CURSO DE ADMINISTRAÇÃO TURMA 1° ADN – 2011.1 INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO Capítulo 5 Teoria das Relações Humanas (Humanizando a Empresa) • As origens da Teoria das Relações Humanas. • A civilização industrializada e o homem. As Origens da Teoria das Relações Humanas 1- A necessidade de humanizar e democratizar a Administração – libertando-a dos conceitos rígidos e mecanicistas da Teoria Clássica; 2- O desenvolvimento das ciências humanas- principalmente a Psicologia; 3- As idéias da filosofia pragmática – Elton Mayo fundador da escola; 4- As conclusões da Experiência de Hawthorne, realizada entre 1927 e 1932, que puseram em xeque os princípios da Teoria Clássica da Administração. A Experiência de Hawthorne • Em 1927, o Conselho Nacional de Pesquisas iniciou uma experiência na fabrica de Hawthorne da Western Electric Company, situada em Chicago, para avaliar a correlação entre iluminação e eficiência dos operários, medida por meio da produção. • A experiência foi coordenada por Elton Mayo, e estendeuse à fadiga, aos acidentes no trabalho, à rotatividade do pessoal (turnover) e ao efeito das condições de trabalho sobre a produtividade do pessoal • Os pesquisadores verificaram a existência de uma variável de natureza psicológica - tentaram eliminar ou neutralizar – o fator psicológico – estranho e impertinente- até 1932. Caso Introdutório: Pág: 101 A Hamburgo Eletrônica A vida de Carlos Carvalho passa por uma verdadeira revolução. Trabalha como operador de linha de montagem na Hamburgo, uma fábrica de componentes eletrônicos. Sua seção foi visitada por uma equipe de analistas de cargos. Fizeram estudos de T&M e elaboraram cálculos sobre tempos-padrão, definindo novos métodos de trabalho e um diferente ritmo de produção. Carlos ficou satisfeito com os prêmios de produção, mas seu sindicato convocou uma assembléia para discutir o assunto com todos os operários envolvidos. Na sua opinião, o que Carlos deveria fazer? A Experiência de Hawthorne 1. 1a. Fase: grupo de observação e grupo de controle para conhecer o efeito da iluminação na produtividade. 2. 2a. Fase: grupo experimental e grupo de controle para conhecer os efeitos de mudanças nas condições de trabalho: 1. Estabelecer a capacidade de produção em condições normais. 2. Isolamento do grupo experimental na sala de provas. 3. Separação do pagamento por tarefas do grupo experimental. 4. Intervalos de 5 minutos na manhã e na tarde. 5. Aumento dos intervalos de descanso para 10 minutos. 6. Três intervalos de 5 minutos pela manhã e o mesmo pela tarde. 7. Retorno a dois intervalos de 10 minutos (manhã + tarde). 8. Saída do trabalho às 16:30 hs. e não mais às 17:00 hs. 9. Saída do trabalho às 16:00 horas. 10. Retorno à saída às 17:00 horas. 11. Semana de 5 dias com sábado livre. 12. Retorno às condições do 3o. período. 3. 3a. Fase: Início do Programa de Entrevistas. 4. 4a. Fase: Experiência: Análise da organização informal do grupo. Conclusões da Experiência de Hawthorne 1. O nível de produção é resultante da integração social. 2. Comportamento social dos empregados. 3. Recompensas e sanções sociais. 4. Grupos informais. 5. Relações humanas. 6. Importância do conteúdo do cargo. 7. Ênfase nos aspectos emocionais. Exercício: Pág: 107 As linhas de montagem da TLT A TLT produz telefones fixos e celulares. Seu modelo mais importante é o TLT-5455, cuja produção é realizada por 4 linhas de montagem. Cada linha tem 28 operárias com atividades superespecializadas e fragmentadas. A matéria-prima segue pela linha de montagem e cada operária acrescenta um parafuso ou peça e, na ponta final, sai o produto acabado. A linha 1 produz 480 telefones em média por dia, a linha 2 cerca de 460, a 3 alcança 510 e a 4 chega a 550. Marina Fortes, a gerente de produção do TLT-5455 acha que todas as linhas deveriam apresentar uma média equivalente com um pequeno desvio padrão. O que fazer? A Civilização Industrializada e o Homem. 1. O trabalho é uma atividade tipicamente grupal. 2. O operário não reage como indivíduo isolado, mas como membro de um grupo social. 3. A tarefa básica da Administração é formar uma elite de administradores capaz de compreender as pessoas e de comunicar através de chefes democráticos, persuasivos e simpáticos. 3. Passamos de uma sociedade estável para uma sociedade 4. O ser humano é motivado pela necessidade de “estar junto”, de ser reconhecido e de receber adequada comunicação. Pág: 109 Exercício: O ambiente interno da Lucen Lac Como empresária, Celeste Aguiar Luz se considera uma mulher bem-sucedida. Sua empresa – a Lucen Lac – alcança excelentes resultados financeiros e elevada lucratividade. Contudo, Celeste nota que o ambiente interno de sua empresa é frio, inamistoso e negativo. O clima é pesado e agressivo. Quando passa por entre os funcionários, Celeste percebe que não é bem recebida. Afinal, qual é o problema? Figura 5.1. As funções básicas da organização Função econômica: Produzir bens ou serviços Equilíbrio externo Função social: Dar satisfações aos seus participantes Equilíbrio interno Organização Industrial Quadro 5.1. Comparação entre a Teoria Clássica e a Teoria das Relações Humanas • Trata a organização como máquina. • Trata a organização como grupos humanos. • Enfatiza as tarefas ou a tecnologia. • Enfatiza as pessoas e grupos sociais. • Inspirada em sistemas de engenharia. • Inspirada em sistemas de psicologia. • Autoridade centralizada. • Delegação de autoridade. • Linhas claras de autoridade. • Autonomia dos empregados. • Especialização e competência técnica. • Confiança e abertura. • Acentuada divisão do trabalho. • Ênfase nas relações entre pessoas. • Confiança nas regras e regulamentos. • Confiança nas pessoas. • Clara separação entre linha e staff. • Dinâmica grupal e interpessoal. Caso Pág: 111 As Melhores Empresas para se Trabalhar As empresas de todo o mundo estão tentando se tornar lugares melhores para se trabalhar. Querem ser empregadoras excelentes. A revista Exame apresenta anualmente o Guia das Melhores Empresas para Você Trabalhar. Na virada do milênio, o sucesso nos negócios depende de políticas de: • • • • • Reconhecimento e remuneração, Treinamento e desenvolvimento, Segurança financeira, Ambiente de trabalho, Saúde, bem-estar e qualidade de vida dos funcionários. Cada empresa tem sua própria receita, como o McDonald’s, a 3M, o Merck Sharp & Dohme. Nelas, o clima de trabalho chega a ser empolgante. Capítulo 6 Decorrências da Teoria das Relações Humanas (Dando Importância aos Grupos) • • • • • • A Influência da Motivação Humana. A Liderança. A Comunicação. A Organização Informal. A dinâmica de grupo. Apreciação Crítica da Teoria das Relações Humanas. Figura 6.1. Etapas do ciclo motivacional. Equilíbrio Estímulo ou incentivo Satisfação Necessidade Tensão Comportamento ou ação Figura 6.3. Os níveis do moral e atitudes resultantes Moral Elevado • Fanatismo • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Moral Baixo • Euforia Atitudes positivas Satisfação Otimismo Cooperação Coesão Colaboração Aceitação dos objetivos organizacionais Boa vontade Identificação Atitudes negativas Insatisfação Pessimismo Oposição Negação Rejeição dos objetivos organizacionais Má vontade Resistência Dispersão Disforia Agressão Figura 6.4. As teorias sobre liderança. Teorias de Traços de Personalidade Teorias sobre Estilos de Liderança Teorias Situacionais de Liderança Características marcantes de personalidade possuídas pelo Líder Maneiras e estilos de comportamento adotados pelo Líder Adequação do comportamento do Líder às circunstâncias da situação e dos liderados Tabela 6.1. Os três estilos de liderança Autocrática Democrática Liberal (laissez-faire) O líder fixa as diretrizes, sem qualquer participação do grupo As diretrizes são debatidas decididas pelo grupo, estimulado e assistido pelo líder. Há liberdade total para as decisões grupais ou individuais, e mínima participação do líder. O grupo esboça as providências para atingir o alvo e pede conselhos ao líder, que sugere alternativas para o grupo escolher. A participação do líder é limitada apresentando apenas sugestões quando solicitado a fazê-las. O líder determina as providência para execução das tarefas, na medida em que se tornam necessárias e de modo imprevisível para o grupo O líder determina a tarefa que cada um deve executar e os colegas de trabalho A divisão do trabalho fica a critério do grupo e cada membro tem liberdade de escolher seus colegas de trabalho. A divisão do trabalho e escolha dos colegas fica totalmente a cargo do grupo. Absoluta falta de participação do líder. O líder é dominador e é “pessoal” nos elogios e críticas ao trabalho de cada membro. O líder procura ser um membro normal do grupo, em espírito. O líder é objetivo e limita-se aos fatos nas críticas e elogios. O líder não avalia o grupo nem controla os acontecimentos. Apenas comenta as atividades quando perguntado. Figura 6.5. Diferentes ênfases nos estilos de liderança Estilo Autocrático Estilo Democrático Líder Líder Subordinados Ênfase no líder Subordinados Ênfase no líder e nos subordinados Estilo Liberal Líder Subordinados Ênfase nos subordinados Figura 6.6. Continuum de padrões de liderança. Liderança descentralizada nos subordinados Liderança centralizada no chefe Área de autoridade do líder Área de liberdade dos subordinados 1 2 3 4 5 6 Líder toma a decisão e comunica ao grupo Líder vende sua decisão ao grupo Líder apresenta suas idéias e pede sugestões e perguntas Líder apresenta sua decisão alternativa sujeita à modificação pelo grupo Líder apresenta o problema, recebe sugestões e toma sua decisão Líder define os limites e pede ao grupo que tome a decisão Autocrático Consultivo 7 Líder permite que subordinados decidam dentro de padrões e limites definidos por ele Participativo Figura 6.7. Forças que condicionam os padrões de liderança. Forças na Situação Tipo de empresa e seus valores e tradições. Eficiência do grupo de subordinados. Problema a ser resolvido. Tempo disponível para resolvê-lo. Estilo de Liderança a ser Adotado Forças no Gerente Forças nos Subordinados Valores pessoais do gerente. Suas convicções pessoais. Confiança nos subordinados. Inclinações sobre como liderar. Tolerância para a ambigüidade. Necessidade de autonomia. Desejo de assumir responsabilidade Tolerância quanto a incerteza. Sua compreensão do problema. Conhecimentos e experiência. Desejo de participar das decisões. Figura 6.9. Diferentes padrões de comunicação Redes de Comunicação Características: Roda Cadeia Círculo Rapidez de influenciação Rápida Rápida Lenta Boa Boa Pobre Ênfase no líder Pronunciada Marcante Nenhuma Moral Muito pobre Pobre Muito boa Lenta Lenta Muito rápida Acuracidade Flexibilidade para mudança no cargo Exercício: Pág: 129 A escolha da rede de comunicação Para Diana Mascarenhas administrar é acima de tudo comunicar. Para ela, o papel do administrador é desenvolver redes adequadas de comunicação na empresa para que todos fiquem sabendo exatamente o que deve ser feito para poderem ajudar a empresa com sua melhor contribuição pessoal. A comunicação proporciona oportunidades de participação das pessoas nos assuntos e decisões e o comprometimento em relação à empresa. Diana não sabe qual o tipo de rede que deverá utilizar. Como você poderia ajudar Diana nessa escolha? Tabela 6.2. A evolução conceitual Características Teoria Clássica Teoria das Relações Humanas Engenharia humana: - adaptação do homem à máquina e vice-versa Ciência social aplicada: 2. Modelo de homem Econômico-racional: - vantagens financeiras Racional-emocional: - motivado por sentimentos 3. Comportamento do indivíduo Animal isolado: - reage como indivíduo - atomismo tayloriano Animal social: - carente de apoio e participação - reage como membro de grupo 4. Comportamento funcional do indivíduo Padronizável: - a melhor maneira Não-padronizável: - diferenças individuais 5. Incentivação Financeira (material): - maior salário Psicológica: - apoio, elogio e consideração 6. Fadiga Fisiológica: - estudo de T&M Psicológica: - monotonia, rotinização 7. Unidade de análise Cargo: - tarefa, T&M Grupo: - relações humanas 8. Conceito de organização Estrutura formal: - conjunto de órgãos e cargos Sistema social: - conjunto de papéis Organograma: - relações entre órgãos Sociograma: - relações entre pessoas 1. Abordagem 9. Representação gráfica - adaptação do homem à organização e vice-versa Apreciação Crítica da Teoria das Relações Humanas • Oposição cerrada à Teoria Clássica. • Inadequada visualização dos problemas de relações industriais. • Concepção ingênua e romântica do operário. • Limitação do campo experimental. • Parcialidade das conclusões. • Ênfase nos grupos informais. • Enfoque manipulativo das relações humanas. Figura 6.10. Enfoque manipulativo das Relações Humanas Administração Incentivos Sociais Indivíduo Sistema de Comunicações Grupo Social Padrões de Liderança Organização Informal Participação nas decisões Objetivos da Organização Formal Exercício: Pág: 140 A crítica aos diretores da Petrolina Aracy Almeida – gerente de RH da Petrolina – sempre faz críticas à abordagem dos diretores da sua empresa. Ela diz que os diretores da Petrolina apresentam: • Uma inadequada visualização dos problemas de relações industriais • Uma visão ingênua e romântica dos operários. • Suas conclusões são sempre parciais e limitadas. • Referem-se apenas aos grupos informais. • Desenvolvem um enfoque manipulativo nas relações humanas. O que Aracy quer dizer com essas críticas? www.chiavenato.com www.elsevier.com.br