Álgebra Linear Numérica 2012.1 Prova teórica - 9 de Abril de 2012 Escolher três questões para montar sua prova, respostas referente à questão não escolhida não serão corrigidas. Todas as questões devem ser justificadas de forma clara. Tempo: 1h50. Nome: Matrı́cula: Questão 1 2 3 4 Total Pontos 6 5 5 51/2 211/2 Correção Prova P1 Álgebra Linear Numérica 2012.1 Nessa prova, E é um espaço vetorial de dimensão finita n sobre K. 1. A um polinômio P ∈ Kn [X], unitário de grau n, associamos de matriz companheira de P da seguinte forma: 0 0 1 0 0 1 P = a0 + a1 X + · · · + an−1 X n−1 + X n ⇒ MP = 0 0 .. .. . . 0 0 1 pto a matriz MP , chamada 0 0 0 1 .. . ··· ··· ··· ··· ... 0 ··· 0 0 0 0 .. . −a0 −a1 −a2 −a3 .. . 1 −an−1 (a) Mostre que o polinômio caracterı́stico det(X · id − MP ) de MP é P . pto (b) Mostre que existe um vetor v ∈ E tal que o endormorfismo representado pela matrix MP na base (e0 , . . . , en ) que seja cı́clico de ordem n (i.e. (v, MP v, . . . , MPn−1 ) é uma base de E). 1 pto (c) Deduzir que P é o polinômio mı́nimizador de M (i.e. o polinômio unitário de menor grau tal que P (MP ) = 0). 2 ptos (d) * Mostre que, para um endomorfismo qualquer f ∈ L(E), se o polinômio caracterı́stico de f coincide com o polinômio minimizador de f , então existe uma base onde a matriz de f tem a forma de uma matriz companheira. Poderá usar a decomposição de Jordan e as propriedades de matreizes de Van der Monde. 1/ 2 pto (e) Mostre que, se λ é raı́z de P , então o vetor [1, λ, . . . , λn−1 ]T é autovetor da matriz (MP )T . Deduzir que, se P admite n raı́zes λ0 , . . . , λn−1 em K, então temos V · MP = V · Diag(λ0 , . . . , λn−1 ), com V sendo a matriz de Van der Monde dos λi ’s : V = [λji ]n−1 i,j=0 . 1 pto (f) Deduzir que se P admite n raı́zes distintas em K, então MP é diagonalizável. Mostre um contre-exemplo caso as raı́zes não sejam distintas. 1/ 2 2. Lembramos que k.k : E → R+ é uma norma em E, com K = R, se e somente se: 1. ∀(λ, v) ∈ R × E, kλ · vk = |λ| kvk. 2. ∀(v, w) ∈ E2 , kv + wk ≤ kvk + kwk. 3. ∀v ∈ E, kvk = 0R ⇒ v = 0E . Considere L = L(E, F) o espaço vetorial das aplicações lineares de E em F, ou de forma equivalente E = Mm×n (R) o espaço vetorial das matrizes m × n. Sejam k.kE e k.kF umas normas sobre os espaços E e F, de dimensões respectivas n e m. 2 ptos (a) Mostre que a aplicação k.kL : L → R, definida por kf kL = max{kf (x)kF , x ∈ E, kxkE = 1} é uma norma de L. Consideramos agora que E = F tem uma estrutura Euclideana, com produto interno <, >. 2 ptos 1 pto (b) Mostre que k.k2 : L → R, que ao endomorfismo f associa a raı́z do maior autovalor de f T ◦ f é uma norma. √ (c) Mostre que, se kvkE = kvkF = < v, v >, então k.k2 = k.kL . Página 2 de 3. Álgebra Linear Numérica 2012.1 Prova P1 3. Seja f ∈ L(E, F) uma aplicação linear, sendo n e m as dimensões respectivas de E e F. 11/2 ptos (a) Mostre que existe umasbases de E e de F tal que a matriz de f nessas bases idl×l 0l×k seja onde id é a matriz da identidade, e as dimensões k e 0(m−l)×l 0(m−l)×k l são a precisar e a relacionar. Consideramos agora que F tem uma estrutura Euclideana e definimos g o endomorfismo de E por g = f T ◦ f . 11/2 ptos (b) Deduzir queexiste uma base ortonormal BE de E na qual a matriz de g seja Dl×l 0l×k , onde D é uma matriz diagonal com elementos estritamente po0k×l 0k×k sitivos1 . 2 ptos (c) Deduzir que existe uma √ base ortonormal BF de F tal que a matriz de f nas √ Dl×l 0l×k bases BE e BF seja , onde D é a matriz diagonal tendo, 0(m−l)×l 0(m−l)×k na diagonal, as raı́zes dos elementos diagonais de D2 . 4. Consideramos que E tem uma estrutura euclideana com o produto interno <, >, w um vetor unitário de E e denotamos por E0 o sub-espaço vetorial de dimensão n − 1 E0 = w⊥ e π a projeção sobre E0 . Sejam u e v dois vetores de E0 . 1/ 2 (a) Mostre que a aplicação g : E0 → E0 definida por g(x0 ) = x0 + < v, x0 > ·u é um endomorfismo. Dada as representações em coordenada de u e v numa base ortonormal (b0 , . . . , bn−2 ), determine a representação matricial de g nessa mesma base. pto 11/2 ptos (b) Sejam os endomorfismos f0 , f1 , f2 , f3 de E definidos por: f0 (x) = π(x)+ < w, x > ·u + (< w, x > + < v, u > < w, x >) · w f1 (x) = π(x) + (< v, π(x) > + < w, x >) · w f2 (x) = g ◦ π(x)+ < w, x > ·u+ < w, x > ·w f3 (x) = π(x) + (− < v, π(x) > + < w, x >) · w Mostre que f0 = f1 ◦ f2 ◦ f3 1 pto (c) Determine as representações matriciais desses endomorfismos na base ortonormal (b0 , . . . , bn−2 , w), e deduzir que det(g) = 1+ < v, u >. 1 pto (d) Seja a um automorfismo de E0 , e ga : E0 → E0 definido por ga (x0 ) = a(x0 )+ < v, x0 > ·u. Deduzir3 que det(ga ) = det(a) (1+ < v, a−1 (u) >). 11/2 ptos (e) Generalize o resultado anterior da seguinte forma: sejam A uma matriz quadrada de dimensão n inversı́vel, U e V matrizes n por m, então det(A + U · V T ) = det(I + V T A−1 U ) det(A). 1 Esses elementos são chamados de valores singulares de f . Essa decomposição é chamada de decomposição em valores singulares - SVD. 3 Esse resultado é chamado de Lema do determinante de matrizes 2 Página 3 de 3.