Educação do Campo e desafios de Equidade na Educação Infantil Encontro da campanha nacional pelo Direito à Educação 15 a 17 de agosto de 2011 Jaqueline Pasuch MIEIB - UNEMAT/SINOP [email protected] * Quem são as crianças? Como vivem suas infâncias? Na cidade, no campo Indígenas,ribeirinhas quilombolas Extrativistas Crianças da floresta Caiçaras, pescadoras artesanais Assentadas e acampadas As crianças do campo, como todas as crianças brasileiras são sujeitos de direitos! DESIGUALDADE- Taxa de freqüência – 2008 0a3 4e5 Brasil: Preta ou parda: Não-negros: 18,11 15,50 20,53 59,55 56,72 62,57 Urbana: Rural: 20,52 6,83 63,37 42,66 Norte: Sudeste: 8,44 21,99 65,73 65,73 20% mais pobres: 20% mais ricos: 10,76 37,06 49,79 78,30 Fonte: Um passo adiante na longa marcha por uma educação infantil brasileira democrática. Fúlvia Rosemberg (2010) DIVERSIDADE • • • • • Panorama de Educação no Campo (MEC, 2007): Campo 16,4 % da população brasileira em 2004. critérios de ruralidade: a localização dos municípios, o tamanho da sua população e sua densidade demográfica: 72 milhões de habitantes na área rural (42% da população brasileira). 5.560 municípios brasileiros – 4.490 poderiam ser considerados rurais Diversidade / infâncias do campo Campo como disputa COMPLEXIDADE – que campo é esse, que educação é essa? O que querem e o que tem direito os povos do campo? DESIGUALDADE Pesquisa Nacional da Educação na Reforma Agrária (MEC & MDA, 2005, p.78): Entre as crianças assentadas na faixa etária de 0 a 6 anos: 0,1% frequentam creche familiar ou informal 0,8% frequentam creche organizada como escola 5,1% frequentam pré-escolas e 2,3% frequentam classes de alfabetização. 3,5% das instituições do campo possuem atendimento para crianças de 0 a 3 anos. 4e5 Escolarização forçada Descontextualizada – Impactos na construção da identidade 0a3 Total invisibilidade Políticas “alternativas” Transporte extra campo Incorporação do modelo (FORMA) urbano Produção da desigualdade Desafios para a efetivação do direito à EI das crianças do campo no campo Condições estruturais Invisibilidade: dos bebês e dos povos do campo Política Cultura (prática) adultocêntrica urbanocêntrica Fragilidade no conhecimento da necessidade e da demanda Fragmentação das políticas Diferença na cobertura em relação à idade Cultura Ciência Concepções de criança Fragilidade na consolidação das concepção EI Lugar dos pobres na política pública Direito à Educação Infantil Acesso à vaga Qualidade Políticas para a Infância Equidade Educação Infantil do Campo Situada no debate sobre o campo e sobre educação de crianças sujeitos concretos (Acúmulo) Para além da creche e pré-escola – como práticas de constituição de sujeitos situados social e culturalmente Também a creche e pré-escola como instituição nesse processo Equidade e Educação Infantil do Campo - PRINCÍPIOS Marco legal: Educação Infantil e Educação do Campo como direito da criança (fundamental) No contexto de construção do projeto democrático de nação – Garantia desse direito: • Diversidade dos modos de viver a infância (criança concreta e contextualizada; diferentes vínculos com espaços urbanos e rurais e de pertencimento a grupos culturais) • Relação “universal” e “local”; geral e específico / Princípio e forma creche e pré-escola DCNEI Consolidação do Acúmulo da EI: primeiros artigos (1º ao 7º) Expressão das CONCEPÇÕES e definições do marco legal - PRINCÍPIOS Definição de currículo Centralidade da criança Fortalecimento / institucionalidade da EI no sistema de ensino Princípios éticos, políticos, estéticos (antigas DCNEI) Função sociopolítica e pedagógica Consolidação do acúmulo/princípios – art. 8º e 9º; 10 e 11 Objetivos Conhecimento e direitos Eixos da ação pedagógica Brincar e interações (experiências) Papel ativo das instituições (desafios para a criação) Acompanhamento Registro / documentação Transições Clareza dos Princípios/Concepções A educação infantil que queremos e estamos construindo: Criança sujeito direito e histórico, da natureza /Espaço para viver infância Não fragmentação Experiências significativas e que tenham sentido na cultura / vida Relação intrínseca com família e comunidade / PPP discutido Não imposta (EF; urbano; adulto) / não submissão Relação Princípio/Concepção e Forma Práticas educativas como não lineares; conjunto de práticas sociais complexas processos de (re)produção das subjetividades e sociabilidades Gênero, étnico racial, classe, etária, territorial, econômico Aspectos gerais e locais das práticas educativas (campo, cidade; educação e “escolarização”) Desafios construção das formas Educação infantil marcos da democracia(art.3º CF) Sociedade justa Redução desigualdades (dominação etária) Redução pobreza Aliar acesso, com equidade, à qualidade Políticos e culturais Especificidade não detrimento dos avanços: formas não detrimento princípios/concepções Articulação vida e instituição Como realidade vivida e acontecente (múltiplas significações e manifestações / multiplicidade do campo e sujeitos (dramáticos) Comunidade Creche e Pré-Escola: intervenção, processos de formação (disputas de projetos de educação e de campo) / indagação para professor , gestor, movimentos sociais, povos do campo, universidades Gramsci. Cadernos do Cárcere, Vol.3, 1ª Edição. São Paulo: Civilização Brasileira, p. 36, 2000. “17. (...) para que se possa chegar a uma justa análise das forças que atuam na história de um determinado período e determinar a relação entre elas. É necessário mover-se no âmbito de dois princípios: 1. o de que nenhuma sociedade se põe tarefas para cuja solução ainda não existam as condições necessárias e suficientes, ou que pelo menos não estejam em vias de aparecer e desenvolver; 2. e o de que nenhuma sociedade se dissolve e pode ser substituída antes que se tenham desenvolvido todas as formas de vida implícitas” As infâncias ribeirinhas As crianças, o professor, as aprendizagens Projetos Pedagógicos HORTA MINHOCARIO/ COMPOSTAGEM TRILHA ATIVIDADES NA SALA/CANTINHOS PARQUINHO FEIRA PEDAGÓGICA MUTIRÃO Unidade Pedagógica Santo Antônio Unidade Pedagógica do Combu Unidade Pedagógica Várzea As crianças do campo, como todas as crianças brasileiras são sujeitos de direitos! Jaqueline Pasuch [email protected] MIEIB