Tópico 3: Modelos de oligopólio. O valor de compromisso das estratégias Fátima Barros Organização Industrial 1 Facto estilizado Raramente se observa uma concorrência de preços muito intensa nas indústrias com um reduzido número de empresas. A autoridade de defesa da concorrência (antitrust) intervém, normalmente, quando há fusões de empresas que conduzem a estruturas muito concentradas. Fátima Barros Organização Industrial 2 Modelo de Bertrand Quando as empresas têm a mesma estrutura de custos, a concorrência em preços conduz os preços para o nível dos custos unitários e as empresas ganham lucros nulos. Assim, o resultado do equilíbrio na industria é independente do número de empresas: P=Cmg mesmo com apenas duas empresas. Fátima Barros Organização Industrial 3 Alterações ao resultado de Bertrand P>Cmg pode ocorrer com concorrência em preços se: houver diferenciação de produto a procura flutuar de uma forma aleatória se o jogo se repetir indefinidamente Fátima Barros Organização Industrial 4 Cournot vs. Bertrand Fátima Barros Nos modelos de Bertrand e Cournot vimos que diferentes tipos de estruturas conduzem a diferentes equilíbrios de mercado em termos de preços e quantidades. Quando alteramos as variáveis estratégicas preços quantidades vimos que as empresas passam lucros nulos lucros positivos. Num jogo estático não há qualquer correspondência entre Bertrand e Cournot. Organização Industrial 5 Cournot vs. Bertrand Kreps and Sheinkman (1983, Bell Journal of Economics) construiram um jogo em dois períodos onde, no 1º período as empresas escolhem a quantidade (capacidade) e no 2º período escolhem preços. Conclusão: as quantidades escolhidas no 1º período e os preços no 2º período são exactamente os da solução de Cournot. Fátima Barros Organização Industrial 6 Problema do Dilema dos Prisioneiros Não há comunicação Não há compromissos vinculativos O jogo só é jogado uma vez: não existe a possibilidade de punir logo não existem mecanismos para incentivar cooperação. Fátima Barros O que é que acontece se o jogo se repetir (com os mesmos jogadores?) Organização Industrial 7 Jogos Repetidos O valor de compromisso das estratégias Fátima Barros Organização Industrial 8 Resolver o Problema do Dilema dos Prisioneiros Num jogo repetido cada jogador pode criar uma reputação de cooperação Não existe um acordo Explícito ( como no Cartel) mas os jogadores têm um comportamento cooperativo! Fátima Barros Organização Industrial 9 Será possível uma solução cooperativa num jogo não cooperativo? Se o jogo tem um número finito de etapas o equilíbrio de Nash do Dilema dos Prisioneiros é (NC,NC) em cada etapa. Não é possível uma solução cooperativa! Fátima Barros Organização Industrial 10 Se o jogo for jogado um número infinito de vezes? Em cada etapa, os indivíduos sabem que o jogo ainda vai ser jogado mais uma vez logo há (potenciais) benefícios de jogar cooperativamente. Exemplo de uma Grim Trigger Strategy: Na 1ª etapa o jogador coopera: C Etapas seguintes: Se o rival jogou C então joga C Se o rival jogou NC então joga NC para sempre Fátima Barros Organização Industrial 11 Jogo infinito Fátima Barros Se ambos os jogadores adoptarem uma Grim Trigger Strategy então o resultado deste jogo repetido indefinidamente vai ser (C,C) Organização Industrial 12 Tit-for-Tat ou Olho-por-Olho Tit-for-Tat Strategy: estratégia do Perdão Eu coopero : Jogo C. Se na jogada seguinte observo que o meu rival jogou C volto a jogar C; Se observo que ele jogou NC jogo NC Se mais tarde observo que ele jogou C, volto a jogar C Fátima Barros Organização Industrial 13 Concorrência Dinâmica em preços Suponhamos um mercado com n empresas que produzem substitutos perfeitos. Preço corrente no mercado Pº Cada empresa tem custo marginal constante c Procura de mercado em cada período D(P) Se todas as empresas cobram o mesmo preço a procura divide-se igualmente entre elas. PM é o preço de monopólio (preço que maximiza o lucro da indústria) Fátima Barros Organização Industrial 14 Concorrência Dinâmica em preços Lucro da Indústria por período: (P)=(P-c)D(P) Assumimos que Pº< PM Lucro máximo da indústria: Lucro de monopólio M=(PM-c)D(PM) Lucro quando o preço de mercado é Pº: º Consideremos que : M/n< º se todas as empresas, menos uma, aumentarem o preço para P M a empresa que não acompanha a subida de preço (fica com todo o mercado) tem lucro por período mais elevado — situação de Dilema do Prisioneiro Fátima Barros Organização Industrial 15 Concorrência Dinâmica em preços Um período é definido como o intervalo de tempo durante o qual as empresas não podem alterar os preços (um dia, um mês…) No princípio de cada período cada empresa fixa o seu preço de uma forma não cooperativa. Jogo repetido infinitamente Em cada período a procura e os custos são independentes dos outros períodos (não há curva de experiência, por exemplo) Fátima Barros Organização Industrial 16 Será possível Preço de Monopólio para o mercado sem que haja conluío entre as empresas? Depende da política de preços de cada empresa e das expectativas que tem sobre as estratégias de preços das rivais. Consideremos que todas as empresas seguem a seguinte Tit-for-Tat Strategy (resposta ao choque): A partir deste período aumento o preço para PM. Em cada período seguinte, o meu preço é igual ao preço mais baixo que foi observado no período imediatamente anterior. Fátima Barros Organização Industrial 17 Será possível Preço de Monopólio para o mercado sem que haja conluio entre as empresas? Suponhamos que é possível que neste mercado as empresas sinalizem que vão seguir esta estratégia. Será que todas as empresas têm interesse em seguir esta estratégia? Suponhamos que uma empresa D desvia e considera que todas as outras seguem a estratégia tit-for-tat. A empresa D mantem Pº enquanto as outras fixam PM. Fátima Barros Organização Industrial 18 Evolução dos preços quando D desvia Período 1 2 3….. Empresa D Pº Pº Pº Restantes PM Pº Pº Evolução dos Lucros da Empresa D Período 1 Desvia º Coopera Fátima Barros M/n Organização Industrial 2 3 º/n º/n M/n M/n 19 Valor Actualizado dos lucros futuros da empresa D Suponhamos que i é a taxa de actualização. Empresa D desvia: 0 0 0 / n / n /n 0 0 ... 2 i 1 i 1 i Empresa D coopera M / n M / n M / n M /n ... / n 2 i 1 i 1 i M Fátima Barros Organização Industrial 20 Cooperar é melhor para a empresa D se: 1 M 0 n i 0 1 M n Teorema Popular (Folk Theorem): se cada empresa é suficientemente paciente - baixa taxa de desconto - então é possível sustentar qualquer preço entre o preço de monopólio e o custo marginal como um equilíbrio de um jogo de dilema do prisioneiro repetido um número infinito de vezes. Fátima Barros Organização Industrial 21 Coordenação e Equilíbrio Folk Theorem implica comportamento cooperativo na escolha do preço é um equilíbrio possível num oligopólio. Não garante que será o equilíbrio. Atingir um determinado equilíbrio num jogo com muitos equilíbrios, alguns mais atractivos do que outros, é um problema de coordenação. Fátima Barros Organização Industrial 22 Solução para o problema de coordenação O equilíbrio cooperativo só pode ser atingido se houver coordenação entre as empresas para seguirem uma determinada estratégia por exemplo, tit-for-tat, de modo a que seja do interesse de cada empresa evitar reduções de preço Fátima Barros Mas, conseguir coordenação sem que haja acordos explícitos ou comunicação entre as partes é muito dificil. Organização Industrial 23 Solução para o problema de coordenação Para que todas as empresas se comportem de uma forma cooperativa é necessário que a estratégia que assegura o equilíbrio cooperativo (como tit-for-tat) seja um Ponto Focal: cada empresa espera que todas as outras sigam essa estratégia Fátima Barros Organização Industrial 24 Vantagens de Tit-for-Tat Simples e clara Simpática: começa sempre por um comportamento cooperativo; Provocável: qualquer comportamento não cooperativo é imediatamente punido Perdão: induz comportamento cooperativo se o rival voltar a cooperar ; Fátima Barros Organização Industrial 25 Desvantagens de Tit-for-Tat Se houver “erros” na interpretação dos comportamentos estes vão repercutir-se em cadeia; Exemplo: Guerra de Clãs mostram como comportamentos guiados por estratégias de tit-for-tat conduzem a perdas mútuas Hatfields contra McCoys Ninguém sabe já quando é que o conflito começou nem qual foi o motivo ... Fátima Barros Organização Industrial 26 Guerra de Clãs Round Hatfields McCoys 1 P P 2 P P 3 P P 4 P P 5 A P 6 P A P - Paz 7 A P A - Agressão Fátima Barros entendido como A Organização Industrial 27 Guerra de Clãs Quando é possível ocorreram falsas interpretações é melhor adoptar outra estratégia que seja menos sensível e mais condescendente é melhor ignorar o que parece ser um comportamento não cooperativo de um rival se esse rival voltar a adoptar um comportamento cooperativo no próximo período - evitar retaliação em cadeia. Fátima Barros Organização Industrial 28 Exemplo : Guerras de Preços devidas a falsas interpretações ( R. Garda e M. Marn (McKinsey)) Produtor de pneus: Preço facturado ao retalhista: $35 descontos de quantidades: $2 marketing allowances: $1.5 Preço efectivo: $31.5 recebe um relatório do pessoal de vendas anunciando que o preço facturado pelo rival é $32. Resposta: baixa o preço facturado para $32, ou seja, preço efectivo é $28.5 Fátima Barros Organização Industrial 29 Conclusão O produtor de pneus soube mais tarde que o produtor rival não fazia descontos de quantidade nem marketing allowances Em resultado da má interpretação desencadeou-se uma longa guerra de preços que acabou por afectar a rentabilidade de ambas as empresas. Fátima Barros Organização Industrial 30 1. Estrutura de mercado e sustentação de preços cooperativos no equilíbrio Quanto mais concentrado for o mercado mais provavel é a solução de preços cooperativa ser sustentada como um equilíbrio. Indústria Fragmentada Indústria Concentrada Fátima Barros Organização Industrial Lucro Monopólio º 31 1. Estrutura de mercado e sustentação de preços cooperativos no equilíbrio Quanto menor n maior a fatia do bolo de cada empresa O custo da cooperação é menor (ganho de lucro do período em que desvia: º- M/n): se o desviante começa com uma fatia grande do bolo o aumento que tem é proporcionalmente menor do que se tivesse começado com uma fatia mais pequena Fátima Barros Quanto mais concentrado o mercado menores os problemas de coordenação Organização Industrial 32 2. Rapidez de Reacção, Período de Detecção e Sustentação de Preços Cooperativos Fátima Barros Para uma dada taxa de desconto, quanto maior for a rapidez de reacção mais fácil é sustentar preços cooperativos como parte do equilíbrio. Organização Industrial 33 A capacidade de uma empresa reagir a comportamentos desviantes dos rivais pode estar limitada porque 2.1 Mercado é pouco concentrado 2.2 Interacções entre empresas são pouco frequentes 2.3 Existem lags na detecção dos preços dos rivais 2.4 Volatilidade das condições da Procura e dos custos Fátima Barros Organização Industrial 34 2.1 Concentração do mercado É mais fácil detectar comportamentos desviantes em mercados concentrados do que em mercados fragmentados. É mais barato monitorizar os rivais quando o mercado é concentrado Fátima Barros Organização Industrial 35 2.2 Dimensão e Frequência das Vendas É mais fácil manter preços cooperativos se as vendas forem frequentes e de pequena dimensão: baixar o preço numa venda de pequena dimensão traz ganho adicional pequeno se as vendas forem frequentes a redução do preço é mais fácilmente detectável e diminui o lag entre detecção e retaliação Fátima Barros Organização Industrial 36 2.3.1 Informação sobre as vendas Quando existe grande transparência nos termos das transacções desvios dos preços cooperativos são mais fácilmente detectáveis. Problema: quando as transacções são complexas e envolvem outros elementos para além do preço facturado é difícil determinar o preço “efectivo” descontos secretos trade allowances condições de crédito mais favoráveis produtos específicos (tailor-made) Fátima Barros Organização Industrial 37 2.3.2 Número de Compradores Quando os preços praticados pelas empresas são secretos a detecção de desvios é mais fácil quando cada empresa tem muitos clientes de pequena dimensão do que quando cada empresa tem um número reduzido de clientes de grande dimensão. Razão: os compradores não têm incentivos para manterem os preços secretos Fátima Barros Número reduzido de compradores reduz a probabilidade do batoteiro ser descoberto. Organização Industrial 38 2.4 Volatilidade da Procura e dos Custos difícil distinguir choques aleatórios de comportamentos não cooperativos Aumenta o lag entre detecção de desvios e retaliação difícil identificar os responsáveis pelo desvio Fátima Barros Organização Industrial 39 3. Concorrência entre as mesmas empresas em diversos mercados Fátima Barros É mais fácil manter equilíbrios cooperativos porque um eventual desvio num mercado conduz a retaliações que se repercutem em diversos mercados. Organização Industrial 40 4. Assimetrias entre as empresas: é mais difícil manter equilíbrios cooperativos Diferenças de custos: não há um preço de monopólio único (preço cooperativo) logo não há um ponto focal natural Diferentes taxas de desconto: se as empresas puserem o mesmo peso nos lucros presentes e futuros é mais fácil manter o equilíbrio cooperativo Diferenciação de produto: deixa de haver um único preço de monopólio de referência; preços relativos é que são relevantes Fátima Barros Organização Industrial 41 4.1 Integração vertical Permite vender a preços mais baixos do que o preço de equilíbrio cooperativo Ex: membros da OPEP que possuem refinarias Fátima Barros Organização Industrial 42 4.2 Excesso de Capacidade Dois objectivos contraditórios serve de incentivo para desviar do equilíbrio cooperativo ameaça de retaliação em caso de batota Fátima Barros Organização Industrial 43 5. Características Institucionais que facilitam situações de Conluio 5.1 Cláusula do consumidor mais favorecido O vendedor promete a cada comprador que se numa futura venda o preço for mais baixo o primeiro comprador tem direito a ser compensado pela diferença de valores. Fátima Barros Organização Industrial 44 Cláusula do Consumidor mais Favorecido (CMF) Objectivo: tornar credível o compromisso da empresa em não baixar os preços inflexilidade estratégica: “queimar pontes” Fátima Barros Organização Industrial 45 Efeitos para o vendedor Vantagens Aumenta o poder de negociação Reduz o incentivo do cliente em negociar descontos Desvantagens É mais fácil um concorrente tentar conquistar um cliente nosso É mais difícl conquistar clientes dos nossos concorrentes Fátima Barros Organização Industrial 46 Efeitos para o consumidor Vantagens: Permite-lhe beneficiar de uma negociação mais favoravel obtida posteriormente por outro cliente Assegura que não tem uma desvantagem de custos em relação a outros concorrentes. Desvantagem: É difícil benefeciar de uma “negociação especial” se outros beneficiarem de CMF Fátima Barros Organização Industrial 47 Exemplo da Chrysler Em 1990 a Chrysler usou uma variante da CMF para alterar o jogo de vender carros. A Chrysler publicitou a seguinte regra: os clientes que comprassem um automóvel em Janeiro seriam reembolsados caso viessem a ser efectuados descontos em posteriores vendas. Efeitos: diminuição de stocks no final do ano e da necessidade de fazer descontos a tentação de fazer descontos no final do ano seria muito dispendiosa. Fátima Barros Organização Industrial 48 Cláusulas “Fazer Face à Concorrência” (MCC - Meet the Competition Clause) Acordo contratual entre uma empresa e um cliente que dá à empresa a opção de reter o negócio do cliente cobrindo os lances de qualquer rival. Mais utilizada em empresas que negoceiam com commodities. Pouco poder de negociação porque o produto não é diferenciado existem muitos fornecedores concorrentes. Fátima Barros Organização Industrial 49 Vantagens da MCC Pode ajudar a sustentar um preço elevado porque reduz o incentivo de um rival tentar “roubar” um cliente oferecendo melhores preços: só produziria uma guerra de preços. É uma garantia de continuidade de negócio com o cliente asseguram um relacionamento de longo prazo com os clientes mesmo na ausência de contratos de longo prazo. Fátima Barros Organização Industrial 50 Vantagens da MCC Fátima Barros A empresa que tem uma MCC tem a garantia de que o cliente a quem é feita uma proposta por um rival não pode trocar de fornecedor sem revelar o valor da proposta rival e dar uma oportunidade ao titular da garantia de poder igualar a oferta rival Organização Industrial 51 Inconvenientes da MCC Fátima Barros Coloca a empresa numa posição vulnerável face à empresa rival: esta pode fazer uma oferta mais baixa só para obrigar o titular da MCC a cobrir a oferta, reduzindo os seus lucros. Organização Industrial 52 E se o rival também oferece uma MCC? Melhor! O efeito da MCC é reforçado pela imitação Quanto mais difundidas estiverem as MCC’s numa indústria menor é a possibilidade de ganhar quota à custa dos rivais. Fátima Barros Organização Industrial 53 Mercados de Consumo de Massa Quando as empresas negoceiam entre elas , os clientes e fornecedores negoceiam não só preços mas também as regras do jogo. Ex: a empresa pode querer uma MCC mas o cliente pode rejeitar. Nos mercados de consumo de massa não há negociação: a empresa estabelece unilateralmente as regras do jogo. Contrato do tipo: take it or leave it (pega ou larga) Fátima Barros Organização Industrial 54 A lei dos grandes números Não é possível negociar individualmente com cada cliente: ofertas de pegar ou largar. FB limita-se a fixar um preço. Que outras regras é que se poderia impor neste tipo de jogo? Uma cláusula de CMF não faria sentido num mercado de consumo de massa. Será mesmo? Os clientes não podem negociar o preço mas podem adiar a compra (expectativa de preço mais baixo saldos, novos modelos) Fátima Barros Organização Industrial 55 We are in New York City and we focus on the stereo price wars. One of the main competitors, Crazie Eddie has made his trademark “We cannot be undersold. We will not be undersold. Our prices are the lowest – guaranteed. Our prices are insane.” His main competitor, Newmark & Lewis, is no less ambitious. With any purchase, you get the store’s “Lifetime low-price guarantee.” It promises to rebate double the difference if you can find a lower price elsewhere. “If, after your purchase, you find the same model advertised or available for sale for less (confirmed printed proof required) by any other local stocking merchant, in this marketing area, during the lifetime of your purchase, we, Newmark and Lewis, will gladly refund (by check) 100% of the difference, plus an additional 25% of the difference or, if you prefer, Newmark and Lewis will give you a 200% gift certificate refund (100% of the difference plus an additional 100% of the difference, in gift certificates).” from Newmark and Lewis’s Lifetime Low-Price Gurantee» Fátima Barros Organização Industrial 56 Exemplos Cartão Passageiro Frequente das Companhias de Aviação Sistemas de pontos, por exemplo gasolineiras Vantagens: Torna a descida de preços menos atractiva Torna asubida de preços menos arriscada Fátima Barros Organização Industrial 57 No sector automóvel: Cartão de Crédito da General Motors: Início da década de 90: anos difíceis para a GM, Ford e Chrysler. Em 1992 a GM teve perdas de cerca de 4,5 bliliões de dólares. Estava muito dependente de políticas de descontos de final de ano e de incentivos aos concessionários Alteração do jogo: emissão do GM Card, um cartão de crédito desenvolvido em associação com o Household Bank e Master Card. Fátima Barros Organização Industrial 58 GM Card 5% do valor total das despesas do cartão podia ser descontado na compra (ou leasing) de um automóvel ou camião GM por parte do detentor do cartão. Descontos limitados a $500 dólares por ano com um tecto de $3.500 dólares em 7 anos. Apenas 28 dias após o lançamento do cartão 1 milhão de cartões tinha sido emitido; 5 milhões ao fim de um ano e 9 milhões ao fim de 2 anos Fátima Barros Organização Industrial 59 Efeito do GM Card Estimativas apontam para que 25% das vendas da GM a particulares nos EUA seja feita a possuidores do cartão. Como é que o jogo se alterou? A GM conseguiu fazer com que a sua política de descontos fosse direccionada para a sua base de clientes natural. Após 5 meses, em 1993, a Ford lançou o FordCitibank Card. Em 1994 foi a vez da WW. Fátima Barros Organização Industrial 60 Más notícias? Se o objectivo da GM Card fosse aumentar a quota de mercado à custa dos rivais então a imitação seria prejudicial. Mas a imitação pode ser positiva: Quando outros fabricantes introduzem programas de cartões diminui a tentação para reduzir preços (estratégia agora pouco efectiva). Os fabricantes têm agora uma base de clientes mais leal. Ganham uma base de dados valiosa para marketing Fátima Barros Organização Industrial 61 E ainda Nestes programas a entidade bancária suporta uma percentagem dos descontos: Households Bank paga à GM cerca de 20% dos descontos, usados ou não. Chave do sucesso: evitar guerras de preços Fátima Barros Organização Industrial 62 5. Características Institucionais que facilitam situações de Conluio 5.2 Liderança de Preço uma empresa assume o papel de lider e anuncia as suas alterações de preço que serão em seguida acompanhadas pelas outra empresas Ex: Kellogg nos cereais de pequeno almoço U.S. Steel Fátima Barros Organização Industrial 63 5. Características Institucionais que facilitam situações de Conluio 5.3 Imposição de Resale Price Maintenance (RPM) o produtor fixa o preço de venda ao consumidor final. Qualquer desvio de preço é imediatamente detectável Fátima Barros Organização Industrial 64 5. Características Institucionais que facilitam situações de Conluio 5.4 Se as empresas vendem centenas ou milhares de produtos diferentes (hipermercados ou produtos c/ um grande nº de atributos) a aplicação de margens uniformes s/r todos os produtos ajuda as empresas a analisar a política de preços dos rivais. Problema: conhecer a estrutura de custos Fátima Barros Organização Industrial 65 5. Características Institucionais que facilitam situações de Conluio Fátima Barros 5.5 Caso de Produtos c/ elevados custos de transporte (aço, cimento, madeira, açúcar): se as empresas praticam um preço FOB único, sendo os preços nos vários pontos de destino iguais ao preço FOB+Custos de Transporte, é mais difícil para as empresas compararem preços. Solução: preços uniformes, independentemente da localização do consumidor. Organização Industrial 66