Escola Básica e Secundária de Santa Maria Ano Lectivo 2009/10 História – Leonilde Resendes 9ºB Trabalho Elaborado por: Liliana Chaves Sara M. Sousa Eça foi um homem socialmente empenhado e activo (pois para além de escritor foi também jornalista). Hoje, passado quase um século da sua morte, a sua vasta obra permanece viva e actual. Foi o autor dos famosos Os Maias e do O Crime do Padre Amaro, este último por muitos considerado o melhor romance realista português do século XIX. Como este trabalho é para a disciplina de História, decidimos destacar as suas obras literárias e os aspectos mais importantes enquanto diplomata e embaixador de Cuba. José Maria Eça de Queirós nasceu em Póvoa de Varzim em 25 de Novembro de 1845 e é um dos nomes mais importantes da literatura portuguesa. Destacou-se pela originalidade e riqueza do seu estilo e da sua linguagem, nomeadamente pelo realismo e pela crítica social presente nos seus romances. A escrita de Eça de Queirós modernizou a literatura portuguesa. Dono de uma língua feroz e de um humor cáustico, escreveu romances fundamentais como A Relíquia e O Mandarim. Foi um observador atento da sociedade do século XIX e, com a força das palavras, lutou contra a ferrugem nacional. Viveu durante anos fora do País, o que lhe aperfeiçoou a inabalável lucidez. Em 1861, Eça de Queirós, com 16 anos, encontrava-se em Coimbra a estudar Direito e a fazer Teatro, sendo através deste último que teve o primeiro contacto com a literatura. Em Coimbra foi amigo de alguns dos maiores nomes que constituíram a Geração 70, como Antero de Quental e Teófilo Braga, sendo que o próprio também fez parte desse movimento. Os seus primeiros escritos, publicados como folhetim na revista Gazeta de Portugal, foram nessa época. Eça de Queirós terminou o seu curso em 1866 e veio para Lisboa, onde começou a trabalhar como advogado. Uma carreira marcada pelo insucesso, ao contrário da escrita, que corria cada vez melhor. Mudou-se para Évora, onde fundou e dirigiu o jornal O Distrito de Évora, abrindo também um escritório de advogados. O Realismo na Literatura surge em Portugal após 1865, como resposta à formalidade e aos exageros do Romantismo. Eça de Queirós é apontado como o autor que introduz este movimento no país, sendo a sua principal forma de expressão o romance social e psicológico. A implantação efectiva do Realismo dá-se com a publicação do O Crime do Padre Amaro, seguido dois anos mais tarde pelo Primo Basílio, ambas obras de Eça, que são caracterizadas por métodos de narração e descrição baseados na observação e análise dos tipos sociais, físicos e psicológicos. Em 23 de Outubro de 1869, Eça, acompanhando o conde de Resende, partiu para o Egipto, para assistir à inauguração do Canal de Suez. A duração desta sua viagem não foi muito longa mas as memórias deixaram marcas, sendo que o escritor ia apontando tudo o que via e sentia nos seus cadernos de viagem, com a intenção de servirem mais tarde para publicação. No regresso a Lisboa, publicou a história da viagem no Diário de Notícias e foi enviado para Leiria como administrador municipal. Durante a sua estadia em Leiria, prestou provas para a carreira diplomática, até que em 1872, foi nomeado para o lugar de embaixador de Portugal em Cuba. Em Cuba, a veia revolucionária de Eça veio ao de cima. Encarregou-se da defesa dos emigrados macaenses que trabalhavam nas grandes plantações. Passados seis meses, foi transferido para Newcastle, Reino Unido, onde passou os anos mais produtivos de sua vida, escrevendo A Tragédia da Rua das Flores e Os Maias. Eça de Queirós casou-se em 1886 com Emília de Castro e, passados três anos, regressou a Lisboa, juntando-se, pela primeira vez, aos jantares dos “Vencidos da Vida” - um grupinho que representava a incapacidade dos homens da Geração de 70 para mudar a vida política portuguesa. Eça de Queirós, mais tarde, acabou por adoecer e partiu, a conselho de especialistas, de Paris para a Riviera Francesa, e depois para os Alpes Suíços, pois tinha esperança que novos ares lhe fizessem bem. Faleceu em 16 de Agosto de 1900, na sua casa na capital francesa. O seu último livro foi A Ilustre Casa de Ramires, sobre um fidalgo do século XIX, e os seus trabalhos foram traduzidos em aproximadamente vinte línguas. Eça foi também o autor da Correspondência de Fradique Mendes e A Capital, obra cuja elaboração foi concluída pelo filho e publicada, postumamente, em 1925. Eça de Queirós foi um espantoso escritor que apreendeu a nossa maneira de ser e criticou-nos com palavras tão belas que faziam esquecer a ironia e crueldade. Eça foi um escritor realista, mas também um revolucionário e anarquista. No final deste trabalho, concluímos que, Eça de Queirós influenciou muito a Literatura Portuguesa, não só com as suas obras mas também com a sua maneira de pensar. Sites consultados entre 29/10/09 e 07/10/09: http://www.uniesp.edu.br/revista/revista7/pdf/10_eca_de_queiroz.pdf http://www.caestamosnos.org/Pesquisas_Carlos_Leite_Ribeiro/Eca_de_Queir oz.html http://cvc.instituto-camoes.pt/figuras/equeiros.html http://jbo.no.sapo.pt/eca/eca_de_queiros_bio_main.htm http://www.feq.pt/ http://www.citi.pt/cultura/literatura/romance/eca_queiroz/index.html