ESTUDO SISTEMATIZADO DA
DOUTRINA ESPIRITA – ESDE
Módulo XII – Lei de Sociedade e Lei do
Trabalho
Módulo XII – Lei de Sociedade e Lei do Trabalho
Roteiro 4 - Limite do Trabalho e do Repouso
Emmanuel, no Livro "Caminho, Verdade e Vida", ensina que em
todos os recantos, observamos criaturas queixosas e insatisfeitas.
Quase todas pedem socorro. Raras amam o esforço que lhes foi
conferido. A maioria revolta-se contra o gênero de seu trabalho.
Os que varrem as ruas querem ser comerciantes; os trabalhadores
do campo prefeririam a existência na cidade.
O problema, contudo, não é de gênero de tarefa, mas o de
compreensão da oportunidade recebida.
De modo geral, as queixas, nesse sentido, são filhas da preguiça
inconsciente. É o desejo ingênito de conservar o que é inútil e
ruinoso, das quedas no pretérito obscuro.
Mas Jesus veio arrancar-nos da "morte no erro". Trouxe-nos a
bênção do trabalho, que é o movimento incessante da vida.
Para que saibamos honrar nosso esforço, referiu-se ao Pai que não
cessa de servir em sua obra eterna de amor e sabedoria e à sua
tarefa própria, cheia de imperecível dedicação à humanidade.
Quando te sentires cansado, lembra-te de que Jesus está
trabalhando. Começamos ontem nosso humilde labor e o Mestre
se esforça por nós, desde quando?
Necessidade do Repouso
Sendo o trabalho uma lei natural, o repouso é consequente conquista a que o
homem faz jus, para num primeiro momento refazer as forças do corpo, e, na
seqüência, para dar um pouco mais de liberdade à inteligência, a fim de que se
eleve acima da matéria. Enquanto o corpo descansa, os laços que o prendem ao
Espírito se afrouxam, e este, com mais liberdade devido à emancipação, pode
participar mais diretamente da vida espiritual.
Cabe neste momento a importantíssima observação de que, durante o tempo
normal de trabalho, devem ser observados os períodos justos do repouso, estejam
estes compreendidos na mesma jornada, ou entre uma e outra, ou através dos
períodos anuais de férias.
Hoje, mais do que nunca, isto é importante, porque a vida
urbana se caracteriza por uma agitação contínua, sendo
despendido um gasto excessivo de energias físicas e mentais.
Trabalho e Lazer
O repouso serve para reparar as forças do corpo.
É também necessário para deixar um pouco mais de
liberdade à inteligência que deve elevar-se acima da matéria.
O lazer funciona como um antídoto à depressão e ao
estresse.
Lazer não significa falta de atividade, mas mudança física,
emocional e intelectual de atitude, de trabalho. O lazer é
necessário para facilitar o relaxamento das tensões, para
possibilitar a reflexão, a programação de novas atividades.
Acontece que muitas vezes a escolha de nosso lazer cansa
mais do que trabalhar. Precisamos ponderar as coisas e
colocá-las no seu devido lugar.
Remuneração do Trabalho: o Salário
O salário constitui um direito natural de poder aquisitivo, cuja medida
está relacionada à cooperação que cada um presta à sociedade.
Na sociedade atual, a procura de mão de obra repousa
predominantemente na produtividade, e não sobre a sua eventual
utilidade.
De acordo com o Espírito André Luiz, a remuneração, no Plano
Espiritual, refere-se ao "bônus-horas", ou seja, uma ficha de serviço
individual, funcionando como valor aquisitivo. Lá, cada um deve dar
oito horas de serviços, mas há horas de esforço extraordinário em que
a remuneração aos serviços sacrificiais prestados é duplicada e, às
vezes, triplicada.
Diferença de concepção: no Plano Espiritual, o salário é fundamentado
na utilidade e no esforço que cada um emprega, independentemente
da oferta e procura. Nosso Lar, André Luiz cap. 22
trabalho remunerado X trabalho abnegação
"... Mediante o trabalho remunerado o homem modifica o meio,
transforma o habitat, cria condições de conforto. "
"Através do trabalho-abnegação, do qual não decorre troca nem
permuta de remuneração, ele modifica a si mesmo, crescendo
no sentido moral e espiritual. "
"Utilizando-se do primeiro recurso conquista simpatia e respeito,
gratidão e amizade. Através da autodoação consegue superar-se,
revelando-se instrumento da Misericórdia Divina na construção da
felicidade para todos."
Pelo primeiro processo – o trabalho remunerado – ele se
desenvolve na horizontal e se melhora exteriormente; pelo
segundo, ascende no sentido vertical da vida e se transforma de
dentro para fora. Joanna de Ângelis, livro Estudos Espíritas
O Trabalho e o Estudo
Não é de agora que os Espíritos exortam os homens ao estudo, à instrução, à
cultura, nada, porém que envaideça o homem, mas que o torne humilde, ativo e
fraterno.
O Amor é o Trabalho, a Ação, o Serviço.
A instrução é a leitura, o Estudo, o Conhecimento.
Amor e instrução constituem, por conseguinte, duas alavancas, duas ferramentas
que devem estar noite e dia, nas mãos dos Espíritas.
Estudo sem amor constitui, quase sempre, experiência simplesmente intelectual,
podendo levar à presunção e à vaidade, ameaçando o aprendiz de queda ou
fracasso.
Emmanuel, falando-nos ao coração, exorta, também: "Recorda que em Doutrina
Espírita, é preciso estudar e aprender, entender e aplicar".
Trabalho e Instrução - a fim de que o equilíbrio seja uma constante na vida do
aprendiz e na expansão doutrinária.
"Espíritas! Amai-vos; este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o
segundo."
Estudando o Livro dos Espíritos
682. Sendo uma necessidade para todo aquele que trabalha, o repouso não
É também uma lei da Natureza?
- Sem dúvida. O repouso serve para a reparação das forças do corpo e
também é necessário para dar um pouco mais de liberdade à inteligência,
a fim de que se eleve acima da matéria.
683. Qual o limite do trabalho?
- O das forças. Em suma, a esse respeito Deus deixa inteiramente livre o
homem.
684. Que se deve pensar dos que abusam de sua autoridade, impondo a
seus inferiores excessivo trabalho?
- Isso é uma das piores ações. Todo aquele que tem o poder de mandar é
responsável pelo excesso de trabalho que imponha a seus inferiores,
porquanto, assim fazendo, transgride a lei de Deus.
Estudando o Livro dos Espíritos
685. Tem o homem o direito de repousar na velhice?
- Sim, que a nada é obrigado, senão de acordo com as suas forças.
- Mas, que há de fazer o velho que precisa trabalhar para viver e não pode?
O forte deve trabalhar para o fraco. Não tendo este família, a sociedade deve
fazer as vezes desta. É a lei de caridade.”
Não basta se diga ao homem que lhe corre o dever de trabalhar. É preciso que
aquele que tem de prover à sua existência por meio do trabalho encontre em
que se ocupar, o que nem sempre acontece. Quando se generaliza, a
suspensão do trabalho assume as proporções de um flagelo, qual a miséria.
A ciência econômica procura remédio para isso no equilíbrio entre a produção e
o consumo. Mas, esse equilíbrio, dado seja possível estabelecer-se, sofrerá
sempre intermitências, durante as quais não deixa o trabalhador de ter que
viver.
Estudando o Livro dos Espíritos
Há um elemento, que se não costuma fazer pesar na balança e sem o
qual a ciência econômica não passa de simples teoria. Esse elemento é a
educação, não a educação intelectual, mas a educação moral. Não nos
referimos, porém, à educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte
de formar os caracteres, à que incute hábitos, porquanto a educação é o
conjunto dos hábitos adquiridos. Considerando-se a aluvião de indivíduos
que todos os dias são lançados na torrente da população, sem princípios,
sem freio e entregues a seus próprios instintos, serão de espantar as
conseqüências desastrosas que daí decorrem? Quando essa arte for
conhecida, compreendida e praticada, o homem terá no mundo hábitos de
ordem e de previdência para consigo mesmo e para com os seus, de respeito
a tudo o que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar menos
penosamente os maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são
duas chagas que só uma educação bem entendida pode curar. Esse o ponto
de partida, o elemento real do bem-estar, o penhor da segurança de todos.
Exemplos de Homens e Trabalhos
- Benjamim Franklin (1706 – 1790) tinha 81 anos quando foi chamado a
colaborar na elaboração da Carta Magna dos Estados Unidos.
- Tomas Alva Edison (1847 – 1931) tendo começado a trabalhar quando
era ainda uma criança, manteve-se operoso durante cerca de 75 anos, sem
nunca ter estado doente. Morreu aos 84, deixando patenteadas mais de mil
invenções.
- Michelangelo Buonarroti (1475 – 1564) escultor, pintor, arquiteto e poeta
italiano. Dentro de seu genial trabalho, podem ser destacadas as obras: o
afresco Juízo Final da Capela Sistina; a Pietá, magnífica escultura da
catedral de Florença; a Pietá Rondanini do Castelo Sforzesco de Milão;
construiu a capela Médici, em que ergueu os túmulos de Lourenço II e de
Giuliano de Médici com quatro alegorias – A Noite e O dia, O crepúsculo e A
aurora. Aos 89 anos ainda continuava produzindo obras de arte.
- O Marechal Cândido Rondon (1865 – 1958) notabilíssimo sertanista
brasileiro e um dos grandes benfeitores da Humanidade, até os 92 anos de
idade, trabalhou intensamente até a decrepitude, malgrado a rudeza do
meio em que passou a quase totalidade de sua fecunda existência.
- Rockefeller (1874 – 1960) ao completar 90 anos, declarou: - "Sou o homem
mais feliz do mundo. Parece-me começar o viver agora. Sou feliz porque
posso trabalhar. Os dias não são suficientemente longos para que eu possa
fazer tudo o que desejo. Indubitavelmente, o trabalho é o segredo da
felicidade."
- Cora Coralina (Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretãs (1889 - 1985)
escritora goiana que atingiu 96 anos de idade. Tendo apenas instrução
primária e sendo doceira de profissão, notabilizou-se por sua poesia
ingênua. Publicou: Becos de Goiás (1977 – com 88 anos); e Vinténs de
cobre: meias confissões de Aninha (l983 – com 94 anos). Nesse ano,
recebeu o Troféu Juca Pato, da união Brasileira de Escritores, que a elegeu
a Intelectual do Ano.
- Francisco Cândido Xavier, (1910 – 2002) Nos seus abençoados 92 anos de
sua vida corporal e 75 de atividades mediúnicas; psicografou mais de 400
obras mediúnicas, de centenas de autores espirituais, abarcando os mais
diversos e diferentes assuntos, entre poesias, romances, contos, crônicas,
história geral e do Brasil, ciência, religião, filosofia, literatura infantil, etc.
As dificuldades físicas nunca lhe constituíram problemas. Releva observar
que as doenças oculares a as intervenções cirúrgicas jamais o impediram
de cumprir, fiel e dignamente, sua missão de amparo aos necessitados.
Sua postura é uma só, obedece a uma só diretriz: amor ao próximo,
desinteresse ante os bens materiais, preocupação exclusiva e constante
com a felicidade do próximo.
Ricos e pobres, velhos e crianças, homens e mulheres de todos os níveis
sociais têm encontrado, no homem e no médium Chico Xavier, tudo quanto
necessitam para o reajuste interior, para o crescimento, em função do
conhecimento e da bondade.
Francisco Cândido Xavier é um presente do Alto aos séculos XX e XXI
enriquecendo-lhe os valores com a sua vida de exemplar cidadão, com
milhares de mensagens psicográficas que, em catadupas de paz e luz, amor
e esclarecimento, vêm fertilizando o solo planetário, sob a luminar supervisão
do Espírito Emmanuel.
"(...) Deus nos permita a satisfação de continuar sempre trabalhando
na Grande Causa d'Ele, Nosso Senhor e Mestre."
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LIMITE DO TRABALHO E DO REPOUSO = MD Xl rot. 2