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História e Geografia
de Portugal
6.ºano
Portugal do século XVIII à consolidação da sociedade liberal
O Império colonial português do séc. XVIII
O Império Português no século XVIII
síntese
No século XVIII, o Império Português estendia-se pela América do Sul, África e Ásia.
Durante o domínio espanhol do Império Português, entre 1580 e 1640, Portugal perdeu
territórios. As nações inimigas de Espanha, como a Holanda, a Inglaterra e a França, ocuparam
espaços coloniais portugueses. A Ásia foi a região mais afectada, uma vez que aqueles países e
os muçulmanos se apoderaram do comércio dos produtos orientais: especiarias, perfumes,
sedas, tapetes e porcelanas. Desta forma, os portugueses viraram as suas atenções para o
Brasil.
A colónia do Brasil tornou-se muito importante para a economia portuguesa. Até aos finais do
século XVII, o açúcar foi a principal riqueza brasileira. O açúcar foi produzido em grandes
quantidades nas plantações e engenhos de açúcar do Nordeste, pelo que ao longo do século
XVII, o Brasil se tornou no maior produtor mundial. Na Europa, o açúcar era muito apreciado,
mas nem todos o consumiam devido ao seu elevado preço.
Produção de açúcar
O Engenho era uma grande propriedade, onde existia a casa do senhor, isto é, do colono que
era o proprietário das terras, dos escravos e dos meios de produção, como o engenho
propriamente dito.
No engenho procedia-se à transformação da cana-de-açúcar. Primeiro a cana era esmagada
num moinho. A calda resultante da moagem era depois cozida em grandes caldeirões.
Finalmente, o açúcar cristalizava em formas cónicas.
A sanzala era uma espécie de armazém que se destinava a alojamento dos escravos (homens,
mulheres e crianças), que trabalhavam nos canaviais, no engenho e na casa grande do senhor.
Os escravos viviam amontoados e dormiam em palha ou mesmo no chão duro.
Os canaviais eram as plantações de cana-de-açúcar, onde trabalhavam os escravos. A cana-deaçúcar foi introduzida pelos portugueses no território brasileiro, depois de a terem introduzido
também na ilha da Madeira.
Os escravos africanos foram a mão-de-obra utilizada pelos colonos portugueses nos engenhos
de açúcar, depois dos índios. Estes não resistiam aos trabalhos forçados nem às doenças
europeias.
Exploração económica e territorial
Ao longo do século XVIII, fizeram-se expedições de exploração ao interior do Brasil,
denominadas de “Bandeiras”. Os exploradores ou bandeirantes acabaram por encontrar minas
de ouro, de diamantes e de outras pedras preciosas. Estes bens chegaram em grandes
quantidades a Portugal, onde o rei ficava com 1/5 do ouro extraído. Os exploradores coloniais
portugueses controlavam, através de chicotadas, o trabalho dos escravos negros.
As plantações de cana-de-açúcar e a exploração mineira fizeram com que o Brasil assumisse
uma grande importância na economia portuguesa. Os avultados lucros atraíram colonos
portugueses, que migraram, isto é, deixaram o seu país e estabeleceram-se na colónia
brasileira. Contudo, a exploração económica do Brasil fez-se à custa do trabalho árduo e
desumano de milhares de escravos africanos. Os comerciantes compravam-nos na costa
africana e transportavam-nos em péssimas condições nos navios negreiros. Os que resistiam à
viagem eram vendidos no Brasil. Os Portugueses iniciaram, assim, um dos episódios mais
bárbaros da história da humanidade, de que nada se devem orgulhar: a escravatura.
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