Sistemas Estuarinos Costeiros MÓDULO V: INTRODUÇÃO À MODELAGEM Prof. Carlos Ruberto Fragoso Jr., Centro de Tecnologia, UFAL INTRODUÇÃO À MODELAGEM SUMÁRIO:I Porquê modelos? II Tipos de modelos III Seleção do modelo IV Modelos disponíveis 2 INTRODUÇÃO À MODELAGEM SUMÁRIO:V Processo da modelagem VI Calibração do modelo 3 O que é um modelo? • Modelo é uma representação simplificada de algum objeto ou sistema, numa linguagem de fácil acesso e uso • Desenvolvido com o objetivo de entender o sistema e de prever as respostas do sistema em diferentes circunstâncias 4 5 I PORQUÊ MODELOS? 6 I PORQUÊ MODELOS? Modelagem de Qualidade da Água Entendimento do transporte de transformação dos materiais MODELO Prever destino dos mesmo materiais em ecossistemas aquáticos • Testar hipóteses • Prever efeitos de algum agente • Resolver um problema prático Modelos permitem ver um “grande retrato” 7 I PORQUÊ MODELOS? Propósito do modelo • Modelos para gerenciamento • Modelos científicos • Modelos operacionais 8 I PORQUÊ MODELOS? Modelos para gerenciamento • Tipicamente em escala regional • Investigação do comportamento do sistema • Monitoramento contínuo • Preciso, rápido, suporte à decisão • Modelos preditivos 9 I PORQUÊ MODELOS? Modelos científicos • Modelos complexos de ecossistemas • Papel do processo • Análise de sensibilidade – Identificar componentes críticos • Impactos de ecossistemas em sistemas externos – Fotossíntese oceânica balanço global de carbono mudanças climáticas 10 I PORQUÊ MODELOS? Modelos operacionais Modelo operacional na baia de Dubai • Operar em tempo real • Prever eventos críticos – Correntes – Floração de algas – Enchentes • Assimilação em tempo real – Previsão meteorológica 11 I PORQUÊ MODELOS? Como são usados os modelos? • Diagnóstico: avaliar condições ambientais atuais • Tendência: avaliar mudanças históricas • Previsão: modificação avaliar impactos futuros como resultado de uma • Decisão: avaliar planos de gerenciamento alternativo 12 Questões intrigantes Se é possível medir as variáveis de interesse em meu sistema por que necessito de um modelo? Se eu disponho de um modelo por que necessito medir as variáveis de interesse? 13 Modelos - Princípios Um modelo é uma representacão simplificada de algum objeto ou sistema desenvolvido com o objetivo de entendê-lo e buscar suas respostas para diferentes entradas. O modelo deve ser visto como uma ferramenta e não como um objetivo. Nenhum modelo cria informação !! 14 II TIPOS DE MODELOS 15 II TIPOS DE MODELOS Processos • Hidrodinâmica – Velocidade da água, elevação da superfície da água • Transporte de substâncias – Advecção, difusão, dispersão • Qualidade da água – Temperatura, salinidade, nutrientes, OD • Biologia – Fitoplânton, zooplâncton, macroinvertebrados, peixes 16 II TIPOS DE MODELOS Determinístico Vs Empíricos C = f (W; físicos, químicos, biológicos) Modelos Empíricos: • Aproximação baseada em dados • Simples; mínimo de entendimento • Relações baseadas em observações Modelos Determinísticos: • Aproximação baseada em dados • Mais complexa; baseada em entendimento • Representação matemática Leis da natureza c=W a c Slope = 1 a W A maioria dos modelos são determinísticos; com algumas relações empíricas 17 II TIPOS DE MODELOS Modelos Determinísticos Três principais vantangens: • Novas ideias e melhorar o entendimento sobre a qualidade da água • Processo de calibração – Oferece informação das relações causa-e-efeito – Indica o que não é entendido • Oferece capacidade preditiva; não oferecida por modelos empíricos 18 II TIPOS DE MODELOS Modelos para estuários (i) Modelos caixa preta (ii) Modelos de segmentos (iii) Modelos de diferenças finitas / elementos finitos / volumes finitos 19 II TIPOS DE MODELOS Modelos caixa preta • Usualmente relacionam concentração de um determinado parâmetro de QA a algum outro parâmetro fácil de medir. e.g. OD Vs vazão 1 2 3 4 5 6 7 8 Od = a1 x1 + a2 x2 + a3 x3 + b Monitoramento em 8 pontos. OD relacionado a - temperatura - vazão - amplitude da maré 20 II TIPOS DE MODELOS Modelos caixa preta • Usualmente relacionam concentração de um determinado parâmetro de QA a algum outro parâmetro fácil de medir. e.g. OD Vs vazão • Coeficientes NÃO indicam a importância da variável • Efeitos no OD dentro dos valores medidos; SEM extrapolação • Requer poucos dados • Sem consideram DBO, é impossível fazer previsões 21 II TIPOS DE MODELOS Modelos de segmentos • Hidrodinâmica, advecção + difusão operação de mistura simples • O estuário é uma série de segmentos – Cada segmento é uniforme – Concentração pode ser representada usando uma simples estatística • Refinementos N vN ,SN - podem ser adicionadas camadas para estratificação - modelo pode variar no tempo n vn ,Sn So = salinidade do mar 22 II TIPOS DE MODELOS Modelos de Diferença Finita / Elementos / Volumes • Mudanças na qualidade da água representadas dinamicamente pela simulação da advecção + difusão em uma grade fina • Predominantemente aplicados modelos 2D (plano horizontal) e 3D • Diferença finita – Grade ortogonal (retangular) – curvilinear • Elementos finitos / volumes finitos – Grade não estruturada 23 II TIPOS DE MODELOS Resolução Temporal • Modelos Dinâmicos – Intra-maré: resolve variação dentro de um ciclo de maré • Modelos Quasi-dinâmicos – Inter-tidal: variação média da maré – Hidrodinamica em regime permanente (dentro de um ciclo) – Variação na qualidade da água • Modelos em regime permanente (Steady-state models) – Previsões mensais, sazonais, ou anuais das condições médias – Não comum em estuários devido a dinâmica natural 24 II TIPOS DE MODELOS Em resumo Estocásticos Determinísticos 1D, 2D, 3D Hidrodinamica Qualidade da água Segmentos Dinâmicos Quasi-dinâmicos Caixa preta Biologia MDF, MEF, MVF Regime permanente 25 III SELEÇÃO DO MODELO 26 III SELEÇÃO DO MODELO Complexidade do modelo • Resolução – Espaço (espacial) – Tempo (temporal) – Massa (cinética) 27 Exemplo: mapas 28 III SELEÇÃO DO MODELO Resolução do modelo • Modelagem requer segmentação do espaço + matéria – Grau de segmentação = resolução do modelo e.g. n segmentos no espaço, m substâncias => m x n mass = equações de balanço • Balanço de massa varia sobre um período finito no tempo – Requer resolução temporal passo de tempo, t – Agora temos (m x n x t) equações • Escalas espaciais, temporais e cináticas estão frequentemnte interconectadas 29 III SELEÇÃO DO MODELO Resolução espacial - Dimensionalidade • 1D, 2D, 3D • Eliminar dimensões implica em uniformidade • Dimensão longitudinal (x) quase sempre requerida y z x – É preciso decidir se a dimensão lateral (y) ou vertical (z) são necessárias • 1D – seções fluviais de estuários; estuários longos e estreitos • 2D - largos, rasos, bem-misturados na vertical 2D lateral - estreitos, estratificados, bem-misturados lateralmente , 2D vertical • 3D – largos, profundos ou estratificados 30 III SELEÇÃO DO MODELO 31 III SELEÇÃO DO MODELO Resolução espacial • Resolução grosseira Vs fina • Aumento na resolução = aumento em custos • Geometria pode requerer resolução fina • Foco de estudos com resolução fina – Impactos de uma nova ponte ou emissário – Lançamentos de esgoyo – próximo ao lançamento 32 III SELEÇÃO DO MODELO Resolução temporal • Regime permanente: não aplicável em estuários • Quasi-dinâmicos ou variação média da maré • Dinâmicos resolução mais comum, usa um passo de tempo Resolução cinética • Grau de compartimentação de substâncias de interesse – Fósforo total ou fósforo reativo, P orgânico dissolvido e P particulado – Similar N total, biomassa total 33 III SELEÇÃO DO MODELO Resolução do modelo – Escalas de interesse • Escalas espacial, temporal cinética são interconectadas Century Decade Year Season Month Week Day Hour 10 102 103 104 105 106 107 34 III SELEÇÃO DO MODELO Complexidade do modelo • Resolução do modelo – Espaço (espacial) – Tempo (temporal) – Massa (cinética) • Número de parâmetros – Todos os parâmetros requerem prescrição – Use o “Princípio da Parcimônia” • Complexidade das equações governantes – Relacionada a resolução do modelos 35 Exemplo princípio da parcimônia: identificando algas modelo 1 modelo 3 modelo 2 Tamanho da espécie algal 36 III SELEÇÃO DO MODELO Escolha do modelo • A resolução do modelo deve ser baseada na escala dos processos que controlam o sistema e NÃO na escala da saída do modelo • NÃO escolha o modelo baseado na simplicidade de uso • Método comum: – Inclua todos os processos, então elimine os desnecessários – Resultado = modelo mais simples e que atende as necessidades 37 III SELEÇÃO DO MODELO Diferentes aproximações na modelagem Modelos variam de acordo com: • Funções forçantes • Condições de contorno • Dimensionalidade • Estrutura da grade • Técnica numérica de solução Avalie efeitos dominantes na circulaçãoe na Qualidade da água e então escolha o modelo apropriado baseado nos critérios acima 38 III SELEÇÃO DO MODELO Forças e Condições de contorno 1) Condições de contorno em rios 2) Condições de contornos abertas com o mar 3) Coriolis, pressão atmosférica, pressão baroclínica 4) Condições na superfície da água 5) Condições de contorno no fundo 6) Condições na margem 39 III SELEÇÃO DO MODELO 1) Condições de contorno nos rios • Especificação das vazões – Medições – estações fluviométricas ou fluviográficas – Estimadas – baseadas nas características da bacia adjacente • Especificação da Qualidade da água e salinidade (concentrações) 40 III SELEÇÃO DO MODELO 2) Condição de contorno aberta com o mar 5 – Calculada usando as harmônicas de maré – Maré medida – Especificada a partir de modelos de oceanos 4 Surface Elevation [m] • Especificação da elevação da supefície da água 3 2 1 0 -1 0 50 100 150 200 250 -2 -3 -4 -5 Time [hrs] • Contorno deve ser suficientemente distante da área de interesse – Reflecção de ondas • Erros de fase • Qualidade da água e salinidade especificada na maré enchente 41 300 350 III SELEÇÃO DO MODELO 3) Coriolis, pressão atmosférica, pressão baroclínica Força de Coriolis: • Depende da dimensão e latitude do estuário – Modelos horizontais 1D e 2D ignoram FC Pressão atmosférica: • Gradientes geralmente são desprezados • Mais significativos em grandes estuários Pressão baroclínica: • Temperatura e salinidade 42 III SELEÇÃO DO MODELO 4) Condições na superfície da água • Tipicamente uma superfície livre • Geralmente precipitação, evaporação + spray do mar é ignorado • Na superfície o fluxo de sal é nulo • Transferência de massa + constituentes na superfícies são ignorados • Precipitação + deposição seca pode contribuir com 10-25% do NT • Vento – Tensão superficial (efeito quadrático) 43 III SELEÇÃO DO MODELO 5) Condição do contorno no fundo • Tensão de cisalhamento no fundo do estuário pode ser estimada: – Condição de não-deslizamento – Equação de rugozidade de Chezy/Manning (similar a tensão do vento) • Rugozidade do fundo – Tamanho do grão + topografia do fundo – Tamanho da rugozidade (0 - 100mm) mm • Fluxo de transporte de massa tipicamente nulos 44 III SELEÇÃO DO MODELO 6) Condição na margem Wexford Harbour 25% mudflats • Não deslizamento OU formulação da tensão quadrática • A maioria das grades são grosseiras e a tensão do fundo domina os elementos na margem 0.00 -1.70 -3.00 -4.00 • Ignoram gradientes de velocidade horizontal -5.00 -6.00 -7.00 -8.00 -9.00 • Células das grades podem secar e inundar – muito importante em estuários -10.00 -11.00 -12.00 – Importante para circulação e qualidade da água -13.00 45 III SELEÇÃO DO MODELO Dimensionalidade 46 III SELEÇÃO DO MODELO Grades Curvilinear Grid Fixed-space Grid Stretched Grid 1) Diferenças finitas horizontal • Grade retangular com espaçamento fixo • Grade retangular não regular • Sistema de coordenadas Curvilinear 2) Sistema de coordenadas vertical • Coordenadas verticais cartesianas (z-coordenada) • Grade sigma não regula (σ-coordenada) 3) Elementos finitos 4) Volumes finitos 47 IV MODELOS DISPONÍVEIS 48 IV MODELOS DISPONÍVEIS 1D Longitudinal: QUAL2E, HEC-RAS 2D Lateral: DIVAST MIKE 21 IPH-ECO 3D: POM ROMS TRIVAST ECOMSED MIKE 3 EFDC CAEDYM IPH-ECO 49