Caso Clínico
Pneumonia Adquirida na
Comunidade
Apresentação:Aline Guimarães
Interna - Escola Superior de Ciências da Saúde
Coordenação: Lisliê Capoulade
www.paulomargotto.com.br
Brasília, 25 de junho de 2014
Anamnese
• Identificação:
E.C.F.C., 2 anos e 10 meses, Peso: 13,0 Kg
Natural de São Francisco - MG, procedente de
Santo Antônio do Descoberto – GO
– Informante:
M.R.A.F.C., 19 anos, mãe – boa
informante.
• QP:
“Febre e dor de ouvido”, há 4 dias.
Anamnese
• História da Doença Atual :
Mãe relata que há mais de 15 dias a criança iniciou
quadro de febre vespertina, aferida em 38-39°C,
associada a odinofagia e tosse expectorante.
Há 13 dias procurou atendimento hospitalar, quando
foi prescrito Benzetacil + Amoxicilina por 7 dias em
casa, com melhora do quadro.
Há 4 dias da admissão, criança começou a
apresentar febre não aferida e otalgia à direita.
Procurou atendimento médico, sendo prescrito
tópico otológico.
Anamnese
Evoluiu no dia de admissão hospitalar com
cansaço, persistência da febre e saída de
secreção purulenta do conduto auditivo
direito.
Procurou atendimento no HMIB no dia
16/05/14, com REG, febril ao toque e
irritada.
Anamnese
• ANTECEDENTES PESSOAIS
FISIOLÓGICOS:
– Mãe G1PN1A0, 7 consultas de pré-natal,
sorologias não constam no cartão;
– Nascida de parto normal a termo, de
gestação sem intercorrências;
– Dados do nascimento: P=3310g Comp=
49cm PC=35cm Apgar: 8/9.
Vacinação em dia.
Anamnese
• ANTECEDENTES PATOLÓGICOS
PESSOAIS:
– Mãe nega comorbidades, sintomatologia
prévia, internações, cirurgias, trauma;
– Nega alergias medicamentosa e alimentar.
Anamnese
• HÁBITOS DE VIDA E CONDIÇÕES
SOCIOECONÔMICAS:
– Reside em casa de alvenaria, 4 cômodos,
com os pais. Água encanada e saneamento
básico;
– Alimentação variada, em pouca quantidade;
– Sono regulado e reparador;
– Nega tabagismo passivo;
– Cachorro em casa.
Anamnese
• ANTECEDENTES FAMILIARES
– Pai 20 anos, eletricista, saudável;
– Mãe 19 anos, dona de casa, saudável;
– Nega comorbidades frequentes na família.
Exame Físico
Ectoscopia: REG, prostrada, irritada, hipocorada (+/4), hipo-hidratada,
anictérico, febril ao toque
FC: 160- 180 bpm; FR: 40 irpm; SatO2: 93-95%
AR: MVF presente, discretamente reduzido em ápice direito,
crepitações finas em base direita, taquidispneica leve com RSC, RIC,
sem retração de fúrcula e batimento de aleta nasal.
ACV: RCR em 2T, com BNF sem sopro, taquicárdica
ABD: Plano, RHA+, flácido, indolor, sem VMGs ou massas palpáveis
Pele: ausência de manchas e petéquias
Orofaringe: hiperemia difusa, exsudato purulento
Otoscopia: Esquerda normal/ Direita com otorréia purulenta
Ext: bem perfundidas (TEC <2 segundos) e sem edema.
Neurológico: Ausência de sinais meníngeos.
• Quais são as hipóteses diagnósticas?
• Quais exames complementares devem
ser solicitados?
Exames Complementares
• Foram solicitados:
– HC
– VHS
– Rx seios da face; tórax e Laurell
Exames Complementares
• Hb= 10,6/ Ht= 31,9 / Pqt 255000
Leuc= 16300 (91N/6B/85 S/6L/ M 3 )
VHS=96
• RX de tórax: Opacidade abrangendo todo lobo
superior direito. Infiltrado na base direita. Derrame
pleural à direita. Pulmão Esquerdo normal. Seio
costofrênico Esquerdo normal. Pequena quantidade
de líquido na grande cisura oblíqua.
• RX de tórax em decúbito lateral direito: linha de
derrame menor que 1cm
• RX dos SAF: Velamento das células etmoidais
bilateralmente. Espessamento mucoso discreto
maxilar direito. HD: Sinusite.
• Diante da clínica e dos exames
complementares, qual conduta a ser
tomada?
Conduta
• Prescrição:
– Dieta livre
– HV
– Ceftriaxone, EV , 650 mg 12x12h
– Dipirona SOS
– Salbutamol 3j 6x6h
Evolução
• 1º DIH:
– As 23:41:
Criança dormindo, com piora do padrão respiratório,
taquidispineica moderada/grave com TSC, TIC,
retração de fúrcula.
FR: 63 irpm
Criança encaminhada para box 20 para vigilância
clínica mais intensa, com O2 sob cateter nasal.
• 2º DIH: Criança evoluiu com melhora do quadro
de cansaço. Nega febre. Refere boa aceitação da
dieta. Eliminações fisiológicas presentes.
Evolução
• 3º DIH:
– As 2:19:
Criança evolui com piora do cansaço e queda da
saturação(89%).Apresenta também cianose perioral.
Permanece bastante irritada quando examinada.
CD: O2 sob máscara 8l/min – Após uso de máscara: satO2
100%, porém continua bastante irritada e chorosa
dificultando o exame. Restante da prescrição mantida.
– As 10:38:
Criança em uso de máscara com reservatório a 6l/min,
saturando 97%, sem uso de drogas vasoativas.
Taquidispneica leve, mas bem chorosa
– As 20:47:
Pico febril ás 15:00.
Evolução
• 4º DIH: Transferida para Ala A
– Cça hipoativa, chorosa, em uso de máscara de o2
com reservatório, 10l/min. Mãe alega 3 picos febris
durante a noite, aferidos, e que cederam ao uso de
dipirona. Alega melhora da dor em ouvido direito, e
pequena melhora do desconforto respiratório.
– CD:
- Ceftriaxone 1x/dia
- Suspenso salbutamol
- Mantido O2 sob máscara
- Nova radiografia agora, reavaliação;
- Atenção clínica e hemodinâmica
Evolução
• 4º DIH:
– RX torax PA/ Perfil / Laurell:
Consolidação parapneumônica no LSD, com
derrame pleural parapneumônico moderado.
Observa-se aparente aumento da coleção pleural
parapneumônica em relação ao exame de
16/05/14. Não há outros achados significativos.
Avaliada pela CIPE – solicitado USG
complementar.
Evolução
• 5º DIH:
– 3 picos febris aferidos na noite anterior, 3839ºc. Apresentou último pico febril às 3h.
– USG de HTD: Identifica-se empiema pleural
no hemotórax direito, com septos, debris,
medindo 3,9cm de profundidade na base,
2,8cm no terço médio. O lobo superior
apresenta volumosa condensação com
broncogramas aéreos.
Evolução
• 5º DIH:
– Realizada toracocentese com saída de
líquido citrino espesso (parapneumônico) e
coletado líquido para cultura. Após, procedido
a drenagem em selo d'agua (250 ml de selo)
com saída de cerca de 300 ml de secreção;
Procedimento sem intercorrências.
Evolução
• No 7º DIH (48h após introdução do dreno), a paciente
apresentou picos febris até 8º DIH, mantendo desconforto
respiratório.
– Solicitados novos exames complementares:
• Laboratório: HB: 10,0; HT:30,6; SB 30700 (1%meta/11%bast./72%seg); Plaq 318000; granulações tóxicas ++;
Ureia: 12; Cr: 0,4; Na: 136; K: 3,8; VHS: 112
• RX Tx: A opacidade no LSD está heterogênea, com imagens pequenas
hipertransparentes de permeio compatíveis com pneumatoceles. Há
pequeno pneumotórax anterior, apresentando infiltrado retículo nodular
na base do pulmão direito e lobo médio. Obliteração do seio
costofrênico direito. Espessamento e/ou derrame pleural a direita.
• USG HTD: Redução significativa do volume da coleção pleural
evidente em exame prévio (20/05/2014), medindo agora cerca de
1,7cm em sua maior espessura no aspecto basal posterior da cavidade
pleural. Persistem consolidações difusas, sendo questionável a
presença de pnuematoceles ou cavitações de permeio no lobo inferior
direito.
Evolução
• No 8º DIH, foi discutido com equipe da
Infectologia Pediátrica a troca de
Ceftriaxone (D7) por Cefepime
50mg/kg/dose 8/8h.
• No 9º DIH paciente permanece 24h
afebril. MVF rude, diminuído em ápice
direito, com crepitações finas mais
evidentes em terço médio. Presença
TSC/TIC e RF leve.
Pneumonia adquirida na
comunidade
Em pediatria
Definições
• Infecção do trato respiratório inferior
– é freqüentemente usado como sinônimo para incluir
bronquite, bronquiolite e pneumonia, ou qualquer
combinação dos três.
• Pneumonia e Pneumonite:
– qualquer condição inflamatória que afeta os pulmões,
que incluem a pleura visceral, tecido conjuntivo, vias
aéreas, alvéolos, e estruturas vasculares.
• Pneumonia será definida como uma condição
tipicamente associada com febre, sintomas
respiratórios, e as evidências do envolvimento
do parênquima, através de exame físico ou a
presença de infiltrados na radiografia de tórax.
UpToDate – Barson, WJ; Torchia, MM; Kaplan, SL; Pneumonia in children: Epidemiology,
pathogenesis, and etiology. Apr 2014; www.uptodate.com/store
Definições
• Pneumonia adquirida na comunidade
(PAC) é definida como uma infecção
aguda do parênquima pulmonar em um
paciente na comunidade.
• Pneumonia Nosocomial é definida como a
pneumonia que ocorre em até 15 dias
após a alta hospitalar ou após 48 horas de
uma internação hospitalar.
UpToDate – Barson, WJ; Torchia, MM; Edwards, MS, SL; Community-acquired pneumonia in children: Outpatient treatment. Apr
2014; www.uptodate.com/store e Schwartzmann PV, Volpe GJ, Vilar FC, Moriguti JC. Pneumonia comunitária e pneumonia
hospitalar em adultos. Medicina (Ribeirão Preto) 2010;43(3): 238-48 http://www.fmrp.usp.br/revista.
Epidemiologia
• 156 milhões de casos de pneumonia por ano no
mundo em crianças com idade até cinco anos;
• A pneumonia é uma importante causa de morte
em crianças, correspondendo a cerca de 19% das
causas de morte em menores de cinco anos;
• No Brasil:
– as infecções do aparelho respiratório inferior (IVAS)
constituem a 2ª causa de óbito em crianças <5 anos.
A mortalidade por PAC nos < 5 anos apresentou
redução no período de 1996 a 2003 – declínio na
taxa de mortalidade proporcional por IVAS em < 5
anos.
Ferreira S, Ribeiro JD, Sias SMA, Camargos PAM, Lotufo JPB, Mocelin HT, Souza ELS, Dias ALPA, Lundgren F, Vieira SE;
Pneumonia Adquirida na Comunidade na Infância: Epidemiologia e Etiologia; Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar. 31 de
janeiro de 2011.
Fatores de Risco
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•
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Desnutrição
Baixo peso ao nascer
Idade
Permanência em creche
Pneumonias prévias
Baixa imunidade
Ausência de aleitamento materno
Variáveis ambientais
Baixo nível sócio-econômico
Doenças Cardiopulmonares – doença cardíaca congênita,
displasia broncopulmonar, fibrose cística, Asma, doença falciforme,
Doenças neuromusculares , especialmente as associadas com uma
consciência deprimida, doenças gastrointestinais ,
imunodeficiências congênitas e adquiridas.
UpToDate – Barson, WJ; Torchia, MM; Kaplan, SL; Pneumonia in children: Epidemiology, pathogenesis,
and etiology. Apr 2014; www.uptodate.com/store
Etiologia
• S. pneumoniae é a causa bacteriana mais
comum de pneumonia em crianças
• Os vírus só representam 14 a 35% dos
casos, e até 50% dos casos em crianças
pequenas
– Os vírus são mais comumente identificados em
crianças < 5 anos
• Em crianças com > 5 anos, o Mycoplasma
pneumoniae e Chlamydophila (anteriormente
Chlamydia) pneumoniae são mais comuns
UpToDate; Barson, WJ, Kaplan, SL, Torchia, MM. Pneumonia in children: Epidemiology,
pathogenesis, and etiology. Apr 2014. www.uptodate.com/store.
Etiologia
Idade
Patógeno (ordem de frequência)
< 1 mês
Enterobactérias, Streptococcus grupos A e B,
Staphylococcus aureus, Ureoplasma
urealyticum, Pneumocisystis jiroveci, Chlamydia
trachomatis.
Vírus, Pneumonia Afebril da Infância (Chlamydia
Lactentes
trachomatis, Citomegalovírus, Mycoplasma hominis e
Ureaplasma urealyticum )
Infecção Bordetella pertussis severa também podem
desenvolver pneumonia.
<5 anos
Vírus, S. pneumoniae, H. influenzae tipo b, H.
influenza não tipáveis, Moraxella catarrhalis, S.
Aureus*, S. pyogenes e bactérias atípicas .
Etiologia
Idade
Patógeno
Maiores de S. pneumoniae, M. pneumoniae, C.
5 anos
pneumoniae.
Pneumonia ● Estreptococos anaeróbios (por exemplo,
Por
Peptostreptococcus )
Aspiração
● Fusobacterium spp
● Bacteroides spp
● Prevotella melaninogênica
UpToDate; Barson, WJ, Kaplan, SL, Torchia, MM. Pneumonia in children: Epidemiology, pathogenesis, and etiology.
Apr 2014. www.uptodate.com/store. E Joaquim Carlos Rodrigues, Fabíola Villac Adde, Luiz Vicente Ribeiro Ferreira
da Silva Filho; Doenças Respiratórias - 2ª edição - Coleção Pediatria do Instituto da Criança HC-FMUSP.
Quadro Clínico
• Pelo quadro clínico é difícil diferenciar
formas virais das bacterianas ou de outras
formas de pneumonia;
• Frequentemente precedidas por infecção
viral de vias aéreas superiores;
• Tosse e febre não são características;
Joaquim Carlos Rodrigues, Fabíola Villac Adde, Luiz Vicente Ribeiro Ferreira da Silva Filho;
Doenças Respiratórias - 2ª edição - Coleção Pediatria do Instituto da Criança HCFMUSP.
Quadro Clínico
• Pneumonia Bacteriana – febre alta, dor
abdominal e torácica, prostração,
dificuldade para se alimentar e tosse
produtiva;
• Pneumonia Viral – podem ter início
gradativo com cefaléia, mal-estar, tosse
não-produtiva e febre;
Joaquim Carlos Rodrigues, Fabíola Villac Adde, Luiz Vicente Ribeiro Ferreira da Silva
Filho; Doenças Respiratórias - 2ª edição - Coleção Pediatria do Instituto da
Criança HC-FMUSP.
Avaliação Clínica
• Estado Geral – capacidade para se
alimentar, vocalizar e ser consolado,
estado de consciência e presença de
cianose;
• Febre – é uma manifestação comum de
pneumonia em crianças;
UpToDate. William J Barson, Sheldon L Kaplan, George B Mallory, Mary M Torchia. Community-acquired
pneumonia in children: Clinical features and diagnosis. Apr 2014. www.uptodate.com/store
Avaliação Clínica
• Taquipnéia – é o sinal mais sensível e específico
de pneumonia confirmada radiologicamente em
crianças:
– As definições relacionadas com a idade da
Organização Mundial de Saúde de taquipnéia são os
seguintes:
● Com menos de dois meses: > 60 respirações / min
● Dois a 12 meses : > 50 respirações / min
● Um a 5 anos : > 40 respirações / min
● ≥ 5 anos : > 20 respirações / min
UpToDate. William J Barson, Sheldon L Kaplan, George B Mallory, Mary M Torchia.
Community-acquired pneumonia in children: Clinical features and diagnosis. Apr 2014.
www.uptodate.com/store
Avaliação Clínica
• Dificuldade respiratória – Sinais de
desconforto respiratório: taquipnéia,
hipoxemia (SatO2< 90%), aumento do
trabalho respiratório (tiragem intercostal,
subcostal, ou retrações supraesternal;
batimento de asa nasal; grunhidos, o uso
de músculos acessórios), apnéia e estado
mental alterado.
UpToDate. William J Barson, Sheldon L Kaplan, George B Mallory, Mary M Torchia.
Community-acquired pneumonia in children: Clinical features and diagnosis. Apr 2014.
www.uptodate.com/store
Avaliação Clínica
• Aparelho Respiratório – pode fornecer
pistas para o diagnóstico de pneumonia
e/ou potenciais complicações:
– Estertores ou crepitações, Egofonia,
Pectorilóquia Afônica;
– Diminuição MV
– Frêmito tóraco-vocal
– Macicez á percussão
UpToDate. William J Barson, Sheldon L Kaplan, George B Mallory, Mary M Torchia.
Community-acquired pneumonia in children: Clinical features and diagnosis. Apr 2014.
www.uptodate.com/store
Atenção
• Pneumonia afebril do lactente: instalação
insidiosa, iniciando com coriza ou
obstrução nasal, seguido por tosse, às
vezes com paroxismos de aspecto
coqueluchóide, taquipnéia leve ou
moderada e preservação do estado geral
(< 3 meses).
Joaquim Carlos Rodrigues, Fabíola Villac Adde, Luiz Vicente Ribeiro Ferreira da Silva
Filho; Doenças Respiratórias - 2ª edição - Coleção Pediatria do Instituto da Criança
HC-FMUSP
Exames Complementares
• Hemograma completo - não é necessário para as
crianças com infecção do trato respiratório inferior leve
que serão tratados em ambulatório. Normalmente é
realizado em bebês e crianças que necessitam de
internação hospitalar:
– Leucócitos:
• < 15.000 sugere uma etiologia não bacteriana, exceto no
paciente crítico, que também pode ser neutropenia e ter um
predomínio de células imaturas.
• > 15000 é sugestivo de doença bacteriana. No entanto, as
crianças com M. pneumoniae, influenza, adenovírus
pneumonia também pode ter WBC contagem > 15000
– Eosinófilos: eosinofilia periférica pode estar presente
em crianças com pneumonia afebril da infância,
normalmente causada por C. trachomatis .
UpToDate. William J Barson, Sheldon L Kaplan, George B Mallory, Mary M Torchia. Communityacquired pneumonia in children: Clinical features and diagnosis. Apr 2014. www.uptodate.com/store
Exames Complementares
• Reagentes de fase aguda – VHS, PCR, e procalcitonina
sérica (PCT), não precisam ser medidos rotineiramente em
crianças que serão tratadas ambulatorialmente. No
entanto, para aqueles com doença mais grave que requer
hospitalização, a medição dos reagentes de fase aguda
pode fornecer informações úteis para auxiliar a gestão
clínica:
– PCR: útil na distinção de pneumonia bacteriana e viral.
– PCT: mais específico do que PCR para diferenciar uma
infecção bacteriana de um processo viral
*Não devem ser utilizados como o único determinante
para distinguir entre as etiologias virais e bacterianas.
Úteis para seguir o curso da doença, a resposta à terapia
e na determinação de quando a terapia pode ser
interrompida.
UpToDate. William J Barson, Sheldon L Kaplan, George B Mallory, Mary M Torchia. Communityacquired pneumonia in children: Clinical features and diagnosis. Apr 2014. www.uptodate.com/store
Avaliação Radiográfica
• Confirma diagnóstico, avalia extensão e
identifica complicações;
• Baixa acurácia para identificar etiologia;
• Não deve ser feito para controle de cura.
UpToDate. William J Barson, Sheldon L Kaplan, George B Mallory, Mary M Torchia. Communityacquired pneumonia in children: Clinical features and diagnosis. Apr 2014. www.uptodate.com/store
Avaliação Radiográfica
• Opacidades alveolares e consolidação lobar
– Consolidações lobares habitualmente são
decorrentes de infecção bacteriana
• Opacidades associadas a espessamentos de
paredes brônquicas e atalectasias – infecção
viral ou por M. pneumoniae e C. pneumoniae
• Derrame pleural extenso indica etiologia
bacteriana.
UpToDate. William J Barson, Sheldon L Kaplan, George B Mallory, Mary M Torchia. Communityacquired pneumonia in children: Clinical features and diagnosis. Apr 2014. www.uptodate.com/store
Conduta
Indicações de internação
• Hipoxemia (SatO2< 90%)
• Desidratação ou incapacidade de manter a hidratação por via oral;
incapacidade para se alimentar ;
• Moderada a grave insuficiência respiratória : FR> 70 irpm para <12
meses de idade e > 50 irpm para cçs mais velhas; retrações;
batimento de asa nasal; esforço respiratório; apnéia
• Toxemia(mais comum em pneumonia bacteriana e pode sugerir um
curso mais grave)
• Comorbidades : doença cardiopulmonar, síndromes genéticas ,
distúrbios cognitivos, distúrbio metabólico, imunocomprometidos;
• Presença de complicações (derrame/empiema)
• A suspeita ou confirmação de que PAC é devido a um patógeno
com maior virulência , como o Staphylococcus aureus ou
estreptococo do grupo A
• Falha do tratamento ambulatorial (piora ou ausência de resposta em
48 a 72 horas)
UpToDate – Barson, WJ; Torchia, MM; Edwards, MS, SL; Community-acquired pneumonia in
children: Outpatient treatment. Apr 2014; www.uptodate.com/store
Tratamento Empírico
• Um atual estudo comparou a eficácia do tratamento empírico
com antibióticos de espectro estreito contra a terapia de
amplo espectro para crianças hospitalizadas com PAC sem
complicações. Na análise ajustada, o grupo de espectro
estreito teve uma permanência hospitalar 10 horas mais
curta. Não houve diferença significativa na duração do
oxigenoterapia, duração da febre ou readmissão. Comparado
com os agentes de amplo espectro, a cobertura antibiótica de
espectro estreito está associada a resultados similares.
Nossas descobertas suportam as recomendações nacionais
para o uso de antibióticos de espectro estreito em crianças
hospitalizadas com PAC.
Tratamento - domiciliar
Idade
Tratamento Inicial Falha de tratamento
2m a 5
anos
Amoxicilina
50 mg/Kg/dia
VO 12/12h
Amoxi+clavulanato
50mg/Kg/dia ou Cefuroxima 30
mg/Kg/dia VO 12\12h
6 a 18
anos
Amoxicilina
50 mg/Kg/dia
Amoxi+clavulanato 50
mg/Kg/dia VO 12/12h ou
Cefuroxima 30mg/Kg/dia
VO12/12h
Claritro ou
Azitromicina
Joaquim Carlos Rodrigues, Fabíola Villac Adde, Luiz Vicente Ribeiro Ferreira da Silva
Filho; Doenças Respiratórias - 2ª edição - Coleção Pediatria do Instituto da
Criança HC-FMUSP
Tratamento - hospitalar
Idade
Tratamento inicial
<2mese Ampicilina 200mg/Kg/dia IV 6/6h
s
+ Amicacina 15mg/Kg/dia IV
12/12h
Ou Genta 3 a 7,5mg/Kg/dia IV
8/8h
Falha terapeutica
Cefotaxima 100-200mg/Kg/dia IV
6/6h ou 8/8h ou
Ceftriaxone 100mg/Kg/dia IV
12/12h
2m a 5
anos
Penicilina cristalina
100.000UI/Kg/dia IV 4/4h
Ampicilina 200mg/Kg/dia IV 6/6h
Cefuroxima 100-150mg/Kg/dia IV
8/8h ou
Ceftriaxone 100mg/Kg/dia IV
12/12h
6 a 18
anos
Penicilina cristalina
100.000UI/Kg/dia IV 4/4h ou
Ampicilina
Cefuroxima 100-150mg/Kg/dia IV
8/8h ou
Ceftriaxone 100mg/kg/dia IV
12/12h
Claritromicina 15mg/Kg/dia VO ou
IV12/12h
Joaquim Carlos Rodrigues, Fabíola Villac Adde, Luiz Vicente Ribeiro Ferreira da Silva Filho; Doenças
Respiratórias - 2ª edição - Coleção Pediatria do Instituto da Criança HC-FMUSP
Complicações
• Pneumonias bacterianas são mais
propensas a complicações que envolvem
o trato respiratório, em relação as do que
as pneumonias bacterianas ou virais
atípicas.
• As complicações da pneumonia
bacteriana:
– derrame pleural, empiema , pneumatoceles ,
pneumonia necrotizante e abcessos
pulmonares.
UpToDate. William J Barson, Sheldon L Kaplan, George B Mallory, Mary M Torchia. Community-acquired pneumonia
in children: Clinical features and diagnosis. Apr 2014. www.uptodate.com/store
Complicações
• Derrame Pleural:
– Mais frequente;
– Deve ser investigado
quando há falha
terapêutica após 4872h de tratamento
adequado;
– Toracocentese
– Drenagem se
empiema ou derrame
pleural complicado.
UpToDate. William J Barson, Sheldon L Kaplan, George B Mallory, Mary M
Torchia. Community-acquired pneumonia in children: Clinical features and
diagnosis. Apr 2014. www.uptodate.com/store
Complicações
• Pneumonia necrosante:
– Pneumonia necrotizante, necrose e liquefação
do parênquima pulmonar , é uma complicação
grave de pneumonia adquirida na comunidade
(PAC);
– Causada por bactérias virulentas:
S.Pneumoniae (em especial do sorotipo 3 e
serogrupo 19), S. aureus e estreptococo do
grupo A;
– Considerado em uma criança com febre
prolongada ou aparência séptico
UpToDate. William J Barson, Sheldon L Kaplan, George B Mallory, Mary M Torchia. Community-acquired
pneumonia in children: Clinical features and diagnosis. Apr 2014. www.uptodate.com/store
Complicações
• Pneumatocele
• Abscesso
Pulmonar
Diretrizes Brasileiras em Pneumonias Adquirida na
Comunidade em Pediatria – 2007. J bras pneumol 33,
suppl1, São Paulo, April 2007.
Prevenção
• A prevenção da desnutrição, do baixo peso ao nascer
e do desmame precoce. Tabagismo - agravamento da
doença do trato respiratório inferior, particularmente
nos primeiros anos de vida.
• As vacinas têm papel inquestionável como medida de
prevenção em saúde. A imunização básica deve ser
realizada para todas as crianças e adolescentes.
• Para crianças saudáveis, a Sociedade Brasileira de
Pediatria recomenda a vacinação contra o vírus
influenza e a vacina conjugada heptavalente contra o
pneumococo.
Diretrizes Brasileiras em Pneumonias Adquirida na Comunidade em Pediatria – 2007. J bras
pneumol 33, suppl1, São Paulo, April 2007.
Obrigada!
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Caso Clínico:Penumonia adquirida na comunidade