Gás Liquefeito
de Petróleo
Informações
Técnicas
Gás Liquefeito
de Petróleo
1. Definição e composição ............................................................................................................ 3
2. Principais aplicações .................................................................................................................. 3
3. Tipos de Gases Liquefeitos de Petróleo ................................................................................. 4
4. Requisitos de qualidade e especificação ............................................................................. 5
4.1. Pressão de vapor Reid ............................................................................................... 5
4.2. Intemperismo ............................................................................................................... 5
4.3. Teor de enxofre e corrosividade ............................................................................. 5
4.4. Resíduo oleoso ............................................................................................................. 6
4.5. Especificação ANP de GLP ........................................................................................ 6
5. Produção .......................................................................................................................................... 7
6. Cuidados para manutenção da qualidade ............................................................................ 7
7. Aspectos de Segurança, Meio ambiente e Saúde ............................................................. 8
7.1. Armazenamento .......................................................................................................... 8
7.2. Detecção de vazamentos e inflamabilidade ..................................................... 9
8. Informações adicionais .............................................................................................................. 9
9. Referências bibliográficas ......................................................................................................... 9
10. Links úteis .................................................................................................................................. 10
Versão 1.2
Elaborada em: 29/10/2013
Este material é sujeito a atualizações sem aviso prévio. A última versão está disponível no endereço:
http://www.petrobras.com.br/minisite/assistenciatecnica/
Liquefeito de Petróleo
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Gás Liquefeito
de Petróleo
1. Definição e composição
Define-se como gás liquefeito do petróleo, GLP, a mistura formada, em sua quase totalidade, por moléculas de
carbono e hidrogênio (hidrocarbonetos) de três a quatro
átomos de carbono que, embora gasosos nas Condições
Normais de Temperatura e Pressão (CNTP), podem ser liquefeitos por resfriamento e/ou compressão.
O GLP é incolor e, desde que tenha baixo teor de enxofre, é inodoro. Neste caso, uma pequena quantidade
de um composto à base de enxofre lhe é adicionado a
fim de lhe conferir odor facilmente identificável, para o
caso de uma eventual situação de vazamento.
Os constituintes mais importantes do GLP são: propano (C3H8); propeno (C3H6); isobutano (C4H10); n-butano
(C4H10); e buteno (C4H8). O poder calorífico do propano é
de 49.952 kJ/kg (11.934 kcal/kg) enquanto o do butano
é de 49.255 kJ/kg (11.767 kcal/kg) e o da gasolina é de
40.660 kJ/kg (9.714 kcal/kg). Os componentes do GLP podem ser comercializados separadamente como propano
e propeno, butanos e butenos. A queima do GLP é limpa,
comparada aos combustíveis mais pesados, com reduzido nível de emissão de particulados, SOx e NOx. Produz
também baixo nível de emissões de CO2 por sua alta proporção Hidrogênio/Carbono.
A relação entre o volume do GLP gasoso e líquido
é de cerca de 250, o que faz com que o GLP comprimido e liquefeito ocupe pouco espaço. Quando se usa o
GLP, este é vaporizado lenta e seguramente através da
abertura da válvula instalada na saída do recipiente de
armazenamento (botijão). Assim, o GLP pode ser utilizado numa residência como fonte de energia para o cozimento dos alimentos, aquecimento de água durante um
longo período de tempo.
O uso do GLP na forma líquida foi proposto por Walter Snelling em 1911, quando este produziu propano e
butano liquefeitos e propôs um sistema de armazenamento e distribuição destes combustíveis. O método de
produção proposto por Snelling foi patenteado em 1913.
Além dos hidrocarbonetos de 3 a 4 átomos de carbono, podem ainda ocorrer no GLP pequenas quantidades de compostos mais leves (etano) e/ou mais pesados
(pentanos).
A presença de etano (C2H6), é restrita no GLP porque
torna difícil a liquefação do produto nas condições de
armazenamento do GLP. O etano, normalmente, está
presente no gás combustível, junto com o metano.
Por outro lado, os mais pesados, como o n-pentano (C5H12) estão restritos no GLP porque dificultam
a vaporização do produto e a sua queima completa,
podendo levar à ocorrência de fuligem. Normalmente,
n-pentano e hidrocarbonetos mais pesados estão presentes na gasolina.
O GLP pode ser transportado e armazenado como
líquido e quando liberado, é vaporizado e é queimado como gás. O GLP pode ser facilmente levado do
estado líquido para o estado gasoso e vice versa. Esta
característica faz do GLP um combustível único.
2. Principais aplicações
A principal aplicação do GLP, em nível mundial, é no
cozimento de alimentos, representando no Brasil cerca
de 80% do consumo deste derivado. Como uso doméstico, podemos citar ainda a calefação da água, o aquecimento de ambientes e atividades de lazer.
Pode também ser utilizado como matéria-prima nos
seguintes segmentos:
• Comercial: hospitais, lavanderias, restaurantes, padarias, hotelaria, cozimento de alimentos, aquecimento
de água, esterilização e climatização.
• Siderúrgico: fundição, corte e solda de metais (custo menor que o acetileno, seu competidor);
• Petroquímico: fabricação de borracha, polímeros,
álcoois e éteres;
• Combustível industrial: indústria de vidros (moldagem, solda e acabamento), indústria cerâmica (queima
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e secagem), indústria de papel e celulose (secagem) e
indústria alimentícia;
• Agropecuário: secagem de grãos, controle de pragas e queima ervas daninhas, aquecimento e esterilização de ambiente de criação de animais;
No Brasil, o uso do GLP é proibido nas seguintes
aplicações:
• uso automotivo – permitido apenas em empilhadeiras;
• motores de qualquer espécie, caldeiras, saunas e
piscinas.
O GLP é comercializado em recipientes (botijões), cuja
capacidade varia de 2 a 90 kg de produto liquefeito, de
acordo com a Tabela I. A principal motivação para esta
forma de fornecimento é a portabilidade e conveniência
de uso em residências, indústrias e locais remotos.
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Tabela I: Tipos de embalagens para armazenamento e distribuição de GLP
Embalagem
Capacidade, kg
Aplicação
P-2
2
Camping e ambulantes
P-5
5
Camping e ambulantes
P-7
7
Uso Residencial
P-8
8
Uso Residencial
P-13
13
Uso Residencial
P-20
20
Empilhadeiras
P-45
45
Condomínios
P-90
90
Restaurantes
3. Tipos de gases liquefeitos de petróleo
Tabela II: Tipos de gases liquefeitos de petróleo:
Nome Comercial
Composição
Aplicação
GLP
Proporção variável de propano/
propeno e butanos/butenos
Cozimento de alimentos em uso residencial
ou comercial
Sistemas de combustão industrial que não
necessitem de composição fixa do produto
Combustível automotivo em máquinas
empilhadeiras
Combustível para tratamento térmico e
galvanização
Propano Comercial
Mistura contendo predominantemente propano e/ou propeno (C4+
≤ 2,5%)
Indicado para sistemas que necessitam de
alta volatilidade do produto além de composição e pressão de vapor bem definidas
Propano Especial
Mistura contendo no mínimo 90% Recomendado para aplicações onde o teor
de propano (volume) e no máximo de olefinas é fator limitante.
5% de propeno (volume) (C4+ ≤
2,5%)
Butano Comercial
Mistura contendo predominantemente butanos e/ou butenos (C5+
≤2,5%)
Indicado para sistemas de combustão com
pré-vaporizadores e que necessitam de
composição/pressão de vapor estáveis.
Butano Especial
Mistura contendo no mínimo 96%
de butano (volume) e no máximo
2% de buteno (volume)
(C4+ ≤0,5%)
Propelente
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Gás Liquefeito
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4. Requisitos de qualidade e especificação
O GLP atende às especificações emitidas pela ANP
- Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.
Quando utilizado como combustível doméstico, o
GLP deve apresentar as seguintes características:
- Facilidade de liquefação sob pressão, de forma a ser
transportado no estado líquido;
- Facilidade de vaporização nas condições ambientais, para maior facilidade de queima no estado gasoso;
- Composição uniforme, para apresentar constância
na relação ar/combustível necessária à queima;
- Combustão completa sem formar fuligem ou dei-
xar resíduos nos equipamentos;
- Não poluente e não corrosivo;
- Elevado poder calorífico, para atender necessidades energéticas da utilização.
Estes requisitos de qualidade devem ser atendidos
pelas características definidas em sua especificação. As
principais características constantes da especificação do
GLP são a volatilidade, definida por dois ensaios (PVR e
Intemperismo), e a tendência do produto de ser corrosivo e de causar poluição ao meio ambiente, controlada
pelo teor de enxofre do GLP e através de um ensaio de
corrosividade a uma lâmina de cobre.
4.1. Pressão de vapor Reid
A pressão de vapor Reid, PVR, representa a facilidade de condensação a uma dada temperatura e seu
valor é influenciado pelos componentes mais voláteis,
principalmente etano, elevando-se quando a presença
relativa desse hidrocarboneto cresce, conforme esquematizado a seguir.
Figura I: Influência da presença de leves na qualidade do GLP
Maior %
de leves (etano)
Maior PVR
Maior dificuldade
de liquefação
Maior pressão
para liquefazer
4.2. Intemperismo
O intemperismo representa a facilidade de vaporização do GLP à pressão atmosférica e seu valor é influenciado pela presença de componentes pesados,
que no caso, são os pentanos, elevando-se quando a
presença relativa desse hidrocarboneto cresce, como
esquematizado a seguir:
Figura II: Influência da presença de pesados na qualidade do GLP
Maior % de pesados
(pentano)
Maior
intemperismo
Maior dificuldade de vaporização e queima completa
4.3. Teor de enxofre e corrosividade
Uma vez que o GLP é queimado em ambientes
confinados, torna-se necessário limitar a presença de
compostos sulfurados, os quais pela combustão produzem SO2 e SO3, substâncias poluentes e corrosivas.
Todo o GLP produzido nas refinarias de petróleo passa
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por um processo de dessulfurização e deve atender a
um teor máximo de enxofre total. Além disso, deve se
mostrar não corrosivo no teste de exposição à lâmina
de cobre a 37,8 ºC por 1 hora.
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4.4. Resíduo oleoso
A especificação do GLP garante a disponibilidade
de um combustível que apresenta queima limpa sem
deixar resíduos no equipamento em que é utilizado ou
no produto aquecido.
4.5. Especificação ANP de GLP
A especificação do GLP é estabelecida pela Resolução ANP Nº 18, de 2 de setembro de 2004.
Tabela III - Especificações dos Gases Liquefeitos de Petróleo
MÉTODO DE ENSAIO
CARACTERÍSTICA
UNIDADE
PROPANO
COMERCIAL
BUTANO
COMERCIAL
MISTURA
PROPANO/
BUTANO
PROPANO
ESPECIAL
ABNT
ASTM
Pressão de Vapor a 37,8ºC (1),
máx.
kPa
1430
480
1430
1430
MB 205
D 1267
D 2598
Resíduo Volátil
Ponto de Ebulição
95% evaporados, máx.
ou:
ºC
-38,3
2,2
2,2
-38,3
MB 285
D 1837
Butanos e mais pesados, máx
% vol.
2,5
-
-
2,5
D 2163
Pentanos e mais pesados, máx;
% vol.
-
2,0
2,0
-
D 2163
Resíduo, 100 ml evaporados,
máx.
mL
0,05
0,05
0,05
0,05
Passa (2)
-
-
Passa (2)
Teste da Mancha
Enxofre Total , máx
(3)
mg/kg
H2S
Corrosividade ao Cobre a 37,8ºC
1 hora, máx
D 2158
NBR 6563
D 2784
D 3246
D 4468
D 5504
D 5623
D 6667
185
140
140
123
Passa
Passa
Passa
Passa
1
1
1
1
MB 281
D 1838
Anotar
Anotar
Anotar (4)
Anotar
MB 903
D 1657
D 2598
D 2420
Massa Específica a 20ºC
kg/m³
Propano
%vol.
90 (mín)
D 2163
Propeno
%vol.
5 (máx).
D 2163
Umidade
Passa
-
-
Passa
MB 282
Água Livre
-
Ausente
Ausente
-
(5)
Odorização
20% LIF
D 2713
(6)
(1) Em caso de divergência de resultados prevalece o método da ASTM D 1267.
(2) O produto não deve originar um anel de óleo persistente quando 0,3ml da mistura de solvente/ resíduo é adicionado em um papel de filtro, em incrementos de 0,1ml
e examinado a luz do dia, após 2 min, como descrito no método ASTM D 2158.
(3) Os limites de enxofre total incluem os compostos sulfurados usados para fins de odorização. Os métodos ASTM D 3246, D 4468, D 5504, D5623 e D 6667 poderão ser
utilizados alternativamente e em caso de divergência de resultados, prevalece o método ASTM D 2784.
(4) Aplica-se à massa específica a 20ºC o limite superior de 550 Kg/m³ na etapa de distribuição de mistura propano/butano envasilhada em botijão P-13 nos municípios
cuja média das temperaturas mínimas se encontre abaixo de 10°C, nos meses de junho, julho e agosto, conforme Anexo II.
(5) A presença de água livre deve ser determinada por inspeção visual das amostras durante a determinação da massa específica ou por análise cromatográfica.
(6) A odorização deve ser realizada de acordo com a NFPA 58 - Armazenagem e Manipulação de Gases Liqüefeitos de Petróleo - Associação Nacional de Proteção ao
Fogo (“Storage and Handling Liquefied Petroleum Gases”) (National Fire Protection Association - NFPA) (item A.1.3.1).
Maiores informações podem ser encontradas no endereço eletrônico da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis: www.anp.gov.br.
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5. Produção
O GLP pode ser produzido por diversos processos,
quais sejam:
- a destilação atmosférica do petróleo (óleo cru) –
ao separarmos o petróleo em frações com temperaturas crescentes de ebulição, a fração mais leve é o gás
combustível (constituído principalmente de metano e
etano). A fração seguinte é o GLP, que representa de 1
a 2% do petróleo;
- o fracionamento do gás natural – quando uma
companhia extrai o gás natural do subsolo, a maior parte deste (até 90%) é metano, contendo ainda hidrocar-
bonetos mais pesados como etano, propano, butanos,
pentanos e mais pesados. O fracionamento do gás natural gera como subprodutos o GLP e o líquido de gás
natural (LGN), componente da gasolina;
- os processos de fundo de barril, nos quais as frações pesadas do petróleo são transformadas em frações mais leves: GLP, gasolina e óleo Diesel. Entre tais
processos, encontram-se o Craqueamento Catalítico
Fluido (FCC) e o Coqueamento Retardado, sendo que
o FCC é responsável por grande parte da produção de
GLP no Brasil.
Figura III: Esquema básico de produção de GLP no Brasil
Destilação atmosférica
do petróleo
Unidade de processamento de gás natural
Craqueamento catalítico fluido (FCC)
Tratamentos de
dessulfurização
GLP
Coqueamento
Retardado
6. Cuidados para manutenção da qualidade
A qualidade do GLP comercializado nos postos de
distribuição ou nas vendas a granel é resultado da ação
dos vários segmentos ao longo da cadeia em que o
combustível é transportado, armazenado e utilizado.
Da refinaria ou terminal até o consumidor final, o GLP
percorre um longo caminho, envolvendo processos relativamente simples de transferências e armazenamentos. Um caminho típico do GLP até o consumidor final
é o seguinte:
• O GLP produzido ou importado fica armazenado
em vasos de pressão que podem ser esferas, cilindros
ou até mesmo navios-tanque. Antes de ser transferido
para as distribuidoras, o produto é amostrado e certificado, comprovando-se a sua adequação à especificação
de venda. A partir deste ponto, geralmente não há mais
nenhum controle sistemático das características do proLiquefeito de Petróleo
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duto, razão pela qual cuidados adicionais devem ser
observados para que problemas não aconteçam;
• A transferência do GLP até o parque de armazenamento da distribuidora, onde o mesmo também
fica estocado em cilindros ou esferas, se dá por meio
de bombeio via dutos ou por carregamentos de caminhões ou vagões-tanque;
• Todos os cilindros onde o GLP e os demais gases
forem armazenados devem ser limpos e utilizados
apenas para esta finalidade. Os caminhões ou vagões
também devem ser específicos para este serviço para
assegurar a integridade desses produtos;
• Deve-se prever uma limpeza periódica de todos
os recipientes de GLP e demais gases, pois, ao longo
do tempo pode ocorrer acúmulo de compostos mais
pesados no fundo dos mesmos.
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7. Aspectos de segurança, meio ambiente e saúde
Todas as recomendações de armazenamento, manuseio e utilização segura do GLP estão contidas na
correspondente Ficha de Informação de Segurança do
Produto Químico (FISPQ).
Para efeito de transporte, o GLP tem o número de
identificação 1075 (gás liquefeito de petróleo), conforme classificação da ONU, adotada pelo Ministério dos
Transportes. Sendo considerada como carga perigosa,
as pessoas envolvidas com seu transporte devem estar
devidamente treinadas e capacitadas para realizar tais
operações.
Conforme citado anteriormente, o GLP é um combustível de queima relativamente limpa. Isto porque:
• combustíveis gasosos como o gás liquefeito de
petróleo misturam-se facilmente com o oxigênio (pois
ambos estão na fase gasosa), quando comparados com
combustíveis líquidos ou sólidos (gasolina, diesel, óleo
combustível, carvão). Assim, a sua queima é rápida e
eficiente, gerando menor quantidade de resíduos (fuligem);
• por possuir teores mais altos de hidrogênio em
suas moléculas, comparativamente aos combustíveis
líquidos, sua combustão gera menor emissão de CO2
e NOx;
• por possuir baixíssimos teores de enxofre em sua
composição, geram também emissões mais baixas de
óxidos de enxofre (SOx).
No entanto, o GLP é um produto inflamável, mais
pesado do que o ar e, quando vaza, como tende a se
concentrar em pontos mais baixos, há grande risco de
incêndio. É um produto asfixiante devendo-se tomar diversas medidas de segurança no manuseio e utilização
do produto. Estas medidas serão discutidas a seguir.
7.1. Armazenamento
Manter um gás pressurizado com uma redução de
volume de cerca de 250 vezes, requer o uso de recipientes que aguentem a pressão superior a necessária
para essa compressão (1.500 kPa ou 15 kgf/cm2). No
caso de rompimento desses recipientes, pode ocorrer
uma explosão, com vítimas fatais. Os recipientes devem
atender à norma brasileira NBR 8460 - Recipiente Trans-
portável de Aço para Gás Liquefeito de Petróleo (GLP)
- Requisitos e Métodos de Ensaio.
Instruções específicas existentes em algumas localidades devem ser rigorosamente seguidas. Estas abrangem recomendações sobre afastamento adequado,
facilidade de acesso, equipamentos de combate a incêndio, sistema de aterramento, etc.
ROGÉRIO REIS / BANCO DE IMAGENS PETROBRAS
Figura IV: Parque de esferas de armazenamento de GLP em refinaria da Petrobras
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7.2. Detecção de vazamentos e inflamabilidade
Sendo o GLP mais pesado que o ar, se houver vazamento do produto, este não sofrerá uma rápida dispersão na atmosfera, tendendo a se concentrar na parte
inferior do ambiente com alto risco de inflamabilidade.
A inflamabilidade de qualquer produto ocorre dentro
de limites tais que:
• abaixo do valor mínimo (limite inferior de inflamabilidade) não existe combustível suficiente para sustentar a combustão;
• acima do valor máximo (limite superior de inflamabilidade) não existe oxigênio suficiente para sustentar a
queima.
Tabela IV - Limite Inferior de Inflamabilidade (LII) e Limite Superior de Inflamabilidade (LSI)
CONCENTRAÇÃO
(% em volume)
0%
MISTURA POBRE
não ocorre combustão
LII
Para o propano, a faixa de inflamabilidade é de 2,1 a
9,5% no meio ambiente e para o butano esta é de 1,8 a
8,4%. Ou seja, ao se atingir uma concentração de cerca
de 2% de GLP num ambiente, a combustão pode ser
iniciada a qualquer momento, desde que se tenha uma
fonte de ignição.
Para evitar o acúmulo de GLP no ambiente, regras
para armazenagem de botijões devem ser rigorosamente seguidas. Para facilitar a detecção, é obrigatória a adição de um agente odorizante ao GLP comercializado em
botijões. Os odorizantes tradicionalmente utilizados são
MISTURA IDEAL
pode ocorrer combustão
LSI
MISTURA RICA
não ocorre combustão
100%
compostos a base de enxofre, conhecidos como mercaptans. O produto utilizado pela Petrobras é o etil-mercaptan (C2H5SH), numa proporção de 12 g/m³ de GLP.
No combate a incêndios causados pela combustão
do GLP, deve-se empregar extintores de água em neblina, pó químico ou CO2, não sendo recomendável a extinção do fogo sem antes estancar o vazamento, devendo-se manter o recipiente resfriado com água após esta
extinção. O vazamento do GLP pode provocar tonteiras
e irritações no sistema respiratório, olhos e queimaduras
na pele.
8. Informações adicionais
1. A ocorrência de fuligem pode ser decorrente do
uso do GLP comercial em sistemas de combustão ajustados para queima com produtos mais leves (propano).
2. Eventualmente, em sistemas de abastecimento,
podem aparecer resíduos decorrentes de desvios no
manuseio ou utilização do produto, pela absorção de
óleos lubrificantes e de graxas usadas nos sistemas de
transferência do GLP. Para evitar tal ocorrência, a medida preventiva recomendada é a inspeção e limpeza periódica do circuito de vaporização, para que não ocorra
acúmulo de substâncias estranhas ao GLP, ao longo do
tempo, em vasos e pontos baixos.
3. O aumento da temperatura ambiente causa expansão do líquido, por conta disto, o recipiente não
deve ser totalmente preenchido com líquido.
9. Referências bibliográficas
• Farah, M. A. Petróleo e seus derivados. LTC, 2012.
• ANP - Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis: http://www.anp.gov.br/
Acessado em: 5 de julho de 2013.
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4. O GLP amostrado do tanque pode causar queimadura por congelamento, que é uma ulceração produzida pelo frio, caso entre em contato com a pele. Isto
se deve à rápida absorção de calor do líquido pela vaporização sob pressão atmosférica.
5. O GLP é um excelente solvente de derivados de
petróleo e borrachas em geral. Existem no mercado
juntas especiais para tubulações e substitutos da borracha disponíveis para esta aplicação.
6. Durante a estocagem do GLP pode ocorrer a estratificação dos hidrocarbonetos devido à diferença de
densidade. Por isto, é importante que o produto seja
sempre homogeneizado através de correto procedimento de movimentação e armazenamento.
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10. Links úteis
Sindigás
Gás LP no Brasil
Os diferentes usos e aplicações do Gás LP
Segurança: Gás LP é seguro
Energia para o desenvolvimento e o bem-estar social
Banho a gás: mais conforto e menor custo
Programa Gás Legal - Manual de Segurança para o posto revendedor de
GLP -Normas para o Armazenamento de Recipientes Transportáveis de GLP
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10 Gás
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ANP
Programa Gás Legal - 10 orientações para garantir seus direitos e sua
segurança
Conpet - Programa Nacional de Racionalização do uso dos derivados do
petróleo e do gás natural
Dicas de economia e segurança no uso do seu aquecedor de água a gás
Dicas de economia e segurança no uso do seu fogão a gás
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Escola de Ciências e Tecnologias de Abastecimento - Universidade Petrobras Recursos Humanos
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