TEORIA DA DIFUSÃO NA SOCIOLOGIA DA INOVAÇÃO Maria Filipa Canelhas Nº55294 Mariana Carvalho Nº 49561 INOVAÇÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS Inovação está intrinsecamente ligado a tecnologia e crescimento económico; Esta temática está envolvida na acção governativa, permitindo articular sectores de pesquisa públicos com privados, de forma a que haja redes de pesquisa e desenvolvimento em várias áreas; As ciências sociais não estão fortemente envolvidas nesta agenda de pesquisa, levando a que os teóricos mais recentes se envolvessem em questões de instabilidade das práticas tecnológicas que repercutem na sociabilidade. “Os conceitos de contexto tecnológico e de ambientes de inovação representam novas possibilidades de incorporar teórica e empiricamente práticas de inovação em uma dimensão sociológica” (Flichy,1995; Maciel,1997) CONCEITO DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA Joseph Schumpeter considerou que a disciplina económica e os comportamentos empreendedores seriam vias de impulso para o processo inovativo; Várias perspectivas surgiram para lidar com a questão da Inovação: 1. Teoria da “hélice tripla” - Empresas, Universidades e Estado; 2. Sistemas Nacionais de Inovação – Formação e desenvolvimento de redes; “Nesse contexto, em que a estrutura organizacional assentada nos fluxos de informação passa a ser mais essencial que os próprios produtos desenvolvidos a partir das actividades tecnológicas, estabelece-se um novo conceito, o de sistemas nacionais de inovação (Cassiolato e Lastres, 2000)” 3. Ampliação da agenda de pesquisa – Incorporando variáveis culturais, sociais e políticas, ou seja, o pensamento sociológico começou a adentrar neste debate. CONTEXTOS E AMBIENTES Bruno Latour considera que a inovação se constrói por acção estratégica e por conseguinte é necessário controlar Conceito de Contexto Social “Nessa acção estratégica, o inovador precisa ao mesmo tempo controlar o contexto social em que se desenrola a prática inovadora e se adaptar a ele (Latour, 2000)” Maria Lúcia Maciel defende uma articulação da tecnologia, economia e vida social, formulando Conceito de Ambiente de Inovação “Ambiente de inovação refere-se portanto ao conjunto de factores políticos, económicos, sociais e culturais que estimulam ou dificultam a inovação [...] (1997, p. 109)” Manuel Castells aponta as tecnologias de informação e as redes sociais para criar Conceito de rede “A chegada da era da informação, que articula a microeletrônica e o pós-fordismo, representa para Castells o contexto social propício para a ampliação da sociabilidade em rede do século XXI (Castells, 1999)” TRADIÇÃO E O PRESENTE Na visão tradicionalista, o processo inovativo tinha de ser planejado e controlado mediante regras rígidas de financiamento e investimentos, e também de excessiva administração e intervenção dos gestores; A visão moderna apresenta características diferentes e mais abertas a novas ideias: Instabilidade; Indeterminação; Incerteza; Estratégias e alianças; Existe, portanto, uma circularidade entre o comportamento social e desenvolvimento tecnológico nesta moderna agenda de pesquisa complexa, levando a que as Ciências Sociais assumam um papel relevante na Inovação. TEORIA DA DIFUSÃO “A construção de novos formatos organizacionais e a ênfase em actividades de parceria, prestação de serviços, intercâmbios e convénios envolvendo empresas, governos, universidades, incubadoras e centros de pesquisa em regras múltiplas e variáveis passaram a constituir a pré-condição para qualquer inovação” acentuando assim a importância dos processo de difusão da inovação tecnológica (Andrade, 2005: 146)” Interaccionismo simbólico e Etnometodologia EVERETT ROGERS - “DIFFUSION OF INNOVATION” A difusão de inovações é o processo onde as inovações são comunicadas, ao longo do tempo, por determinados canais, aos membros de um sistema social. O processo de mudança tecnológica compreende as seguintes etapas: • conhecimento, convicção, decisão, implementação e confirmação. O conhecimento dá-se quando o indivíduo fica sabendo da existência da tecnologia (portanto, uma nova tecnologia, do seu ponto de vista) e obtém informações preliminares a respeito do seu funcionamento; a convicção ocorre quando, baseado em informações mais precisas, o indivíduo forma opinião favorável ou contrária à inovação; a consequente escolha entre adoptar ou rejeitar a nova técnica caracteriza a fase de decisão, seguida da implementação, que ocorre quando a decisão é posta em prática. Finalmente, a confirmação envolve a avaliação dos resultados, para reforçar a decisão tomada ou para reverter essa decisão. ROGERS E A INOVAÇÃO Para o autor, a adopção de inovações é um processo individual de decisão. Portanto, a difusão depende da decisão de adoptar uma inovação por parte de cada um dos membros de um dado sistema social, sendo que a intensidade dos esforços promovidos para difundir uma inovação no sistema é proporcional a maior ou menor expectativa percebida pelo adoptante. ROGERS diz que existem algumas variáveis que afectam o processo de difusão referentes à taxa de adopção de uma inovação que estão relacionadas a percepção que os diversos atores envolvidos no processo possam ter da inovação, o que ajuda a explicar as diferentes taxas de adopção, a qual está directamente relacionada à velocidade com que uma inovação é adoptada pelos membros de um sistema social. MODELO DE ROGERS O modelo difusionista proposto por Rogers resume-se da seguinte forma: Rogers considera o sistema homogéneo, e não fez uma diferenciação de quem irá adoptar a inovação tecnológica; Tem como principal objectivo que um maior número de pessoas adoptem a inovação; pressupõe que todos adoptarão a tecnologia em determinado período de tempo; A inovação é dada como uma solução do problema de quem adopta; As inovações incorporadas pelos indivíduos irão se espalhar entre os demais e contacto directo ou indirecto; O crescimento de um indivíduo estimula o crescimento dos demais, e todos se moverão para a modernização. Vantagem relativa: É o grau com que uma inovação é percebida como melhor que a ideia que está sendo substituída. O grau de vantagem relativa pode ser medido em função da rentabilidade económica, prestígio social, baixo custo inicial, etc. Compatibilidade: É o grau com que uma inovação é percebida como compatível com valores existentes, experiências passadas, e necessidade de potenciais clientes adoptarem. Complexidade: É o grau de dificuldade de entendimento e de utilização percebido pelo potencial usuário. Quanto mais fácil de entender e utilizar, mais fácil será adoptada. Experimentação: É o grau com que um potencial usuário pode experimentar a inovação antes de adquira-la. Observação: É o grau com que os resultados de uma inovação são visíveis para os outros.