AVALIAÇÃO ELETROCARDIOGRÁFICA EM EQUINOS DA RAÇA QUARTO DE MILHA MODALIDADE LAÇO AO BEZERRO EM REPOUSO E IMEDIATAMENTE APÓS O EXERCÍCIO Cinthia Beatriz da Silva DumontI, Luís Felipe Neves dos SantosII, Nathalia dos Santos CostaIII, Zaeida Abud Pecly GuimarãesIV, Roberta de Ferro GodoyI, Eduardo Maurício Mendes de LimaI 4 I II Universidade de Brasília –ICC Ala Sul Campus Darcy Ribeiro CP 4508 CEP 70760-701 Brasília DF. Email: [email protected] autor para correspondência , Laboratório de Cardiologia Experimental – UNIFESP – SP, III Médica Veterinária Autônoma, IV União Pioneira de Integração Social UPIS-DF Introdução O baixo desempenho atlético pode estar relacionado a distúrbios de condução e apenas através do exame eletrocardiográfico é possível detectar tais arritmias, que podem ser anuladas, permanecerem ou ainda surgirem durante a estimulação simpática, bem como revelar as adaptações cardíacas decorrente do exercício. Portanto, este exame tem sido de grande valia não somente para detectar a existência de afecções que comprometam o desempenho, como também de monitorar o condicionamento atlético do animal. Objetivos Avaliar o perfil eletrocardiográfico em repouso e imediatamente após o exercício em eqüinos Quarto de Milha em treinamento de Laço ao Bezerro. Material e Métodos Foram utilizados 15 eqüinos adultos, clinicamente hígidos, machos e fêmeas, da raça Quarto de Milha, com 6 a 13 anos de idade e peso médio de 450±63 kg. Procedeu-se duas avaliações eletrocardiográficas em dias distintos, sendo a primeira com os animais em repouso, e a segunda imediatamente após o exercício. A disposição dos eletrodos seguiu o Sistema Dubois nas derivações XED (processo xifóide do osso esterno em direção ao osso escápula no antímero direito) e XEG (processo xifóide do osso esterno em direção ao osso escápula no antímero esquerdo), fixados a pele por meio de condutores metálicos. Os registros foram realizados durante 60 segundos em velocidade de 50mm/s, com calibração de 1cm/1mV, utilizando-se aparelho CARDIOVET – Micromed Biotecnologia LTDA, registrando-se derivações bipolares I, II, III e unipolares amplificadas (aVR, aVF, aVL). Realizou-se análise morfológica e sistemática dos traçados eletrocardiográficos. Para a análise estatística, utilizou-se o Teste T quando a variância foi semelhante entre os grupos, e o teste Mann Whitney quando a variância foi diferente. A análise estatística foi realizada com o uso do programa computacional Jandel SigmaStat for Windows, Jandel Corporation, 2003 Sistema Dubois Sistema Dubois Resultados e Discussão Foi observada predominância de ritmo sinusal (80%) em repouso, seguido de taquicardia sinusal (100%) no pós exercício, entretanto, 20% dos animais apresentaram bloqueio átrio-ventricular de 2º grau (BAV 2º GRAU) no repouso, sendo este abolido durante o exercício e permanecendo ausente no momento da avaliação. No pós exercício, verificou-se aumento discreto das amplitudes e redução dos intervalos das ondas e segmentos P, PR, RR, QT, ao passo que o complexo QRS não se alterou, a onda P tornou-se única, sobrepondo-se à onda T durante o exercício. Não foi observado alongamento do índice de Bazett (QTc) no período imediato ao exercício, indicando que o esforço realizado não foi capaz de produzir fadiga miorcárdica, ou ainda que o coração destes animais estava adaptado ao tipo de exercício imposto. Traçado eletrocardiográfico de eqüino Quarto de Milha apresentando BAV 2º Grau durante avaliação em repouso. 1800,0 400,0 1600,0 350,0 1400,0 300,0 1200,0 250,0 1000,0 800,0 Em repouso 200,0 Após exercício 150,0 600,0 Em repouso Após exercício 100,0 400,0 50,0 200,0 0,0 0,0 P PR QRS RR QT QTc FC QTc FC Traçado eletrocardiográfico de eqüino puro Quarto de Milha com BAV 2º Grau abolido no pós exercício imediato. Conclusão O exame eletrocardiográfico mostrou-se viável, de fácil realização e baixo custo, demonstrando que os animais avaliados não apresentaram alterações patológicas e, além disso, a mensuração do QTc contribuiu, para melhor abordar a função elétrica ventricular, oferecendo sugestões a respeito da adaptabilidade sofrida pelo coração, assim como da presença ou não de fadiga miocárdica em resposta ao exercício executado Brasília/2010