ALINA DOS PASSOS BALANCED SCORECARDS E MAPAS ESTRATÉGICOS: PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO NO TCU Monografia de conclusão do curso de graduação em Sistemas de Informação PALMAS – TO 2004 ALINA DOS PASSOS Balanced ScoreCards e Mapas Estratégicos: Proposta de Implantação no TCU Monografia apresentada como requisito final da disciplina Prática de Sistemas de Informação II – Trabalho de Conclusão de Curso, do curso de Sistemas de Informação, orientado pelo Profº Fabiano Fagundes, M.Sc. Palmas - TO 2004 ALINA DOS PASSOS Balanced ScoreCards e Mapas Estratégicos: Proposta de Implantação no TCU Monografia apresentada como requisito final da disciplina Prática de Sistemas de Informação II – Trabalho de Conclusão de Curso, do curso de Sistemas de Informação, orientado pelo Profº Fabiano Fagundes, M.Sc. Aprovada em Dezembro de 2004. BANCA EXAMINADORA __________________________________ Profª Parcilene Fernandes Brito, M.Sc. Coordenadora do Curso Sistemas de Informação Centro Universitário Luterano de Palmas _________________________________ Prof. Fabiano Fagundes, M.Sc. Centro Universitário Luterano de Palmas __________________________________ Profª Thereza Padilha, M.Sc. Centro Universitário Luterano de Palmas PALMAS 2004 AGRADECIMENTOS Ao meu orientador, Profº Fabiano Fagundes, M.Sc., pelas lições de vida e experiências próprias presentes no decorrer de suas aulas, durante todo o curso de Sistemas de Informação; pelas "sessões de análise" naqueles momentos em que não só eu, mas muitos alunos se sentiram desanimados a continuar estudando; pelos comentários sinceros, nem sempre agradáveis, mas que alertavam a todos nós - alunos - sobre o que nos espera lá fora; pelas considerações colocadas; e o auxílio (e muito) ao longo deste trabalho. A mim mesma por acreditar na minha potencialidade, na minha competência para escolher meus próprios caminhos, por ter me realizado pessoalmente, por fazer as coisas com paixão, enfim . . . por eu ser feliz do jeito que eu sou. A Deus por todas as oportunidades que tem me dado. Se são boas ou más, compete a mim ver o lado bom de tudo. SUMÁRIO RESUMO.............................................................................................................................................................................2 ABSTRACT........................................................................................................................................................................3 1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................................................4 2. REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................................................................6 2.1. SISTEMAS DE GESTÃO ESTRATÉGICA ............................................................................................................. 6 2.2. BALANCED SCORECARD (BSC)....................................................................................................................... 7 2.2.1. As Quatro Perspectivas do Balanced Scorecard ................................................................................8 2.2.2. Construindo um Balanced Scorecard ...................................................................................................9 2.2.3. Considerações sobre o Balanced Scorecard .....................................................................................12 2.3. M APAS ESTRATÉGICOS DO BALANCED SCORECARD.................................................................................. 13 2.3.1. Elaboração de um Mapa Estratégico.................................................................................................14 2.3.1.1. Ajustando o Mapa Estratégico à Estratégia da Organização ............................................................ 16 2.4. A PLICAÇÕES DO BALANCED SCORECARD.................................................................................................... 18 2.5. CASOS DE USO DO BALANCED SCORECARD ................................................................................................ 18 2.5.1. Setor Privado ..........................................................................................................................................19 2.5.1.1. 2.5.1.2. 2.5.1.3. 2.5.1.4. 2.5.2. 2.5.2.1. 2.5.2.2. 2.5.3. 2.5.3.1. Caso Siemens.................................................................................................................................... 19 Caso Shell Brasil............................................................................................................................... 20 Caso Oxiteno..................................................................................................................................... 21 Caso Hospital 9 de Julho/SP ............................................................................................................. 21 Setor Público...........................................................................................................................................22 Caso Embrapa................................................................................................................................... 23 Caso Banco do Brasil........................................................................................................................ 25 Entidades Sem Fins Lucrativos............................................................................................................25 Caso Parceiros Voluntários............................................................................................................... 26 2.6. QPR SCORECARD - UM SOFTWARE PARA O BALANCED SCORECARD...................................................... 27 2.6.1. Trabalhando com o QPR Scorecard ...................................................................................................28 3. MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................................................................40 3.1. 3.2. 4. M ATERIAIS........................................................................................................................................................ 40 M ÉTODOS .......................................................................................................................................................... 40 RESULTADOS E DISCUSSÃO.........................................................................................................................41 4.1. GERENCIAMENTO PELAS DIRETRIZES (GPD): O SISTEMA DE GESTÃO UTILIZADO PELO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO...................................................................................................... 41 4.2. UTILIZAÇÃO DO GPD NO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO .................................................................... 42 4.3. IMPORTÂNCIA DO BALANCED SCORECARD PARA O TCU .......................................................................... 43 4.4. PROPOSTA DE UM BALANCED SCORECARD PARA O TCU .......................................................................... 44 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..............................................................................................................................62 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................................64 7. APÊNDICES ............................................................................................................................................................71 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 A ESTRUTURA DO BALANCED SCORECARD - FACILIDADE NA TRADUÇÃO DA ESTRATÉGIA EM TERMOS OPERACIONAIS [KALLÁS, 2003]............................................................. 9 FIGURA 2 INFRA-ESTRUTURA NECESSÁRIA À MONTAGEM DO MAPA ESTRATÉGICO [KAPLAN & NORTON, 2004] ........................................................................................................................... 15 FIGURA 3 ESTRUTURA DE UM MAPA ESTRATÉGICO BÁSICO PARA ORGANIZAÇÕES DO SETOR PRIVADO [NORTON, 2004]............................................................................................................... 17 FIGURA 4 INICIANDO O SERVIDOR DE GERENCIAMENTO DE USUÁRIO................................. 29 FIGURA 5 JANELAS DOS SERVIDORES DE GERENCIAMENTO DE USUÁRIO E DE APLICAÇÃO DO SCORECARD........................................................................................................................ 29 FIGURA 6 TELA DE ABERTURA DO QPR SCORECARD........................................................................ 30 FIGURA 7 BALANCED SCORECARD DO GRUPO DENTOREX: AS PERSPECTIVAS BÁSICAS, OS OBJETIVOS E AS ESTRATÉGIAS............................................................................................................ 31 FIGURA 8 DETALHES A SEREM INFORMADOS SOBRE CADA OBJETIVO, MEDIDA OU INDICADOR CRIADOS...................................................................................................................................... 32 FIGURA 9 ABA SÉRIES E AS INFORMAÇÕES CORRESPONDENTES.............................................. 33 FIGURA 10 - ABA VALORES E INFORMAÇÕES CORRESPONDENTES.............................................. 34 FIGURA 11 - ABA INDICADOR E INFORMAÇÕES CORRESPONDENTES........................................... 35 FIGURA 12 - ABA GRÁFICO E INFORMAÇÕES CORRESPONDENTES. .............................................. 36 FIGURA 13 - PROPRIEDADES DO GRÁFICO DA FIGURA ANTERIOR................................................ 37 FIGURA 14 - DEFINIÇÕES RELATIVAS À ESTRATÉGIA EMPREGADA PELA EMPRESA............ 37 FIGURA 15 - MAPA ESTRATÉGICO DO GRUPO DENTOREX.................................................................. 38 FIGURA 16 - VISÃO DE SCORECARD DO GRUPO DENTOREX ............................................................... 38 FIGURA 17 - VISÃO DO MAPA ESTRATÉGICO DO GRUPO DENTOREX............................................ 39 FIGURA 18 - RELAÇÃO ENTRE AS PERSPECTIVAS DO BSC E OS OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DO TCU. 47 FIGURA 19 - VISÃO DA ESTRUTURA DO BALANCED SCORECARD NO APLICATIVO QPR SCORECARD.......................................................................................................................................................... 59 FIGURA 20 - VISÃO DO SCORECARD TCU NO APLICATIVO QPR SCORECARD. ............................ 60 FIGURA 21 - VISÃO DO MAPA ESTRATÉGICO PARA O TCU NO APLICATIVO QPR SCORECARD.......................................................................................................................................................... 61 LISTA DE TABELAS TABELA 1 DEFINIÇÕES DO PLANO ESTRATÉGICO 2003/2007, DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO [PLANO ESTRATÉGICO, 2003] ................................................................................................ 44 LISTA DE APÊNDICES APÊNDICE 1 - ESTRUTURA BÁSICA DE UM BALANCED SCORECARD NUMA EMPRESA DO SETOR PRIVADO APÊNDICE 2 - EXEMPLO DE UM BALANCED SCORECARD EM EMPRESA DO SETOR PRIVADO (CONSUMER BANK) APÊNDICE 3 - PROPOSTA DE UMA BALANCED SCORECARD INSTITUCIONAL PARA O TCU APÊNDICE 4 - MAPA ESTRATÉGICO DA REAL POLÍCIA MONTADA CANADENSE (RCMP) [KAPLAN & NORTON, 2004] APÊNDICE 5 - MAPA ESTRATÉGICO DA ADMINISTRAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO (EDA) DO DEPARTAMENTO DE COMÉRCIO DOS ESTADOS UNIDOS [KAPLAN & NORTON, 2004] RESUMO Este trabalho trata da proposta de implantação de um novo sistema de gestão estratégica no setor público, visando o alcance do objetivo de sua existência: SERVIR À POPULAÇÃO, já que outros sistemas foram implantados sem que o objetivo final pudesse ser atingido com qualidade, tempestividade e na sua totalidade. Uma vez que o Balanced Scorecard, o sistema de gestão estratégica desenvolvido por Robert Kaplan e David Norton, apresenta uma forma de gerenciamento e medição de indicadores outros, que não apenas os financeiros, tais como pessoas (clientes, colaboradores, acionistas, etc.), conhecimento e aprendizado, processos internos, informações, etc., torna-se interessante a aplicação desta solução a instituições que não visem lucro, como é o caso do setor público e das entidades sem fins lucrativos. Desta forma, foi feito um estudo sobre o sistema de gestão Balanced Scorecard e em quê ou de que forma a implantação deste sistema pode contribuir positivamente no alcance de objetivos que visem o bem-estar da população, seja dando a ela as informações de que necessita ou os benefícios que lhe são devidos pelo Estado. 2 ABSTRACT This work deals with the implantation proposal of a new system of strategical management in the public sector, aiming at the reach of the objective of its existence: TO SERVE the POPULATION, since other systems had been implanted without that the final objective could be reached with quality, well-timed and in its totality. A time that the Balanced Scorecard, the system of strategical management developed by Robert Kaplan and David Norton, presents a form of management and measurement of pointers others, that not only the financiers, such as people (customers, collaborators, stakeholders, etc.), internal knowledge and learning, processes, information, etc., become interesting the application of this solution the institutions that do not aim at profit, as it is the case of the public sector and the entities without lucrative ends. Of this form, a study on the system of management Balanced Scorecard was made and in what or of that it forms the implantation of this system can contribute positively in the reach of objectives that aim at well-being of the population, either giving them information to it whom it needs or the benefits that must to it by the State. 3 1. INTRODUÇÃO O serviço público neste país, como em outras partes do mundo, não visa lucro, mas sim o cumprimento da missão que lhes é inerente, ou seja o motivo para o qual foram criados. Esta missão deve ser respeitada, cumprida e trazer os benefícios esperados à população do país, do estado, do município, enfim à sua área de cobertura e/ou abrangência. No entanto, o serviço público sempre foi mau visto pela população - seu principal cliente. Alguns dos motivos são: a) o não cumprimento de sua missão; b) os resultados/benefícios não chegam à população; c) o mau atendimento dos clientes pelos servidores dos órgãos/empresas públicas; d) a falta de conhecimento e, principalmente, de comprometimento por parte destes mesmos servidores com a missão do órgão/empresa pública; entre outros. O Balanced ScoreCard é um instrumento de gestão baseado em uma abordagem estratégica a longo prazo, cuja implantação em uma organização permite a visão compartilhada dos objetivos que se espera atingir em todos os níveis desta e da estratégia a ser utilizada. Este sistema de gestão propõe que se analise a organização sob quatro dimensões: financeira, clientes, processos internos, e aprendizagem e conhecimento/inovação. Esta forma de gestão torna-se especialmente interessante em modelos de organização que não são, necessariamente, voltadas para o aspecto lucro (financeiro), a exemplo das empresas públicas. Desta forma, apresenta-se como um modelo possível de ser aplicado em uma instituição como o Tribunal de Contas da União - TCU, por exemplo. A relevância deste trabalho está em apresentar mais uma proposta de Balanced Scorecard para o serviço público, visando influenciar a alta cúpula dos órgãos - primeiros interessados e cuja participação e comprometimento são fundamentais para o sucesso do 4 modelo - a aplicarem o sistema nos seus locais de trabalho, uma vez que os benefícios à população são devidos, independentemente das alterações governamentais que sempre ocorrem, e esta - a população - deve recebê-los tempestivamente e com qualidade. Desta forma, são objetivos deste trabalho: a) Analisar os conceitos relacionados ao Balanced ScoreCard b) Analisar os processos do TCU nas dimensões propostas pelo modelo; e c) Propor formas de aplicar o Balanced ScoreCard no TCU. Nas próximas páginas serão analisados os conceitos relativos e os relacionados ao Balanced Scorecard, tais como os mapas estratégicos resultantes da implantação desse sistema de gestão estratégica. Também será analisada a solução em tecnologia da informação, apresentada pela empresa QPR Software Plc. que, em meados de 1998, inseriu no mercado o QPR - hoje na sua versão 7, que engloba os aplicativos QPR ScoreCard e QPR ProcessGuide. 5 2. REVISÃO DE LITERATURA Num mundo onde a competição tornou-se globalizada, não bastam apenas preços e/ou custos mais baixos, ou melhor qualidade dos produtos. As pessoas (parte integrante dos ativos intangíveis de uma empresa) envolvidas na produção, e no resultado desta, tornaram-se mais conscientes de suas necessidades: precisam de uma boa infra-estrutura ambiental, informações relevantes, de melhor e maior capacitação técnica para produzirem produtos de qualidade, com um custo menor, para ser repassado por um preço competitivo a um mercado mais sensível e exigente. Satisfazendo o mercado, o retorno financeiro aos acionistas é certo. Entretanto, para se chegar a esse nível de satisfação global, tornou-se necessário modificar o sistema de gestão, até então voltado exclusivamente a preços, custos ou qualidade, para um sistema que gerencie também as necessidades das pessoas envolvidas (acionistas, clientes, colaboradores) e suas habilidades, lealdade, flexibilidade, motivação, etc.; a informação utilizada e produzida; os bancos de dados utilizados; a inovação de processos. Tornou-se necessário gerenciar tudo ao mesmo tempo com a mesma dedicação. 2.1. Sistemas de Gestão Estratégica Hoje existem dezenas de sistemas de gestão derivados de algum sistema básico, ou oriundos da adaptação de um ou mais sistemas às necessidades de determinadas empresas. São sistemas de gestão que gerenciam finanças, pessoas, processos, clientes, a exemplo do Economic Value Added (EVA); o Customer Management (CRM); a “Voz do Cliente” ou Desdobramento da Função Qualidade; Seis Sigma; Lean Manufacturing ou Sistema Enxuto de Produção; Gerenciamento por Objetivos; Gerenciamento por 6 Competências; Gerenciamento por Atividades; entre outros. Alguns sistemas podem auxiliar a gestão da estratégia, seja na etapa de implementação ou na de controle, tais como: o Gerenciamento por Objetivos, a Gestão pela Qualidade Total (TQM), a Reengenharia, o Custeio Baseado em Atividades. Existem, entretanto, alguns sistemas mais adequados ao gerenciamento estratégico, como o Balanced Scorecard (BSC) e o Gerenciamento Pelas Diretrizes (GPD) que propõem a implementação, avaliação e controle da estratégia [REDI, 2003]. 2.2. Balanced Scorecard (BSC) O Balanced Scorecard (BSC) foi desenvolvido na década de noventa, por Robert S. Kaplan e David P. Norton, com a finalidade de ser um sistema para mensuração do desempenho dos ativos intangíveis das empresas (novos produtos ou produtos em fase de produção; processos inovadores; habilidades, motivação e flexibilidade dos funcionários; lealdade dos clientes; bancos de dados; sistemas, etc.). Tendo em vista as mudanças no mercado - por exemplo: clientes mais esclarecidos e seletivos, que exigem desempenho notável - as empresas, as organizações do setor público e as entidades sem fins lucrativos precisaram alterar sua cultura interna, de modo a não perderem e, no mínimo, acompanharem o mercado. Para isso, buscou-se definir com clareza qual a Missão, a Visão e a Estratégia de suas instituições, uma vez que o Balanced Scorecard vai trabalhar a implementação, a avaliação e o controle da estratégia para o alcance da missão, com conseqüente mudança na forma como a empresa é vista, interna e principalmente externamente. Ao repassarem isso aos seus colaboradores (funcionários, servidores, voluntários, etc.) perceberam que estes não sabiam como trabalhar de maneira mais eficiente e eficaz para alcançar, com as novas estratégias, o sucesso desejado pela instituição. Os executivos, então, reviram seus atos de gestão, modificando-os, criando novos, excluindo outros, de tal forma que acabaram por desenvolver novos sistemas para a gestão das estratégias, usando o Balanced Scorecard. Finalmente o Balanced Scorecard tornou-se um sistema de gestão estratégica muito mais abrangente que o projeto original [KAPLAN & NORTON, 2004], cujos objetivos principais são: 7 - Esclarecer e traduzir a visão e a estratégia; - Comunicar e associar objetivos e medidas estratégicas; - Planejar, estabelecer metas e alinhar iniciativas estratégicas; e - Melhorar o feedback e o aprendizado estratégico [KAPLAN & NORTON, 1997]. A possibilidade de se atingir estes objetivos ao utilizar o Balanced Scorecard será visualizada no decorrer da apresentação dos conceitos relacionados ao mesmo, bem como da sua aplicação, como proposta. 2.2.1. As Quatro Perspectivas do Balanced Scorecard Segundo Kaplan & Norton [1997], os indicadores financeiros de uma organização contam sua história passada. Nos dias de hoje, apenas esses indicadores não são suficientes para orientar e avaliar a trajetória de uma empresa na geração de valor futuro, investindo em clientes, fornecedores, funcionários, processos, tecnologia e inovação. O Balanced Scorecard é um sistema de gestão estratégica que preserva os indicadores financeiros tradicionais, permitindo complementá-los com os demais indicadores necessários, porque os objetivos e medidas do scorecard derivam diretamente da Visão e da Estratégia da empresa, focalizando o desempenho organizacional sob quatro perspectivas: a) Financeira (ou Fiduciária, se aplicado ao serviço público ou entidades sem fins lucrativos); b) Do Cliente; c) Dos Processos Internos; d) Do Aprendizado e do Crescimento Essas quatro perspectivas formam a estrutura do Balanced Scorecard. 8 FIGURA 1 - A estrutura do Balanced Scorecard - facilidade na tradução da estratégia em termos operacionais [KALLÁS, 2003]. Observa-se, na Figura 1 acima, como os objetivos e medidas derivam da visão e da estratégia, e a forma balanceada de se usar indicadores financeiros e não-financeiros, estabelecendo-se relações de causa e efeito entre eles, as quais serão posteriormente descritas em mapas estratégicos. Portanto, o Balanced Scorecard cria condições para que se alinhem todos os recursos organizacionais em prol do foco maior, que é a implementação da estratégia, ou seja, a implementação de um conjunto de ações que a organização pretende utilizar para atingir seus objetivos. 2.2.2. Construindo um Balanced Scorecard Para se construir um Balanced Scorecard é preciso ter em mente que esta é uma iniciativa top-down, ou seja, de cima para baixo, da alta administração ao chão de fábrica, e que, para ter sucesso, deve haver participação e comprometimento da alta administração e seus executivos [COUTINHO, 2004; OLIVEIRA, 2004a; OLIVEIRA, 2004b]. Inicialmente, a organização deve mobilizar seus líderes para a transformação, obtendo o consenso de todos sobre os motivos para se desenvolver um scorecard, 9 identificando, em comum acordo, os principais propósitos do projeto, ou seja, traduzir a missão e a estratégia da organização - de forma que todos possam compreendê-las - em objetivos estratégicos específicos [OLIVEIRA, 2004a]. Ainda nessa primeira fase, deve ser obtido o consenso sobre os seguintes itens [COUTINHO, 2004]: a) estabelecimento de metas financeiras; b) elucidação do segmento de cliente e de mercado a que se está competindo; c) identificação dos objetivos e medidas para os processos internos (principal inovação e benefício do Balanced Scorecard); d) identificação dos processos internos críticos, visando um desempenho superior perante clientes e acionistas; e) identificação de metas de aprendizado e crescimento, que expõem os motivos para investir na reciclagem de funcionários, na tecnologia existente e nos sistemas de informações gerenciais. Num segundo momento, a organização deve definir o arquiteto do projeto, aquela pessoa que será a responsável pela organização, filosofia, metodologia e desenvolvimento do scorecard. A partir daí, podem ser seguidas quatro etapas para auxiliar na construção de um Balanced Scorecard útil [OLIVEIRA, 2004a]. São elas: Etapa 1: Definição da Arquitetura de Indicadores. - selecionar a empresa do grupo mais adequada à implantação do Balanced Scorecard, de forma a facilitar a criação de medidas agregadas ao desempenho financeiro; - identificar e analisar as relações entre a unidade escolhida e as demais unidades da corporação, além da estrutura divisional e corporativa. Para esta última tarefa, os executivos são entrevistados, objetivando-se as seguintes informações: a) os objetivos financeiros estabelecidos para a unidade (crescimento, lucratividade, fluxo de caixa, volumes de extração, etc.); b) os temas corporativos mais importantes (meio ambiente, segurança, políticas funcionais, relacionamento com a comunidade, qualidade, competitividade em 10 preços, inovação, etc.); e c) relações com outras unidades (clientes comuns, competências essenciais; oportunidades de abordagens integradas a clientes; relacionamento com fornecedores e clientes internos, etc.). Etapa 2: Consenso em Função dos Objetivos Estratégicos. - Entrevistar os executivos para obter informações quanto a objetivos estratégicos, idéias preliminares da organização para as medidas do Balanced Scorecard, estratégia organizacional. Na entrevista, é explicado o conceito de Balanced Scorecard, tiradas dúvidas e informado como a estratégia da empresa será traduzida em objetivos e medidas para o Balanced Scorecard. - Compilar as informações recebidas, selecionar as questões mais importantes, e preparar uma relação preliminar de objetivos e medidas nas quatro perspectivas do Balanced Scorecard, material este que servirá de base para apresentar à cúpula da empresa. - Apresentar à cúpula da empresa as informações compiladas, discutindo-se os objetivos individualmente, de forma a identificar quais os que permanecerão. Em geral, de três a quatro objetivos para cada perspectiva, com descrição detalhada e respectiva lista de indicadores. Etapa 3: Escolha e Elaboração dos Indicadores. - Realização de reuniões com subgrupos, objetivando: a) refinar a descrição dos objetivos estratégicos, segundo as intenções expressas na reunião com o corpo de executivos; b) para cada objetivo, identificar o(s) indicador(es) que melhor capte(m) e comunique(m) a intenção do objetivo; c) para cada indicador, identificar as fontes de informações necessárias e as ações essenciais para tornar essas informações acessíveis; d) para cada perspetiva, identificar as relações críticas entre os indicadores dessa perspectiva, e entre ela e as outras perspectivas do scorecard, identificando de que maneira cada medida influencia a outra. - Apresentação para a alta administração, e demais executivos, visando debater a 11 visão, a estratégia, os objetivos e indicadores experimentais da organização, dando início ao desenvolvimento de um plano de implementação. Etapa 4: Elaboração do Plano de Implementação. - desenvolver o plano de implementação do Balanced Scorecard. Os líderes dos subgrupos criados na primeira tarefa da Etapa 3 formalizarão as metas de superação e desenvolverão o plano de implementação, incluindo a forma como os indicadores se vinculam aos bancos de dados e sistemas de informações, comunicando o Balanced Scorecard a toda a organização, incentivando e facilitando o desenvolvimento de métricas de segundo nível para as unidades. - Equipe executiva se reúne para a decisão final sobre visão, objetivos, indicadores desenvolvidos, e para validar as metas de superação propostas. O resultado dessa reunião é o alinhamento das várias iniciativas de mudanças da unidade aos objetivos, indicadores e metas do Balanced Scorecard. - finalizar o plano de implementação, a ser integrado ao sistema gerencial da organização. Um projeto típico de introdução do Balanced Scorecard em uma organização pode durar 16 semanas. O Apêndice 1 traz um exemplo básico de Balanced Scorecard de uma empresa do setor privado. Já o Apêndice 2 apresenta o Balanced Scorecard de uma instituição financeira particular. 2.2.3. Considerações sobre o Balanced Scorecard Implantar o Balanced Scorecard não é garantia de sucesso. Segundo Redi [2003], "os índices de sucesso da implantação da estratégia são muito reduzidos, girando em torno dos 10% a 30%. Um estudo da revista Fortune, em 1999, mostrou que na maioria dos casos, os fracassos não são decorrentes de uma estratégia ruim ou mal formulada, mas da má execução da mesma.", a menos que sejam compreendidos e seguidos quatro fatores de grande importância [MONTEIRO, 2003]: a) manter o foco na visão estratégica, com a utilização de um número limitado de 12 indicadores; b) fornecer a base para o sucesso presente e futuro ao informar o caminho a ser seguido e o modo adequado de melhorar o desempenho; c) incentivar o alcance de metas sem provocar desequilíbrios entre os potenciais fatores de sucesso; d) e promover a integração de programas de melhoria, tais como: reengenharia, TQM gerenciamento pela qualidade total, etc. Mesmo assim, diversos autores ainda apontam limitações no uso do Balanced Scorecard [MONTEIRO, 2003], em virtude de causas como: a) ineficiência do Balanced Scorecard devido a efeitos de interpretação/problemas de comunicação; b) prioridade de indicadores financeiros sobre os não-financeiros; c) estratégia equivocada; d) stakeholders não contemplados em nenhuma das quatro perspectivas; ou ainda e) a formulação do Balanced Scorecard depender do poder relativo dos vários grupos envolvidos. Porém, mesmo com todos estes entraves, o Balanced Scorecard vem sendo largamente implantado, tanto no Brasil como no resto do mundo, o que leva a acreditar que está havendo sucesso na solução desses obstáculos. 2.3. Mapas Estratégicos do Balanced Scorecard Com o Balanced Scorecard nasceram os mapas estratégicos, uma ferramenta que auxilia no direcionamento dos passos a serem seguidos para o alcance dos objetivos finais. Cinco princípios gerenciais podem ser seguidos para orientação à estratégia [KAPLAN & NORTON, 2004]: a) traduzir a estratégia em termos operacionais; b) alinhar a organização à estratégia; c) transformar a estratégia em tarefa de todos; d) converter a estratégia em processo contínuo; e e) mobilizar a mudança por meio de liderança executiva. 13 Assimiladas as perspectivas do Balanced Scorecard e as questões inerentes a cada uma delas; definidos os objetivos da empresa e as medidas para alcançá-los; e entendidos os cinco princípios para a orientação à estratégia, constrói-se facilmente um mapa estratégico, considerando-se que o Balanced Scorecard e o mapa estratégico devem contar a história da estratégia da empresa: a história que a diferencia dos demais concorrentes. 2.3.1.Elaboração de um Mapa Estratégico O mapa estratégico é um diagrama que descreve a estratégia mediante a identificação das relações de causas e efeitos entre os objetivos, nas quatro perspectivas do Balanced Scorecard, explicitando quais medidas são necessárias ao alcance de cada objetivo proposto, bem como os indicadores que serão utilizados para o monitoramento da execução destas medidas, e ainda quais as iniciativas de cada setor envolvido para o cumprimento das medidas. Enquanto a estratégia descreve como criar valor para os acionistas, clientes, cidadãos, o mapa estratégico mostra como a estratégia liga os ativos intangíveis a processos que criam esse valor [KAPLAN & NORTON, 2004]. A infra-estrutura para a elaboração de um mapa estratégico é apresentada na Figura 2 abaixo: 14 FIGURA 2 - Infra-estrutura necessária à montagem do Mapa Estratégico [Kaplan & Norton, 2004] A Figura 2 acima demonstra os passos a serem seguidos por uma organização que deseja implantar mudanças com o uso do Balanced Scorecard. Numa primeira fase, a entidade precisa saber qual sua missão, o porque de sua existência, para quê foi criada; em seguida definir o que é importante para si; depois o que pretende ser no futuro - a longo prazo; por fim, a estratégia, isto é, de que forma pretende ser o que deseja, 15 respeitando seus valores e sem deixar de cumprir a missão para a qual foi criada. O mapa estratégico aparece na segunda fase, quando a estratégia será descrita detalhadamente, para cada setor envolvido. O Balanced Scorecard aparece como sistema de mensuração, selecionando indicadores focados na estratégia. Numa terceira fase, as metas e iniciativas de cada setor são definidas, identificando-se as relações de causa e efeito, e atribuindo-se responsabilidades, eventualmente até mesmo as individuais. Na fase final, encontram-se os resultados estratégicos propostos e efetivamente esperados, lembrando que o sucesso desta fase está ligado ao alinhamento dos ativos intangíveis com a estratégia da empresa, estando implícito que a comunicação da estratégia deve ter sido feita com clareza, de forma que ela seja entendida como tarefa de todos e que é um processo contínuo. 2.3.1.1. Ajustando o Mapa Estratégico à Estratégia da Organização Michael E. Porter, do Institute for Strategy and Competitiveness, argumenta: "O encaixe estratégico entre muitas atividades é fundamental para gerar e sustentar a vantagem competitiva, uma vez que é mais difícil para os concorrentes enfrentar um conjunto de atividades entrelaçadas, do que simplesmente imitar determinadas abordagens da força de vendas, emular novas tecnologias de processo, replicar algumas características dos produtos, etc.. Posições baseadas em sistemas de atividades são mais sustentáveis que as construídas sobre atividades individuais" [Porter apud Kaplan & Norton, 2004]. Com esta afirmação compreendida, inicia-se a construção de um mapa estratégico básico, ajustando-o à estratégia da empresa. O Balanced Scorecard se inicia com uma descrição da estratégia, que é o Mapa Estratégico. O mapa estratégico é um conjunto de relações de causa e efeito. 16 Perspectiva Estratégias Financeira Estratégia de Crescimento Estratégia de Produtividade Do Cliente Excelência Operacional Intimidade com Cliente Produto Líder Dos Processos Internos Inovação Valor Excelência Operacional Boa Vizinhança Do Aprendizado e do Crescimento Competências Estratégicas Tecnologias Estratégicas Ambiente (clima) para Ação FIGURA 3 - Estrutura de um Mapa Estratégico básico para organizações do setor privado [NORTON, 2004] A Figura 3, acima, representa um mapa estratégico básico para as organizações do setor privado. Entretanto, ele pode ser facilmente adaptado, tanto para empresas dos mais diversos ramos de atividades, como para o setor público e entidades sem fins lucrativos. O esquema nos mostra, ainda, como proceder na construção de um mapa estratégico. Iniciado (o mapa estratégico) pela estratégia financeira, verifica-se que esta é uma combinação de duas estratégias: uma de crescimento e outra de produtividade. A estratégia de crescimento é direcionada por uma proposta exclusiva de valor para o cliente, com base em excelência operacional, seja estratégia de preço baixo e alta qualidade; de relacionamento íntimo; ou ainda de inovação de produtos; cada uma delas implica na importância que será dada a coisas diferentes - um conjunto de regras específicas para se atingir cada objetivo. No nível dos Processos Internos, identificam-se esses conjuntos de regras. Há um conjunto para se atingir a excelência operacional; outro para se atingir um melhor e mais íntimo relacionamento com o cliente; outro para ser o líder de mercado; também há um conjunto de regras para administrar o relacionamento com as agências reguladoras e a 17 própria comunidade de trabalho. O nível quatro apresenta as competências e tecnologias necessárias, bem como o clima que a organização requer para executar sua estratégia. 2.4. Aplicações do Balanced Scorecard O Balanced Scorecard foi criado para uso em empresas cujas atividades geram valores financeiros. Entretanto, apenas uma das fases do Balanced Scorecard é voltada para finanças; as demais estão voltadas para as pessoas (clientes, acionistas, funcionários, colaboradores), a informação (bancos de dados, sistemas, etc.) e o aprendizado e crescimento. Assim, o Balanced Scorecard tem imensas chances de ser aplicado em instituições que não estão voltadas ou não geram valores financeiros, como é o caso do setor público e das organizações não-governamentais, especialmente ao se considerar que os maiores bens dessas instituições são intangíveis (pessoas, informação, aprendizado e crescimento, etc.) e que a missão está voltada - em geral - para servir ao próximo, ao país, ou a quem quer que seja, visando o alcance de seus objetivos com qualidade, menor custo, maior agilidade, entre outros. Então, todas elas têm processos a serem seguidos, têm pessoas envolvidas nesses processos, há informações sendo usadas e outras sendo geradas, e há a cultura das instituições, das pessoas envolvidas e dos seus clientes potenciais (os beneficiários). Assim, de acordo com as suas características, o Balanced Scorecard pode ser usado em qualquer tipo de organização, seja ela do setor privado, público ou sem fins lucrativos. Monteiro [2003] afirma que "... as empresas inovadoras usam o Balanced Scorecard para administrar a estratégia em longo prazo, bem como viabilizar os processos gerenciais críticos”. 2.5. Casos de Uso do Balanced Scorecard Nas páginas que se seguem, alguns casos de implantação de Balanced Scorecard serão apresentados, englobando informações sobre o porque da implantação desse sistema 18 de gestão, como foi implantado e os resultados dessa iniciativa. 2.5.1.Setor Privado Da literatura disponível sobre o assunto, verifica-se que o Balanced Scorecard tem sido aplicado nos mais diversos tipos de organizações do setor privado, o que enriquece sobremaneira as técnicas de gestão originais. Algumas empresas que inovaram na área de gestão da estratégia com o Balanced Scorecard foram: American Diabetes Association; Bank of Tokyo-Mitsubishi HQA; Boston Lyric Opera; Fulton Country School System; Tata Auto Plastics; Teach for America; Thomson Financial; Thornton Oil; Volvofinans, University of California - Berkeley Administrative Services, Shell International [Kaplan & Norton, 1997]. No Brasil, estima-se que seja utilizado por cerca de 40 das 500 maiores empresas do país, entre elas: Shell Brasil; Siemens; Oxiteno; Aracruz Celulose S/A; Companhia Suzano de Papel e Celulose S/A; Grupo Gerdau; Interchange Serviços S/A; Unibanco; Ernst & Young; Natura Cosméticos; Alcoa, etc. [Hospital 9 de Julho, 2004]. 2.5.1.1. Caso Siemens A Siemens ICM Mobile trabalha com soluções em telefonia móvel, um ramo em expansão e altamente competitivo. Utiliza tanto o Balanced Scorecard como o Gerenciamento Pelas Diretrizes (GPD) na implementação de sua estratégia.. A alta administração desejava conectar suas diretrizes estratégicas à rotina operacional e selecionou o Balanced Scorecard, integrando-o ao GPD e ao Seis Sigma, e em um ano, a Siemens conseguiu: a) alinhar sua estratégia da alta administração até o chão de fábrica; b) tornar a execução da estratégia uma tarefa de todos; c) aumentar em 76% suas vendas; e d) em 127% seus lucros [Redi, 2003]. Os painéis Balanced Scorecard foram construídos no nível das Unidades de Negócio (em torno de 29000), e realizado em workshops, o que durou entre 3 e 4 meses. As etapas utilizadas, da formulação até a implementação da estratégia, foram [Redi, 2003]: 19 1 – Análise da situação atual e diagnóstico do negócio; 2 – Desenvolvimento da estratégia; 3 – Operacionalização da estratégia; 4 – Operação. David Norton, presidente da Balanced Scorecard Collaborative, resume como os diversos mecanismos atuam juntos na Siemens: ”a Siemens usa o Balanced Scorecard exatamente no topo da organização para esclarecer as prioridades estratégicas, este é o processo 1. O processo 2 é o cascateamento, onde usa a abordagem catchball para descer (a estratégia) e personalizar (as metas e ações). E, por fim, o processo 3 é o Seis Sigma, que basicamente identifica (...) as iniciativas que serão realizadas para fazer isto acontecer (...), e o que a Siemens fez foi deixar de confundir as pessoas com 3, 4 ou 5 processos e colocar tudo sob um único nome e operacionalizar isto em um único programa...poderoso” [Norton apud Redi, 2003]. 2.5.1.2. Caso Shell Brasil A Shell Brasil produz e comercializa produtos de petróleo, incluindo atividades de refino, produção de lubrificantes, venda no varejo e vendas comerciais (para firmas). O Balanced Scorecard da Shell Brasil possui cinco perspectivas [Monteiro, 2003]: - resultados econômicos (em vez de "financeiro"), - pessoas (em vez de "aprendizado e crescimento"), - clientes, - ações-chave (em vez de "processo internos"), e - desenvolvimento sustentável. A relevância das questões ambientais e sociais, na gestão da Shell, é muito grande. Em particular, o desenvolvimento sustentável é a base das relações de causalidade propostas pelos pesquisadores. Alguns grupos de funcionários, como o pessoal de vendas, resistiram à idéia de que seu trabalho tem influência na questão ambiental. Mas, agora, eles têm que preencher uma planilha sobre a situação dos postos (um checklist). A planilha procura verificar se o posto é uma operação segura, perguntando questões sobre a coleta do óleo usado, descarte de resíduos, limpeza da caixa reparadora, existência de fios desencapados, etc... Atualmente, o sistema está implantado e sua filosofia é bem aceita 20 pelos funcionários [Monteiro, 2003]. 2.5.1.3. Caso Oxiteno A Oxiteno é uma das maiores companhias químicas do país, com atuação no mercado interno e externo A receita líquida da Oxiteno, em 2002, atingiu 956 milhões de reais. Em pesquisa e desenvolvimento a empresa aloca cerca de 2% da receita anual. As vendas são feitas pela sua rede de distribuidores autorizados [Soares Júnior, 2004]. O objetivo da implementação do Balanced Scorecard foi criar um novo direcionamento dentro da companhia, que pudesse focar os esforços em ações estratégicas para maximizar o resultado econômico gerado pela molécula de eteno em toda sua cadeia de valor. A implantação do Balanced Scorecard deu-se da seguinte maneira [Soares Júnior, 2004]: a) Etapa 0 ou pré etapa: planejamento e capacitação; b) Etapa I: definição dos objetivos e construção do mapa de relacionamentos. c) Etapa II: definição dos indicadores chave de desempenho. d) Etapa III: definição de metas. e) Etapa IV: priorização das iniciativas estratégicas. f) Etapa V: comunicação. A implementação do Balanced Scorecard na Oxiteno é recente, entretanto a criação de riqueza promovida pela empresa, desde então, não deixa dúvidas quanto ao seu sucesso [Soares Júnior, 2004]. 2.5.1.4. Caso Hospital 9 de Julho/SP O Hospital 9 de Julho foi o primeiro dentre as instituições de saúde brasileiras a implantar o Balanced Scorecard, iniciando os trabalhos no final de 2002, com a realização de um Diagnóstico Estratégico para mapear a visão da entidade perante médicos, pacientes, funcionários, convênios e fornecedores [Hospital 9 de Julho, 2004]. A segunda etapa foi o Direcionamento Estratégico, para elaborar as diretrizes estratégicas principais, a de diferenciação, visão de futuro e a missão do Hospital. A terceira etapa foi a construção do Mapa Estratégico, através do desdobramento do 21 Direcionamento em estratégias, com a definição dos objetivos, fatores críticos de sucesso e os indicadores de desempenho para monitorar a execução. Quarta etapa: Planos de Ação, com metas de desempenho para cada área, orçamentos, etc. Quinta etapa: implantar e refinar o Balanced Scorecard. Foram criadas 18 estratégias, implementados por 18 grupos de trabalho. Para cada estratégia, diversos indicadores de desempenho avaliam periodicamente o impacto das ações e o alcance dos objetivos propostos. O Balanced Scorecard do Hospital 9 de Julho já se transformou em benchmark do segmento de saúde, [Hospitalar, 2004] tanto que conquistou a certificação Acreditação Hospitalar Plena (nível 2), concedida pela Organização Nacional de Acreditação (ONA). O sistema brasileiro de acreditação é dividido em 3 níveis: 1 - Acreditação: identifica que a instituição preenche os requisitos básicos de qualidade assistencial e segurança para o paciente; 2 - Acreditação Plena: caracteriza a adoção do planejamento na organização; e 3 - Acreditação com Excelência: demonstra que a instituição está dentro dos padrões de excelência, utilizando indicadores para avaliação de resultados à melhoria dos processos. Para atingir o nível desejado, é necessário que todas as áreas da instituição tenham atingido o mesmo estágio, e isso foi possível através da utilização do Balanced Scorecard. 2.5.2.Setor Público No setor público mundial há alguns exemplos de implantação e sucesso do Balanced Scorecard: Economic Development Administration (U.S. Department of Commerce); U.K. Ministry of Defense; United States Army; o Estado de Washington, a Organização das Nações Unidas - ONU; etc. [Kaplan & Norton, 2004]. Alguns casos são dignos de citação, como o da Real Polícia Montada Canadense (RCMP) e o da Administração de Desenvolvimento Econômico (EDA) do Departamento de Comércio dos Estados Unidos, uma vez que são instituições do setor público, cujas missões estão sendo cumpridas com, no mínimo, o sucesso almejado, além de terem 22 conquistado um bom desempenho perante o público beneficiário - seus clientes em potencial. No primeiro caso, "a RCMP presta serviços de polícia a municipalidades locais, províncias, territórios e ao país como um todo. Através de um mapa estratégico, desenvolvido para coordenar e alinhar suas diversas iniciativas (do policiamento comunitário ao apoio à luta contra o terrorismo, coordenada internacionalmente), tornou operacional a missão de 'promover a segurança de lares e comunidades'." [Kaplan & Norton, 2004]. O mapa estratégico da Real Polícia Montada Canadense está representado no Apêndice 6. No segundo caso, "a EDA estimula a atividade econômica em comunidades americanas pobres. Foi desenvolvido um mapa estratégico para reavivar o órgão público que se encontrava desmoralizado e com mau desempenho. A clareza e o foco da nova estratégia ajudou a EDA a converter-se em agência governamental eficiente e eficaz, que agora atinge ou supera as suas metas de criação de emprego e de incentivo a investimentos do setor privado.” [Kaplan & Norton, 2004]. O mapa estratégico da Administração de Desenvolvimento Econômico (EDA) do Departamento de Comércio dos Estados Unidos está representado no Apêndice 7. No Brasil, muitas empresas aderiram ao Balanced Scorecard, entre elas o Banco do Brasil S/A; Empresa Transmissora de Energia Elétrica do Sul do Brasil S/A Eletrosul; Petróleo Brasileiro S/A - Petrobrás; Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI; Hospital 9 de Julho (SP); Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA; Serviço Federal de Processamento de Dados - SERPRO; Prefeitura Municipal de Curitiba/PR; Imprensa Oficial; e outras. 2.5.2.1. Caso Embrapa Em março de 1999, a Embrapa recebeu, como demanda do Conselho de Administração, os seguintes itens [Araújo, 2000]: - elaborar uma forma de avaliar e comunicar a performance da empresa, permitindo a avaliação de sua capacidade de responder ao mercado e medir os benefícios sociais, econômicos e ambientais que a empresa vem provendo no setor de agronegócio. - alto grau de complexidade da estrutura organizacional e a cultura da Organização, 23 não facilitavam a visualização das diretrizes e metas dos Planos Estratégicos da Empresa, dificultando o redirecionamento de cada empregado no sentido de transformar suas rotinas naturais em ações estratégicas para cumprir a missão e visão da Embrapa, como forma de solucionar o fato de que este cenário, além de não promover ações e reações estratégicas, não oferecia informações à Diretoria Executiva e ao Conselho de Administração sobre como direcionar esforços internos, habilidades institucionais e recursos recebidos do Tesouro Nacional para resultados tangíveis e perceptíveis aos clientes prioritários (governo federal, os agentes financiadores, agentes de fomento à pesquisa, a classe política e os empresários setor do agronegócio). A utilização da metodologia Balanced Scorecard, de forma participativa, mostrou a necessidade de se introduzir mudanças que vão desde o plano organizacional até o nível de atuação individual. Para a sua operacionalização, os aspectos mais relevantes de mudança foram [Araújo, 2000]: - Gerência participativa. - Mudança de foco do negócio para resultados estratégicos orientados para o mercado. - Estudos de mercado. - Colaborar com o governo, em vários níveis, para formular políticas públicas. Principais resultados qualitativos obtidos [Araújo, 2000]: - implantação de um conjunto de instrumentos de direcionamento estratégico que permitem perseguir uma visão clara do que pretende em um prazo pré-definido. - início do processo de trabalho em equipe com vistas à execução das estratégias, induzindo a realização de atividades interdepartamentais; - MGE - Modelo de Gestão Estratégica propicia a um maior número de empregados participando no processo de gestão estratégica, possibilitando assim, indiretamente, a capacitação dos futuros quadros gerenciais da Empresa; - início do processo de integração dos vários instrumentos de gestão existentes na Empresa, dentro de uma visão global e estratégica orientada pelo MGE; - início do processo de alinhamento de indivíduos, equipes e unidades organizacionais às estratégias corporativas; e - mapeamento das habilidades estratégicas necessárias para a Empresa implantar o conceito e os princípios de "Empresa que aprende a aprender" ?learning 24 organization). Como resultados quantitativos pode-se dizer que são as próprias medidas de performance (alvos), formalizadas como compromisso entre os empregados e a gerência, em vários níveis. O impacto observado é que estão claros para todos - gerência, pesquisadores, técnicos e demais empregados da Empresa - quais são os direcionamentos estratégicos, para onde a Organização está indo, como será avaliada a cada seis meses, e como será medida a performance da Empresa e de cada empregado [Araújo, 2000]. 2.5.2.2. Caso Banco do Brasil O Programa de Ajustes 1995-1999 alterou a trajetória e estratégia do Banco do Brasil, estabelecendo-se a missão "ser o melhor Banco do Brasil" como condição para o sucesso de ser um banco público, com forte presença no mercado. Visando a implantação de um sistema de avaliação de desempenho mais adequado aos seus funcionários, o BB implantou o sistema de gestão estratégica Balanced Scorecard para auxiliá-lo nesta empreitada. Com isso acabou por gerenciar com a mesma dedicação e ao mesmo tempo, as demais perspectivas apresentadas no sistema [Rezende, 2003]. Resultado da Implantação do Balanced Scorecard: "Recebeu o Prêmio Nacional da Gestão Pública, ciclo 2003, faixa Ouro, promovido Pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, o que reflete as melhorias alcançadas no processo de gestão do risco de crédito. É um resultado inédito para uma instituição financeira pública. O reconhecimento do BB ratifica a preocupação com a excelência de suas práticas de gestão e padrões de trabalho." [Banco do Brasil, 2004]. 2.5.3.Entidades Sem Fins Lucrativos Segundo Kaplan & Norton [2004], a aplicação do Balanced Scorecard a organizações sem fins lucrativos tem sido uma das extensões mais significantes do conceito original, uma vez que se empenham em cumprir determinada missão, em vez de gerar resultados financeiros acima da média. Portanto, ainda mais do que as empresas que buscam o resultado financeiro, elas precisam de um sistema abrangente de indicadores 25 não-financeiros e financeiros para motivar e avaliar seu desempenho. Alguns exemplos de entidades sem fins lucrativos que implantaram o Balanced Scorecard são: Boston Lyric Opera (BLO) - "o mapa estratégico da BLO mostra como é possível medir o desempenho organizacional, mesmo quando o resultado é tão intangível quanto uma bela música ou uma experiência estética. A BLO adotou o Balanced Scorecard após um período de rápido crescimento e sucesso, para que pudesse desenvolver uma estratégia clara para o futuro e que fosse facilmente compreendida e apoiada pelo Conselho de Administração e pelos diretores artísticos. O mapa representa resultados almejados e direcionadores de desempenho para seus três principais constituintes: doadores leais e generosos, a comunidade da ópera nacional e internacional; e os residentes na área de Boston. O mapa deflagrou muitas iniciativas relacionadas à missão, oriundas do pessoal da linha de frente, promoveu melhor alinhamento entre gerência e Conselho e angariou apoio para um grande evento de ópera em Boston." [Kaplan & Norton, 2004] Teach For America (TFA) - "a TFA recruta professores de âmbito nacional, entre alunos de cursos de graduação de nível superior, que durante 2 anos se dedicam a lecionar em escolas públicas urbanas e rurais. Seu mapa estratégico foi desenvolvido para representar os objetivos e direcionadores de seus 2 temas principais para a mudança social desejada pelos membros: 1º) ampliar a experiência educacional dos estudantes, através do exercício do magistério durante 2 anos; 2º) influenciar a reforma da educação fundamental, mediante decisões referentes à carreira e participação em atividades voluntárias. A TFA usou o mapa estratégico para atrair uma nova geração de doadores na sua missão, para alinhar o recrutamento de seu corpo de professores, de pessoal de apoio e de conselheiros, e também para concentra-se mais intensamente em atividades que suportam as iniciativas dos ex-alunos." [Kaplan & Norton, 2004] No Brasil, tem-se o caso da Parceiros Voluntários, uma organização nãogovernamental que atua no Estado do Rio Grande do Sul. 2.5.3.1. Caso Parceiros Voluntários A organização não-governamental Parceiros Voluntários, fundada em 1997 por empresários gaúchos, tem como visão o desenvolvimento da cultura do voluntariado no 26 Rio Grande do Sul. O processo consiste em Influir e Fazer, seja junto à pessoa física, jurídica, escolas, universidades, etc. [ONG Parceiros Voluntários, 2004]. O planejamento estratégico foi formulado quando de sua fundação. Para dar continuidade ao crescimento, com eficiência, adotou-se o Balanced Scorecard, como processo de gestão que suportasse o direcionamento dos rumos estratégicos e o estabelecimento de metas de longo prazo. O principal fator crítico de sucesso foi a preservação da essência da organização, seus valores e crenças. A Parceiros Voluntários já era referência na combinação de idealismo com profissionalismo, emoção com resultados. A missão e a Visão já eram bastante sólidas e incorporadas por todos, mas faltava clareza em relação aos caminhos críticos para o desenvolvimento da cultura do trabalho voluntário. O Mapa Estratégico foi adotado como ferramenta de comunicação da estratégia. Hoje, a Parceiros Voluntários é referência de profissionalismo e eficiência no Terceiro Setor. 2.6. QPR Scorecard - um software para o Balanced Scorecard A estratégia nunca foi tão importante no mundo dos negócios, como o é hoje. Num momento em que a competição se tornou globalizada, é necessário às organizações acompanharem o mercado (perspectiva financeira), ao mesmo tempo em que gerenciam com a mesma dedicação - outros pontos de suas empresas, quais sejam os clientes, os processos internos, o aprendizado e o crescimento. Essa tarefa envolve estratégias que devem ser entendidas e compreendidas por todos dentro da organização, de tal forma que haja uma conscientização da importância do trabalho a ser executado para o alcance dos objetivos finais, e que isso é um processo contínuo, ou seja, não pára após o alcance. A empresa QPR Software Plc lançou, por volta de 1998, o software QPR Collaborative Management Software Commiting People to Objectives and Processes, que engloba os aplicativos QPR ScoreCard e QPR ProcessGuide. O primeiro auxilia no gerenciamento das quatro perspectivas básicas do Balanced Scorecard, bem como do respectivo mapa estratégico de uma organização. O segundo aprofunda o gerenciamento sobre os processos internos, uma das perspectivas do Balanced Scorecard. [QPR SOFTWARE PLC, 2004] Com este software, as organizações podem planejar, 27 implementar e vincular pessoas a objetivos e processos. QPR ScoreCard é um software de gerenciamento da estratégia, que auxilia na incorporação do conceito de Balanced Scorecard na organização. É baseado em gráficos, com interface intuitiva, que facilita a manipulação pelo usuário, e a informação que o sistema fornece é de fácil entendimento. O QPR ScoreCard é flexível e possibilita à organização padronizá-lo segundo seus próprios requisitos e especificações. A QPR Software Plc. fornece, mediante prévio cadastramento em seu site (www.qpr.com) uma versão para demonstração do QPR 7, com os aplicativos QPR ScoreCard e QPR ProcessGuide. Esta solução de TI necessita que hajam três servidores de apoio - mesmo na versão "demo", e tais instalações e configurações iniciais dos servidores de apoio (um para a solução toda e outros dois, um para cada aplicativo) não são muito didáticas. Entretanto, toda vez que se tentar instalar o sistema, este se conectará com o site da empresa. No caso de várias tentativas de instalação, a empresa abre um chamado junto ao seu representante no país do usuário. Para a instalação da versão demo utilizada neste trabalho, a Way Amadeus, representante brasileira da QPR Software, se fez presente. 2.6.1. Trabalhando com o QPR Scorecard O QPR necessita de um servidor local para acessar arquivos existentes e armazenar outros. Para instalá-lo, basta seguir os seguintes passos: Iniciar/Programas/QPR 7/QPR User Management Server, conforme Figura 4 abaixo: 28 FIGURA 4 - Iniciando o servidor de gerenciamento de usuário. Em seguida, inicia-se o servidor de aplicação do scorecard (QPR Scorecard Application Server). No desktop do usuário aparecerão as janelas apresentadas na figura 5, abaixo; FIGURA 5 - Janelas dos servidores de gerenciamento de usuário e de aplicação do scorecard. 29 Os passos seguintes são clicar no ícone do QPR Scorecard, responder "No" ao questionamento quanto à reativação do produto para avaliação. Aparecerá uma janela de login e senha, com login pré-definido "qpr". Digitar a senha "demo" e clicar em OK. Aparecerá a primeira do QPR Scorecard, conforme figura 6 abaixo, onde FIGURA 6 - Tela de abertura do QPR Scorecard. O funcionamento do QPR Scorecard será mostrado sobre o arquivo já existente do Grupo Dentorex que, segundo técnicos da Way Amadeus - representante da QPR Software no Brasil - é o modelo mais completo apresentado no software. Explorando o scorecard do Grupo, têm-se representadas na figura 7, as estratégias a serem utilizadas e as quatro perspectivas básicas do Balanced Scorecard. Da perspectiva Financeira surgem os objetivos a serem atingidos e para cada um deles as medidas e os indicadores relacionados. 30 FIGURA 7 - Balanced Scorecard do Grupo Dentorex: as perspectivas básicas, os objetivos e as estratégias Para cada um dos elementos apresentados no lado direito da figura (perspectiva, objetivo, estratégia, medida, etc.), devem ser preenchidas as propriedades específicas daquele elemento. Basta selecionar o elemento e a tela abaixo (figura 8) será apresentada. As propriedades dos elementos incluem informações, tais como nome, descrição do elemento, e configurações como valores e período de avaliação. 31 FIGURA 8 - Detalhes a serem informados sobre cada objetivo, medida ou indicador criados. As demais abas da figura acima - Série, Valores, Indicador, Gráfico - serão preenchidas no decorrer dos períodos pré-estabelecidos na primeira aba. Como exemplo, são apresentadas abaixo as figuras 9, 10, 11, 12 e 13, correspondentes às abas acima relacionadas. 32 FIGURA 9 - Aba Séries e as informações correspondentes. A aba Series (figura 9 acima) lista todas as séries que foram incluídas nas configurações dos valores dos elementos. Nesta aba podem ser definidos os tipos e unidades a serem incluídos de series e alertas. 33 FIGURA 10 - Aba Valores e informações correspondentes. Na aba Valores acima (figura 10), os valores do elemento em questão (perspectiva, objetivo, estratégia, medida, etc.) podem ser vistos e editados. Os valores das séries selecionadas são listados na tela. Pode-se selecionar a visão apenas de uma série, selecionando o nome da série no menu. Alternativamente pode-se listar qualquer série que não tenha uma fórmula vinculada. 34 FIGURA 11 - Aba Indicador e informações correspondentes. Na figura 11 acima, tem-se a aba Indicador. O indicador ilustra o desempenho do elemento corrente de uma forma fácil de se visualizar. 35 FIGURA 12 - Aba Gráfico e informações correspondentes. Na figura 12 acima, a aba Gráfico permite comparar determinados elementos especificados aos precedentes dos objetivos. Esta é uma maneira eficaz de avaliar o desempenho atual de uma organização. Também é importante avaliar se a companhia está progredindo em direção aos seus objetivos no decorrer do tempo. 36 FIGURA 13 - Propriedades do gráfico da figura anterior. Relativamente às estratégias empregadas pela empresa, há uma tela em que se pode ver e/ou preencher informações sobre tais estratégias, como mostra a figura 14 abaixo: FIGURA 14 - Definições relativas à estratégia empregada pela empresa. 37 O mapa estratégico da empresa está englobado no QPR Scorecard, como se vê na figura 15 abaixo: FIGURA 15 - Mapa estratégico do Grupo Dentorex. Para finalizar, são apresentadas abaixo (figuras 16 e 17) as visões do scorecard e do mapa estratégico do Grupo: FIGURA 16 - Visão de Scorecard do Grupo Dentorex 38 A visão do scorecard, na figura 16 acima, traz todo o organograma do sistema, bem como a posição atualizada do desempenho de cada perspectiva, medida, meta, etc. FIGURA 17 - Visão do Mapa Estratégico do Grupo Dentorex. O mapa estratégico, apresentado na figura 17 acima, mostra como se interligam as perspectivas, as estratégias utilizadas, enfim as relações de causa e efeito entre os elementos que o compõem. 39 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1. Materiais Todo o desenvolvimento do trabalho foi efetuado nas dependências do Tribunal de Contas da União, com equipamento da instituição, durante o segundo semestre de 2004. Foi utilizada a versão demo da solução de TI QPR 7, que engloba os aplicativos QPR ScoreCard e QPR ProcessGuide, além de um computador Pentium III 1.6GHz, de 512 Kb de memória que comportasse a instalação de três servidores funcionando simultaneamente, para que o software pudesse funcionar corretamente. Um outro servidor de internet poderia ter sido acionado, para a "publicação" do scorecard num portal corporativo. 3.2. Métodos A metodologia utilizada neste trabalho foi a seguinte: - revisão de literatura sobre os conceitos de Balanced Scorecard; - revisão de literatura sobre os conceitos de Mapas Estratégicos do Balanced Scorecard; - breve revisão de literatura sobre os conceitos do Gerenciamento Pelas Diretrizes (GPD), mais especificamente a parte utilizada pelo TCU; - Estudo do funcionamento do software QPR 7, especificamente o aplicativo QPR ScoreCard; - Proposição de um Balanced Scorecard para o TCU; - Proposição de um Mapa Estratégico para o TCU. 40 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. GERENCIAMENTO PELAS DIRETRIZES (GPD): O SISTEMA DE GESTÃO UTILIZADO PELO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO O Gerenciamento Pelas Diretrizes (GPD) é um sistema de gestão originado no Japão, na década de 60. Alguns autores acreditam que o GPD nasceu a partir do TQM – gerenciamento pela qualidade total, outros, que ele é derivado do gerenciamento por objetivos, com foco original no planejamento estratégico, e ainda que, como sistema de planejamento, é aplicável a todos os tipos de planejamento: estratégico, operacional, de projetos, financeiro e outros [REDI, 2003]. O objetivo do GPD é assegurar o controle eficaz da empresa, de forma que as estratégias de médio e longo prazos se concretizem na forma de mudanças nas atividades da rotina, tendo como resultado a melhoria de processos e produtos (AKAO apud REDI, 2003). O gerenciamento pelas diretrizes é um sistema de gerenciamento para determinar o curso apropriado das ações orientadas para o alcance da visão estratégica e efetivamente realizá-las, conseguindo os resultados desejados. (COWLEY & DOMB apud REDI, 2003). A base do GPD é o conceito de “loop fechado”, traduzido no ciclo PDCA (PlanDo-Check-Act), utilizado na resolução de problemas e melhoria de processos. O GPD tem, assim, suas bases no movimento da qualidade, e como elementos que compõem o gerenciamento pelas diretrizes, tem-se as Diretrizes (metas a serem atingidas e as medidas necessárias para isso), Metas (objetivos gerenciais, com valores e prazos correspondentes) e Medidas (métodos específicos para o alcance da meta) [REDI, 2003]. 41 4.2. Utilização do GPD no Tribunal de Contas da União No Tribunal de Contas da União (TCU), o Gerenciamento pelas Diretrizes (GPD) tem como base o Plano Estratégico Plurianual (atualmente de cinco anos), de onde deriva o Plano de Diretrizes Anual (a partir de 2005, o Plano de Diretrizes passa a ser bienal). Este Plano é desdobrado entre as Áreas de Apoio e as Unidades Básicas, gerando os Planos Diretores de cada Área e de cada Unidade Básica; então são novamente subdivididos entre as Unidades Operacionais, que compõem as Unidades Básicas, gerando Planos Diretores específicos de cada Unidade Operacional. Os Planos Diretores apresentam as metas a serem atingidas pelas Áreas de Apoio e pelas Unidades Básicas e sugerem as metas com que cada Unidade Operacional pode contribuir, bem como algumas medidas para auxiliar no alcance das metas. Cabe às Unidades Operacionais definirem se podem contribuir com as quantidades sugeridas - invariavelmente há alterações para maior ou para menor sobre os valores efetivamente atingidos no ano anterior. O valor é definido de acordo com as características do estoque do Tribunal - tipos de processos há mais tempo em estoque, processos mais relevantes, processos com prazo para atendimento definidos em lei, etc. – e de acordo com o fluxo de entrada de processos no ano anterior (exemplo Plano Diretor 2005: em média, 5% a mais que os processos autuados em 2004 deverão ser apreciados em 2005). A questão do fluxo é considerada no planejamento anual pelo fato de o alto estoque do Tribunal constituir, ainda, questão estratégica a ser enfrentada. As Unidades Operacionais também definem as medidas para o alcance das metas, muitas vezes aceitando as sugestões já presentes, responsabilizando setores ou pessoas pelas atividades. As metas relativas à área-fim do Tribunal (controle externo) são monitoradas através de sistemas informatizados, inclusive com a divulgação, via intranet, dos resultados totais, parciais, da instituição e por Unidade, de forma que todos possam acompanhar a parte que lhes compete. Nas organizações do setor privado, a estratégia está no topo do mapa estratégico, e quando a gestão estratégica atinge o sucesso, os funcionários têm como prêmio: a) todo o aprendizado e conhecimento que obtiveram durante o processo, e 42 sabem que vão continuar tendo tudo isso porque a estratégia é um processo contínuo, e caso saiam da empresa, levam consigo todo o conhecimento, o que os auxiliará a encontrar melhores empregos; b) a certeza de que não vão ser demitidos por problemas de mau desempenho da empresa no mercado; c) podem ter um aumento salarial ou serem promovidos. Já no setor público não existe a preocupação de se perder o emprego, devido à estabilidade prevista em lei. Os aumentos de salário também são regulamentados por lei. O conhecimento adquirido não fará diferença na vida financeira do funcionário público, a menos que ele almeje uma função, mudança de instituição, ou equivalente. Então, o quê fazer para que funcionários públicos auxiliem efetivamente no cumprimento da missão de suas instituições? O mapa estratégico de uma instituição do setor público tem em seu topo a missão e não a estratégia. O Tribunal é uma entidade do setor público, portanto não visa lucro para si, mas tem uma missão a cumprir, definida em seu Plano Estratégico: “Assegurar a efetiva e regular gestão dos recursos públicos em benefício da sociedade.” O TCU vincula o alcance de metas a uma gratificação pelo desempenho individual de cada servidor. Esta atitude não torna a estratégia uma tarefa de responsabilidade de todos, mas é uma forma de incentivar os funcionários a cumprirem a sua parte no cumprimento da missão institucional. 4.3. Importância do Balanced Scorecard para o TCU O sistema de gestão (GPD) utilizado hoje não atende satisfatoriamente às necessidades do Tribunal. Não se consegue a participação das pessoas como se deseja. O GPD apresenta uma deficiência que é a dificuldade em se ligar as atividades/planos de ação e os respectivos executores. Falta identidade às pessoas que executam os planos. A Secretaria de Planejamento do TCU - SEPLAN está estudando uma série de outros sistemas que possam melhor comunicar a missão, a visão e a estratégia da instituição, entre eles o Balanced Scorecard, de forma a maximizarem a participação dos servidores, quantitativa e qualitativamente, na execução dos planos de ação propostos 43 para o alcance das metas e cumprimento da missão institucional. O Balanced Scorecard apresenta algumas vantagens sobre o GPD, tais como: comunicação mais explícita da estratégia aos envolvidos, por meio, inclusive, de mapas estratégicos; identificação tarefaindivíduo; técnicas para implementação, avaliação e controle das estratégias de maneira mais apurada e eficiente que o GPD. 4.4. Proposta de um Balanced Scorecard para o TCU Na Tabela 1, abaixo, estão estruturadas todas as definições implantadas pelo Plano Estratégico do Tribunal, o qual contempla as principais orientações corporativas para a instituição para o período de 2003-2007. TABELA 1 - Definições do Plano Estratégico 2003/2007, do Tribunal de Contas da União [PLANO ESTRATÉGICO, 2003] Plano Estratégico 2003 - 2007 Missão Visão Negócio Valores Assegurar a efetiva Ser instituição de Controle externo Ética e regular gestão excelência no da administração Justiça dos recursos controle e pública e da gestão Efetividade públicos, em contribuir para o dos recursos Imparcialidade benefício da aperfeiçoamento públicos federais. Profissionalismo sociedade. da administração pública Objetivos Estratégicos Cumprir com tempestividade e qualidade as competências do TCU. Fortalecer o relacionamento com a sociedade, órgãos públicos, Congresso Nacional e a mídia Combater a corrupção, o desvio e a fraude na gestão dos recursos públicos federais. Contribuir para a melhoria da prestação dos serviços públicos. Aprimorar política interna de gestão de pessoas. Estratégias Ampliar e aprimorar o uso da tecnologia da informação. Adotar postura proativa que contribua para o aperfeiçoamento de normativos relativos à administração pública e ao exercício do controle externo. Fortalecer parcerias do TCU com demais órgãos públicos. Fortalecer as ações de controle voltadas para melhoria do desempenho da gestão pública. Gerenciar a imagem institucional e o diálogo público. Estimular o controle social. Desenvolver política de gestão do conhecimento. Aperfeiçoar o sistema de planejamento e gestão do TCU. 44 Aperfeiçoar os processos de trabalho do TCU. Assegurar elevado nível de satisfação dos servidores do TCU. Indicadores de Gestão Índice de processos apreciados no prazo. Tempo médio de atendimento dos processos. Tempo médio de atendimento potencial dos processos. Número de processos em estoque. Idade média dos estoques dos processos Índice de cumprimento das deliberações do TCU. Benefícios não-financeiros da ação de controle. Benefícios financeiros da ação de controle. Número de condenações não-pecuniárias aplicadas. Total de condenações pecuniárias aplicadas. Índice de recuperação de débitos e multas. Índice de responsáveis condenados pelo TCU. Índice de recursos providos. Índice de Tomadas de Contas Especiais por motivo de instauração. Índice de Tomadas de Contas Especiais julgadas irregulares. Total de processos encaminhados ao Ministério Público. Número de responsáveis com indícios de crime encaminhados ao Ministério Público. Índice de satisfação do Congresso Nacional com os serviços do TCU. Índice de confiança na atuação do TCU. Índice de satisfação com as informações apresentadas pelo TCU. Índice de utilidade das informações prestadas pelo TCU. Índice de conhecimento do TCU. Número de informações veiculadas na mídia. Índice de satisfação dos servidores do TCU. Com as definições acima, propôs-se um Balanced Scorecard para o Tribunal (Apêndice 3) e um mapa estratégico (figura 21). A primeira fase do trabalho foi alocar os cinco objetivos estratégicos, constantes do Plano Estratégico do TCU, dentro da arquitetura do Balanced Scorecard, ou seja, dentro das quatro perspectivas. Para tanto, baseou-se na própria definição dos objetivos, resultando nas seguintes classificações: a) Perspectiva Fiduciária Objetivo Estratégico relacionado: Combater a corrupção, o desvio e a fraude na gestão dos recursos públicos federais. Justificativa: Ao invés de se objetivar um lucro maior para a empresa, esperase reduzir desperdícios e desvios de recursos públicos, de forma a beneficiar o principal cliente: a sociedade brasileira. A relação entre este objetivo estratégico 45 e a perspectiva está no fato de ambos tratarem de valores monetários. b) Perspectiva do Cliente Objetivo Estratégico relacionado: Fortalecer o relacionamento com a sociedade, órgãos públicos, Congresso Nacional e a mídia. Justificativa: Diferentemente de um Balanced Scorecard do setor privado, no setor público, principalmente no TCU, o cliente é representado por toda a sociedade brasileira, nas suas mais diversas categorias, incluindo-se o Congresso Nacional, de cujo Poder Legislativo o Tribunal faz parte e o auxilia no controle externo de suas funções, como se pode depreender do excerto da Constituição da República Federativa do Brasil, abaixo: "Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. ........... Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ..." c) Perspectiva dos Processos Internos Objetivos Estratégicos relacionados: c.1) Cumprir com tempestividade e qualidade as competências do TCU. Justificativa: "O princípio fundamental da qualidade é atender as necessidades e as expectativas do cliente. Responder de forma tempestiva e completa ..., atuar de forma preventiva e simultânea, agir proativamente ... são condições essenciais para o cumprimento deste propósito" [Plano Estratégico, 2003]. A descrição acima corresponde a como atuar nos processos internos relacionados ao atendimento das necessidades e expectativas dos clientes. c.2) Contribuir para a melhoria da prestação dos serviços públicos. 46 Justificativa: "Avaliar a forma e o resultado do serviço prestado ... é imprescindível em cenário de crescente restrição orçamentária. ... sabendo-se que a satisfação do cidadão é o principal elemento a ser considerado ... cabe ao TCU ... a fiscalização ... da observância a esse preceito" [Plano Estratégico, 2003]. A descrição acima corresponde a como atuar nos processos internos que visam uma melhor prestação dos serviços pelo Tribunal. d) Perspectiva do Aprendizado e do Crescimento Objetivo Estratégico relacionado: Aprimorar política interna de gestão de pessoas. Justificativa: este objetivo está diretamente ligado a esta perspectiva. Tratam da mesma questão, ou seja, o ser humano envolvido com os processos internos da entidade, pois sem indivíduos uma organização não pode criar conhecimento. Em seu Plano Estratégico, o TCU afirma que "a gestão do conhecimento e a política de gestão de pessoas adquirem papel central para o sucesso das organizações ..." $$$$$$$ $F I D U C I Á R I A Combater a corrupção, o desvio e a fraude na gestão dos recursos públicos PROCESSOS INTERNOS Cumprir com tempestividade e qualidade as competências do TCU. CLIENTES Fortalecer o relacionamento com a sociedade, órgãos públicos, Congresso Nacional Contribuir para a melhoria da prestação dos serviços APRENDIZADO E CRESCIMENTO Aprimorar a política interna de gestão de pessoas. FIGURA 18 - Relação entre as perspectivas do BSC e os objetivos estratégicos do TCU. Da figura 18 acima depreende-se que todos os objetivos estratégicos acabam, de 47 uma forma ou de outra, convergindo para a perspectiva do Cliente, como é natural de se esperar do setor público, uma vez que a razão de sua existência é servir ao público, à sociedade, senão vejamos: - A perspectiva do Aprendizado e do Crescimento, com o objetivo "Aprimorar a política interna de gestão de pessoas" influencia no relacionamento do TCU com os Clientes. Também influencia na perspectiva dos Processos Internos, no momento em que se tem o cumprimento com tempestividade e qualidade das competências do Tribunal e a contribuição para a melhoria na prestação dos serviços públicos prestados pelo órgão. - A perspectiva dos Processos Internos, através de dois objetivos estratégicos suportados pela perspectiva do Aprendizado e do Crescimento também influencia a perspectiva do Cliente, uma vez que o Cliente tem em seu benefício serviços públicos a tempo e com qualidade. Esta perspectiva ainda influencia a perspectiva Fiduciária, pois no momento em que o Tribunal age tempestivamente é possível combater a corrupção, o desvio e fraude na gestão dos recursos públicos federais. - Também a perspectiva Fiduciária tem seus resultados sobre a perspectiva do Cliente, pois uma vez combatidas a corrupção, a fraude e os desvios de recursos públicos, tais recursos serão utilizados em benefício do Cliente. O segundo passo foi um estudo sobre as estratégias que o TCU utiliza - também pré-definidas no Plano Estratégico - de forma que ficassem claras as relações entre a estratégia, seus objetivos e as necessidades para sua implantação/implementação: a) Estratégia: Ampliar e aprimorar o uso da tecnologia da informação. Objetivos: - servir ao controle; - melhorar a capacidade gerencial e operacional. Necessidades: - capacitação de pessoas; - provimento de infra-estrutura; - acesso e tratamento de dados e informações. b) Estratégia: Adotar postura proativa que contribua para o aperfeiçoamento de 48 normativos relativos à administração pública e ao exercício do controle externo. Objetivos: - "atuar dentro de sua esfera de competência para que o sistema jurídico reflita a verdade material, e a justiça social que as situações de fato requerem" [Plano Estratégico, 2003]; - "aproximar a administração pública dos anseios da sociedade" [Plano Estratégico, 2003]. Necessidades: - "remover eventuais obstáculos à atuação do controle" [Plano Estratégico, 2003]; - "definir claramente suas competências e jurisdição nas diferentes esferas de governo" [Plano Estratégico, 2003]. c) Estratégia: Fortalecer parcerias do TCU com demais órgãos públicos. Objetivos: - o alcance e a efetividade do controle externo; - atuação conjunta e articulada, evitando superposição de ações; - otimizar a utilização de recursos e resultados a serem obtidos. Necessidades: - estabelecer parcerias com diversos órgãos públicos, principalmente aqueles que exercem ou participam de funções de controle, ou dispõem de informações, habilidades, conhecimento, ou tecnologias úteis ao exercício do controle externo (p.ex.: Ministério Público Federal, Corregedoria-Geral da União, Advocacia-Geral da União, Secretaria da Receita Federal, Polícia Federal, Tribunais Federais, Tribunais de Contas estaduais e municipais, etc.); d) Estratégia: Fortalecer as ações de controle voltadas para melhoria do desempenho da gestão pública. Objetivos: - propiciar melhoria da administração pública federal em benefício da sociedade; Necessidades: 49 - agir educativamente priorizando "o papel educativo de bem orientar os gestores públicos na condução de políticas públicas e programas de governo" [Plano Estratégico, 2003]; - agir punitivamente quando da consumação da irregularidade pelo administrador. e) Estratégia: Gerenciar a imagem institucional e o diálogo público. Objetivos: - maior e melhor conhecimento mútuo, compreensão e colaboração entre o Tribunal, a sociedade e os gestores públicos. Necessidades: - aproximar-se da sociedade e dos gestores públicos por meio de eventos como os do "Diálogo Público"; - fortalecer o caráter educativo das ações de controle; - incentivar a prática da vigilância social sobre a administração pública; - monitorar o impacto das ações de fiscalização; - atender tempestivamente às demandas do Congresso Nacional; - atenção especial quanto ao emissor, destinatário, interlocução, conteúdo, público alvo e linguagem a ser adotada. f) Estratégia: Estimular o controle social. Objetivos: - "desenvolver, em cada cidadão, uma postura de co-responsabilidade no controle da coisa pública" [Plano Estratégico, 2003]. Necessidades: - acesso, pela sociedade, a "informações acerca da utilização dos recursos públicos, dos resultados das avaliações da gestão pública, e dos benefícios decorrentes das ações de controle" [Plano Estratégico, 2003]; - percepção, pela sociedade, "dos esforços dos órgãos de controle no combate à corrupção e na defesa dos seus anseios" [Plano Estratégico, 2003]. g) Estratégia: Desenvolver política de gestão de conhecimento. 50 Objetivos: - "que o conhecimento esteja a serviço do processo produtivo e agregue valor" [Plano Estratégico, 2003]; - alavancar a produtividade; - fomentar a inovação de processos de trabalho e formas de controle. Necessidades: - assimilar o conhecimento por meio dos sistemas, processos, produtos regras e cultura existentes no Tribunal; - investir na gestão de conhecimento institucional existente em seus servidores. h) Estratégia: Aperfeiçoar o sistema de planejamento e gestão do TCU. Objetivos: - "conferir maior racionalidade, efetividade e constância às ações da organização" [Plano Estratégico, 2003]; - "proporcionar convergência aos esforços despendidos para alcance da visão de futuro e cumprimento da missão institucional" [Plano Estratégico, 2003]. Necessidades: - implementar "sistemas de gestão empreendedores, voltados para a obtenção e de resultados e para o atendimento das expectativas dos clientes" [Plano Estratégico, 2003]. i) Estratégia: Aperfeiçoar os processos de trabalho do TCU. Objetivos: - funções operacionais facilitadas e executadas em menos tempo, imprimindo maior eficiência, eficácia e efetividade às ações de controle externo; - produção de resultados com qualidade e tempestividade. Necessidades: - eliminar atividades associadas ao excesso de burocracia, documentos e procedimentos de controle; - mapear processos; - estruturar atividades; - racionalizar e automatizar tarefas; 51 j) Estratégia: Assegurar elevado nível de satisfação dos servidores do TCU. Objetivos: - valorização profissional; - motivação e bem-estar; - consolidação da imagem de excelência da instituição à qual o servidor pertence. Necessidades: - "desenvolver um clima organizacional que favoreça o empreendedorismo e que motive o orgulho de pertencer à instituição e assim servir à sociedade" [Plano Estratégico, 2003]. O terceiro passo do trabalho foi vincular as estratégias definidas no Plano Estratégico aos objetivos estratégicos. Tendo como base as definições citadas no segundo passo, muitas estratégias foram alocadas em mais de um objetivo estratégico. Em alguns casos, inclusive, objetivos de perspectivas diversas, haja vista a abrangência das ações destas estratégias. a) Objetivo Estratégico: Cumprir com tempestividade e qualidade as competências do TCU - este objetivo e ambas as estratégias abaixo, embora inseridas no contexto da perspectiva dos Processos Internos, vão impactar positivamente também sobre a perspectiva Fiduciária, ou seja, nos resultados almejados pelo objetivo daquela perspectiva, e sobre a perspectiva do Cliente (vide figura 18). Estratégias relacionadas - Justificativas: a.1) Ampliar e aprimorar o uso da tecnologia da informação - esta estratégia vai servir ao controle externo e melhorar a capacidade gerencial e operacional. Com isto atinge-se o objetivo relacionado. Esta estratégia também será utilizada no atingimento de outro objetivo estratégico: "Contribuir para a melhoria da prestação dos serviços públicos", como descrito no item d.2 abaixo. a.2) Aperfeiçoar os processos de trabalho do TCU - outra estratégia que vai auxiliar no alcance deste objetivo, já que visa a produção de resultados com 52 qualidade e tempestividade; e maior eficiência, eficácia e efetividade às ações do controle externo. Esta estratégia também será utilizada no atingimento de outro objetivo estratégico: "Contribuir para a melhoria da prestação dos serviços públicos", como descrito no item d.4 abaixo. b) Objetivo Estratégico: Fortalecer o relacionamento com a sociedade, órgãos públicos, Congresso Nacional e a mídia - este objetivo está inserido no contexto da perspectiva do Cliente, e necessitará de três estratégias para ser atingido. Estratégias relacionadas - Justificativas: b.1) Fortalecer parcerias do TCU com demais órgãos públicos - as parcerias do TCU com demais órgãos públicos, visando atuação conjunta e articulada para evitar superposição de ações e, otimizando, assim, a utilização de recursos e resultados é uma forte estratégia para o alcance do objetivo relacionado, pois trabalhar juntos sempre fortalece o relacionamento. b.2) Estimular o controle social - como forma de fortalecer o relacionamento com a sociedade e gestores públicos, o Tribunal almeja desenvolver em cada cidadão brasileiro uma postura de co-responsabilidade no controle da coisa pública. Através de reuniões diretas com a sociedade, o TCU tem se apresentado, e instruído aos ouvintes sobre o poder de suas atuações/intervenções no controle dos recursos federais repassados aos municípios. Esta estratégia também servirá ao objetivo estratégico "Combater a corrupção, o desvio e a fraude na gestão dos recursos públicos federais", como descrito no item c.2 abaixo. b.3) Gerenciar a imagem institucional e o diálogo público - os itens b.1 e b.2 vão propiciar um maior e melhor conhecimento mútuo, compreensão, e colaboração entre o TCU, seus parceiros, a sociedade e gestores públicos. Tudo isso deverá ter o suporte desta estratégia, que orientará as direções a serem seguidas. c) Objetivo Estratégico: Combater a corrupção, o desvio e a fraude na gestão dos recursos públicos federais - este objetivo faz parte da perspectiva Fiduciária, necessitando de duas estratégias para seu alcance. Uma das estratégias, a 53 segunda (item c.2) tem ação abrangente, impactando outro objetivo da perspectiva do Cliente. Estratégias relacionadas - Justificativas: c.1) Fortalecer as ações de controle voltadas para melhoria do desempenho da gestão pública - através de fiscalizações, reuniões com gestores e sociedade local, o TCU está fortalecendo suas ações de controle, auxiliado pela própria sociedade; com isso propiciando melhoria na administração pública federal em benefício dessa mesma sociedade. c.2) Estimular o controle social - esta é uma estratégia para se atingir dois objetivos estratégicos em perspectivas diferentes. Um objetivo está relacionado à perspectiva do Cliente, já mencionado no item b.2 acima. O outro objetivo item c - na perspectiva Fiduciária. Através de reuniões diretas com a sociedade, o Tribunal se apresenta e instrui os ouvintes sobre o poder de suas atuações/intervenções no controle dos recursos federais repassados aos municípios. d) Objetivo Estratégico: Contribuir para a melhoria da prestação dos serviços públicos - este é mais um objetivo vinculado à perspectiva dos Processos Internos, o qual conta com quatro estratégias que lhe conferem a segurança de ser atingido. Estratégias relacionadas - Justificativas: d.1) Adotar postura proativa que contribua para o aperfeiçoamento de normativos relativos à administração pública e ao exercício do controle externo - atuando dentro de sua esfera de competência, o TCU espera que o sistema jurídico reflita a verdade material e a justiça social que os fatos requerem. Entretanto, o Tribunal precisará definir claramente suas competências e jurisdição - nas diversas esferas de governo - sempre que obstáculos a atuação do controle externo surgirem, removê-los e cumprir sua missão. d.2) Ampliar e aprimorar o uso da tecnologia da informação - os serviços públicos serão melhor prestados se os recursos da tecnologia da informação forem amplamente utilizados, capacitando pessoas e provendo a necessária infra-estrutura. Além disso, os dados e informações precisam de um tratamento 54 adequado, de forma a atender às necessidades dos usuários e dos beneficiários. d.3) Aperfeiçoar o sistema de planejamento e gestão do TCU - esta estratégia servirá a dois objetivos de perspectivas distintas. Um deles será visto no item e.2 abaixo, vinculado à perspectiva do Aprendizado e do Crescimento. O outro é este, vinculado à perspectiva dos Processos Internos, uma vez que a intenção aqui é conferir maior racionalidade, efetividade e constância às ações do Tribunal. d.4) Aperfeiçoar os processos de trabalho do TCU - totalmente voltada para a perspectiva dos Processos Internos, esta estratégia servirá a dois propósitos: um já visto no item a.2 acima; e o outro neste objetivo, uma vez que a produção de resultados com qualidade e tempestividade, a maior eficiência, eficácia e efetividade às ações de controle contribuem diretamente para a melhoria dos serviços públicos prestados pelo Tribunal a seus Clientes. e) Objetivo Estratégico: Aprimorar política interna de gestão de pessoas - este objetivo está vinculado à perspectiva do Aprendizado e do Crescimento, e necessitará de três estratégias para ser alcançado. Estratégias relacionadas - Justificativas: e.1) Desenvolver política de gestão de conhecimento - com esta estratégia o TCU almeja alavancar a produtividade; fomentar a inovação de processos de trabalho e formas de controle. Esta estratégia ainda impacta diretamente o objetivo relacionado. e.2) Aperfeiçoar o sistema de planejamento e gestão do TCU - neste objetivo, vinculado à perspectiva do Aprendizado e do Crescimento, esta estratégia está mais voltada à convergência de esforços para o alcance da visão de futuro do Tribunal e o cumprimento de sua missão institucional. e.3) Assegurar elevado nível de satisfação dos servidores do TCU - esta estratégia visa a valorização profissional, a motivação e o bem-estar do servidor perante a instituição da qual faz parte. O quarto passo foi selecionar indicadores que possam refletir o alcance dos objetivos propostos. 55 a) Objetivo Estratégico: Combater a corrupção, o desvio e a fraude na gestão dos recursos públicos federais. Indicadores relacionados: - Índice de cumprimento das deliberações do TCU ? As determinações do TCU são feitas a gestores, órgãos repassadores de recursos, órgãos de controle envolvidos, entidades beneficiadas, etc., e em geral são para observarem e seguirem os normativos corretamente, adotarem providências para correção de atos, evitarem a ocorrência de novos fatos, etc. - Benefícios financeiros da ação de controle ? quanto, em termos financeiros, as ações de controle do TCU contribuíram para evitar gastos desnecessários, fraudes, desvios, corrupção. (Exemplo: suspensão de processos licitatórios.) - Número de condenações não-pecuniárias aplicadas ? irregularidades na gestão de recursos sem, entretanto, ter causado dano ao erário ; - Total de condenações pecuniárias aplicadas ? condenações a responsáveis por danos ao erário; - Índice de responsáveis condenados pelo TCU; - Índice de Tomadas de Contas Especiais (TCE's) julgadas irregulares ? a TCE é um tipo de processo normalmente instaurado pelo órgão repassador dos recursos, quando o gestor não presta conta desse recurso ou o utiliza diferentemente do plano de trabalho. b) Objetivo Estratégico: Fortalecer o relacionamento com a sociedade, órgãos públicos, Congresso Nacional e a mídia. Indicadores relacionados: - Benefícios não-financeiros da ação de controle ? (exemplo: a sociedade ciente dos seus direitos e deveres quanto ao controle dos recursos repassados aos municípios e demais entidades que se propuseram a usá-lo em prol dessa mesma sociedade); - Total de condenações pecuniárias aplicadas ? o TCU conta com parceiros como a Controladoria-Geral da União, Advocacia Geral da União, Ministério Público Federal, etc.; 56 - Índice de recuperação de débitos e multas ? das condenações efetuadas, quanto efetivamente foi ressarcido ao Tesouro Nacional; - Total de processos encaminhados ao Ministério Público ? das condenações efetuadas, apenas as que causaram danos ao erário e não tiveram o débito ou multa ressarcidos ao Tesouro; - Número de responsáveis com indícios de crime encaminhados ao Ministério Público; - Índice de satisfação do Congresso Nacional com os serviços do TCU; - Índice de confiança na atuação do TCU; - Índice de satisfação com as informações apresentadas pelo TCU; - Índice de conhecimento do TCU; - Número de informações veiculadas na mídia. c) Objetivo Estratégico: Cumprir com tempestividade e qualidade as competências do TCU. Indicadores relacionados: - Índice de processos apreciados no prazo; - Tempo médio de atendimento dos processos; - Tempo médio de atendimento potencial dos processos; - Índice de recursos providos. d) Objetivo Estratégico: Contribuir para a melhoria da prestação dos serviços públicos. Indicadores relacionados: - Número de processos em estoque; - Idade média dos estoques de processos; - Índice de recursos providos; - Índice de TCE's por motivo de instauração; - Índice de TCE's julgadas irregulares; - Índice de utilidade das informações prestadas pelo TCU. Sugestão de Indicador(es): - Índice de iniciativas dos servidores do TCU efetivamente adotadas. 57 e) Objetivo Estratégico: Aprimorar política interna de gestão de pessoas. Indicadores relacionados: - Índice de confiança na atuação do TCU; - Índice de conhecimento do TCU; - Índice de satisfação dos servidores do TCU; Sugestão de Indicador(es): - Índice de conhecimento dos sistemas utilizados pelo TCU; - Índice de satisfação com as informações obtidas através dos sistemas do TCU e a influência destas no trabalho desenvolvido pelo servidor; - Índice de iniciativas dos servidores do TCU efetivamente adotadas. O quinto passo foi aplicar todos os conceitos acima às propostas para um Balanced Scorecard e respectivo Mapa Estratégico, propriamente ditos. Também foram executados os conceitos no aplicativo QPR ScoreCard, conforme mostram as figuras abaixo: 58 FIGURA 19 - Visão da estrutura do Balanced ScoreCard no aplicativo QPR ScoreCard. Na figura 19, os conceitos do Balanced Scorecard para o Tribunal foram implementados no aplicativo QPR ScoreCard. Pode-se ver claramente as declarações de Missão e Visão, em seguida as quatro perspectivas: Fiduciária, Clientes, Processos Internos, e Aprendizado e Crescimento, respectivos objetivos estratégicos e correspondentes estratégias, assim definidas no Plano Estratégico 2003-2007 do TCU. 59 FIGURA 20 - Visão do ScoreCard TCU no aplicativo QPR ScoreCard. Da implementação do Balanced Scorecard da figura 19, o próprio aplicativo se encarrega de formatar o fluxograma correspondente, conforme mostra a figura 20. Pela ordem dos níveis: nome do fluxograma, perspectivas do BSC, objetivos estratégicos, estratégias relacionadas. 60 FIGURA 21 - Visão do Mapa Estratégico para o TCU no aplicativo QPR Scorecard. Já a figura 21 traz uma sugestão de mapa estratégico para o TCU, onde as estratégias foram agrupadas em quadros que representam as perspectivas às quais tais estratégias estão ligadas. As flechas indicam a relação de causa e efeito entre as estratégias e as perspectivas, de forma tal que a tendência é o alcance de objetivos relacionados ao cumprimento da missão institucional e atingimento da visão de futuro desejada. 61 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A relevância deste trabalho reside em apresentar uma proposta de implantação do sistema de gestão estratégica Balanced Scorecard para o serviço público - mais especificamente o Tribunal de Contas da União, que ora busca novas soluções em sistemas de gestão estratégica - visando influenciar a alta cúpula dos órgãos (primeiros interessados e cuja participação e comprometimento são fundamentais para o sucesso do modelo) a aplicarem o sistema nos seus locais de trabalho, objetivando o cumprimento da missão institucional. Para o alcance da missão institucional, há a necessidade de um sistema de gestão que focalize essa missão; que interligue os objetivos estratégicos a essa missão através de estratégias; que difunda essas estratégias e esses objetivos a todas as pessoas da organização, visando o envolvimento e o comprometimento de todos. Um sistema de gestão estratégica que tem sido utilizado a nível mundial e tem apresentado excelentes resultados é o Balanced ScoreCard. Esse sistema se pauta por quatro perspectivas: Financeira, Do Cliente, Dos Processos Internos, e do Aprendizado e Conhecimento. Através deste sistema é possível o gerenciamento simultâneo das quatro grandes bases de uma organização, seja ela do setor privado, público ou uma entidade sem fins lucrativos. Tendo em vista que apenas uma das perspectivas está voltada para o lucro da organização - a Financeira - verifica-se que o sistema também tem feito sucesso no setor público, que não visa lucro, mas tem essa grande base substituída pela perspectiva Fiduciária. Com esta mudança, uma outra de suma importância ocorre: no setor privado, a estratégia vem no topo do mapa estratégico; no setor público está a missão institucional. Segundo os criadores Robert Kaplan e David Norton, o sistema deve ser aplicado numa estrutura top-down em toda a empresa, "da cúpula ao chão de fábrica". Entretanto, de 62 acordo com os estudos aqui desenvolvidos, verifica-se a possibilidade de implantar o sistema em setores isolados e, em se obtendo sucesso, maximizar o processo a nível organizacional. Da mesma forma, é possível a implantação do Balanced Scorecard no setor público, em seções isoladas, principalmente aquelas que não sejam diretamente afetadas pela mudança dos governantes do país, estados e municípios. Um trabalho futuro de bastante relevância é a aplicação do Balanced Scorecard no Serviço de Administração de uma das Secretarias do Tribunal de Contas da União. Nesse setor são executados serviços de apoio a área-fim, além da administração orçamentária e financeira; contratos, compras, gerenciamento de recursos humanos, etc. Entretanto, tal qual a instituição a que pertence, o Serviço de Administração deve ter declaradas sua Missão e Visão internas, alinhadas com o Tribunal. Uma aplicação-piloto vem sendo estudada para implantação no Serviço de Administração da SECEX-Tocantins. Uma dificuldade enfrentada durante o desenvolvimento do trabalho foi quanto à instalação e uso do software QPR-7. Entretanto, pelo menos quanto à instalação, a empresa Way/Amadeus, representante brasileira da QPR Software Plc., se manifestou via contato telefônico todas as vezes que o sistema foi acionado sem sucesso. Através das instruções recebidas, foi possível ativar os servidores utilizados pelo sistema, de forma que os aplicativos pudessem ser usados. Quanto ao uso do software, a dificuldade apresentada foi em relação à forma de vinculação das estratégias e respectivos objetivos estratégicos. O sistema, aparentemente, não permite tal vinculação. A alternativa utilizada foi a vinculação das estratégias aos objetivos estratégicos como Fator Crítico de Sucesso, que é um elemento do aplicativo que pode ser vinculado a qualquer outro elemento. O software também apresenta alguns modelos de Balanced Scorecard e respectivos mapas estratégicos. Tendo em vista a falta de conhecimento necessário à geração de novo Balanced Scorecard e mapa estratégico nos formatos desejados, foi utilizada a estratégia de usar como base um modelo de BSC governamental e em cima deste desenvolver o BSC do TCU. Outra dificuldade encontrada foi quanto a vincular os objetivos estratégicos e estratégias definidas pelo Plano Estratégico do TCU às perspectivas do Balanced Scorecard. Além disto, os indicadores definidos no Plano nem sempre eram abrangentes, sendo necessária a inclusão de algumas sugestões de novos indicadores, principalmente na perspetiva do Aprendizado e do Crescimento. 63 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, Marlene; Resultados do Projeto de Modelo de Gestão Estratégica da Embrapa, Baseado no Método Balanced Scorecard. Artigo apresentado no V Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Santo Domingo, Rep. Dominicana, 24-27 Oct. 2000. BANCO DO BRASIL S/A. 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APÊNDICES 71 APÊNDICE 1 - De Aprendizado e Crescimento Processos Internos Do Cliente Financeira Perspectiva Estrutura básica de um Balanced Scorecard numa empresa do setor privado. - Temas Estratégicos Crescimento e mix de receita - Redução de custos/melhoria de produtividade - Utilização dos ativos/estratégia de investimento. - Participação de mercado Retenção de clientes Captação de clientes Satisfação de clientes Lucratividade de clientes Inovação Operações Serviços pós-venda Capacidades dos funcionários Capacidades dos sistemas de informação Motivação, empowerment e alinhamento novos produtos novas aplicações dos produtos existentes novos clientes e mercados novas relações (parcerias q possam aumentar o lucro) novo mix de produtos e serviços nova estratégia de preços Aumento da produtividade da receita Redução dos custos unitários Melhoria do mix de canais de relacionamento com clientes Redução das despesas operacionais Ciclo de caixa Melhoria da utilização dos ativos Propostas de valor: atributos dos produtos/serviços relacionamento com os clientes imagem e reputação Resultados Esperados Gerar retornos superiores a partir do capital investido: lucratividade; aumento de receita; utilização dos ativos retorno sobre os ativos melhoria de produtividade; redução de custos administração de risco pesquisa básica e aplicada desenvolvimento de produtos Desempenho de produtos e serviços: tempo de resposta; qualidade custo habilidades estratégicas níveis de treinamento alavancagem das habilidades tecnologias estratégicas; bancos de dados estratégicos captura de experiência software proprietário patentes, direitos autorais - ciclos de decisões críticas foco estratégico empowerment dos funcionários alinhamento pessoal moral espírito de equipe. 3 APÊNDICE 2 Perspectiva Financeira Do Cliente Interna Gestão de Clientes Inovação do produto Gestão operacional De Aprendizado e Crescimento Cidadania responsável Capital humano Capital da informação Capital organizacional Exemplo de Balanced Scorecard em empresa do setor privado (Consumer Bank ) Objetivos Estratégicos F1 - Aumentar Lucro por ação F2 - Conquistar e reter clientes de alto valor F3 - Aumentar receita por cliente F4 - Reduzir custo por cliente C1 - tornar-se assessor financeiro de confiança C2 - prestar serviços superiores I1 - compreender os segmentos de clientes I2 - mudar para canal adequado I3 - promover vendas cruzadas da linha de produtos I4 - desenvolver novos produtos I5 - minimizar problemas I6 - fornecer respostas rápidas I7 - construir a diversidade, refletindo a comunidade A1 - Garantir a prontidão dos cargos estratégicos A2 - Garantir a disponibilidade de informações estratégicas A3 - Criar cultura orientada para os clientes A4 - Construir quadro de líderes A5 - Alinhar a organização A6 - Compartilhamento das melhores práticas Indicadores Estratégicos lucro líquido (versus plano) Mix da receita (por segmento-alvo) Receita por cliente Custo por cliente satisfação dos clientes (pesquisa) participação na carteira retenção de clientes-alvo fatia do segmento mudança do mix de canais índice de vendas cruzadas - Receita oriunda de novos produtos (porcentagem) taxa de erros em serviços prazo para atendimento das solicitações - Mix da diversidade versus comunidade - Prontidão dos cargos estratégicos Metas + $100M 30% (A); 70% (B) $ 300 $ 75 90% 50% 90% 30% 40% 2,5% 50% 0,1% < 24 horas 1,0 100% - Prontidão do portfólio estratégico 100% - 100% 70% - Pesquisa entre clientes Pesquisa de 360? (modelo de liderança) Pesquisa da consciência estratégica Objetivos pessoais alinhados com o BSC (porcentagem) Utilizaçao do KMS 90% 100% 100% 4 APÊNDICE 3 - Proposta de Balanced Scorecard institucional para o TCU Plano Estratégico 2003 - 2007 Objetivos Estratégicos Estratégia Indicadores de Gestão 3) Combater a corrupção, o desvio e a 4) Fortalecer as ações de controle voltadas para 6-Índice de cumprimento das deliberações do TCU. fraude na gestão dos recursos públicos melhoria do desempenho da gestão pública. 8-Benefícios financeiros da ação de controle. federais. 6) (*)Estimular o controle social 9-Nº de condenações não-pecuniárias aplicadas. 10-Total de condenações pecuniárias aplicadas. 12-Índice de responsáveis condenados pelo TCU. 15-Índice de TCE's julgadas irregulares 2) Fortalecer o relacionamento com a 3) Fortalecer parcerias do TCU com demais órgãos 7-Benefícios não-financeiros da ação de controle. sociedade, órgãos públicos, Congresso públicos 10-Total de condenações pecuniárias aplicadas. Nacional e a mídia. 5) Gerenciar a imagem institucional e o diálogo 11-Índice de recuperação de débitos e multas. público. 16-Total de processos encaminhados ao Ministério Público. 6) (*)Estimular o controle social 17-Nº de responsáveis com indícios de crime encaminhados ao Ministério Público. 18-Índice de satisfação do Congresso Nacional com os serviços do TCU. 19-Índice de confiança na atuação do TCU. 20-Índice de satisfação com as informações apresentadas pelo TCU. 22-Índice de conhecimento do TCU. 23-Nº de informações veiculadas na mídia. 1) Cumprir com tempestividade e 1) (**)Ampliar e aprimorar o uso da tecnologia da 1-Índice de processos apreciados no prazo. qualidade as competências do TCU. informação 2-Tempo médio de atendimento dos processos. 9) (****)Aperfeiçoar os processos de trabalho do 3-Tempo médio de atendimento potencial dos processos. TCU 13-Índice de recursos providos. 4) Contribuir para a melhoria da 2) Adotar postura proativa que contribua para o 4-Nº de processos em estoque. prestação dos serviços públicos. aperfeiçoamento de normativos relativos à 5-Idade média dos estoques de processos. administração pública e ao exercício do controle 13-Índice de recursos providos. externo. 14-Índice de TCE's por motivo de instauração. 1) (**)Ampliar e aprimorar o uso da tecnologia da 15-Índice de TCE's julgadas irregulares. informação 21-Índice de utilidade das informações prestadas pelo TCU. 8) (***)Aperfeiçoar o sistema de planejamento e SUGESTÃO: gestão do TCU a) Índice de iniciativas dos servidores do TCU efetivamente adotadas. 9) (****)Aperfeiçoar os processos de trabalho do TCU 5) Aprimorar política interna de gestão 7) Desenvolver política de gestão de conhecimento 19-Índice de confiança na atuação do TCU. de pessoas. 8) (***)Aperfeiçoar o sistema de planejamento e 22-Índice de conhecimento do TCU. gestão do TCU 24-Índice de satisfação dos servidores do TCU. 10) Assegurar elevado nível de satisfação dos SUGESTÕES: servidores do TCU a) Índice de conhecimento dos sistemas utilizados pelo TCU; b) Índice de satisfação com as informações obtidas através dos sistemas do TCU e a influência destas no trabalho desenvolvido pelo servidor; c) Índice de iniciativas dos servidores do TCU efetivamente adotadas. Observação: A classificação numérica que aparece nos Objetivos Estratégicos, nas Estratégias e nos Indicadores de Gestão são um mero indicador da ordem em que tais itens aparecem no Plano Estratégico do TCU. Aprendizado e Crescimento Processos Internos Clientes Fiduciária Perspectivas 5 Apêndice 4 - Mapa Estratégico da Real Polícia Montada Canadense (RCMP) [Kaplan & Norton, 2004] 6 Apêndice 5 - Mapa Estratégico da Administração de Desenvolvimento Econômico (EDA) do Departamento de Comércio dos Estado Unidos [Kaplan & Norton, 2004] 7