Universidade Comunitária da Região de Chapecó Área de Ciências da Saúde Curso de Enfermagem 3º Período Semestre: 2014-1 ANTIMICROBIANOS Prof. Scheila Marcon Chapecó, junho de 2014 ATUALMENTE A descoberta de novos antibióticos (ATBs) decresceu O número de microorganismos resistentes aumentou Necessidade de novas pesquisas que culminem com avanço da antibioticoterapia Uso indiscriminado de ATBs → controle → resistência OBS: forma (suspensão...) de uso, horário, dose, preparo CLASSIFICAÇÃO DOS ATBs → TIPO DE AÇÃO Bacteriostático - A droga atua inibindo a multiplicação da bactéria, mas não destrói - Efeito reversível - A resolução do processo depende das defesas orgânicas (fagocitose, imunidade). Ex: tetraciclinas, cloranfenicol, macrolídeos CLASSIFICAÇÃO DOS ATBs → TIPO DE AÇÃO Bactericida - A droga por si só é capaz de provocar a morte das bactérias - Efeito irreversível - Independe das defesas do organismo Ex: penicilinas, cefalosporinas, aminoglicosídeos, polimixinas vancomicina, ESPECTRO DE ATIVIDADE DOS ANTIMICROBIANOS Espectro de atividade: exprime a amplitude de ação dos antimicrobianos Espetro estreito / pequeno espectro: só pequeno número de bactérias é atingido. Ex. somente cocos gram-positivos. Ex. Penicilina G, Eritromicina Largo espectro / amplo espectro: o ATB pode inibir bactérias Gram-positivas e Gram-negativas. Ex. Tetraciclina, Cloranfenicol, Penicilinas de largo espectro, Aminoglicosídeos, Fluoroquinolonas, Celafosporinas de 2ª, 3ª e 4ª gerações. CARACTERÍSTICAS MICROBIOLÓGICAS DAS BACTÉRIAS Cocos Gram- positivos: estafilococos, estreptococos Cocos Gram- negativos: neisserias (meningococos, gonococos) Bacilos Gram-positivos: Bacillus, Clostridium, Corynebacterium, Listéria Bacilos Gram-negativos Enterobacter, Escherichia, Salmonella, Seratia, Shigella entéricos: Klebsiella, Proteus, Bacterióides, Providencia, Outros Bacilos Gram-negativos: Acinetobacter, Bordetella, Brucella, Haemophilus ducreyi..... BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS E GRAM-NEGATIVAS BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS E GRAM-NEGATIVAS CLASSIFICAÇÃO β-LACTÂMICOS MACROLÍDEOS AMINOGLICOSÍDEOS QUINOLONAS LICOSAMIDAS, TETRACICLINAS, CLORANFENICOL GLICOPEPTÍDEOS, ESTREPTOGRAMINAS, BACITRACINA, GRAMICIDINA, POLIMIXINAS 7. RIFAMICINAS 8. SULFONAMIDAS, TRIMETOPRIMA-SUFAMETOXAZOL 9. METRONIDAZOL 1. 2. 3. 4. 5. 6. 1. ATBs β-LACTÂMICOS Anel β-lactâmico Ação: alteração bacteriana em síntese da parece celular Altamente bactericidas contra micro-organismos Grampositivos e Gram-negativos sensíveis Anel β-lactâmico → confere afinidade por enzimas que realizam a ligação de peptidoglicanos → último passo para síntese da parece celular bacteriana Enzimas → transpeptidases e carboxipeptidases → denominadas proteínas ligadoras de penicilinas (PLP) CLASSIFICAÇÃO DOS ATBs β-LACTÂMICOS PENICILINAS - Benzilpenicilina (pen. G) e Fenoxilmetilpenicilina (pen. V) - Ampicilina e amoxacilina (aminopenicilinas) - Oxacilina, cloxacilina e dicloxacilina (penicilinaserresistentes) - Ticarcilina (pseudomonicidas) - Piperacilina FONTE: FUCHS; WANNMACHER, 2010 CLASSIFICAÇÃO DOS ATBs β-LACTÂMICOS CEFALOSPORINAS - Cefalotina e cefazolina (1ª geração injetáveis) - Cefalexina e cefadroxila (1ª geração orais) - Cefoxitina, cefaclor, cefuroxima, cefamandol (2ª geração) - Cefotaxima, ceftriaxona, ceftazidima, cefoperazona (3ª geração injetáveis) - Cefdinir e cefditorem (3ª geração orais) - Cefepima (4ª geração) - Ceftobiprol e ceftarolina (5ª geração) FONTE: FUCHS; WANNMACHER, 2010 CLASSIFICAÇÃO DOS ATBs β-LACTÂMICOS CARBAPENÊMICOS - Imipenem, carbopenem, ertapenem e doripenem MONOPENÊMICOS - Aztreonam INIBIDORES DE BETALACTAMASES - Sulbactam - Ácido Clavulânico - Tazobactam FONTE: FUCHS; WANNMACHER, 2010 ATBs β-LACTÂMICOS: PENICILINAS CLASSIFICAÇÃO DAS PENICILINAS Penicilinas sensíveis a β-lactamase ou sensíveis a penicilinase Benzilpenicilina ou penicilina G; Fenoximetilpenicilina ou penicilina V Penicilinas β-lactamase resistentes ou resistentes a penicilinase Meticilina; Oxacilina; Nafcilina; Dicloxacilina Penicilinas de espectro aumentado Ampicilina; Bacampicilina; Amoxacilina; Ciclacilina Penicilinas antipseudomonas Carbenicilina; Azlocilina; Ticarcilina; Piperacilina Fonte: SILVA, 2010 PENICILINAS SENSÍVEIS A PENICILINASE Benzilpenicilina ou penicilina G Fenoximetilpenicilina ou penicilina V BENZILPENICILINA OU PENICILINA G Espectro estreito BENZILPENICILINA OU PENICILINA G - Via IM ou EV - Via oral → pode ser inativada pelo suco gástrico - Atravessa a placenta - Distribuição: massa muscular, pulmões, fígado, rins, ossos, fluidos intersticiais, sinovial, pericárdico, peritoneal e pleura - Quando inflamação → distribuição grande humor aquoso e próstata no líquor, BENZILPENICILINA OU PENICILINA G O CH2 S C NH2 CH3 N O CH3 COOH Penicilina G + sódio ou Potássio “Penicilina G sódica ou potássica” - É destruída pelo ácido gástrico - Por se constituírem em sal (sódico ou potássico), é altamente solúvel em água e soro permitindo elevados níveis terapêuticos, mas, com rápida excreção - Via de administração principalmente EV na forma de gotejamento contínuo - Em virtude da instabilidade da penicilina G em função do pH não deve ser associada a outras drogas no mesmo frasco. BENZILPENICILINA OU PENICILINA G Penicilina G + procaína “Penicilina G procaína” - Sal hidrossolúvel 0,4 % que permite níveis terapêuticos em 4/5 dias. Ex: Despacilina®. Via IM. - Libera a droga ativa lentamente do local de injeção intramuscular. - Obtém-se níveis terapêuticos mais prolongados, o que representa vantagem para combater certas bactérias penicilino-sensíveis, além de proporcionar intervalos maiores entre as doses. - Não reproduz as elevadas concentrações sanguíneas da forma aquosa por via parenteral. - Em geral a duração do tratamento comporta 10 dias a 2 semanas. BENZILPENICILINA OU PENICILINA G Penicilina G + N-N dibenziletileno diamina “Penicilina G benzatina” - Sal hidrossolúvel a 0,02 % levando a manutenção dos níveis por 26/28 dias. Via IM. Ex: Benzetacil ® e Longacilin ® - Libera a droga ativa muito lentamente, a partir do local de injeção intramuscular - Nesse caso, os baixos mas prolongados níveis sanguíneos da penicilina G evitam as administração frequente do antibiótico FENOXIMETILPENICILINA OU PENICILINA V O CH2 S C NH2 CH3 CH3 N O COOH - Não é inativada pelo suco gástrico - A presença de alimento não interfere com a absorção desta penicilina. - O sal de potássio é mais bem absorvido do que os demais sais. - Quando se necessita de concentrações mais elevadas → infecções mais graves, prefere-se a benzilpencilina por via parenteral FENOXIMETILPENICILINA OU PENICILINA V Principais indicações clínicas: faringite estreptocócica (durante 10 dias); infecções brandas do trato respiratório superior por S. pneumoniae, profilaxia secundária da febre reumática (dar preferência à benzilpenicilina) e profilaxia, em certos pacientes de alto risco, antes de intervenção dentária ou cirúrgica e instrumentação do trato respiratório superior Espectro estreito Ex: Pen-ve-oral® PENICILINAS β-LACTAMASES RESISTENTES A introdução de grupos volumosos protegem por efeito estérico o anel ß-lactâmico da ação das enzimas não permitindo assim a formação de penicilinas inativas. Essas penicilinas também denominadas antiestafilocócicas → capacidade de resistir à ação da penicilinase (ß-lactamase) → especialmente a produzida pelo S. aureus. São representadas pela meticilina, nafcilina e pelas penicilinas isoxazolilpenicilinas (oxacilina, cloxacilina, dicloxacilina). PENICILINAS β-LACTAMASES RESISTENTES METICILINA - Inativada pelo suco gástrico - Não é absorvida pelo trato gastrointestinal → somente via parenteral NAFCICLINA - Pouco absorvida por via oral → via parenteral PENICILINAS β-LACTAMASES RESISTENTES OXACILINA - Via oral; IM e IV DICLOXACILINA - Resiste a ação do suco gástrico → via oral - Alimento interfere na absorção → 1h antes ou 2h após a refeição PENICILINAS DE AMPLO ESPECTRO São assim denominadas uma vez que atuam também sobre Gram-negativas Estruturalmente apresentam radicais com características que permitem a passagem pela membrana diferenciada das Gram-negativas. Já que estas apresentam um fosfolipídio que diminui a interação com ATBs altamente hidrofílicos Exemplo de Gram-negativas: E.coli, Pseudomonas, Salmonela, Shiguella, Proteus, Klebsiella PENICILINAS DE AMPLO ESPECTRO AMPICILINA - Amplacilina®, Binotal® - Via oral, IM, IV - É hidrolisada pelas β-lactamases PENICILINAS DE AMPLO ESPECTRO AMOXICILINA - Amoxil®, Hiconsil®, Novocilin® - Via oral - É hidrolisada pelas β-lactamases PENICILINAS ANTIPSEUDOMONAS CARBENICILINA - Degradada pelo suco gástrico → via parenteral - Amplo espectro - Resistência bacteriana surge com relativa facilidade → geralmente empregado em associação com aminoglicosídeo para tratamento empírico de infecções sistêmicas - TICARCILINA, PIPERACILINA RESITÊNCIA AS PENICILINAS As bactérias adquirem resistência as penicilinas Inativação enzimática das penicilinas pelas β-lactamases biossintetizadas pelas bactérias Redução da permeabilidade da parede celular bacteriana às penicilinas → não conseguem alcançar os locais de ligação (PLP) Alterações conformacionais nas PLPs → bloqueando a atividade antibiótica Aparecimento do fenômeno de tolerância REAÇÕES ADVERSAS ÀS PENICILINAS Hipersensibilidade → anafilaxia, urticária, dermatite de contato... As reações são classificadas em: imediatas (30 min), aceleradas (1 a 72 h) e tardias (dias ou semanas) Dor e inflamação no local de aplicação (IM); flebite ou tromboflebite (IV) Irritação do trato gastrointestinal → pirose, anorexia, vômito, diarreia Alteração da flora bacteriana ATBs β-LACTÂMICOS: INIBIDORES DE βLACTAMASES TAZOBACTAM SULBACTAM ÁCIDO CLAVULÂNICO OU CLAVULANATO Associações disponíveis: Amoxacilina + clavulanato; amoxacilina + sulbactam; ampicilina + sulbactam; piperacilina + tazobactam; ticarcilina + clavulanato ATBs β-LACTÂMICOS: INIBIDORES DE βLACTAMASES Ácido Clavulânico - Antibacteriano fraco → capaz de se ligar e inativar irreversivelmente as β-lactamases bacterianas responsáveis pela resistência aos antibióticos - Atua sinergicamente com penicilinas (aminopenicilinas) sensíveis às β-lactamases → sinergia resulta numa proteção oferecida ao antibiótico sensível a inativação pelas β-lactamases ATBs β-LACTÂMICOS: CEFALOSPORINAS A classificação das cefalosporinas em gerações → reconhecer a época de sua introdução no mercado e aspectos próprios de espectro CLASSIFICAÇÃO DAS CEFALOSPORINAS 1ª Geração - Cefalotina e cefazolina (injetáveis) - Cefalexina e cefadroxila (orais) 2ª Geração - Cefoxitina, cefaclor, cefuroxima, cefamandol 3ª Geração - Cefotaxima, ceftriaxona, ceftazidima, cefoperazona (injetáveis) - Cefdinir e cefditorem (orais) 4ª Geração - Cefepima 5ª Geração - Ceftobiprol e ceftarolina FONTE: FUCHS; WANNMACHER, 2010 CEFALOSPORINAS DE 1ª GERAÇÃO Gram-positivas Caracterizam-se pela atividade antimicrobiana mais eficiente frente a bactérias Gram + que em relação as Gram concentrações no LCR e moderada resistência às ßlactamases Cefalotina (Keflin®); Cefazolina (Kefazol®); Cefalexina (Keflex®) CEFALOSPORINAS DE 1ª GERAÇÃO Cefalexina (Keflex®) administração oral (estável frente as enzimas gastrointestinais), apresenta radical CH3 na posição 3 o que lhe confere características lipofílicas permitindo administração com alimentos sem interferir nos níveis terapêuticos CEFALOSPORINAS DE 2ª GERAÇÃO Gram-positivas e Gram-negativas Mantém atividade frente às Gram + e amplia em relação às Gram – Mais estáveis frente as β-lactamases e promovem níveis terapêuticos melhores no LCR Cefaclor (Ceclor AF®) CEFALOSPORINAS DE 3ª GERAÇÃO Gram-negativas e Gram-positivas Concentrações eficazes no LCR, permitindo aplicação nas meningites Possui relativa estabilidade frente as β-lactamases Possuem elevada ação contra Pseudomonas Cefotaxima (Claforam®); Ceftazidine (Fortaz®); e Ceftriaxona (Rocefin®) CEFALOSPORINAS DE 4ª GERAÇÃO Caracterizam pela resistência às ß-lactamases e maior permeabilidade através da fosfolipídeos de membrana das Gram - e maior atividade contra Gram +, quando comparadas às de terceira geração Cefepime (Maxicef®) CEFALOSPORINAS DE “5ª GERAÇÃO” Ceftobiprol - Primeira cefalosporina da nova geração - Amplo espectro de ação - Tem atividade anti-MRSA - Em 2009 o FDA aprovou seu uso para tratamento de infecções cutâneas, inclusive de pé diabético ATBs β-LACTÂMICOS: MONOBACTÂMICOS AZTREONAM - Espectro estreito → Gram – - Utilização limitada → espectro estreito e rápido desenvolvimento de resistência bacteriana - Grande estabilidade na presença de β-lactamases - Não é absorvido pelo trato gastrointestinal → IM e IV CEFALOSPORINAS REAÇÕES ADVERSAS - Flebite e tromboflebite - Diarreia, náuseas, vômitos e anorexia - Nefrotoxicidade, Hepatotoxicidade, Neurotoxicidade - ... ATBs β-LACTÂMICOS: CARBAPENÊMICOS Bactérias Gram + e Gram – Resistência a uma enorme variedade de β-lactamases Infecções nosocomiais moderadas a grave Principais: MEROPENEM e IMIPENEM 2. MACROLÍDEOS Mecanismo de ação: inibem a síntese proteica (proteínas RNA-dependentes) bacteriana, ligando-se a subunidade 50S ribossômica, impedindo o crescimento da cadeia peptídica ERITROMICINA CLARITROMICINA AZITROMICINA ERITROMICINA Descoberta em 1952 Amplo espectro Absorvida pelo trato gastrointestinal → inativa pelo suco gástrico ácido Drágeas com revestimento entérico e cápsulas com grânulos revestidos para dissolução no duodeno Atravessa a barreira placentária Excretada no leite materno ERITROMICINA Via oral, tópica, IV Interações: potencializa ação da carbamazepina, digoxina, buspirona, estatinas, corticóides, teofilina, valproato, varfarina... → inibição do metabolismo mediado pelo citocromo P450 Reações adversas: desconforto epigástrico, náuseas, vômitos e diarreia. Reações alérgicas são pouco comuns. Doses altas, em idosos principalmente → perda auditiva temporária CLARITROMICINA Amplo espectro Via oral Interações: potencializa ação da carbamazepina, digoxina, buspirona, estatinas, corticóides, teofilina, valproato, varfarina... → inibição do metabolismo mediado pelo citocromo P450 Reações adversas: náuseas, vômitos, diarreia, sabor desagradável, dor ou desconforto abdominal, cefaléia... Contra indicado na gravidez H. pylori AZITROMICINA Amplo espectro Via oral Administrar 1h antes ou 2h depois das refeições Pode ser administrada na gestação Presumidamente é secretada no leite materno AZITROMICINA Característica diferencial → poucas interações com outros fármacos ... Reações adversas: abdominal náuseas, vômito, desconforto 3. AMINOGLICOSÍDEOS 1940 – Estreptomicina Mecanismo de ação: atravessa a membrana externa bacteriana através dos canais de porinas → transportada de forma ativa até o citoplasma (processo dependente de oxigênio → ligam-se as proteínas da unidade 30S e 50S ribossômica → inibição da síntese proteica bacteriana → produção de proteínas que determinam a lise da membrana celular Ação bactericida Transporte dependente de oxigênio → ausência de ação contra micro-organismos anaeróbios 3. AMINOGLICOSÍDEOS Tópico (creme, colírio); IM; IV ESTREPTOMICINA GENTAMICINA CANAMICINA TOBRAMICINA AMICACINA METILMICINA .... Principais reações adversas: ototoxicidade → surdez; comprometimento do labirinto (zumbido, náusea, vômito, dificuldade de equilíbrio). Nefrotoxicidade 4. QUINOLONAS Ácido Nalidíxico foi o precursor → 1960 Mecanismo de ação: inibem a síntese do DNA bacteriano → bloqueio da atividade enzimática de topoisomerases (DNA girase e topoisomerase IV) → resulta em clivagem do DNA Liberação do DNA das extremidades das hélices → efeito bactericida 4. QUINOLONAS Dividem-se em quatro classes: - 1ª Geração Ácido Nalidíxico - 2ª Geração Norfloxacino, ofloxacino, ciprofloxacino, levofloxacino, pefloxacino - 3ª Geração Gemifloxacino, gatifloxacino, moxifloxacino - 4ª Geração Garenoxacino 4. QUINOLONAS A presença de alimentos no estômago retarda absorção das quinolonas Desenvolvimento de resistência bacteriana Infecções do trato urinário 4. QUINOLONAS Reações adversas: - Diarreia, náuseas, vômitos, constipação e dor abdominal. Inquietação, tontura, cefaleia, insônia ou sonolência. Hipersensibilidade - Tendinites e ruptura de tendões são raras → principalmente em idosos → com fatores predisponentes → glicocorticóides, doença renal - Por isso → idosos não se recomenda o uso concomitante de quinolonas e corticóides - Não recomendado → crianças e adolescentes em fase de crescimento, gestantes e amamentação → risco-benefício → risco de lesão na cartilagem articular → retardo da ossificação 5. LINCOSAMIDAS, TETRACICLINAS E CLORANFENICOL Mecanismo de ação: a inibição da síntese proteica → os microrganismos deixam de crescer e tornam-se incapazes de multiplicar-se Bacteriostáticos (via de regra) 5. LINCOSAMIDAS Lincomicina Clindamicina Uso mais restrito Clindamicina → Dalacin C®, Dalacin T®, Dalacin V® 5. CLORANFENICOL Amplo espectro oral Uso oftálmico e casos especiais (febre tifóide, meningite, alergia a penicilina) Reações adversas - Depressão reversível da medula óssea → inibição da síntese de proteínas - Resposta idiossincrática → anemia aplástica - Síndrome do bebê cinzento → distensão abdominal, vômitos, flacidez, hipotermia, pigmentação cinzenta, colapso circulatório e morte → recém-nascidos → diminuição da capacidade de conjugar o cloranfenicol e de excretar sua forma ativa na urina 5. TETRACICLINAS Tetraciclina Oxitetracliclina Doxiciclina Minociclina Amplo espectro 5. TETRACICLINAS Não se recomenda o uso concomitante das tetraciclinas com leite e seus derivados (Ca), antianêmicos (Fe), antiácidos(Al e Mg). Pois estes formam quelatos e formam compostos inativos Não se administra nas gestantes e crianças na primeira infância, pois as tetraciclinas ligam-se ao cálcio dos dentes não erupcionados em fase de desenvolvimento e calcificação, o que ocasiona manchas nos mesmos e desenvolvimento precário Atividade sobre antibacteriano) acne (secante e absorvente, 6. GLICOPEPTÍDEOS, ESTREPTOGRAMINAS, BACITRACINA, GRAMICIDINA, POLIMIXINAS GLICOPEPTÍDEOS - Vancomicina - Teicoplanina ESTREPTOGRAMINAS - Quinupristina - Dalfopristina BACITRACINA GRAMICIDINA POLIMIXINAS - Polimixina B - Polimixina E 6. GLICOPEPTÍDEOS Mecanismo de ação: Inibe a síntese da parede celular das bactérias. Além disso, pode alterar não só a síntese de RNA como também a permeabilidade da membrana plasmática da bactéria Esses múltiplos mecanismos talvez contribuam para a baixa frequência de desenvolvimento de resistência a este antibiótico Ação bactericida 6. GLICOPEPTÍDEOS VANCOMICINA - Gram + - Staphylococcus aureus meticilinoresistentes (MRSA) → hospitalar - Não é absorvida VO e sua administração via IM é dolorosa, e freqüentemente causa necrose local, por isso usa-se via IV 6. GLICOPEPTÍDEOS VANCOMICINA - Reações adversas Síndrome do homem vermelho: vancomicina infundida rapidamente → rubor de face, pescoço, tórax e prurido ou hipotensão → liberação de histamina Flebite, febre, calafrios, neutropenia (uso prolongado) Deve-se controlar os níveis séricos, pois este ATB pode causar ototoxicidade e nefrotoxicidade 6. ESTREPTOGRAMINAS ESTREPTOGRAMINAS - Quinupristina - Dalfopristina Mecanismo de ação: inibição da síntese proteica → a dalfopristina inibe fase inicial e a quinupristina a fase final da síntese proteica Geralmente usadas associadas → sinergia farmacológica Restrição ao uso → preservar sua sensibilidade no tratamento de infecções por bactérias não responsivas a alternativas tradicionais 6. BACITRACINA BACITRACINA - Mecanismo de ação: interfere na síntese da parede celular e parece também lesar a membrana plasmática - Foi muito utilizada para infecções estafilocócicas graves→ nefrotoxicidade limitou sua aplicação clínica - Atualmente → uso tópico → Gram-positivas, por ex., por Staphylococcus pyogenes 6. POLIMIXINAS POLIMIXINAS - Polimixina B - Polimixina E - Gram-negativas - Mecanismo de ação: bactericida, se localiza na membrana citoplasmática da bactéria, interagindo com seus componentes fosfolipídicos, aumentando a permeabilidade e saída de pequenas moléculas do interior celular - Via oral, IM, IV e tópica (associação com bacitracina e neomicina) 6. GRAMICIDINA GRAMICIDINA - Mecanismo de ação: alteração da membrana citoplasmática da bactéria e forte inibição da reação de transcrição, bloqueando a ligação de RNA-polimerase ao DNA - Muito tóxica via sistêmica → indicada somente para uso local - Ex. Omcilon-A M®, Fonergin® 7. RIFAMICINAS Mecanismo de ação: a RNA-polimerase das bactérias sensíveis forma complexos estáveis com as rifamicinas (rifampicinas) impedindo a síntese de RNA a partir de DNA Bom espectro Gram-positivo e moderado Gram-negativo, mas seu significado clínico baseia-se sobretudo na sensibilidade do Mycobacterium tuberculosis É recomendado para tuberculose pulmonar, devendo ser utilizado com outro agente antituberculoso para evitar desenvolvimento seletivo de cepas resistentes ao bacilo. A rifamicina é muito usada em situações onde se deseja níveis elevados nas mucosas da parte nasal da faringe, onde se instala principalmente organismos de Neisseria meningitidis 8. SULFONAMIDAS, TRIMETOPRIMASULFAMETOXAZOL Co-enzimas de ácido fólico são necessárias para a síntese de purinas e pirimidinas (precursores de DNA e RNA) e outros compostos importantes para o crescimento e replicação celular Na ausência de ácido fólico, as células não conseguem crescer ou se dividir. As sulfas são INIBIDORAS DA SÍNTESE de ÁCIDO FÓLICO Os humanos → não conseguem sintetizar o ácido fólico, devendo captar o folato pré-formado na forma de vitamina da dieta → sulfas não interferem no metabolismo celular 8. SULFONAMIDAS, TRIMETOPRIMASULFAMETOXAZOL Pteridina + PABA Sintetase do ácido dihidropteróico Bloqueio das Sulfas Ácido di-hidropteróico Ácido di-hidrofólico Redutase do ácido dihidrofólico Bloqueio de Trimetoprima Ácido tetra-hidrofólico Ácidos nucleicos 8. SULFONAMIDAS, TRIMETOPRIMASULFAMETOXAZOL Mecanismo de ação: pela semelhança estrutural com o PABA → sulfas bloqueiam competitivamente a enzima bacteriana responsável pela incorporação de PABA a ácido di-hidropteroico → percursor de ácido di-hidrofóbico → primeiro passo na síntese do folato bacteriano → essencial ao crescimento celular Todas as sulfonamidas atualmente em uso são análogos estruturais do PABA → e tem maior afinidade pela sintetase do ácido di-hidropteroico do que o PABA Falta de ácido fólico → impede formação de purinas e timidinas → interfere na síntese dos ácidos nucléicos → replicação celular 8. SULFONAMIDAS, TRIMETOPRIMASULFAMETOXAZOL SULFAS - Bacteriostáticos - Gram + e Gram – - Grande resistência nos dia atuais 8. SULFONAMIDAS, TRIMETOPRIMASULFAMETOXAZOL SULFAS - Sulfassalazina: colite ulcerativa. Composto ativo inibe a sintese de prostaglandinas → anti-inflamatório → Agente modificador do curso de doenças inflamatórias e autoimunes - Sulfadiazina de prata: tratamento tópico de infecções em queimados - Sulfacetamida: conjuntivite - Sulfametoxazol + trimetoprima: Infecções do trato urinário principalmente 8. SULFONAMIDAS, TRIMETOPRIMASULFAMETOXAZOL TRIMETOPRIMA - Impede a última etapa na síntese do ácido fólico - Comum associação de sulfametoxazol + trimetoprima. Ex: Bactrim® - Separados → bacteriostáticos - Em associação → bactericidas - Gram + e Gram – - Infecções urinárias 9- METRONIDAZOL Atividade bactericida → bactérias anaeróbias Doença periodôntica ☻ RESISTÊNCIA BACTERIANA ☻ Resistência bacteriana aos ATBs → sério problema REFERÊNCIAS FUCHS, F. D.; WANNMACHER, L. Farmacologia clinica: fundamentos da terapêutica racional. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. KATZUNG, B. G. Farmacologia básica e clinica. 9.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. OLIVEIRA, Jaine H. H. Luiz de et al. Ácido clavulânico e cefamicina c: uma perspectiva da biossíntese, processos de isolamento e mecanismo de ação. Quím. Nova, v.32, n.8, p. 21422150, 2009. SILVA, P. Farmacologia. 8 ed. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2010.