José Maria de Eça de Queirós Vida e Obra de Eça de Queirós José Maria Eça de Queirós nasceu na Póvoa do Varzim, em 25 de novembro de1845. Filho do Juiz José Maria de Almeida Teixeira de Queirós e de D. Carolina Augusta Pereira de Eça, foi entregue à nascença aos cuidados de uma ama, Ana Joaquina Leal de Barros, que dele tomou conta em Vila do Conde até aos seis anos, idade com que se mudou para a casa dos avós paternos em Verdemilho (Aveiro). Vida e Obra de Eça de Queirós Aos dez anos, foi morar para o Porto, onde habitavam os pais, e entrou para o Colégio da Lapa (Porto), onde foi aluno de Ramalho Ortigão. Em 1861 foi estudar Direito para Coimbra. Paralelamente à vida de estudante, participou no Teatro Académico e na vida boémia coimbrã. Vida e Obra de Eça de Queirós A sua veia satírica e contestatária cedo se revelou, tendose envolvido no conflito de ideias e gerações que ficou conhecido por «Questão Coimbrã». Pertenceu ao grupo denominado «Geração de 70», do qual fizeram parte também nomes como Antero de Quental, Ramalho Ortigão e Oliveira Martins. Geração de 70 Vida e Obra de Eça de Queirós O mau desempenho na advocacia, antes de começar a carreira diplomática, contrasta com rápida notoriedade nas letras: através de colaboração jornalística, a escrita abrese ao mundo com crônicas, poesia e impressões de viagem e depois finalmente se estréia no romance. Estreou-se como escritor com a publicação de um conjunto de textos que, numa edição póstuma, vieram a ser parcialmente compilados no volume Prosas Bárbaras. Desde então viveu a sua vida dividido entre a política e a literatura. Foi nomeado Director do jornal político Distrito de Évora, participou activamente nas polémicas «Conferências Democráticas do Casino» e, em 1873, foi nomeado cônsul em Havana (Cuba). No ano da publicação da sua obra-prima, Os Maias, exercia o cargo de cônsul em Paris. Vida e Obra de Eça de Queirós Com o início da carreira diplomática, ele vive um tempo inglês. E o escritor atravessa o período de filiação na escola realista e naturalista.Nesta década, o mundo atravessa profundas transformações. No percurso da sua obra diferenciam-se três fases estéticas: - a fase de influência romântica, que se inicia com as Prosas Bárbaras e culmina com O Mistério da Estrada de Sintra, obra escrita em colaboração com Ramalho Ortigão; - a fase do Realismo, com a participação nas Conferências do Casino Lisbonense e patente ainda nos romances O Primo Basílio e O Crime do Padre Amaro; - a fase de superação do RealismoNaturalismo, visível nas obras Os Maias, A Ilustre Casa de Ramires e A Cidade e as Serras. Eça de Queirós e Ramalho Ortigão Vida e Obra de Eça de Queirós Eça de Queirós e Emília de Resende Casou-se aos quarenta anos com Emília de Resende, com quem teve quatro filhos. Apesar do longo exílio diplomático, permaneceu amigo e ligado ao «Grupo dos Vencidos da Vida», encontrando-se com eles sempre que vinha a Lisboa. Morreu em 16 de agosto de 1900 em Paris. Os seus trabalhos foram traduzidos em aproximadamente 20 línguas. É por muitos considerado o melhor escritor realista português do século XIX. O Mistério da Estrada de Sintra (1870) O Crime do Padre Amaro (1875); versão definitiva em 1880 O Primo Basílio (1878) O Mandarim (1880) A Relíquia (1887) Os Maias (1888) Uma Campanha Alegre (1890-91) A Ilustre Casa de Ramires (1900) A Correspondência de Fradique Mendes (1900) A Cidade e as Serras (1901) Contos (1902) Prosas Bárbaras (1903) Cartas de Inglaterra (1905) Ecos de Paris (1905) Cartas Familiares (1907) Bilhetes de Paris (1907) Notas Contemporâneas (1909) Últimas Páginas (1912) A Capital (1925) O Conde de Abranhos (1925) Alves e C.ª (1925) Correspondência (1925) O Egipto (1926) Cartas Inéditas de Fradique Mendes (1929) Páginas Esquecidas (1929) Eça de Queirós entre os seus - Cartas íntimas (1949) Folhas Soltas (1966) A Tragédia da Rua das Flores (1980) Dicionário de Milagres Lendas de Santos Edições críticas: A Capital (1992) O Mandarim (1993) Alves e C.ª (1994) Textos de Imprensa VI (1995)