Modernização tardia António Pedro Dores [email protected] Ouro Preto, Agosto 2009 Sistema penal semi-periférico • Portugal: República em 1910 e ditadura entre 1926 till 1974 • A 1ª República desenvolveu uma escola moderna de Direito, destruída nos anos 40 pela ditadura • Os anos 70 viram chegar à cabça do judiciário pessoas formadas pela agenda anti-democrática • O sistema judiciário constitui-se numa resistência à modernização do país Cultura do controlo social • Não existe tradição liberal em Portugal, seja no judiciário seja na política • O fim ressocializador das penas mantémse numa lei sem autoridade junto das autoridades • Desde 1974 até 1996-2001 não há discussão política sobre penas (não havia nem há especialistas intelectualmente habilitados Garland ) Política penal actual • A reforma de 2008 é apresentada como o eram as políticas abolicionistas nos anos 70, • A reforma aparece publicamente como sendo contra a comunidade judicial e sem a sua contribuição, • Juizes e ministério público criticam a lei por ser transigente com o crime de colarinho branco, nomeadamente a corrupção Risco de Prisão e Taxa de Criminalidade 6000 5000 4000 3000 2000 1000 0 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 risco de encarceramento taxa de criminalidade Dupla Face da Política Penal • Desenvolvimento, a partir do zero, de penas alternativas • Controlo profissional das práticas violentas • Desenvolvimento, a partir do zero, de maxmax ilegais no país Política do silêncio • Quebra da linha de comando no sistema prisional • Falta de competências administrativas • Idem no campo da saúde • Oposição política entre judicial/político • Lidar com a “guerra contra a droga” • Ausência de posições académicas Janela de oportunidade • Autonomia e professionalismo no sector de ressocialização • Coordenadores à busca da reincidência e da operacionalização do seu combate (conhecimentos, critérios, avaliação, colaboração prisões, seguranla social e reinserção) • Guardas com mais escolaridade mas com maiores influências racistas Controvérsias culturais • Emprego para presos vs paternalismo • Drogados vs doentes mentais • Posição dos Magistrados perante a ressocialização • Avaliação e prestígio profissional • Conhecimentos sobre as relidades nacionais • Inimputáveis esquecidos • Relações profissionais com guardas Controvérsias profissionais • Liberdade de movimentos na prisão • Critérios de avaliação (quantidade de papel?) • Especialização vs polivalência • Como cuidar com os doentes mentais • Como prestigiar coordenadores (carros) • Em caso de risco profissional, o silêncio é aconselhado (media ou colarinho branco) Factores positivos • Diminuição número de presos • Estabilidade da liberdade condicional • Dois processos individuais de ressocialização • Desenvolvimento cognitivo dos técnicos sociais • Penas alternativas Opinião pública • Ressocialização deve ficar a cargo das famílias e amigos • O Estado e o Mercado têm um papel • O Estado não deve assumir a responsabilidade de dar oportunidades de emprego a ex-condenados Políticas de droga tornaram-se um problema penal • Duas abordagens: proibicionista e preventiva • A divisão de trabalho na repressão (80s) • Eduardo Cortesão e as alas livres de drogas Crimes relacionados com drogas • 21% oficiais tornaram-se inaceitáveis: 42% resultam de estudo “independente” • Introdução da perspectiva preventiva provoca resistências • Descriminalização do uso de drogas pode ajudar a reduzir nº de presos Gestão dos viciados em drogas • Torna-se evidente ser I possível governar prisões sem drogas a circular • Para 10 mil presos e 4 mil utilizadores há 340 lugares para tratamento por abstenção e 570 em substituição, tendo acabdo o tratamento The end António Pedro Dores [email protected] Ouro Preto, Agosto 2009