FERNANDA HENRIQUES 2008/2009 Como pode ter acontecido a dominação masculina? Porquê foi ela tão completamente aceite? Quais são as suas consequências? Jane Mansbridge e Susan Okin “Feminism”, in Robert E. Goodin and Philip Pettit (ed.)The Blackwell, Companion to Contemporary Political Philosophy, Oxford, Blackwell Publisher, 1993, pp. 269-290. Porquê assumiu ela o aspecto de parecer ter sido tão completamente aceite? Porquê assumiu ela o aspecto de parecer ter sido tão completamente aceite? Diferença entre pensamento dominante e pensamento marginal Uma hermenêutica da suspeita em relação à tradição transmitida Específicos GERAIS Memória Colectiva Consciência Histórica Memória Colectiva •Memória partilhada •Vínculo •Parâmetro de identidade •Comemorações •Narrativas fundadoras •Figuras de referência Consciência Histórica Ter sentido histórico, significa o seguinte: pensar expressamente no horizonte histórico que é co-extensivo à vida que vivemos. […] A consciência histórica não escuta de forma beatífica a voz que lhe chega do passado mas, reflectindo sobre ela, recoloca-a no contexto em que ela se enraíza para avaliar a significação e o valor relativo que lhe pertence. Este comportamento reflexivo perante a tradição chama-se interpretação. Hans-Georg GADAMER, Le problème de la conscience historique (1958),Paris, Seuil, 1996, pp. 24-25. SEXO/GÉNERO REPRESENTAÇÕES SOCIAIS ESTERIÓTIPOS SEXO/GÉNERO • Controvérsia •Biológico/cultural • Sistema sexo/género REPRESENTAÇÕES SOCIAIS Uma representação significa o que está presente no espírito; esta presença pode ser mais ou menos adequada à realidade da coisa ou da pessoa representada, pode ir até à deformação figurada desta realidade e confundir-se, então, com uma produção puramente imaginária, fantasmagórica. Michèle CRAMPE-CASNABET ESTERIÓTIPOS •Esquema cognitivo com que interpretamos a realidade e que partilhamos socialmente REPRESENTAÇÕES SOCIAIS • Podemos usá-lo ou não, mas possuímo-lo e em momentos de crise e de stress podemos aplicá-lo por ser mais fácil Na maior parte do mundo ocidental, a filosofia, a mais alta, difícil e abstracta reflexão das humanidades, é um dos veículos conceptuais da sexualização, talvez o principal. (…) Quando as elites renovadoras quiseram iniciar nos seus países mudanças em profundidade, comprometeram sempre na sua causa as mulheres porque desejavam um novo tipo de mulher capaz de ser mãe e educadora do novo cidadão que deveria realizar e consolidar as conquistas pelas quais se lutava. (…) Porém, uma vez consolidada a mudança, o conjunto das mulheres costuma obter vantagens relativamente escassas. O mesmo pensamento secularizado que as empurrou para a acção sabe propor-lhes um novo lugar em que o seu papel seja, de novo, subsidiário, sob uma forma modernizada. Empregando a terminologia exacta, a cada reivindicação de igualdade seguiu-se uma naturalização do sexo, acomodada, na linguagem e nas formas, aos modos e modas conceptuais dos tempos. E o sexo, como limite e pedra de toque, continua a ocupar o seu lugar nas diversas e ainda divergentes concepções do mundo. Porque pensar o sexo, para conotá-lo ou para destruí-lo, é, tenhamo-lo em conta, pensar o poder. (…) No seu sentido mais antigo, o termo sexo denota o sexo feminino, porque é o único, dos frequentemente dois reconhecidos, aquele a que se atribui sobreintencionalmente a característica de tal. Amélia VALCÁRCEL, La política de las mujeres, Madrid, cátedra, 1997, pp. 74-76. É preciso re-narrar o passado É preciso encontrar outras referências para outras narrativas É preciso re-construir o imaginário social