NEUROFISIOLOGIA
Aula 10 – A Plasticidade Induzida pela Lesão e a
Recuperação da Função
NEUROFISIOLOGIA
Conteúdo Programático desta aula
 Identificar as respostas celulares
às lesões neuronais;
 Identificar as modificações que
ocorrem no mapa sensório motor
após as lesões do S.N.C. e
periférico;
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Conteúdo Programático desta aula
 Correlacionar as características
neurológicas da adaptabilidade e
individualidade comportamental
à prática clínica da fisioterapia ;
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A plasticidade induzida pela lesão e recuperação da função
O sistema nervoso central é uma estrutura adaptável
ao ambiente e o processo de adaptação provoca
mudanças na estrutura e função desse sistema. Além
desse conceito compreende-se que a interação do
individuo e ambiente vai resultar em comportamentos
individuais, ou seja, se os indivíduos vivem em
ambientes diferentes os comportamentos aprendidos
serão variados. Assim, a plasticidade neural resulta na
adaptabilidade e individualidade comportamental.
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A plasticidade induzida pela lesão e recuperação da função
A adaptabilidade do sistema nervoso pode ocorrer
durante toda a vida, no entanto, consideram-se situações
em que classicamente a plasticidade ocorre de maneira
mais intensa. São elas: O desenvolvimento intrauterino, a
aprendizagem nos primeiros anos de vida e após uma lesão
neural.
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A plasticidade induzida pela lesão e recuperação da função
A plasticidade do desenvolvimento inicia-se ainda no
ventre materno, tem relação com a maturação do sistema
nervoso que inicia com a embriogênese e termina ao
nascimento. A plasticidade do desenvolvimento continua
intensamente nos primeiros anos de vida, representada
principalmente, pelo ciclo auto alimentador de estimulação
sensorial que aumenta as possibilidades motoras que vão
aumentar as possibilidades cognitivas que vão estimular a
busca mais estímulos sensoriais.
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Respostas dos neurônios para a lesão
Logo após a lesão no sistema nervoso central, vários
mecanismos compensatórios e consequências diretas do
trauma, podem contribuir para a recuperação da lesão ou
podem limitar essa recuperação. Vamos verificar abaixo
quais são essas condições:
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Respostas dos neurônios para a lesão
Diasquise
Esse fenômeno é também conhecido como “efeitos a
distância” Esse termo é usado para explicar porque a
lesão
em
uma
determinada
área
cerebral
pode,
inicialmente, gerar reações relacionadas à lesão de
neurônios de outras áreas. Dizemos que esse mecanismo
ocorre por um processo trans-sináptico de depressão na
excitabilidade neuronal.
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Respostas dos neurônios para a lesão
Edema
É um aumento na quantidade de líquido no tecido
cerebral, é causado por lesões localizadas como, por
exemplo: tumores, abscessos e hematomas, ou por
lesões difusas nos casos de meningite, anóxia e alguns
tipos de intoxicações. O edema sempre causa o aumento
de volume do encéfalo e esse aumento de volume
aumenta pressão intracraniana (PIC), que vai causar
mais lesão, além da lesão primária.
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Respostas dos neurônios para a lesão
Supersensibilidade de Desnervação
Essa condição acontece quando um neurônio perde a
informação que chega de outra região cerebral. Nesse
caso a membrana pós-sináptica torna-se hiperativa
quando
há
liberação
de
alguma
substância
neurotransmissora.
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Respostas dos neurônios para a lesão
Revelação de Sinapses Silentes
São
chamadas
sinapses
silentes
algumas
sinapses
presentes no sistema nervoso, mas sem função. Sinapses
silenciosas provem uma segunda rede de junções que
normalmente não é utilizada, mas é capaz ser ativada no
caso de uma depressão das sinapses adjacentes. Essa
ativação é chamada revelação porque torna a rede
sináptica funcionalmente ativa e assim possibilita a
recuperação da função.
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Respostas dos neurônios para a lesão
Regeneração Neural
Em poucos dias, uma lesão no axônio é capaz de
germinar, crescer e, eventualmente, restabelecer a
conexão que havia perdido, desde que o neurônio-alvo
fique a pequena distância. Na maioria das vezes, essas
sinapses não restabelecem a função completamente.
Assim sendo,
ainda não está claro se a sinaptogênese
regenerativa pode ajudar ou não no restabelecimento do
comportamento funcional existente antes da lesão.
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Respostas dos neurônios para a lesão
Germinação Colateral
Pesquisas indicam que a germinação colateral pode
restabelecer o comportamento funcional prévio e pode
ser manipulada pelo ambiente, ou seja, acontece se o
paciente é estimulado para reproduzir a tarefa funcional
que ativa o circuito neural lesado.
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Respostas dos neurônios para a lesão
Remapeamento após as lesões periféricas
Pesquisa em humanos sobre a regeneração após lesões
periféricas são direcionadas, na sua maioria, para o
estudo das modificações que ocorrem no córtex após a
amputação de membros. Essas pesquisas demonstraram
que a reorganização do mapa cortical da região amputada
acontece em função da perda do receptor periférico.
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Respostas dos neurônios para a lesão
Remapeamento após as lesões periféricas
As terminações nervosas centrais da região intacta
germinam para o território da medula e tronco encefálico
que estavam desocupados pela perda dos receptores da
região amputada, assim a representação do córtex da
região amputada é ocupada pelos neurônios das regiões
adjacentes que se expandem e ocupam a região inativa
em consequência da perda do membro.
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Outra consideração importante na recuperação da
função após lesões corticais, é que existem múltiplos
trajetos para o córtex-motor e sensorial, para uma mesma
tarefa funcional e apenas um deles é dominante para essa
tarefa. No entanto, após uma lesão em determinado
trajeto, um trajeto não dominante pode assumir as
funções. Esse conceito leva à conclusão de que os mapas
corticais são muito dinâmicos e que o mapa sensorial e
motor estão em modificação constante de acordo com a
ativação sensorial periférica.
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Estudos demonstram que o sistema nervoso é capaz de
se reorganizar após lesões centrais ou periféricas. Nas
lesões periféricas de pequena extensão, elas podem ocorrer
em curto prazo, mas não são funcionais e não acontecem
em lesões extensas. É conhecido que os neurônios do
córtex-motor, em condições fisiológicas, possuem colaterais
até as áreas adjacentes que formam sinapses com
interneurônios inibidores. Acredita-se que esses colaterais
possam reorganizar o mapa cortical por revelação de
sinapses silentes quando há alguma lesão.
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Nos casos de lesões extensas do córtex acredita-se que a
reorganização funcional acontece porque áreas com a
mesma função em regiões distantes da área lesada,
assumem as funções dos neurônios perdidos. Nessa situação,
a reorganização é extensa e afeta as vias de condução
neural, os tractos.
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O planejamento do tratamento se baseia:
• Logo após a lesão, a reorganização imediata acontece pela
revelação de sinapses silentes oriundas de áreas adjacentes,
mas não são funcionais.
 Na mudança mais duradoura, as informações das áreas
adjacentes assumem partes da região lesada.
 A experiência, representada pelo treinamento na tarefa que
se pretende recuperar, é a condição da modificação do mapa
cortical e recuperação de parte ou o total ou mesmo de
adaptação das funções após a lesão.
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O planejamento do tratamento se baseia:
• Assim
como
a
experiência
leva
incorporação
da
experiência
no
ao
aprendizado
repertório
e
funcional,
determinando a modificação do mapa sensório-motor, o
“desuso aprendido” leva à atrofia cortical da área do
membro em desuso. Apesar da ausência da função, também,
gerar a alteração do mapa cortical essa é uma alteração
indesejada nos processos de reabilitação e ou aquisição da
função motora.
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