TEORIA DOS CUSTOS DE TRANSAÇÃO TEORIA DOS CUSTOS DE TRANSAÇÃO PRINCIPAIS AUTORES • COASE, R. H. The nature of the firm (1937). • WILLIAMSON, O. E. Market and Hierarchies: analysis and antitrust implications (1975). • WILLIAMSON, O. E. The economic institutions of capitalism. (1985). A FIRMA NO ENFOQUE DA TEORIA DOS CUSTOS DE TRANSAÇÃO • O ponto de partida da TCT: • A consideração de que os custos da empresa não se resumem a custos de produção: existem também os custos de transação. • Definição de Custos de Transação: • São os custos que os agentes enfrentam quando recorrem ao mercado para adquirir equipamentos, insumos ou serviços, ou quando estabelecem uma “interface” com outro agente • Esses custos envolvem: custos de negociar, redigir e garantir o cumprimento de um contrato (formal ou informal). TEORIA DA FIRMA – O ENFOQUE DOS CUSTOS DE TRANSAÇÃO • Exemplos de Custos de Transação: Custos devidos a falhas na execução da transação - Quando a transação não se processa da maneira planejada. Ex: o caso do fornecimento de insumos e componentes que fogem aos padrões de qualidade ou aos prazos de entrega requeridos, determinando paralisações ou alterações no ritmo de produção, fabricação de produtos defeituosos, etc. TEORIA DA FIRMA – O ENFOQUE DOS CUSTOS DE TRANSAÇÃO • Custos requeridos para criar garantias de que não existirão intenções oportunistas • Ex: pagamento de taxas para uso/ comercialização de marcas ou produtos. • (o caso de franchising ou outros investimentos associados à implementação de códigos de confiança) Como esta teoria explica a existência de Custos de Transação? Fatores que podem originar custos de transação Racionalidade Limitada Comportamento Oportunista Especificidade dos Ativos Como esta teoria explica a existência de Custos de Transação? • Racionalidade limitada Assimetria de informação • Significa que os agentes agem racionalmente, mas se defrontam com limitações na hora de acessar ou processar as informações. • Um ambiente de incerteza implica em mais espaço para atitudes oportunistas aumenta a necessidade de relações mais contratuais eleva os custos de transação. Como esta teoria explica a existência de Custos de Transação? • Comportamento oportunista • Supõe-se que os agentes econômicos agem motivados pelo auto-interesse e oportunismo: o oportunismo implica que as partes podem agir aeticamente, descumprindo contratos • Para prevenir perdas devido ao oportunismo, os agentes econômicos procuram estabelecer relações contratuais: quanto maior a necessidade de relações contratuais maior o custo de transação associado. Como esta teoria explica a existência de Custos de Transação? • Especificidade dos ativos • Ativos específicos são ativos que não são reempregáveis sem que tal implique em alguma perda de valor. • A condição de especificidade do ativo ocorre na situação em que é reduzido o número de produtores capazes de ofertar e de demandantes interessados em adquirir o ativo em questão. Quanto maior o grau de especificidade do ativo, maiores serão os riscos e problemas de adaptação, logo, mais elevados serão os custos de transação. Exemplos de fontes de especificidade de ativos: • Especificações técnicas que podem limitar a possibilidade de aplicações alternativas; • (Ex: equipamentos industriais sob encomenda.) • - Recursos humanos empregados em atividades de P&D • (Conhecimentos e habilidades não podem ser facilmente transferíveis ou copiados.) • - Especificidade de localização: explicada pela imobilidade física dos ativos • (deslocamento implicaria em elevado custo de transação) Ex: usina hidroelétrica – central geradora de energia. TEORIA DA FIRMA – O ENFOQUE DOS CUSTOS DE TRANSAÇÃO • A pergunta central da TCT • Dada a necessidade da empresa de dispor de equipamentos, insumos, etc, qual a melhor maneira de fazê-lo? • Realizando uma transação de compra? (mercado) • Internalizando a produção desses fatores, ou seja, passando ela mesma a produzí-los? (hierarquia). • A resposta: • Depende da avaliação da empresa quanto à magnitude dos custos de transação incorridos ao optar por uma ou outra dessas estruturas de governança: • mercado versus hierarquia. TEORIA DA FIRMA – O ENFOQUE DOS CUSTOS DE TRANSAÇÃO • A hipótese básica da teoria: • A existência de custos de transação relativamente mais elevados em transações realizadas no mercado determina a substituição desta estrutura de governança pela estrutura hierárquica da empresa como método de economizar custos de transação. • Por que as firmas existem? • As empresas existem se e enquanto possibilitarem maior economia de custos transação em relação a alternativa do mercado. Aplicando a Teoria dos Custos de Transação • Integração Vertical – solução indicada quando: • Probabilidade de Oportunismo é alta • Incerteza é elevada • Forte presença de ativos específicos • Integração Vertical: • Quando uma empresa atua em mais de um estágio da cadeia produtiva. • Exemplo (integração total) : extração de minério de ferro transporte do minério fundição ferro guza chapa de aço lâminas de aço ferramentas/utensílios ... etc comercialização. • Integração Horizontal solução não enfatizada pelo modelo de Oliver Williamnson • Integração horizontal: fusão entre duas ou mais empresas que operam no mesmo estágio do processo produtivo e utilizam matérias-primas similares ou complementares. • Exemplo: integração entre duas empresas montadoras de componentes para a indústria automobilística. Definindo a fronteira da firma • Integração Vertical e tamanho eficiente da firma • . O tamanho eficiente da firma será definido tomando em conta: - o conjunto atividades consideradas estratégicas ao funcionamento e expansão da firma; - o conjunto de atividades que sejam realizadas de forma mais eficiente ao serem internalizadas pela firma do que abastecidas pelo mercado. Dinamizando a Teoria dos Custos de Transação • Quando para reduzir custos de transação seja necessário promover mudança organizacional na empresa. • Assim como a existência de custos de transação relativamente mais elevados em transações realizadas no mercado determina a substituição desta estrutura de governança pela organização hierárquica da empresa, a possibilidade de auferir economias de custos de transação pode levar a alterações nas características desta última organização, desencadeando um processo de mudança organizacional. Teoria dos Custos de Transação – uma síntese • A teoria dos custos de transação enfoca a firma enquanto uma estrutura de governança (uma organização) alternativa ao mercado, cujo objetivo é economizar custos de transação. • A teoria afirma que a magnitude dos custos de transação varia conforme as características da transação e do ambiente competitivo. • A magnitude desses custos é explicada pela teoria em função de três fatores: Incerteza, Oportunismo e Especificidade dos Ativos. Teoria dos Custos de Transação – uma síntese A incerteza tem o efeito de ampliar as lacunas que um contrato não pode cobrir, o que significa dizer que ela aumenta o espaço para comportamentos oportunistas, portanto, afeta positivamente os custos de transação. O oportunismo é favorecido pelo ambiente de incerteza. Mas se a transação for efetuada com elevada frequência, é provável que os agentes econômicos evitem agir de forma oportunista, impondo perdas aos seus parceiros, pelo temor de represálias ou perdas de futuras na relação de troca. O grau de especificidade dos ativos afeta positivamente os custos de transação, uma vez que tal situação potencializa a possibilidade de perda associada a uma ação oportunista por parte do outro agente. Teoria dos Custos de Transação – uma síntese • A teoria dos custos de transação afirma que o critério básico considerado na decisão entre comprar insumos no mercado ou produzí-los internamente (na empresa) é a comparação entre a magnitude dos custos de transação associados a cada uma dessas alternativas: optar-se-á pela estrutura de governança representada pela empresa, quando esta mostrar-se mais eficiente que a coordenação do mercado, no que tange ao objetivo de economizar custos de transação. • Esta teoria da firma encontra-se em franca expansão, sendo muito aplicada nos estudos sobre integração vertical e nas questões envolvendo direitos de propriedade e/ou contratos de exclusividade. Quatro Níveis de Análise Social Nível Frequência de mudança (anos) Enraizamento: L1 L2 Instituições informais, costumes, tradições, normas, religião Ambiente institucional: regras formais do jogo – esp. propriedade (política, judiciário, burocracia) 102 a 103 10 a 102 Propósito Frequentemente não-calculativo; espontâneo Alcançar o ambiente institucional correto. Economização de Primeira Ordem New Institutional Economics L3 Governança: jogar o jogo – esp. contrato (alinhar estruturas de governança com transações) 1 a 10 Alcançar as estruturas de governança corretas. Economização de Segunda Ordem Organizational Economics OE – Economia Organizacional L4 Alocação de recursos e emprego (preços e quantidades; incentivos de alinhamento) contínuo L1: teoria social L2: economia de direitos de propriedade/teoria positiva política Alcançar as condições marginais corretas. Economização de Terceira Ordem L3: economia de custos de transação L4: economia neoclássica/teoria de agência Fonte: Williamson, O. E (2000). “The New Institutional Economics: Taking Stock, Looking Ahead”. Journal of Economic Literature, Vol. XXXVIII, September, pp. 595-613. Nova Economia Institucional Mercados se apóiam em contratos formais (executáveis de acordo com as cortes), enquanto as Empresas devem usar contratos relacionais (acordos informais não julgados por cortes) A Divisão do Trabalho • A divisão do trabalho, ou especialização econômica, é a especialização do trabalho cooperativo em tarefas e papéis específicos e circunscritos, de modo a aumentar a produtividade do trabalho. Adam Smith (1723-1790). Author of the Wealth of Nations (1776). Picture courtesy of the Warren J. Samuels Portrait Collection at Duke University. 22 A “Mão Invisível” do Mercado • Descreve a natureza autoreguladora do mercado. É uma metáfora criada em conjunto com as forças do auto-interesse, da competicão, e da oferta e da demanda, como sendo o incentivo capaz de alocar os recursos na sociedade. Adam Smith (1723-1790). Author of the Wealth of Nations (1776). Picture courtesy of the Warren J. Samuels Portrait Collection at Duke University. 23 O quê é uma Empresa? • O Mercado – A troca de produtos e serviços. – A troca é coordenada espontâneamente. Ronald H. Coase (1910 - ) • A Empresa – Substitui a coordenação espontânea com alguma categoria de planejamento central ou direção, e institui a hierarquia e a autoridade. 24 Por quê as Empresas existem? Ronald H. Coase (1910-) “A principal razão pela qual é mais lucrativo estabelecer uma empresa parece ser que há um custo de usar o mecanismo de preço” 25 Especialmente custos de garimpar, coletar, processar, recuperar, armazenar, integrar, reusar, distribuir e agregar INFORMAÇÃO! Ronald Coase – Prêmio Nobel de Economia de 1991 “por sua descoberta e clarificação do significado dos custos de transação e dos direitos de propriedade para a estrutura econômica e para o Oliver E. Williamson Prêmio Nobel funcionamento da-economia". de Economia de 2009 “por sua análise da governança econômica, especialmente as fronteiras da empresa". Prêmio em conjunto com Elinor Ostrom. Especialmente custos de garimpar, coletar, processar, recuperar, armazenar, integrar, reusar, distribuir e agregar INFORMAÇÃO! Mais conhecido Teoria da Produçã o Teoria das Instituiçõ es Custos de Produção/T ransformaç ão Custos de Transaçã o Oportunida des, Escolhas, Desempen ho Menos reconhecido Fonte: http://www.creativante.com.br/lettericia/blog/ano1e A Teoria da Empresa como uma Estrutura de Governança Segundo Ronald Coase (em seu artigo seminal de 1937, escrito quando tinha 27 anos), a empresa e o mercado são métodos alternativos de coordenar a produção. E a decisão de usar um modo e não o outro não deve ser tomada como dada, mas sim deve ser derivada. Fonte: