam para apoiar as mulheres, quase todos responderam que não faziam nada. 14 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq Para Hadary e Henderson (2013, p. 15), as pesquisas já mostraram várias vezes que mulheres possuem a capacidade de liderar e contribuir significativamente para os lucros e para o sucesso e tudo que as mulheres precisam é do conhecimento e das ferramentas para utilizarem suas habilidades dentro do contexto do mundo de negócios. 3 Pesquisa de campo 3.1 Apresentação da Empresa A pesquisa foi realizada com seis líderes do setor de logística da empresa Walmart, localizada em Barueri (São Paulo). De acordo com dados coletados na empresa (INTRANET WALMART, 2014) a varejista/atacadista foi fundada em 1962 nos Estados Unidos e sua primeira loja foi inaugurada em Rogers, no Arkansas. Após 10 anos, a empresa abriu capital na bolsa de valores, que devido a isso acelerou sua expansão. No final dos anos 70, a companhia obtinha 276 lojas em 11 estados. No ano de 1983, houve a inauguração do primeiro Sam’s Club Atacado, e no ano de 1988, o primeiro Walmart Varejo. Em 1994 o Walmart se transformou em uma empresa internacional. Pois conquistou a abertura do primeiro Sam’s Club perto da cidade do México. No Brasil, o Walmart opera desde 1995, com a abertura do Sams Club em São Caetano do Sul, grande SP. Nos anos seguintes, ocorreu a ampliação no país. Em 2004, adquiriu a rede Bom preço, que marcou sua chegada no Nordeste, absorvendo traços regionais, mantendo as bandeiras e as boas práticas. Logo após, em 2005, o mesmo modelo foi utilizado quando a companhia adquiriu a divisão de varejo do grupo Sonae no Brasil, com as lojas na região Sul. Neste mesmo ano outra novidade foi lançada, a criação do instituto Walmart, responsável pelo investimento social da empresa (INTRANET WALMART, 2014). Com nove bandeiras, o Walmart se adapta as particularidades dos diferentes públicos em todo país. Além disso, conta com o canal eletrônico de compras, o ecommerce, que foi criado em 2008. A operação conta com 14 centros de distribuição, sendo sete próprios, localizados em todas as regiões em locais estratégicos para reduzir distâncias e diminuir o impacto do transporte no meio ambiente. Ainda conta, com 5 operadores logísticos especializados somente em perecíveis, para garantir uma entrega 15 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq perfeita (INTRANET WALMART, 2014). Desde que a primeira loja Walmart abriu (1962), a empresa é dedicada em fazer a diferença na vida de seus clientes. O seu negócio é o resultado de uma liderança visionária de Sam Walton (fundador), junto com a geração de associados focados em ajudar clientes e comunidades a economizar seu dinheiro e viver melhor (INTRANET WALMART, 2014). O Walmart, com intenção de economia e maior cuidado com o cliente, atende mais de 10.800 lojas, com 69 bandeiras em 27 países. A companhia emprega cerca de 2,2 milhões de associados ao redor do mundo e acredita que toda vez que desperdiça um dólar, ele vem diretamente do bolso do cliente, e toda vez em que se poupa um dólar, isso coloca sempre um passo à frente da concorrência (INTRANET WALMART, 2014). 3.2 Missão, visão e valores Missão - Vender por menos para as pessoas viverem melhor. Visão - Ser o melhor varejista na mente e no coração dos consumidores. Valores - Respeito pelo indivíduo, atendimento ao cliente, busca pela excelência e agir com integridade (INTRANET WALMART, 2014). 3.3 História De acordo com dados coletados (INTRANET WALMART, 2014), a empresa evoluiu a partir das ideias de Samuel Moore Walton, seu fundador. Cujo mesmo acreditava na liderança através do serviço, e foi desta maneira que o Walmart foi construído e dirigido nos últimos 50 anos. Assim grande parte da história do Walmart está ligada à história do próprio Sam Walton. Sam nasceu em 1918 e formou se em economia. A sua primeira experiência no varejo aconteceu como trainee em uma loja de J. C. Penney, em Des Moines, Lowa (EUA). Nesta época conheceu sua futura esposa, Helen Robson, e em 1943 casaram-se. Junto com seu irmão James Walton (conhecido como Bud), Sam abriu uma franquia da rede Bem- Franklin, na cidade de Newport, em 1945, Bud e sua esposa Audie, associaramse a Sam e Helen por um ano, até comprarem sua própria loja. O casal Walton transformou a loja, que antes operava prejuízos, em uma das maiores unidades de rede de Arkansas. 16 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq Vendo o sucesso em 1949, o proprietário que alugava o imóvel, pediu-a de volta (INTRANET WALMART, 2014). Dessa maneira o casal Walton mudou-se para Bentonville, pequena cidade do sudeste norte-americano. E em 1951, passaram a administrar uma pequena loja de variedades e de baixo volume, a “Walton’s 5 & 10”. E alguns anos depois em 1962, os irmãos Walton já possuíam e operavam 16 lojas. Entre os anos de 1951 e 1962, Sam visitou vários concorrentes, como a rede K-Mart. O conceito desta rede era simples, mercadorias de preços baixas com qualidade e com ênfase no autosserviço, isso levou Sam a considerar um novo tipo de conceito as lojas de descontos. Inspirado e focado em trazer ainda mais oportunidades e valor para seus clientes, Sam abriu a primeira loja no ano de 1962 em Rogers, Arkansas (INTRANET WALMART, 2014). 3.4 Crescimento Os concorrentes de Sam, jamais imaginavam que a empresa a ser construída em torno de oferecer preços mais baixos e excelência no serviço iria funcionar. Como se viu, o sucesso superou até mesmo as expectativas de Sam. Além dos custos baixos, Sam sempre creditou o rápido crescimento do Walmart a seus associados, pois os mantinha como parceiros do negócio e assim como as lojas cresceram, as inspirações de Sam também. Trazendo novas abordagens e tecnologias para o varejo, experimentou novos formatos de loja, incluindo o Sam’s Club e Supercenter (INTRANET WALMART, 2014). 3.5 Legado Sam Walton faleceu em 1992, logo após receber a Medalha da liberdade. Mas deixou legado, o Walmart continua a ser um líder na indústria de varejo que continua empenhado não apenas em expandir para melhor atender os seus clientes, mas também para a melhoria das comunidades que servem através de seus esforços para melhorar constantemente o que fazem e como fazem, e através dos impactos que são capazes de alcançar através do Instituto Walmart. Por intermédio desta dedicação diária para o negócio e seus clientes, os associados honram o Sr Sam Walton (INTRANET WALMART, 2014). 17 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq 3.6 Filosofia Junto ao legado de Sam foram deixadas várias frases, porém há uma frase que expressa a filosofia que o mesmo queria passar: “Compre barato, venda barato, mantenha as prateleiras bem sortidas, trate dos clientes com respeito, valorize seus colaboradores e preste muita atenção aos acertos da concorrência.” – Sam Walton (INTRANET WALMART, 2014). 3.7 Primeiro varejista a conquistar Selo Pró-Equidade de Gênero e Raça O Walmart Brasil recebeu o selo pró-equidade de gênero e raça da Secretaria de Política para as Mulheres (SPM), órgão do governo federal. O reconhecimento é concedido a instituições com iniciativas de combate a discriminação e a promoção da igualdade racial e entre homens e mulheres no mundo do trabalho (INTRANET WALMART, 2014). O selo faz parte do programa coordenado pelo comitê pró- equidade de gênero, integrado por representantes da SPM, Ministério do planejamento orçamento e gestão (MPOG), Ministério público do trabalho (MPT), Organização Internacional do trabalho (OIT), Fundo de desenvolvimento das Nações Unidas para a mulher (Unifem) e Conselho Nacional dos direitos da Mulher (CNDM), além de duas especialistas convidadas (INTRANET WALMART, 2014). O selo é cedido pelo período de um ano. As empresas podem participar regularmente, renovando a sua adesão a cada nova edição do programa, e são avaliadas pelo seu plano de ação. No caso do Walmart, são algumas metas da rede: a) Garantir a participação de mulheres nos processos seletivos para cargos de liderança, nas lojas, clubes e centros de distribuições; b) Demonstrar avanço quantitativo na participação de mulheres em posições de liderança, visando alcançar o equilíbrio de gênero (MOVIMENTO MULHER, 2014); c) Aumentar em 10% o número de mulheres em posição de liderança nas unidades; d) Ampliar o programa 100 mulheres na liderança (cujo objetivo é formar mulheres para assumir cargos de diretoras e gerentes gerais das unidades); e) Identificar e implantar melhores práticas para o processo declaratório de raça; 18 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq f) Desenvolvimento de mulheres na cadeia de suprimentos: implementar políticas, diretrizes e/ou programas de desenvolvimento da mulher com seus fornecedores (MOVIMENTO MULHER, 2014); g) Valorização da imagem da mulher na sociedade: Incorporar mensagens de valorização da mulher em campanhas de comunicação e/ou ações educativas (MOVIMENTO MULHER, 2014). 4 Coleta de dados A pesquisa de campo para a coleta de dados e verificação das hipóteses deste estudo foi realizada com questionário misto composto por sete perguntas fechadas (para caracterização dos perfis) e 12 questões abertas. O questionário foi aplicado a seis mulheres que são líderes da empresa Walmart Brasil, na área de logística, em Barueri, São Paulo. Seguem, a seguir, os perfis obtidos com a investigação: Michelle Karina: Diretora da área de Operações na Logística, 33 anos, casada, um filho, graduada em Administração de Empresas, pós-graduada em Logística Empresarial e nove anos no cargo de liderança. Fernanda Donatti: Gerente da área de engenharia na Logística, 32 anos, solteira, nenhum filho, graduada em Engenharia de Produção, pós-graduada em Administração de empresas e seis anos no cargo de liderança. Vivian Ramos: Encarregada da área de Order Filling na Logística, 31 anos, casada, nenhum filho, formada em Tecnólogo em Logística e nove anos no cargo de liderança. Cristiane Vasco: Encarregada da área de Manutenção na Logística, 40 anos, casada, nenhum filho, graduada em Logística, pós-graduação (cursando) Gestão de Pessoas e três anos no cargo de liderança. Kátia Silva: Encarregada da área de Importação na Logística, 34 anos, casada, dois filhos e um mês no cargo de liderança. Pâmela Lopes: Coordenadora da área Financeira da Logística, 25 anos, solteira, nenhum filho, graduada em Logística Empresarial e quatro meses no cargo de liderança. 19 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq 1 - Perfil das líderes Fonte: elaborado pela primeira autora a partir da coleta de dados 2 – Porcentagens referentes à idade e faixa salarial Fonte: elaborado pela primeira autora a partir da coleta de dados 3 – Porcentagens referentes ao número de filhos e ao tempo de serviço na empresa Fonte: elaborado pela primeira autora a partir da coleta de dados 20 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq 5 Análise do questionário aplicado Seguindo a ordem das perguntas realizadas, as respostas obtidas foram as seguintes: 1) Como foi sua ascensão profissional até chegar ao cargo de liderança? Michelle Karina: Iniciei como estagiária em uma empresa de logística. Trabalhava no monitoramento dos indicadores de qualidade e de nível de serviços. Fui promovida a assistente e posteriormente a analista. Acredito que isso me ajudou a gerenciar as pessoas quando assumi o departamento de transportes, pois conseguia ter a visão do todo. Fernanda Donatti: Passei por três empresas antes de chegar ao cargo de liderança, passando por posições de estagiária e analista em várias áreas (operações, vendas, planejamento, logística e engenharia). Vivian Ramos: Iniciei na área operacional como auxiliar, passando de auxiliar a líder e de líder a encarregada. Formei-me Tecnóloga em Logística e passei a comandar as equipes de almoxarifado, Expedição e Importação da empresa onde trabalhava. Cristiane Vasco: Iniciei na empresa em 2008, como auxiliar administrativo; em 2009 fui promovida para assistente, 2010 a analista de transportes, 2012 a encarregada de logística. Estou muito satisfeita, pois fui crescendo profissionalmente a cada ano e não penso em parar por aqui. Kátia Silva: Foi difícil, pois sempre desenvolvi papel de liderança, porém em área administrativa. Onde eu trabalhava, todos os associados me viam como uma líder, eu sempre soube ver o lado do associado, sabia conversar, dava suporte aos encarregados do departamento e suporte para a gerência. Hoje está sendo bem desafiador para mim, porque eu estava em uma área administrativa e hoje estou em um cargo de liderança na operação. Pâmela Lopes: Iniciei em 2006 como auxiliar administrativa aprendiz, 2008 fui promovida a auxiliar administrativa, 2009 para assistente, 2010 analista Jr, 2012 analista Pleno, 2013 analista sênior e 2014 coordenadora. Análise A ascensão das entrevistadas até chegarem ao cargo de liderança, confirma a citação de Nelson (2008, p. 76), pois para o autor, qualquer pessoa pode ser um líder, porém, precisa exercer algumas características importantes para desenvolver essa função, como: incentivar a ação, motivar os que estão acima ou abaixo na hierarquia formal, além 21 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq de buscar medidas que alcancem o objetivo comum de uma forma que os liderados não se sintam sozinhos. As respostas das entrevistadas confirmam a citação de Desai (2013, p. 104), em que a mesma menciona que mais recentemente, as mulheres veem conquistando cargos de liderança pelos próprios méritos e seus seguidores parecem vê-las como arautos de mudanças pelas quais sua sociedade tanto clama. 2) Teve dificuldades chegar ao cargo de liderança por ser mulher? Se sim, quais? Michelle Karina: Não tive dificuldades para ser promovida, mas precisei ter jogo de cintura para ser aceita pelos meus pares e subordinados, pois minha área era na maioria masculina. Fernanda Donatti: Acredito ao entrar na empresa, no início sim. Por ser engenheira mulher e um pouco nova, as pessoas inicialmente não acreditam em você e no potencial. Portanto até iniciar as entregas, metodologias e experiência, você passa por algumas dificuldades. Vivian Ramos: Não em ser promovida, mas alguns companheiros questionavam minha capacidade no início, que mais tarde provei através de resultados. Cristiane Vasco: Nenhuma, pois acho que no Walmart não existe essa separação. Somos vistos por nossas competências, um exemplo disso é eu ser encarregada de manutenção que normalmente é um setor predominante por homens. Kátia Silva: Sim. Eu sempre procurei crescer na área administrativa, porém sempre percebia que quando perguntavam sobre família, “filhos”, eu sentia que a minha experiência não contava, eu vi que eles queriam uma pessoa sem filhos para que não atrapalhasse no emprego. Pâmela Lopes: Não. Análise As respostas no geral confirmam a citação de Nye (2013, p. 76), onde relata que o filósofo grego Aristóteles, que viveu há mais de 2.300 anos, tinha uma visão das mulheres como “homem incompleto”. O mesmo menciona que a natureza só faz as mulheres quando não pode fazer homens. Essa era a visão do pai de todas as ciências, que permaneceu, por vários séculos. Coincidentemente em alguns países, as mulheres ainda são vistas como inferiores, sendo incumbidas somente de cuidar dos assuntos relacionados ao “lar”, todavia 22 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq os homens têm a preferência de ocupar o espaço público. Essa mudança nessa percepção é relativamente recente. Foi somente no último século que, em muitos países, as mulheres finalmente alcançaram algumas de suas conquistas como, o direito do voto, a educação e o trabalho. O autor (op. cit.) ainda afirma que, embora em passos lentos, as mulheres estão encurtando a sua distância em relação aos homens em alguns países. 3) Em geral, você acha que a mulher tem mais dificuldade do que o homem para chegar aos cargos de liderança ou não? Por quê? Michelle Karina: Não acho que mulheres têm mais dificuldades. Hoje as mulheres são vistas como profissionais mais detalhistas e com ampla capacidade em gestão de pessoas. Fernanda Donatti: Uma vez que você tem a chance de se expor e mostrar resultado e potencial, não. Mas na maioria das vezes, por decisão própria, acabamos dividindo nossa atenção com a família e filhos, portanto o foco pode ficar um pouco dividido, o que acredito que não aconteça com tanta frequência com os homens, por isso existe mais homens do que mulheres na liderança. Vivian Ramos: Acredito que não. Seja homem ou mulher buscando o aperfeiçoamento, fica mais fácil de estarem prontas quando as oportunidades surgirem. Cristiane Vasco: Não. Como citei anteriormente, o que é visto nos dias de hoje é a competência de cada um, seja homem ou mulher. Entendo que essa dificuldade é coisa do passado. Kátia Silva: Sim, por que o líder homem se sente ameaçado, eles têm medo de ter que reportar para uma mulher, Pâmela Lopes: Sim. Porque muitos veem a mulher como um ser frágil, dócil, sensível. Não nos veem como uma mulher guerreira, batalhadora. Somos mulheres firmes, fortes, donas de casa, mãe e principalmente mulher [palavra citada com muita ênfase], temos capacidade igual ou até mais que muitos homens. Análise As respostas confirmam a citação de Nye (2013, p. 70), em que revela que no passado, quando as mulheres abriram caminho a duras penas para o topo de organizações, elas precisaram adotar, com frequência, um estilo masculino, violando a norma social geral de simpatia feminina, porém, a revolução na informática e a democratização demandam 23 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq uma liderança mais participativa, o estilo feminino esta se tornando um caminho para uma liderança mais efetiva. Para liderar com sucesso, os homens terão não somente de valorizar esse estilo próprio de suas colegas mulheres, mas também dominar as mesmas habilidades. Contudo ratifica algumas respostas com a visão de Lavinas (1999, p. 40), de que um trabalhador empregável é aquele que atende todos os requisitos do posto de trabalho que exerce, além de ser um trabalhador formado, adequado, capacitado para ocupar aquela função. Assim é possível interpretar o grau de “empregabilidade feminina” crescente como uma evidência inquestionável de que as mulheres mostram-se mais preparadas aos novos postos de trabalho do que propriamente os homens. Frisa-se que o maior impacto para que isso ocorra, são as mudanças dos postos de trabalho, com criações de novas funções. A terceirização e informatização da atividade econômica trazem atributos que valorizam e potencializam o trabalho feminino. 4) Você considera que o respeito dos funcionários é o mesmo quando o chefe é um homem ou uma mulher? Por quê? Michelle Karina: Acho que o respeito é o mesmo. Em alguns casos inclusive, acho que as mulheres são mais respeitadas, pois a sociedade tende a ter mais cuidado e respeito ao tratar com o sexo feminino. Fernanda Donatti: Não, mas somente a princípio, quando você inicia na empresa. Depois a situação muda. Vivian Ramos: Não. Quando a equipe é composta só por homens o respeito pela líder mulher é maior. No geral medem melhor as palavras antes de nos dirigi-las. E já algumas mulheres têm dificuldade em entender o nível hierárquico por se tratar do mesmo sexo. Cristiane Vasco: Acredito que o respeito é até maior, por ser mulher, sinto que se policiam nas palavras para manterem o respeito. Kátia Silva: Não. Os funcionários demonstram mais respeito pelo chefe homem sim, mas vejo que quando impomos o respeito somos respeitadas iguais ou até melhores que os homens. Pâmela Lopes: O respeito de cada funcionário depende da maneira como o líder se impõe perante os mesmos. 24 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq Análise Por meio da perspectiva de Ash (2013, p. 250) confirma-se que para serem aceitas, algumas gerentes começaram a utilizar até palavras de baixo calão o que pode gerar a falta de respeito por parte de seus colegas, tanto homens quanto mulheres e que quando a mulher em cargos de gerência imita homens para ser aceita, o resultado é uma tensão muito grande. Ser natural é a maneira mais eficiente de uma mulher galgar os degraus de corporação, pois dessa maneira trará uma dimensão totalmente nova para a diretoria executiva. 5) Você já teve problemas para se impor aos funcionários, como líder, por ser mulher? Quais? Michelle Karina: Sim, Existe um paradigma de que a mulher é o sexo frágil e se pressionado tende a submeter. Tive um funcionário que tentou se impor aos gritos por não aceitar se submeter ao direcionamento a uma mulher. Fernanda Donatti: Sim, por ser mulher e mais nova. E também por liderar time predominante por homens mais velhos. Por exemplo: agendar reuniões e alguns não participarem (sem motivo explicado), responder perguntas: “porque você foi escolhida para fazer essa viagem?”, em tom agressivo, vindo de um liderado. Porém, são situações que aconteceram no início (de um a dois meses na posição). Vivian Ramos: Não. No geral quando se aplica uma liderança, por exemplo, fica fácil ter o domínio da equipe e fazê-los te seguir. Cristiane Vasco: Não. Kátia Silva: Ainda não tive problemas com esse tipo de situação. Pâmela Lopes: Não. Análise As respostas ratificam o que escreveu Ash (2013, p. 125), que quando as pessoas perguntavam como lidava com os problemas de liderança com os homens ressentidos e mulheres que não gostavam de ser lideradas por outra mulher, menciona que nunca havia enfrentado esse problema, mas que muitas mulheres enfrentaram, e que não faz diferença de quem você é, pois se você provar que sabe do que está falando as pessoas vão te respeitar e que talvez a mulher tenha que trabalhar mais que o homem para provar que é boa, mas isso não é nenhuma novidade. 25 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq 6) Você tem ou já teve dificuldades em conciliar sua vida pessoal familiar e profissional? De que forma? Explique. Michelle Karina: Sim. Tenho um filho de um ano e nem sempre consigo ficar com ele todos os dias. Além disso, precisamos nos adaptar nas transferências de estado, minha profissão exige isso. Fernanda Donatti: Sim devido à carga de trabalho. No passado chegava a trabalhar 17 horas por dia. Vivian Ramos: Sim. Às vezes as exigências da função são grandes demais e demandam muita atenção e tempo. Já houve um tempo em que a vida profissional era tão intensa e associada aos estudos que mal sobrava tempo para convívio saudável e familiar. Cristiane Vasco: Sim. Creio que devido ao meu setor ser uma área de suporte, preciso ficar disponível, caso ocorra alguma chamada emergencial. Em alguns momentos tive que abrir mão de lazer ou momentos familiares para atender esse tipo de chamado. Kátia Silva: Até o presente momento não tive nenhuma dificuldade que atrapalhasse minha vida pessoal com a profissional. Pâmela Lopes: Sim. É muito difícil manter o equilíbrio entre a vida profissional pessoal, principalmente em fases onde se busca o crescimento profissional em uma determinada empresa. Normalmente essa fase o profissional deixa de lado sua vida pessoal para dar foco na vida profissional o que pode acarretar problemas sérios em sua saúde e relacionamento com familiares. Análise As respostas obtidas confirmam o que escreveram Hadary e Henderson (2013, p. 183) quando mencionam que a integração da família da mulher com a vida profissional é um desafio eterno e se tornou a maior parte das histórias contadas por mulheres que sentem dificuldades com os desafios de tentar integrar os filhos com o trabalho, porque as outras pessoas pensam que, devem trabalhar durante a noite, não precisam de jornadas de trabalho flexíveis ou não passam pelo conflito entre prioridades pessoais e profissionais. 7) Em algum momento você pensou em desistir de exercer sua função de líder devido algum pré-conceito? Michelle Karina: Não. Nunca pensei nessa possibilidade. Fernanda Donatti: Não. 26 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq Vivian Ramos: Não. Cristiane Aparecida: Não, nunca. Kátia Silva: Sim. Eu vi que fui vitima de preconceito sim, quando eu prestei um RI (recrutamento interno), para uma determinada vaga e sei que não fui aprovada, devido ter filhos pequenos. Fiquei chateada demais. Cheguei a pensar em desistir. Fiquei desmotivada e pensei até em pedir para me mandarem embora. Mas conversei com algumas pessoas que não deixaram jogar 10 anos de empresa fora. Continuei fazendo meu trabalho como sempre fiz, com qualidade e da melhor forma possível até ser reconhecida. Hoje estou muito feliz, grata a muitas pessoas que viram meu potencial e meu esforço. E hoje sou uma encarregada. Pâmela Lopes: Não. Análise Para uma parte significativa das respostas, ratifica-se a citação de Hadary e Henderson (op. cit. 2013, p. 188), que confirmam que as mulheres acreditam que as habilidades que desenvolvem como resultado da integração de suas vidas pessoais e profissionais oferece benefícios reais tanto para o trabalho quanto para suas famílias e que elas têm experiência na gerência de agendas complexas e diversas, sabem como serem flexíveis, ágeis e adaptáveis e, o mais importante não se preocupa com os problemas pequenos. Veem a si próprias como exemplos- mostrando para suas filhas e para outras mulheres jovens que uma mulher pode ser bem sucedida como profissional e mãe, mostrando para seus filhos que mulheres são líderes nos negócios e na família. 8) Você acha que as lideranças femininas fazem diferenças para o crescimento de uma empresa? Explique por quê. Michelle Karina: Sim. Normalmente as mulheres são mais compreensivas e conseguem promover um melhor ambiente de trabalho e por serem mais detalhistas, têm a tendência de controlar os indicadores e resultados da empresa. Fernanda Donatti: Sim. Na verdade acredito muito na diversidade (homens, mulheres, pessoas experientes, recém-formados, negros, entre outros). Somos muito complementares e as mulheres em geral são mais sensíveis, humanas e detalhistas. Vivian Ramos: Sim. Geralmente as mulheres são mais detalhistas e tem um lado humano que sabem usar com sabedoria. Com isso ganha mais facilmente a confiança de 27 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq sua equipe. Cristiane Vasco: Não vejo dessa forma. Acho que a competência e dedicação de cada um fazem a diferença. Kátia Silva: Sim. Porque somos mulheres cuja qualidade é mais decidida. Pâmela Lopes: Não acho que o gênero do líder faça diferença e sim os seus atos e o quanto ele tem a contribuir para a empresa. Análise As respostas confirmam a citação de Nye (2013, p. 76) quando ressalta que de acordo com o relatório Global, sobre desigualdade de gênero, divulgado em outubro de 2006 pelo Fórum Econômico Mundial, as mulheres em termos de oportunidades na economia, na política, na saúde e na educação melhorou em 86% dos 110 países analisados desde que esse estudo começou a ser feito. Este relatório mostra que não há nenhum país com 100% de igualdade de oportunidades para homens e mulheres. O que chega mais próximo deste ideal é a Islândia, com um índice de 87% de igualdade. O Brasil ainda não chegou a 70%. No entanto, fica claramente comprovado o crescimento das mulheres no mercado de trabalho, porém, elas terão que se esforçar cada vez mais para enterrar de vez o legado sexista de Aristóteles. 9) De que maneira você lidera a sua equipe para adquirir respeito e alcançar os resultados da empresa? Michelle Karina: Com respeito que espero ser tratada e com metas claras dos resultados esperados. Fernanda Donatti: Mostro a minha experiência e porque estou na posição, como posso ajudar as pessoas a pensar e a se desenvolver. Além de ouvir, perguntar opiniões e criar um clima de trabalho colaborativo fazendo com que o time troque ideias entre si. Vivian Ramos: A melhor maneira de lidar com a equipe é saber ponderar as palavras, sanar as dúvidas, dar-lhes atenção e saber ouvir principalmente. Algumas pessoas precisam de atenção extra para funcionar bem. Procurar trabalhar em conjunto fornecendo apoio e mostrando que cada um é importante dentro da equipe. Saber e fazer o certo sempre. Lidero de uma maneira que a equipe me siga. Cristiane Vasco: Dividindo opiniões, mostrando para a equipe que todos devem participar para uma tomada de decisão. Mostrar que eles são importantes e que o líder 28 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq sozinho não resolve nada. Kátia Silva: Lidero minha equipe com respeito, sinceridade e ajudo no máximo que posso. Sempre dou retorno de qualquer assunto que surgir, tento ajudar o máximo possível e ser justa com todos. Pâmela Lopes: Preso o trabalho em equipe e o bom relacionamento entre o time. Análise Para parte significativa das respostas, confirma-se a citação de Hadary (2013, p. 12), onde ratifica que as mulheres estão fazendo a diferença, gerenciando do jeito delas e que à medida que elas progridem nas empresas, começam a reconhecer e valorizar seus estilos de liderança inatos. Aprendem que podem conseguir resultados tão bons ou melhores do que suas contrapartes masculinas, tendo uma visão alternativa dos problemas gerenciais e operantes com estilo inclusivo e colaborativo. A mesma ainda cita que homens e mulheres estão reconhecendo que os estilos de liderança femininos diferem dos masculinos e os completam, resultando em organizações mais fortes, e que não é um estilo de liderança, masculino ou feminino, seja melhor, pois o maior sucesso ocorre quando os estilos de homens e mulheres são combinados. 10) Em sua visão quais as consequências para as organizações que tem ocupação de cargos femininos? Michelle Karina: Acredito que a tendência é que haja um ambiente mais organizado e mais unido. Uma maior compreensão do todo e mais flexibilidade para superar os desafios e encontrar novas soluções. Fernanda Donatti: Imagino que a empresa se torna mais completa com diversidade, trazendo resultados e engajamento. Vivian Ramos: São boas consequências, porque mostra ao mercado de trabalho que aqui não existe preconceito e com isso pode fazer com que mais e mais funcionárias mulheres busquem se desenvolver dentro dela. Cristiane Vasco: Em minha opinião, não difere se a liderança é feminina ou masculina. Kátia Silva: Não vejo que existe uma consequência, pois acredito que a mulher esta bem preparada para assumir uma liderança. Pâmela Lopes: Não vejo consequências para este caso. 29 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq Análise Ratifica-se através das respostas obtidas, a citação de Hadary (2013, p.7), onde afirma a sua percepção de que a mulher trazia uma perspectiva diferente para o ambiente de trabalho, e que ela era valiosa, esclarecedora e fazia a diferença, na metade dos anos 1970, quando trabalhava como gestora na divisão de sistemas federais da IBM. Ainda nessa naquela época, as mulheres gestoras eram raridade. Hadary (2013 p. 8) menciona que em uma terça-feira pela manhã, tinha uma reunião marcada com seu diretor para discutir a situação de um funcionário. E enquanto fazia sua corrida matinal, se preparava para as importantes conversas daquele dia. Imaginava a reunião com seu diretor, desde a entrada no escritório, passando pela discussão e chegando ao final, avaliando os seus argumentos e comentários importantes de um ponto de vista de negócios. Contudo, sabia qual seria considerada a decisão “correta” – o funcionário deveria ser demitido. No entanto, enquanto Hadary estava pensando no assunto, queria argumentar para salvar o funcionário, queria declarar que demiti-lo não seria o melhor para o interesse da empresa. “Não seja boba”, disse para ela mesma. “Isso é o que uma mulher faria”. A mesma autora (op. cit.) lembra-se da revelação como se fosse ontem, “mas eu sou uma mulher!”. E acreditava que sua análise feminina era realmente a melhor estratégia, tanto para a empresa quanto para o funcionário. Naquele momento, começou conscientemente a reconhecer e valorizar a perspectiva diferente que tinha sobre os negócios, então, ela assumiu o risco. Desenvolveu os argumentos em sua cabeça para não despedir o funcionário, respirou fundo antes de ir para a reunião expor seus argumentos. Para seu espanto e encantamento – seu diretor concordou. Para concluir a citação, Hadary (2013, p. 8) menciona que felizmente, sua recomendação foi uma boa decisão. Salvaram o funcionário que contribuiu para a IBM durante muitos anos. Depois disso, a mesma tomou a consciência de que, de muitas maneiras, gerenciava as pessoas diferentemente de seus colegas homens. 11) Quais são os principais desafios que as mulheres ainda têm que enfrentar para se consolidarem profissionalmente como líderes? Michelle Karina: Buscarem sua identidade pessoal sem abrir mão das características do sexo feminino. Não buscar equiparação do comportamento e reações 30 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq com os homens. Fernanda Donatti: Imagino que a divisão entre vida pessoal e profissional (balanço). Ainda não tenho filhos, mas sim um cachorro (moro sozinha) e já fico com um peso na consciência gigante quando trabalho até tarde e fico muitas horas sem ver o cachorro, imagino quando tiver um filho. Vivian Ramos: Apenas se especializarem sempre e aprender mais e mais para crescer sempre. O maior desafio está em conciliar vida profissional, familiar e estudos. Cristiane Vasco: A mesma dificuldade que todos têm que é mostrar sua competência e buscar oportunidades. Kátia Silva: Falta de oportunidade. Pâmela Lopes: A mulher tende a ser mais emotiva de uma maneira geral. Creio que como líder, deve saber controlar esses sentimentos e manter uma postura firme diante a empresa. Análise Confirma-se a citação de Hadary e Henderson (2013, p. 184), onde mencionam que a criação de uma vida balanceada e integrada é o caminho para a satisfação e o sucesso. Qualquer que seja o seu status familiar e os benefícios, como jornadas de trabalhos flexíveis, são importantes para todas as mulheres, porém, a mulher tem receio de que, se permitirem que prioridades pessoais afetem sua vida profissional, ou vice-versa, perderão algo importante. 12) No seu ponto de vista, ainda existe preconceito com relação às mulheres serem líderes? Se sim, por quais motivos? Michelle Karina: é fato que o crescimento feminino em posições de liderança é bastante inferior aos homens, mas não enxergo isso como preconceito e sim como desconfiança. Fernanda Donatti: Não na empresa onde trabalho. Mas com certeza existe em outras empresas que não prezam por esta diversidade. Pelo motivo pessoal (família e filhos), restrição de viagens e horas extras, que faz com que as essas empresas prefiram homens na liderança. Vivian Ramos: Não. Antes de chegar ao Walmart Brasil, via nas outras empresas que havia preconceito quanto a uma mulher liderar uma equipe de manutenção por 31 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq exemplo. Mas aqui é tudo igual, e isso é muito bom. Homens e mulheres lutando pelos mesmos objetivos. Cristiane Vasco: Não. Temos grandes mulheres liderando nas grandes empresas, na política, enfim. Acredito que conseguimos mostrar que podemos assumir um cargo de liderança. Kátia Silva: Sim. Eu vejo o preconceito com a mulher em relação a filhos e família. Pâmela Lopes: Infelizmente muitas pessoas ainda são preconceituosas e não acompanharam a evolução das mulheres no mercado de trabalho, desta maneira não acreditam em sua capacidade de liderar ou mesmo de exercer qualquer outro cargo em uma empresa. Análise A citação que confirma as respostas obtidas é das autoras Hadary e Henderson (2013, p. 13) onde mencionam que muitos dizem ser apenas um problema de logística e que só leva um tempo, no entanto, no ritmo atual, estima-se que as mulheres vão precisar de cinco a oito décadas para conquistar a igualdade e que isso é tempo demais e que a pergunta mais realizada é: O que esta prejudicando as mulheres líderes? Hadary e Henderson (op. cit. 2013, p 13), mencionam que um desafio crucial é claramente a mentalidade da maioria das corporações e que apesar da descoberta de quase três quartos dos executivos mais importantes acreditem que ter mulheres na liderança fortalece o desempenho corporativo, quando perguntados o que faziam para apoiar as mulheres, quase todos responderam que não faziam nada. Considerações finais Por meio dos resultados apresentados na pesquisa, constatou-se que a mulher atualmente está cada vez mais presente no mercado de trabalho e sua situação tem melhorado de forma considerável. O conteúdo bibliográfico ainda confirma que muitas mulheres já conseguem mobilizar pessoas e se destacar como grandes líderes. Diante destes resultados é possível afirmar que, em pouco tempo, uma nova revolução feminina irá mostrar que lugar de mulher é sim na liderança e que os autores (as) citados, chegam à mesma conclusão, de que ainda há preocupações e bloqueios em exercer esse cargo. 32 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq Na pesquisa bibliográfica, os autores mencionam que é realização visível e exitosa a presença das mulheres como líderes de equipe, até nos casos de presidentes e governadoras; por isso, apesar de algumas resistências no mercado de trabalho em investirem na formação de líderes mulheres (assim como investem e apostam nos homens para os cargos de liderança) as empresas já sabem que ambos influenciam diretamente no crescimento da organização. Conclui-se este estudo, confirmando-se as duas hipóteses propostas no início, obtendo-se a resposta sim para ambas, pois há sim barreiras para a mulher se tornar gestora ou líder, devido às dificuldades em compatibilizar a vida pessoal com a profissional. A maioria das entrevistadas (cinco) disse ter dificuldades em conciliar sua vida pessoal/familiar e profissional. Porém, a despeito dessas dificuldades citadas pelas entrevistadas, conseguem fazer a integração da família com a vida profissional (ou integrar o cuidado dos filhos com o trabalho) e serem bem sucedidas em sua profissão, vencendo a cada dia esse desafio eterno que se apresenta para elas. Pode-se afirmar, sem dúvida, que a gestão feminina tem grande valia e agrega muitos pontos positivos às empresas, porque as gestoras cooperam amplamente devido à sua visão estratégica diferenciada, que se caracteriza por controlar e nivelar a razão com a emoção, além de liderar com aprimoramento, democracia e foco na transformação. 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