1 UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Victória Baraldi Mendes Batista A IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DO TREINAMENTO NO DESENVOLVIMENTO DAS ORGANIZAÇÕES CURITIBA 2 2011 A IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DO TREINAMENTO NO DESENVOLVIMENTO DAS ORGANIZAÇÕES 3 CURITIBA 2011 Victória Baraldi Mendes Batista A IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DO TREINAMENTO NO DESENVOLVIMENTO DAS ORGANIZAÇÕES Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Pós Graduação em Gestão Estratégica de Pessoas da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título de especialista. Orientador: Clélia Pesqueira 4 CURITIBA 2011 RESUMO O capital humano é o principal patrimônio das organizações. Portanto o treinamento tem se tornado cada vez mais vital para o sucesso das empresas, por desempenhar papel fundamental no desenvolvimento organizacional, enriquecendo o principal patrimônio das organizações, que são as pessoas. O treinamento é uma ferramenta muito importante, já que muda o comportamento das pessoas, adequando-as aos requisitos exigidos pelos cargos, melhora os relacionamentos interpessoais e a qualidade do trabalho, aumenta as competências, a produtividade e a eficiência, além de melhorar a qualidade de vida. Com isso as empresas tornam-se mais competitivas e a lucratividade também aumenta, pois as organizações precisam de pessoas competentes e movidas para produzir. Palavras-chave: treinamento; gestão de pessoas; desenvolvimento organizacional; desempenho profissional. 5 ABSTRACT The human resource is the main assets of organizations. Therefore training has become necessary for the companies success, as it plays a key hole in organizational development, enriching the main assets of organizations, that is people. Training is a very important tool, since it changes the people behavior, adjusting them to the position's requirements, improves interpersonal relationships and the quality of work, increases skills, productivity and efficiency, and improves the quality of live. Hence companies become more competitive and profitable, because organizations need capable and motivated people. Key words: training, human resource management, personnel management, organizational development, professional performance. 6 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO …............................................................................................ 4 2 DESAFIOS DA MUDANÇA E O TREINAMENTO …...................................... 4 2.1 DESEMPENHO PROFISSIONAL: COMPETÊNCIA E MOTIVAÇÃO …..... 5 3 TREINAMENTO: CONCEITOS E EVOLUÇÃO ….......................................... 6 3.1 CONCEITOS E FINALIDADES DO TREINAMENTO …............................... 7 3.2 NECESSIDADES DE TREINAMENTO …................................................... 11 4 AS DIFERENÇAS ENTRE TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO .….... 14 5 IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DO TREINAMENTO ….............................. 15 6 CONCLUSÃO …............................................................................................ 20 REFERÊNCIAS …............................................................................................ 22 7 4 1 INTRODUÇÃO As profundas mudanças socioculturais, políticas, tecnológicas e econômicas que caracterizam o cenário atual das organizações, exigem qualificação da mão de obra para dominar tecnologias sofisticadas e atuar em ambiente competitivo. Mais do que nunca, as organizações estão procurando aumentar a competitividade dos produtos e serviços. (SILVA, 2004) Segundo Chiavenato (1999), em um mundo mutável e competitivo, em uma economia sem fronteiras, as organizações precisam preparar-se continuamente para os desafios da inovação e da concorrência. Para serem bem-sucedidas, as organizações precisam de pessoas espertas, ágeis, empreendedoras e dispostas a assumir riscos. São as pessoas que fazem as coisas acontecer, que conduzem os negócios, produzem os produtos e prestam os serviços de maneira excepcional. Para conseguir isso, é imprescindível o treinamento e o desenvolvimento das pessoas. E as organizações mais bem-sucedidas investem pesadamente em treinamento para obter um retorno garantido. Para elas, treinamento não é uma simples despesa, mas um precioso investimento, seja na organização como nas pessoas que nela trabalham. As pessoas constituem o principal patrimônio das organizações. O capital humano das organizações – composto de pessoas, que vão desde o mais simples operário ao seu principal executivo – passou a ser uma questão vital para o sucesso. O capital humano é o principal diferencial competitivo das organizações bem-sucedidas. Já faz algum tempo que a área de Recursos Humanos passou de um simples departamento de pessoal para um agente de transformação na organização, provocando mudanças e oferecendo sustentação na implementação das mesmas. A empresa que opta pela vanguarda em gestão de pessoas certamente obterá resultados benéficos a sua saúde organizacional, aumentando a produtividade, garantindo a sobrevivência do negócio e propiciando satisfação aos empregados. 2 DESAFIOS DA MUDANÇA E O TREINAMENTO Conforme Marras (2000), as empresas do final do milênio estão cada vez 5 mais premidas pela avalanche de mudanças recebidas dos diversos cenários que as circundam. São mudanças tecnológicas, de processos, comportamentais etc que pressionam diariamente os membros da estrutura organizacional. As organizações convencionais utilizam-se de treinamento como instrumento principal para enfrentar e acompanhar os efeitos das mudanças que as atingem. As empresas de ponta fazem uso do treinamento para prevenir-se de eventuais mudanças impostas por esses mesmos ambientes. Ainda, para Lacombe (2005), as organizações precisam dispor de pessoas competentes e movidas para produzir. As empresas não podem escolher se treinam ou não seus empregados, porque as pessoas são admitidas com qualificações genéricas e toda empresa tem suas peculiaridades. Sendo os recursos humanos os mais importantes em qualquer organização, a capacitação e a motivação da equipe são indispensáveis para que o trabalho seja executado com eficiência e eficácia. De acordo com Claro e Nickel (2002), a necessidade de os gerentes desenvolverem novas habilidades e atitudes com relação ao acompanhamento e à orientação de sua equipe de trabalho é fundamental para a condução das pessoas, que hoje espera uma nova postura de seus “chefes”, já que os requisitos exigidos para o desempenho das atividades nas empresas modernas também mudaram. 2.1 DESEMPENHO PROFISSIONAL: COMPETÊNCIA E MOTIVAÇÃO Para Knapik (2005), a sociedade do conhecimento traz um modelo de gestão focado em competências que são definidas pelo planejamento estratégico das organizações e tem o objetivo de manter a empresa em uma posição estratégica e competitiva no mercado. As competências devem agregar valor econômico para a empresa e garantir a empregabilidade do indivíduo. Segundo Behmer (2002), o processo de treinamento aplica-se a toda a organização e é destinado a elevar ou adequar os padrões de desempenho das pessoas no trabalho. Ao desenvolver pessoas estamos fortalecendo a capacidade de resposta da organização. O aumento significativo da competição exige empresas mais bem preparadas, e treinar é a única solução. Conforme Maximiano (2000), motivação sem competência significa que há 6 interesse, mas falta a habilidade, conhecimento ou experiência para realizar a tarefa. Alguém quer realizar uma tarefa mas não sabe como. Competência sem motivação representa o problema inverso. Alguém sabe fazer, mas não tem vontade. Competência e motivação são dois vetores importantes, que agem simultaneamente para influenciar o nível de desempenho de cada pessoa. O desenvolvimento de pessoal procura definir métodos e procedimentos que possibilitem maximizar o desempenho profissional e elevar os níveis de motivação para o trabalho. Um plano de desenvolvimento motiva as pessoas da organização, cria perspectivas de evolução e contribui para a melhoria dos resultados. As grandes organizações multinacionais e numerosas empresas brasileiras consideram o desenvolvimento de pessoal fato decisivo para o seu futuro. Nenhuma organização consegue manter um bom nível de produtividade sem uma equipe de profissionais bem preparados. O fator humano influi de maneira decisiva no nível de desenvolvimento ou deterioração da organização. (TACHIZAWA et al, 2004) 3 TREINAMENTO: CONCEITOS E EVOLUÇÃO Segundo Gil (2009), a preocupação com o desenvolvimento de programas voltados ao treinamento de pessoal vem desde o início do século XX, graças à influência da Escola Clássica de Administração. O objetivo expresso desses programas era o de preparar os indivíduos para atingir o mais alto grau de produtividade possível. Como o homem, conforme acepção de Taylor, era visto como um ser que trabalhava essencialmente em troca de dinheiro, sem nenhuma identificação com a organização, o treinamento apenas considerava, nessa época, os aspectos mecânicos do trabalho. Ainda de acordo com Gil (2009), a partir do advento da Escola das Relações Humanas, o treinamento nas empresas passou a abranger também os aspectos psicossociais dos indivíduos. Dessa forma, os programas de treinamento, além de visarem capacitar os trabalhadores para o desempenho de tarefas, passaram a incluir também objetivos voltados ao relacionamento interpessoal e sua integração à organização. Também se observa, já no início da década de 40, durante a Segunda 7 Guerra Mundial, a preocupação com o desenvolvimento de programas destinados a preparar chefes e supervisores. E, com o final do conflito, as empresas começam a enfatizar também programas destinados ao desenvolvimento de lideranças. Com a adoção do enfoque sistêmico pela Administração de Recursos Humanos, sobretudo a partir da década de 60, o treinamento passou a ser visto como um de seus sistemas básicos. Passou a envolver, portanto, todas as atividades voltadas para o suprimento das carências de indivíduos ou grupos em termos de conhecimentos, habilidades e atitudes, com vista em desempenhar as tarefas necessárias para alcançar os objetivos da organização. (GIL, 2009). 3.1 CONCEITOS E FINALIDADES DO TREINAMENTO A conceituação de treinamento apresenta significados diferentes. Antigamente, alguns especialistas em RH consideravam o treinamento um meio para adequar cada pessoa ao seu cargo e desenvolver a força de trabalho da organização a partir dos cargos ocupados. Mais recentemente passou-se a ampliar o conceito, considerando o treinamento um meio para alavancar o desempenho no cargo. Quase sempre o treinamento tem sido entendido como o processo pelo qual a pessoa é preparada para desempenhar de maneira excelente as tarefas específicas do cargo que se ocupar modernamente, o treinamento é considerado um meio de desenvolver competências nas pessoas para que elas se tornem mais produtivas, criativas e inovadoras, a fim de contribuir melhor para os objetivos organizacionais, e cada vez mais valiosas. Assim, o treinamento é uma fonte de lucratividade ao permitir que as pessoas contribuam efetivamente para os resultados do negócio. Nestes termos, o treinamento é uma maneira eficaz de agregar valor às pessoas, à organização e aos clientes. Ele enriquece o patrimônio humano das organizações. Ele é o responsável pelo capital intelectual das organizações. (CHIAVENATO, 1999) Nos dias de hoje os trabalhadores têm maior necessidade de educação básica e de treinamento para se qualificar para o trabalho. Cumpre oferecer-lhes um treinamento contínuo nas novas tecnologias aplicadas ao trabalho. (TACHIZAWA et al., 2004). 8 Para Gil (2009), o ambiente dinâmico das organizações requer o desenvolvimento de ações voltados à constante capacitação das pessoas, com vista em torná-las mais eficazes naquilo que fazem. Tanto é que, com frequência cada vez maior, as empresas vêm desenvolvendo programas de formação, treinamento e desenvolvimento de pessoas, a ponto de muitas empresas decidirem-se pela instalação não apenas de centros de treinamento e desenvolvimento, mas até mesmo de centros educacionais e universidades corporativas. Para Hill e Jones (1998, p.3, citado por SILVA, 2004) os resultados dos programas de treinamento adotados pela empresa afetam a produtividade dos empregados, sendo esta um determinante chave para a eficiência empresarial e a redução de custos. Treinamento é um processo sistemático para promover a aquisição de habilidades, regras, conceitos ou atitudes que resultem em uma melhoria da adequação entre as características dos empregados e as exigências dos papéis funcionais. (MILKOVICH et al, 2000). Treinamento não é algo que se faça uma vez para novos empregados: é usado continuamente nas organizações bem administradas. Cada vez que você mostra a uma pessoa como ela deve fazer o trabalho, você a está treinando. Preferimos definir treinamento como qualquer atividade que contribua para tornar uma pessoa apta a exercer sua função ou atividade, para aumentar a sua capacidade para exercer melhor essas funções ou atividades. Esta definição é mais abrangente do que a que define treinamento como um processo sistemático de aperfeiçoamento das capacidades e das competências das pessoas. Cada vez que você dá uma orientação, ou discute um procedimento, pode-se dizer que você está treinando. (LACOMBE, 2005) Conforme Chiavenato (1999), treinamento é o processo de desenvolver qualidades nos recursos humanos para habilitá-los a serem mais produtivos e contribuir melhor alcance dos objetivos organizacionais. O propósito do treinamento é aumentar a produtividade dos indivíduos em seus cargos, influenciando seus comportamentos. Já para Bohlander e Snell (2010), além de fornecer o treinamento necessário para o efetivo desempenho do trabalho, as companhias oferecem treinamento em 9 áreas tais como o desenvolvimento e o bem-estar pessoais. Questões especiais do treinamento envolvem programas que são importantes para uma ampla variedade de funcionários. Para tornar uma orientação efetiva, é necessário haver uma cooperação efetiva entre o departamento de RH e outros departamentos em todas as fases do programa, desde o planejamento inicial e durante os períodos de acompanhamento e avaliação. Segundo Macian (1987), oferecer programas de treinamento, no contesto das organizações, visando promover melhor atuação funcional será também uma forma de reforçar esse trabalho de autoformação, desde que tais propostas se caracterizem como um processo eminentemente educativo. O treinamento é visto como um instrumento implementador de procedimentos mais racionais, mais qualificados e mais eficazes, porém estará sempre carregado de um propósito de respeito às necessidades do desenvolvimento individual. Para que as relações de trabalho produzam resultados eficazes, devem estar voltadas não somente para a capacitação do trabalhador, mas também para a manutenção de um estado de saúde, tanto da organização como de seus agentes funcionais. A maior parte dos programas de treinamento está concentrada em transmitir informações ao funcionário sobre a organização, suas políticas e diretrizes, regras e procedimentos, missão e visão organizacional, seus produtos e serviços, seus clientes, seus concorrentes, etc. A informação guia o comportamento das pessoas e o torna mais eficaz. Outros programas de treinamento estão concentrados em desenvolver as habilidades das pessoas para habilitá-las e capacitá-las no seu trabalho. Outros programas visam ao desenvolvimento de novos hábitos e atitudes para lidar com clientes internos e externos, com o próprio trabalho e com a organização. Por fim, outros programas estão preocupados em desenvolver conceitos e elevar o nível de abstração das pessoas para que elas possam pensar e agir em termos mais amplos. Quase sempre as organizações estão utilizando vários tipos de mudanças de comportamento ao mesmo tempo em seus programas de treinamento. Ao desenvolverem habilidades nas pessoas, elas também estão transmitindo informações e incentivando o desenvolvimento de atitudes e de conceitos, simultaneamente. Boa parte dos programas de treinamento procura 10 mudar as atitudes reativas e conservadoras das pessoas para atitudes proativas e inovadoras, de modo a melhorar seu espírito de equipe e sua criatividade. Dado o seu sentido educacional, o treinamento deve ser encarado como troca de experiências e como processo de mudança em direção ao crescimento pessoal, propiciando, consequentemente, o desenvolvimento da organização. (MACIAN, 1987) Para garantir a coerência de metas e mesmo um esquema seguro de controle, convém o organização criar uma imagem única da empresa, evitando que o toque pessoal de cada empregado leve ao desenvolvimento de uma multiplicidade de percepções. É neste universo que a criatividade, a originalidade pessoal e o que há de mais rico, individual e humano em cada trabalhador acabam por ser abafados, a bem do ajustamento funcional, do equilíbrio da organização e da garantia de desempenho adequado aos seus objetivos. Está colocado aqui o grande dilema do treinamento: de um lado, a necessidade de especializar o funcionário, montando seu perfil em função dos moldes de conduta previstos pelo empregador, o que de certa forma corresponde a um processo de instrumentalização do homem; do outro lado, o dever de não aprisionar a criatura humana a regras e padrões predeterminados, não só por um problema de consciência moral, como pelas consequências desastrosas que podem advir para a própria empresa da produção deste “robô”, morto em termos de criatividade e imaginação, incapaz de propor novos processos, ou de transpor fronteiras tradicionais na busca de novas propostas. (MACIAN, 1987) Para Chiavenato (1999), o treinamento não deve ser confundido com uma simples questão de realizar cursos e proporcionar informação. Ele vai muito mais longe. Significa atingir o nível de desempenho almejado pela organização através do desenvolvimento contínuo das pessoas que nela trabalham. Para tanto, é desejável ema cultura interna favorável ao aprendizado e comprometida com as mudanças. Ainda de acordo com Macian (1987), encarar o treinamento como um mecanismo de preparo para uma produção mais qualificada, apenas, é impedir o homem de de “trabalhar sua própria transformação.” Seria portanto, antiético e anti educativo negar a quem quer que fosse uma chance de auto aperfeiçoamento e de desenvolvimento, em quaisquer circunstâncias que cercam sua vida, incluindo 11 situações de desempenho profissional. Treinamento é, assim, uma forma de educação. Sua característica essencial consiste em educar para o trabalho. Treinar é portanto, estimular mudanças de comportamento, direcionando-as para o melhor desempenho profissional. Para Bohlander e Snell (2010), quase todos os funcionários, entretanto, precisam de algum tipo de treinamento no trabalho para manter um bom desempenho ou ajustar-se as novas formas de trabalho. Para Tachizawa et al (2004) o treinamento pode ter os seguintes objetivos: • a formação de pessoal; • a capacitação; • a atualização/reciclagem; • novas tecnologias; • a readaptação • a formação de gerentes; • a formação de supervisores; • o clima organizacional. A principal razão de as empresas treinarem novos funcionários é levar seus conhecimentos, habilidades e aptidões (CHA) ao nível exigido para um desempenho satisfatório. A medida que esses funcionários continuam no emprego, o treinamento adicional lhes oferece oportunidades de adquirir conhecimentos e habilidades. Como resultado desse treinamento, os funcionários podem ser mais eficientes no emprego e capazes de desempenhar cargos em outras áreas ou níveis superiores. Pesquisas demonstram que os rendimentos e a lucratividade geral de uma organização estão positivamente correlacionados ao total de treinamento que ela proporciona aos seus funcionários. (BOHLANDER E SNELL, 2010) 3.2 NECESSIDADES DE TREINAMENTO A necessidade de treinar empregados novos ou recém-promovidos é evidente em si. Estes empregados precisam aprender novas habilidades, e como provavelmente sua motivação é alta, eles podem tomar conhecimento, com relativa 12 facilidade, das habilidades e do comportamento esperados em seu novo cargo. Por outro lado, o treinamento de empregados experientes pode ser problemático. Nem sempre as necessidades de treinamento de tais empregados são fáceis de ser determinadas, e quando podem ser determinadas, as pessoas envolvidas podem se ressentir por estarem sendo solicitadas a mudar o modo habitual de fazerem seu trabalho. (STONER E FREEMAN, 1999). As necessidades de treinamento se referem a carências no desempenho atual e passado e à possibilidade de alcançar o novo patamar de desempenho futuro que se pretende alcançar. (CHIAVENATO, 1999). Ainda segundo Chiavenato (1999),Necessidades de treinamento são as carências de preparo profissional das pessoas, ou seja, a diferença entre o que uma pessoa deveria saber e fazer e aquilo que ela realmente sabe e faz. Significam um descompasso entre o que deveria ser e o que realmente é. Uma necessidade de treinamento é uma área de informação ou de habilidades que um indivíduo ou grupo precisa desenvolver para melhorar ou amentar a sua eficiência, eficácia e produtividade no trabalho. Na medida em que o treinamento focaliza essas necessidades e carências e as elimina, ele se torna benéfico para os funcionários, para a organização e sobretudo para o cliente. Caso contrário, representará um desperdício ou simples perda de tempo. Macian (1987) relaciona indicadores de necessidades de treinamento: • Alta rotatividade de funcionários: pode ser provocada por incapacidade no desempenho da função; • Contratação de novos funcionários: quase sempre requer a montagem de treinamentos de integração ou de capacitação; • Alto índice de acidentes, queixas e reclamações, gastos exagerados, danificação de peças, problemas gerais de inter-relacionamento, alta porcentagem de peças refugadas: são um forte índice de necessidades de treinamento. Existem métodos para identificar as necessidades de treinamento, para Chiavenato (1999) um dos métodos é avaliar o processo produtivo dentro da organização, localizando fatores como produtos rejeitados, barreiras, pontos fracos relacionados com o desempenho de pessoas, custos laborais elevados, etc. Outro 13 método para determinar as necessidades de treinamento é a retroação direta a partir daquilo que as pessoas acreditam serem necessidades de treinamento na organização. As pessoas verbalizam clara e objetivamente que tipo de informação, habilidades ou atitudes elas necessitam para executar melhor suas atividades. Ainda de acordo com Chiavenato (1999), o levantamento de necessidades de treinamento pode ser feito em três níveis de análise: • Análise organizacional: a partir do diagnóstico de toda a organização, para verificar os aspectos da missão, da visão e dos objetivos estratégicos que o treinamento deve atender. • Análise dos recursos humanos: a partir do perfil das pessoas, determinar quais os comportamentos, atitudes, conhecimentos e competências necessários para que as pessoas possam contribuir para o alcance dos objetivos estratégicos da organização. • Análise da estrutura de cargos: a partir do exame dos requisitos e especificações dos cargos, determinar quais são as habilidades, destrezas e competências que as pessoas deverão desenvolver para desempenhar adequadamente os cargos. Para Behmer (2002), existem oportunidades para levantar as necessidades de Treinamento, são elas: • Entrevistas de desligamento – Realizadas logo após o desligamento do funcionário. Devem ser pesquisadas informações quanto ao desempenho da pessoa no cargo. O objetivo é identificar oportunidades de aumento de produtividades ou de retenção de pessoas através de treinamentos; • Entrevistas com gestores – Abordam as principais dificuldades de desempenho da equipe ou de determinada pessoa especificamente; • Pesquisa de clima organizacional – É realizada periodicamente, identificandose as percepções dos funcionários sobre o funcionamento das empresas, seus pontos fortes e oportunidades de melhoria; • Identificação de conflitos – Queixas de conflitos entre pessoas, geralmente vindas da área de serviço social ou de comentários informais. Descontentamentos nos relacionamentos entre pessoas geram morosidade e baixa produtividade. 14 Para Chiavenato (1999), os seguintes casos indicam que a empresa necessita de treinamento, são eles: • Expansão da empresa e admissão de novos empregados; • Redução do número de empregados; • Mudança de métodos e processos de trabalho; • Substituições ou movimentação de pessoal; • Faltas, licenças e férias de pessoal; • Mudança nos programas de trabalho ou de produção; • Produção e comercialização de novos produtos ou serviços; • Avarias frequentes em equipamentos e instalações; • Comunicações deficientes; • Excesso de erros e de desperdício; • Pouca versatilidade dos funcionários; • Mau aproveitamento do espaço disponível; • Relações deficientes entre o pessoal; • Número excessivo de queixas; • Mau atendimento ao cliente; • Pouco interesse pelo trabalho; • Falta de cooperação; • Erros na execução de ordens; • Baixa qualidade de produção. Para Knapik (2005), um grande número de acidentes de trabalho também indica que falta treinamento. 4 AS DIFERENÇAS ENTRE TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO Existe uma diferença entre treinamento e desenvolvimento de pessoas; o treinamento está focado no presente, em melhorar o desempenho a curto prazo e corrigir falhas e dificuldades atuais; o desenvolvimento de pessoas está direcionado para o futuro, em preparar pessoas para assumir outros cargos ou posições a médio e longo prazo. (KANAPIK, 2005). Segundo Chiavenato (1999) há uma diferença entre treinamento e 15 desenvolvimento de pessoas. Embora os seus métodos sejam similares para afetar a aprendizagem, a sua perspectiva de tempo é diferente. O treinamento é orientado para o presente, focalizando o cargo atual e buscando melhorar aquelas habilidades e capacidades relacionadas com o desempenho imediato do cargo. O desenvolvimento de pessoas focaliza geralmente os cargos a serem ocupados futuramente na organização e as novas habilidades e capacidades que serão requeridas. Ambos, treinamento e desenvolvimento, constituem processos de aprendizagem. Já para Kanapik (2005), o treinamento está relacionado a aquisição de conhecimentos, habilidades e mudanças de atitudes relacionadas a um desempenho de uma tarefa ou um cargo, uma necessidade mais presente e imediata. O desenvolvimento está voltado para o crescimento individual e organizacional, pensando em um crescimento integral do homem, na expansão de suas habilidades e conhecimentos para novas soluções de problemas. Os programas de treinamentos são destinados a manter e a melhorar o desempenho no trabalho atual, enquanto programas de desenvolvimento buscam desenvolver habilidades para trabalhos futuros. Tanto gerentes quanto não gerentes podem receber ajuda de programas de treinamento e desenvolvimento, mas o mix de experiências tende a variar. É mais provável que os não-gerentes sejam treinados nas habilidades técnicas necessárias a seus trabalhos atuais, ao passo que os gerentes frequentemente recebem assistência no desenvolvimento de habilidades - especialmente as habilidades conceituais e de relações humanas – necessárias a cargos futuros. (STONER e FREEMAN, 1999). Desenvolvimento é o processo de longo prazo para aperfeiçoar as capacidades e motivações dos empregados a fim de torná-los futuros membros valiosos da organização. O desenvolvimento inclui não apenas o treinamento, mas também a carreira e outras experiências. (MILKOVICH et al, 2000). Para Kanapik (2005), o treinamento e desenvolvimento – T&D – são processos de aprendizagem que provocam mudanças e um amadurecimento profissional e individual, agregando conhecimentos, desenvolvendo habilidades e atitudes e mudando conceitos. Fazendo uma comparação da empresa com seus valores, sua missão e visão 16 e as características pessoais dos funcionários é possível verificar as divergências e por meio de um programa de T&D desenvolver novas habilidades e atitudes que aproximam o funcionário das diretrizes e políticas da empresa. (KNAPIK, 2005). 5 IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DO TREINAMENTO O treinamento tem se tornado cada vez mais vital ao sucesso das empresas modernas. Por desempenhar papel fundamental no desenvolvimento e no fortalecimento dessas competências, o treinamento tornou-se parte da coluna vertebral da implementação de estratégias. Além disso, tecnologias em rápida mudança exigem que os funcionários aperfeiçoem continuamente seus conhecimentos, habilidades e aptidões (CHA) para lidar com novos processos e sistemas. (BOHLANDER E SNELL, 2010) O treinamento das pessoas na organização deve ser uma atividade contínua, constante e ininterrupta. Mesmo quando as pessoas apresentam excelente desempenho, alguma orientação e melhoria das habilidades sempre deve ser introduzida ou incentivada. A base principal para os programas de melhoria contínua é a constante capacitação das pessoas para patamares cada vez mais elevados de desempenho. E o treinamento funciona como o principal catalisador dessa mudança. (CHIAVENATO, 1999) A convergência dos objetivos de treinamento com os da estratégia organizacional tem sido conclamada na literatura como condição para a eficácia dessa intervenção para os resultados organizacionais (KOZLOWSKI ET AL.,2000; SALAS &CANNON-BOWERS, 2001; TANNENBAUM & YUKI,1992, citado por Silva, 2004). Segundo Chiavenato muitos programas de treinamento estão distanciados das necessidades estratégicas da empresa. Muitas empresas compram pacotes de treinamento já prontos para mostrar técnicas adotadas por outras empresas, mas que nada agregam à capacitação do funcionário. Falta de cultura interna favorável ao aprendizado e ao comportamento com mudanças é outro obstáculo. De nada adianta gastar rios de dinheiro se a empresa não dá espaço ou oportunidades para as pessoas aplicarem suas competências e 17 conhecimentos adquiridos. (CHIAVENATO, 1999) Para Bohlander e Snell, o objetivo do treinamento é contribuir para a realização das metas gerais da empresa. Com isso em mente é que os programas de treinamento devem ser desenvolvidos. Os gerentes devem manter-se atentos às metas e estratégias da empresa e orientar o treinamento de acordo com elas. Infelizmente, muitas empresas nunca fazem a ligação entre seus objetivos estratégicos e seus programas de treinamento. Em vez disso, com frequência, os modismos ou “o que a concorrência estiver fazendo” são os principais propulsores da programação de treinamento empresarial. Como resultado, boa parte dos investimentos da empresa pode ser desperdiçada – com esse problema afeta diretamente o desempenho da empresa. (2010). O programa de treinamento deve estar associado às necessidades estratégicas da organização. Comprar pacotes de treinamento, isto é, programas já prontos e vendidos como produtos enlatados e fechados nem sempre soluciona as necessidades da organização. É preciso avaliar as necessidades da organização e das pessoas e estabelecer critérios preciosos para estabelecer o nível de desempenho almejado. Além disso, a organização precisa estar disposta a dar espaço e oferecer oportunidades para que as pessoas possam aplicar as novas competências e conhecimentos adquiridos no treinamento. (CHIAVENATO, 1999) O papel das organizações no aprendizado de seus funcionários está se ampliando cada vez mais. A educação corporativa põe o foco no desenvolvimento do quadro de pessoas com vistas a obter resultados nos negócios. A educação corporativa está sendo estimulada por um ambiente inquieto, curioso e revolucionário, provocado por fatores externos – como a globalização, o desenvolvimento tecnológico, a competitividade, as mudanças rápidas e descontínuas etc. - que causam impacto na administração das organizações. As empresas que estão privilegiando a educação corporativa criaram suas universidades próprias: as universidades corporativas. Essas empresas lucram com a “escola em casa”. Pesquisa realizada em 100 universidades corporativas nos Estados Unidos pela Corporate University Xchange revela que o retorno do investimento é o dobro de um treinamento tradicional. As chamadas universidades corporativas, originadas nos Estados Unidos, estão ganhando força como 18 instrumento para treinar profissionais de forna contínua e ultrapassar a deficiência na formação prática e específica dos profissionais, pois ficou constatado que os treinamentos convencionais nem sempre têm utilização direta no trabalho. A educação corporativa está se tornando uma necessidade competitiva, pois representa algo muito além do treinamento. (CHIAVENATO, 1999) De acordo com Milkovich et al (2000), existem evidências crescentes e uma maior consciência de que o treinamento e a educação são investimentos estratégicos para a prosperidade nacional. Uma conferência sobre estratégias de treinamento nas empresas colocou em evidência o impacto do treinamento e da educação na produtividade econômica de países como o México, Colômbia e Malásia. Existe uma crescente evidência de que os investimentos em treinamento estão associados ao aumento da lucratividade no longo prazo, e que as empresas que organizam suas operações com base em programas como trabalho em equipes e círculos de qualidade conseguem maior produtividade se esses programas estiverem em sintonia com a educação do trabalhador. Existem também evidências de que as organizações fazem mais treinamento para os cargos mais altos da hierarquia e em sistemas de trabalho de alto desempenho. A Motorola calcula que cada dólar investido em treinamento traz um retorno de 30 dólares em ganho de produtividade dentro de três anos; entre 1987 e 1993, a empresa cortou custos da ordem de 3,3 bilhões de dólares, na medida em que os empregados eram treinados para simplificar os processos e reduzir desperdícios. As vendas por empregado duplicaram e a lucratividade cresceu em 47%. A Motorola, a GE e a Disney podem apontar para um efeito mais direto do treinamento sobre as metas organizacionais – elas vendem seus programas educacionais, ou os utilizam para atrair seus clientes. (MILKOVICH et al., 2000). Marras (2002) descreve como o treinamento pode acrescentar no resultados das organizações; Aumento direto da produtividade: na medida em que o treinamento propicia a possibilidade de realizar ações mais precisas e corretas, haverá melhorias nos tempos de produção, nos movimentos e, portanto, na relação entre insumos, fatores de produção e resultados no trabalho; 19 Aumento direto da qualidade: a qualidade do trabalho tende a ser otimizada de forma diretamente proporcional ao conhecimento que o trabalhador tem sobre aquilo que é bem feito e sobre o grau de responsabilidade que lhe cabe no processo produtivo; Incentivo motivacional: treinar um trabalhador é oferecer a ele a possibilidade de ser eficiente e eficaz – meta de todo ser humano. Quanto mais real essa afirmação, maior a possibilidade do trabalhador sentir-se motivado a fazer o que faz e a fazê-lo bem- feito para sua própria satisfação; Otimização pessoal e organizacional: os objetivos anteriores levam, no seu conjunto, à otimização pessoal e organizacional – objetivo maior dos indivíduos e das organizações. profissionalmente, É pelo treinamento projetando-se que socialmente, o homem alavancado se pelas desenvolve melhorias econômicas que consegue como resultado de suas ascensão profissional. Trabalhadores em ascensão, satisfeitos e motivados transformam os ambientes das organizações, deixando-os apropriados para atingir a excelência em termos de desenvolvimento organizacional. (MARRAS, 2002). Behmer (2002), descreve as modalidades que o treinamento pode apresentar: • Formação – Programas desenvolvidos com a finalidade de instalar competências ou habilidades básicas para o exercício da função ou para funções futuras. Estão incluídos nessa categoria os programas acadêmicos e os idiomas. • Aperfeiçoamento ou atualização – Programas para elevar o padrão de desempenho na própria função. Podem ser de curta ou média duração. • Educação continuada – Complementam as competências ou habilidades e proporcionam a ascensão a posição mais elevada ou complexa. Geralmente são desenvolvidos por organismos acadêmicos. • Gerenciais – Fortalecem ou desenvolvem as habilidades de liderança e gerenciamento. Fortalecem relacionamentos e alavancam contribuições da equipe. • Técnicos – Indicados para ensinar novas técnicas metodologias ou o uso de tecnologias. • Motivacionais – Mobilizam e energizam pessoas para atuar com maior vigor. 20 Fazem uso de atividades lúdicas ou artísticas que geram emoção positiva. Muito utilizados para equipes de vendas. • Programas de Trainee – Recrutam jovens recém-formados para desenvolvêlos na organização. Precisa-se ter o cuidado de assegurar um completo plano de desenvolvimento acompanhado de oportunidades de carreira. Ainda para Chiavenato (1999), o treinamento traz os seguintes resultados para as organizações: • Aumento da eficácia organizacional; • Melhoria da imagem da empresa; • Melhoria do clima organizacional; • Melhor atendimento ao cliente; • Melhor relacionamento entre empresa e funcionários; • Facilidade de mudanças e inovação; • Aumento da eficiência; • Redução da rotatividade e de absenteísmo do pessoal; • Aumento da eficácia individual e grupal dos empregados; • Elevação dos conhecimentos das pessoas; • Mudanças de atitudes e comportamentos das pessoas; • Aumento das competências das pessoas; • Melhoria da qualidade de vida no trabalho; • Adequação das pessoas aos requisitos exigidos pelos cargos; • Melhorias do espírito de grupo e da cooperação; • Aumento da produtividade; • Melhoria da qualidade; • Redução do índice de acidentes no trabalho; • Redução do índice de manutenção de máquinas e equipamentos; • Criatividade e inovação nos produtos e serviços oferecidos ao mercado; • Qualidade e produtividade; • Maior competitividade organizacional; • Assédio de outras organizações aos funcionários da empresa. A etapa final é a avaliação do programa de treinamento para verificar sua 21 eficácia, isto é, para ver se o treinamento realmente atendeu às necessidades da organização, das pessoas e dos clientes. (CHIAVENATO, 1999). 6 CONCLUSÃO Com o cenário atual as empresas tiveram que inovar e perceberam que são as pessoas que realizam mudanças nas organizações. Portanto o capital humano deve ser bem aplicado e desenvolvido. A partir disso a gestão de pessoas começou a ser valorizada e o treinamento passou ser um meio de conseguir aprimorar as características dos colaboradores e com isso melhorar toda a organização. O treinamento é uma fonte de lucratividade porque aumenta esse capital. Ele enriquece o patrimônio humano da organização. Treinamento é um processo sistemático de melhoria do comportamento das pessoas no alcance dos objetivos organizacionais. Ele está relacionado a aquisição de conhecimento, habilidades e mudanças de atitudes relacionadas a um desempenho de uma tarefa ou um cargo, aprimorando o trabalho. Por isso as necessidades de treinamento são várias, desde a admissão de um funcionário até o pouco interesse pelo trabalho. Portanto treinamento não é algo que se faça uma só vez, deve ser usado continuamente, e não pode esperar um retorno imediato do investimento, porém o grande resultado aparece aos poucos, pois os resultados que o treinamento pode apresentar são muitos, melhorando assim toda a empresa e seu resultado. O treinamento pode alterar o desenvolvimento de uma organização. Empresas que valorizam o capital humano investem no treinamento e com isso conseguem melhorar a sua lucratividade e seu resultado. REFERÊNCIAS BEHMER, Sara Isabel. O processo de Treinamento. In: BOOG, Gustavo e 22 Magdalena. Manual de Gestão de Pessoas e Equipes: Operações. São Paulo: Editora Gente, 2002. BOHLANDER, George; SNELL, Scott. 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