Negócios Internacionais Capítulo 4 Processo de Internacionalização da Firma Objectivos do Capítulo • Compreender os motivos que levam as empresas à internacionalização. • Identificar os várias modalidades de internacionalização da empresa. • Identificar as várias perspectivas sobre o processo de internacionalização. • Avaliar os vários contributos e identificar as tendências e desafios actuais. Motivos da Internacionalização • Procura de Recursos tentativa de obter recursos nas melhores condições, nomeadamente, ao nível do custo. • Procura de Mercado – assegurar quota do mercado e o crescimento das vendas nos mercados externos. • Procura de Eficiência – tentativa de obter eficiência em beneficiando duma estrutura de recursos, mercados, culturas e políticas. Procura de Activos Estratégicos – aquisição de activos em empresas estrangeiras de modo a concretizar objectivos de longo prazo da empresa. Modalidades de Entrada • Modalidades de Exportação • Indirectas • Directas - agentes, distribuidores, subsidiarias • Modalidades Contratuais • Licenciamento, franchising, acordos técnicos, contratos de serviços , contratos de gestão etc. • Modalidade de Investimento • Isolado - aquisição ou novo investimento • “Joint ventures” Processo de Decisão Vantagem Competitiva da Empresa Mudar a Vantagem Competitiva Explorar a Vantagem Competitiva Produção no País: Exportação Produção no Estrangeiro: Produção no Estrangeiro: Investimento Investimento Forma Contratual: Licença, Franchising C. Gestão Controlo Activos Joint--Venture Joint Venture Propriedade Total Aquisição Investimento Directo Teoria da Vantagem Monopolista • A multinacional possui/desenvolve uma vantagem monopolista que lhe permite operar as suas subsidiárias no estrangeiro de forma mais rentável do que os seus competidores locais. • A vantagem Monopolista resulta de : – Conhecimento Superior – produção, tecnologia, capacidades de gestão, organização industrial. – Economia de Escala – através da integração horizontal ou vertical de IDE Teoria do Ciclo de Vida • Ray Vernon defendeu que o produto desloca-se para países com menores níveis de rendimento à medida que evolui ao longo do seu ciclo de vida. • O IDE segue um processo idêntico: os fluxos de investimento deslocam-se para os países desenvolvidos para criarem produtos inovadores e dos países desenvolvidos à medida que os produtos passam de inovadores para a produção em massa. Teoria da “Internalização” • Quando os mercados de matérias primas, produção, ou distribuição não são eficientes, as empresas podem através do investimento directo criar o seu próprio fluxo de matérias primas, produção e distribuição. • Vantagens – – – – – – – Evitar custos de busca e negociação Evitar custos de contratuais e de Capturar economias de integração de actividades Evitar a intervenção governamental Controlar os fornecimentos Controlar o processo de distribuição Ganhar com a subsidiação cruzada e fixação de preços de transferência. O Paradigma Eclético • Quadro Conceptual - OLI – O – Ownership-specific • Activos tangíveis, tais como factores naturais, mão de obra e capital. • Activos Intangíveis, tais como tecnologia e informação, capacidades de gestão, marketing ou empreendedores.. – L – Location-specific • Estrutura os Mercados, Politicas governamentais, e ambientes políticos, legais e culturais. • I – Internationalization • Flexibilidade e capacidade especificas da empresa de produzir e comercializar através da sua rede de subsidiárias. • Estes três factores são determinantes dos padrões e extensão do IDE. O Paradigma Eclético • O Paradigma distingue entre: – Falha Estrutural do Mercado – condições externas que dão lugar a situações de monopólio como resultado de barreiras à entrada. – Falha Transaccional do Mercado – falhas nos mercados de produtos intermédios em transaccionar bens e serviços de modo mais eficiente do que através da “internalização”. Vantagens da Localização • Vantagens de Localização são definidas com os benefícios resultantes das vantagens comparativas de determinado país. – – – – – Melhor acesso a recursos Custo real mais baixo de operação Diferenças de custos Laborais Políticas Governamentais Custos de Transporte (Barreiras tarifárias e não tarifárias) Vantagens de Propriedade Ownership • Vantagens de Propriedade-Ownership resulta da utilização de activos tangíveis e intangíveis existentes no país estrangeiro. – Reputação, imagem de marca, canais de distribuição – Conhecimentos tecnológicos, capacidades organizacionais, experiência. • Competências Centrais – capacidade que a empresa possui e os competidores não consegue imitar ou igualar. Discrepâncias Estruturais • Discrepâncias Estruturais são diferenças na estrutura da industria entre o país de origem e os países estrangeiros. • São exemplos os seguintes tipologias: – – – – Competição menos intensa Produtos em fases do ciclo de vida diferentes Procura de mercado não saturada Diferenças na sofisticação dos mercados Perspectiva Dinâmica • A capacidade de uma empresa combinar e utilizar recursos de modo a construir recursos específicos da empresa que constituam uma vantagem competitiva. • A propriedade de recursos ou conhecimento específicos são condição necessária ao sucesso da produção ou investimento internacional. • È necessário para construir e utilizar de forma eficiente as capacidades dinâmicas de modo quantitativo e qualitativo que estas sejam transferíveis para o ambiente multinacional. • As empresas desenvolvem centros de excelência onde concentram as competências centrais para o desenvolvimento da actividade no estrangeiro. Teorias Evolucionistas • Consideram o investimento internacional como um processo evolutivo desenhado pela actividades das empresas multinacionais : – – – – Experiência internacional Capacidades organizacionais Objectivos estratégicos Dinâmicas ambientais • Esta perspectiva é também conhecida como o Modelo de Uppsala. • Distingue dois tipos de – Objectivo – pode ser ensinado – Experimental –adquirido pela experiência pessoal Perspectiva Evolucionista • As empresas envolvem-se de forma progressiva nos mercados externos: – – – – – Exportação através de representantes Estabelecimento de subsidiárias comerciais Estabelecimento de subsidiárias produtivas Transferência funções para as subsidiárias Multinacional coordena funções comuns enquanto as subsidiárias estrangeiras partilham os objectivos e missão corporativa Perspectiva Evolucionista • As empresas apresentam um padrão de internacionalização em envolve uma distância psíquica cada vez maior: – Diferenças na língua, cultura, sistema politico que afectam o fluxo de informação entre a empresa e o mercado. • Teoria da Familiaridade – as empresas preferem investir em países estrangeiros que são culturalmente próximos. Perspectiva Evolucionista Bilkey e Tesar (1977) Cavusgil (1980) Czinkota (1982) Reid (1981) Etapa 1: Empresa não está interessada em exportar Etapa 2: Empresa exporta quando cliente pede, mas não desenvolve a exportação Etapa 3: Empresa activamente explora a possibilidade de exportar Etapa 4: Empresa experimenta a exportação para um país psicologicamente próximo Etapa 5: Empresa transforma-se numa exportadora experiente Etapa 6: Empresa explora a possibilidade de exportar para países psicologicamente mais distantes Etapa 1: Marketing Domestico: Empresa vende somente ao mercado doméstico Etapa 2: Pré-exportação: Empresa investiga a possibilidade e viabilidade de exportação Etapa 3: Experiência: Empresa inicia exportação limitada para um país psicologicamente próximo Etapa 4: Envolvimento Activo: Exportação directa para países psicologicamente mais distantes Etapa 5: Envolvimento Comprometido: Empresa decide constantemente na distribuição de recursos limitados entre o mercado doméstico e estrangeiro Etapa 1: Empresa completamente desinteressada Etapa 2: Empresa parcialmente interessada Etapa 3: Empresa exploradora Etapa 4: Empresa experimental Etapa 5: Pequena exportadora com experiência Etapa 6: Grande exportadora com experiência Etapa 1: Noção sobre exportação Etapa 2: Intenção de exportação Etapa 3: Experimentação de exportação Etapa 4: Avaliação da exportação Etapa 5: Aceitação da exportação Perspectiva da Integração - Resposta Local • O investimento estrangeiro é um processo que requer coordenação das actividades das subsidiárias estrangeiras. • Integração Global – coordenação das actividades entre países de modo a criar redes de operação eficientes. • Resposta Local – capacidade de resposta às condições e necessidades especificas dos vários mercados externos. Perspectiva da Integração - Resposta Local • Vantagens da Flexibilidade: – Movimentação da Produção – Fuga à fiscalidade elevada – Arbitragem financeira – Transferência de Conhecimento – Capacidade Competitiva Contingency Approaches As teorias de internacionalização baseadas na contingência, consideram que as empresas avaliam e respondem a oportunidades, independentemente da distância psíquica do mercado ou do facto de ser exigida uma modalidade de internacionalização mais avançada. Redes de Internacionalização • As empresas são interdependentes. – Partilham recursos – Mantêm relacionamentos estáveis. – Apresentam vulnerabilidades mutuas. – Os mercados como rede de relacionamentos. Born Globals’ • Foco global desde a constituição da empresa e inicio da actividade • O mercado domestico é ignorado ou desenvolvido em conjunto com os mercados estrangeiros • Tipicamente são pequenas empresas de tecnologia, servindo nichos de mercado Evidência Empírica sobre Portugal Autores Tipo Empresas Industria Metodologia Serra (1993) PME´s e Grandes Mármores Inquérito Postal Fontes e Combs (1997) PME´s Tec. Informação Inquérito Postal Simões (1997a) PME´s Diversas Estudo Casos Simões (1997b) PME´s e Grandes Diversas Estudo Casos Dominguinhos (1997) PME´s Diversas Estudo Casos Caetano (1999) PME´s Téxtil e Vestuário - Fernandes (1999) PME´s e Grandes Cerâmica Entrevista Buckley e Castro (1999) Grandes Diversas Estudo Casos Sumário do Capítulo • Compreender os motivos que levam as empresas à internacionalização. • Identificar os várias modalidades de internacionalização da empresa. • Identificar as várias perspectivas sobre o processo de internacionalização e a sua evolução. • Avaliar os vários contributos e identificar as tendências e desafios actuais. Sumário do Capítulo • O processo de internacionalização tem sido alvo de estudo ao longo de quatro décadas e reuniu contributos de diversos autores, continuando a atrair muito trabalho de investigação empírica e vários contributos teóricos. • A análise crítica das várias teorias permite-nos verificar a inexistência de uma teoria global que consiga explicar o processo de internacionalização de forma cabal. • Podemos considerar que várias teorias no seu conjunto permitem completar o quadro de análise, enquadrando as motivações com o processo de desenvolvimento da empresa multinacional. Sumário do Capítulo • Para completar uma visão mais alargada do processo de internacionalização é necessário abordar adicionalmente: – – – – – – – – A articulação com a escolha da localização Analisar a questão do tempo para a internacionalização A influência dos factores internos da empresa Os aspectos de atracção dos mercados externos Os elementos de distância entre país origem e destino A internacionalização das pequenas e médias empresas A internacionalização para países em desenvolvimento As realidades fora do contexto Americano e Europeu.