O Novo Modelo do Setor Elétrico Dilma Vana Rousseff Buenos Aires, 19 de março de 2004 SISTEMA ELÉTRICO BRASILEIRO Cap. instalada = 82.841 MW Hidroelétrica: 70.703 ( > 85% ) Térmica (convencional): 10.131 MW Termo-nuclear: 2.007 MW Belém São Luís Fortaleza Tocantins Natal Teresina João Parnaíba Rec Maceió São Francisco Salvador Cuiabá Consumidores = 51 milhões Demanda máx= 53.515 MW Brasília Goiânia Paranaíba Campo Grande (55.604 MW antes do racionamento) Belo Horizonte Grande Paraná/Tietê Paranapanema Vitória Paraíba do Sul São Paulo Itaipu Iguaçu Linhas de Transmissão (> 230kV) = 75.672 km Argentina Uruguai Curitiba Florianópolis Jacui Subestações = 166 GVA Porto Alegre G Aracajú T D C Rio de Janeiro Representação esquemática do PAPEL DO SISTEMA DE TRANSMISSÃO 10 50 160 CARGA MÉDIA: Norte ~ 3 GW médios Sudeste ~ 25 GW médios Nordeste ~ 6 GW médios Sul ~ 7 GW médios 15 POR QUE MUDAR O MODELO DO SETOR ELÉTRICO NO BRASIL? Black-out em 1999 Black-out em 2001 Racionamento de energia elétrica em 2001-2002 Crise econômico-financeira das empresas do setor em 2001-2003 Efeito pêndulo: do racionamento à sobra de energia Exclusão de 12 milhões de brasileiros do acesso à eletricidade CRISE Geração Transmissão Distribuição RACIONAMENTO APAGÃO REDUÇÃO DO MERCADO + ELEVADO ENDIVIDAMENTO ATRASO DE OBRAS E POUCOS INVESTIMENTOS ATRASO DE OBRAS E POUCOS INVESTIMENTOS FALTA DE PLANEJAMENTO CRISE FINANCEIRA AUSÊNCIA DE REGRAS CLARAS ELEVADO ENDIVIDAMENTO CARACTERÍSTICA Grande parte da dívida em dólar Grande parte da dívida de curto prazo Elevada alavancagem Elevada inadimplência intra-setorial VALOR DOS ATIVOS Estados Unidos :Dow Jones Electric Utilities Index set 2003 = 103 { { dez 2001 = 170 - 40 % Brasil: Compra valor máximo + Dólar no valor mínimo DESVALORIZAÇÃO DOS ATIVOS DO SETOR ELÉTRICO COMPRA DE ENERGIA POR LEILÃO COM ÁGIO Leilão pelo pagamento do maior ágio: 3.090% !!!! US$ 2,1 BILHÕES AUMENTO REAL DE 40% ENTRE 1995 A 2002 Tarifas elevadas SELF DEALING COMPRA DENTRO DO MESMO GRUPO $$$ PRODUÇÃO TRANSMISSÃO CONSUMO GERAÇÃO PIE HOLDING GSP $$$ VN + 11,5% DISTRIBUIÇÃO COMERCIALIZAÇÃO 30% TARIFAS ELEVADAS PARA O CONSUMIDOR NOVO MODELO Objetivos Marco regulatório estável Segurança no abastecimento Modicidade tarifária DESVERTICALIZAÇÃO ELÉTRICA e VERTICALIZAÇÃO ECONÔMICA HOLDING PRODUÇÃO GERAÇÃO PIE TRANSMISSÃO CONSUMO DISTRIBUIÇÃO COMERCIALIZAÇÃO GSP É permitida a verticalização econômica DOIS AMBIENTES DE CONTRATAÇÃO GERAÇÃO COMPETITIVA GSP e PIE Preços de suprimento resultante de leilões Ambiente de Contratação Regulada ACR D CC Preços de suprimento livremente negociados Ambiente de Contratação Livre ACL CL CONVIVÊNCIA ENTRE MERCADO COMPETITIVO E MERCADO REGULADO PLANEJAMENTO: OFERTA E DEMANDA DE REFERÊNCIA LISTA DE USINAS DEMANDA POR ENERGIA ELÉTRICA UN UN-1 LICENÇA AMBIENTAL U3 ESTUDO DE V IABILIDADE TÉCNICA ECONÔMICA U2 U1 FA + DISTRIBUIDORA E CONSUMIDOR LIVRE INFORMAM A CARGA A SER CONTRATADA = 100% do MERCADO LEILÃO POR MENOR TARIFA ANEEL FAZ O LEILÃO GERADOR MENOR TARIFA P PLANEJAMENTO l FORNECE A LISTA DAS USINAS E A QUANTIDADE DISTRIBUIDOR AUTO PRODUTOR OPORTUNIDADES DE INVESTIMENTO: PLANEJAMENTO E MERCADO PLANEJAMENTO LISTA DE REFERÊNCIA DAS USINAS Mercado escolhe quais usinas e define os menores preços UN UN-1 UN UN-1 U3 U2 U1 $ LEILÃO U3 U2 POOL = COOPERATIVA DE COMPRA DE ENERGIA CONTRATOS BILATERAIS REGULADOS DE COMPRA E VENDA DE ENERGIA Belém São Luís Fortaleza Natal Teresina João Pessoa Recife Maceió Aracajú Salvador Cuiabá Brasília Goiânia Belo Horizonte Campo Grande Vitória Rio de Janeiro São Paulo Curitiba Florianópolis Porto Alegre PPA REPASSE TARIFÁRIO Permitido: preços e quantidades de energia definidos nos leilões Limitado: custo de aquisição de energia elétrica, acrescido de encargos e tributos NEUTRALIDADE PARA A DISTRIBUIDORA MODICIDADE TARIFÁRIA PARA O CONSUMIDOR CONTRATAÇÃO DE NOVAS USINAS A-5 A-4 A-3 A-2 A-1 A CONTRATAÇÃO DE USINAS EXISTENTES CONTRATOS COM DURAÇÃO DE 3 A 15 ANOS; LICITA NO ANO PARA ENTREGAR A ENERGIA NO ANO SEGUINTE. CONTRATAÇÃO DE AJUSTE A-2 A-1 GER A DIST VISÃO GERAL: COMPETIÇÃO NO ATACADO G1 D1 G2 D2 ... ... Gk ... Gn C Dn Ambiente de Contratação Regulada (ACR) contratos bilaterais de longo prazo contrato bilaterais de ajuste (2anos) CL CL CL Ambiente de Contratação Livre (ACL) regime de livre contratação REGRA DE TRANSIÇÃO PARA CONTRATAÇÃO USINAS SEM CONTRATO E EM OPERAÇÃO (JAN/03); USINAS EM CONSTRUÇÃO SEM CONTRATO; USINAS NÃO INICIADAS SEM CONTRATO. LEILÃO DE USINA NOVA LEILÃO DE USINA EXISTENTE PODEM PARTICIPAR DOS 2 TIPOS DE LEILÃO ATÉ 2008 ENERGIA DE EMPREENDIMENTOS EXISTENTES X ENERGIA DE NOVOS EMPREENDIMENOS TRANSIÇÃO LIBERDADE DE OPÇÃO DE PARTICIPAÇÃO NAS DUAS MODALIDADES DE LEILÃO PARA EMPREENDIMENTOS (cumulativamente): i. que tenham concessão/autorização na data da Lei ii. que entrarem em operação a partir de 01/01/2003 iii. cuja energia não tenha sido contratada até a data da Lei OPÇÃO PARA INÍCIO DE SUPRIMENTO DA ENERGIA EXISTENTE i. prazo de até 4 anos (até 2009, nos leilões de 2004 e 2005) ii. antecedência sobre a energia de novos empreendimentos FICA GARANTIDA A ANTECEDÊNCIA DA COMERCIALIZAÇÃO PARA A GERAÇÃO EXISTENTE MARCO REGULATÓRIO ANTERIOR: INSTÁVEL Indefinição de responsabilidades Papéis sobrepostos Confusão institucional Instabilidade do setor falta de energia racionamento de 25% do mercado MARCO REGULATÓRIO ESTÁVEL Definição clara de funções e atribuições Nitidez de responsabilidades Reforço na governança Estabilidade do setor RESPONSABILIDADE CONSTITUCIONAL Poder Concedente, Função de Planejamento e Política Nacional de Energia Minister of Mines and Energy – MME National Council for Energy Policy - CNPE AGÊNCIA REGULADORA Função reguladora e fiscalizadora Fortalecimento Institucional: Transparência Autonomia Independência com controle social Credibilidade no marco regulatório NOVAS INSTITUIÇÕES Planejamento Fundação de Estudos do Planejamento Energético FEPE Contratação de curto e longo prazo Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE Monitoramento Comitê de Monitoramento dos Sistemas Elétricos CMSE CÂMARA DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA - CCEE ADMINISTRAÇÃO DOS CONTRATOS DE CURTO E LONGO PRAZO; CONTABILIZAÇÃO E LIQUIDAÇÃO DA COMPRA E VENDA DE ENERGIA $$$ $$$ $$$ MERCADO ATACADISTA DE ENERGIA Situação herdada pelo atual governo brasileiro: Mercado sem liquidação desde sua implantação (set/00 a dez/02) US$ 785 MM Ausência de auditoria prévia Conflitos entre agentes Falta de credibilidade da instituição Situação atual: Mercado totalmente liquidado e “on time” US$ 1,08 bi até jan/2004 Adimplência alta (~100%) Auditoria prévia em todos os processos (57 certificações) Sem conflitos entre agentes Alto grau de credibilidade da instituição Estabilidade e tranqüilidade no mercado Condições para implantar o CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (“pool”) COMITÊ DE MONITORAMENTO DO SETOR ELÉTRICO - CMSE SEGURANÇA NO SUPRIMENTO NOVO MODELO BRASILEIRO Monitora as condições de atendimento (5 anos): Acompanha G, T e D Coordena a política de energia elétrica e de oferta de combustíveis Avalia o uso energético da água Pode propor a contratação de geração de reserva GARANTIA DE ABASTECIMENTO Planejamento de Longo e Médio Prazos (20 e 10 anos) Monitoramento das condições de atendimento (5 anos) Confiabilidade: contratação de geração H/T e reserva conjuntural Distribuidoras contratam 100% da energia Segurança no suprimento ONS : Melhorar a Governança DECISÃO DO ONS $$$ DIRETORIA COM MANDATO ESTÁVEL 4 anos = INDEPENDÊNCIA OTIMIZAÇÃO DA GERAÇÃO CONFIABILIDADE DA TRANSMISSÃO SEGURANÇA PARA O CONSUMIDOR E MODICIDADE TARIFÁRIA EVOLUÇÃO DO PIB E DO MERCADO Elasticidade renda da demanda por energia elétrica 1,5 % 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 -2,00 -4,00 -6,00 -8,00 Consumo de energia elétrica Produto Interno Bruto -10,00 Racionamento de energia elétrica 2007 GERAÇÃO X MERCADO Geração prevista com as usinas atualmente em construção MW med 65 000 60 000 EXCEDENTE 55 000 50 000 Disponibilidade de geração Mercado 45 000 Próximo leilão de novas usinas para evitar redução da segurança Jan/10 Set/09 Mai/09 Jan/09 Set/08 Mai/08 Jan/08 Set/07 Mai/07 Jan/07 Set/06 Mai/06 Jan/06 Set/05 Mai/05 Jan/05 Set/04 Mai/04 Jan/04 40 000 OPORTUNIDADES DE INVESTIMENTOS Contratação da Geração Existente no Pool (ACR) Leilão da Energia US$ MW Existente milhões Set de 2004 3.500 687 LEILÃO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO Leilão 23/set/2003 Nota: Extensão de Linhas Investimento Nº Lotes (km) (US$ milhões ) 7 1.800 613 O primeiro leilão é predominantemente composto por linhas de transmissão de 525 kV, com investimento unitário maior Leilão de 23/setembro: 42 empresas habilitadas ( 8 de investidores estrangeiros ) Vencedoras: 3 grupos privados e 4 parcerias público-privadas Investimento: 1/3 público e 2/3 privado Deságio Médio : 36,5% contra 6,94% anterior INVESTIMENTO NA EXPANSÃO TRANSMISSÃO Leilão de Transmissão Nº Lotes Março de 2004 13 Extensão de Linhas (km) 2895 Km Investimento (US$ milhões ) 593 GERAÇÃO Leilão de Nova Geração Mw dezembro de 2004 3.000 Investimento (US$ bilhões ) 2.7 DIVERSIFICAÇÃO DA MATRIZ Leilão do PROINFA MW Fevereiro de 2004 3.300 Investimento (US$ Bilhões ) 2,8 Participação atual dessas fontes na matriz de energia elétrica brasileira (jul/03): Biomassa: 2.410 MW (2,6%) PCH: 1.998 MW (2,2%) Eólica: 22 MW (0,0%) Total: 4.430 MW (4,8%) Realização em 2004: contratação de 3.300 MW a serem instalados até 2006 ESTABILIDADE PARA INVESTIMENTOS 1. NOVAS REGRAS SÃO CLARAS E DE PRÉVIO CONHECIMENTO 2. GARANTIA DE PPA – 20 ANOS - PARA NOVAS USINAS 3. TODA A ENERGIA NOVA, UMA VEZ VENCIDO O PRAZO DO PPA, PASSA A PARTICIPAR DOS LEILÕES DE ENERGIA EXISTENTE, PORTANTO JÁ TERÁ SEU INVESTIMENTO AMORTIZADO 4. ENERGIA EXISTENTE CONTRATOS DE 3 A 15 ANOS LEILÕES SEPARADOS PARA ENERGIA NOVA E EXISTENTE GARANTIA DE RETORNO DO CAPITAL DO INVESTIDOR MAIOR SEGURANÇA NO SUPRIMENTO DA EXPANSÃO MODICIDADE TARIFÁRIA RESPEITO AO INVESTIDOR 1. EMPREENDIMENTOS EXISTENTES OU OUTORGADOS: a) RESPEITO AOS CONTRATOS VIGENTES b) PRAZO DE TRANSIÇÃO PARA O NOVO MODELO, COM OPÇÃO DE VENDA EM AMBAS MODALIDADES DE LEILÃO, PARA EMPREENDIMENTOS NÃO CONTRATADOS 2. EMPREENDIMENTOS NOVOS a) REGRAS CLARAS b) LICITAÇÃO PÚBLICA c) GARANTIA DE PPA d) PROTEÇÃO CONTRA INADIMPLÊNCIA UNIVERSALIZAÇÃO Objetivo: redução da pobreza e da fome utilizando a energia como vetor de desenvolvimento 2,5 milhões de domicílios não atendidos = a mais de 10 milhões de brasileiros. 90% destes domicílios com renda familiar inferior a 3 salários mínimos. 80%, ou seja, 2,0 milhões de domicílios, estão localizados em áreas rurais. Metas do Programa 2004 Domicílios Atendidos Custo R$ Milhões 2005 2006 2007 2008 400.000 500.000 500.000 300.000 300.000 1.320 1.700 1.750 1.080 1.110 ATRATIVIDADE DE INVESTIMENTOS O Brasil hoje: Estabilidade macroeconômica Perspectivas de aceleração do crescimento econômico Política governamental para ampliação da infra-estrutura Perspectivas de aceleração do crescimento do mercado de energia elétrica Estabilidade regulatória e institucional do setor elétrico Ampliação dos investimentos de capital privado no setor elétrico brasileiro FIM