Regulação de infra-estrutura Jerson Kelman IFHC, 13 de julho de 2006 O que o investidor pede em função da percepção de risco O que o consumidor tem que pagar 8,88 X 100 = 58% 15,23 Razão para a diferença de risco entre Chile e Brasil de risco: Judiciário •Alguns tribunais de primeira instância e os de pequenas causas ignoram a existência da agência reguladora e a substituem na tomada de decisões de alta complexidade técnica •Caso CELPE •“Danos morais” nos estados do Rio de Janeiro e Piauí de risco: Legislativo Receita do Serviço = Custos da Parcela A + Custos da Parcela B Compra de Energia + Transporte de Energia + Encargos Setoriais Custos Operacionais + Remuneração + Depreciação de risco: Legislativo Encargos Setoriais Para que serve CCC – Conta de Consumo de Combustíveis Subsídio à geração térmica na Amazônia Legal (sistemas isolados) RGR – Reserva Global de Reversão Indenizar ativos vinculados à concessão e fomentar a expansão do setor elétrico TFSEE – Taxa de Fiscalização de S. Energia Elétrica Prover recursos para o funcionamento da ANEEL CDE – Conta de Desenvolvimento energético Propiciar o desenvolvimento energético a partir das fontes alternativas Promover a universalização do serviço de energia Subsidiar as tarifas da subclasse residencial Baixa Renda ESS – Encargos de Serviços do Sistema Subsidiar a manutenção da confiabilidade e estabilidade do Sistema Elétrico Interligado Nacional. Proinfa Subsídio às fontes alternativas de energia. P&D – Pesquisa e Desenvolvimento Promover pesquisas científicas e tecnológicas relacionadas à eletricidade e ao uso sustentável dos recursos naturais ONS – Operador Nacional do Sistema Prover recursos para o funcionamento do ONS de risco: Legislativo Tributos CIP Observação Municipal - Contribuição de Iluminação Pública ICMS Estadual – em alguns casos incide sobre o subsídio do baixa renda Federal – agora é não-cumulativo: passou de 3,65% para ~5% (distribuidoras) e ~9% (geradoras) PIS-COFINS Tarifa Média Brasil 350,00 R$ 304,60 / MWh (100%) 300,00 R$ 104,93 R$/MWh 250,00 (34,45%) 200,00 R$ 154,05 / MWh (100%) 150,00 116% R$ 105,93 R$ 49,65 (34,78%) (32%) 90% 100,00 R$ 55,74 (36%) 50,00 R$ 49,65 89% R$ 93,74 (30,77%) (32%) 0,00 2001 Geração Transmissão e Distribuição 2005 Encargos + Tributos Fonte: SAMP Aumento percentual no período 2003-2006 (fonte: IBGE) O furto de energia elétrica Dimensão do problema Perdas das 59 empresas que passaram por revisão tarifária Perdas Não Técnicas Perdas Técnicas (15.298 GWh) (22.383 GWh) Custo anual das perdas não técnicas - Brasil (2004), considerando tarifa média venda (R$ 231,35): Energia R$ 1,2 Bilhões + Ativos (T e D) R$ 2,3 Bilhões Total s/ Impostos R$ 3,5 Bilhões Total c/ Impostos R$ 5,0 Bilhões de risco: Ambiental Potencial hidrelétrico em operação (%) 100 100 90 80 83 70 60 64 50 61 60 55 40 45 37 10 21 18 16 In di a C ol ôm bi a C hi na SI L BR A ad á C an It ál ia Su iç a U SA an ha Ja pã o N or ue ga m A le Fr an ça 0 11 6 4 In do né sia C on go 24 Pe ru 20 R us sia 30 1 de risco: Ambiental Em Londres, quatro bancos brasileiros assinaram os Princípios do Equador (Míriam Leitão, O Globo, 09 de julho de 2006) ... o empréstimo tem que ser avaliado dentro das exigências de que não cause dano ambiental nem social às populações locais. Quanto custa para o banco ter um projeto que ele financiou com suas obras embargadas pela Justiça por controvérsias ambientais ou por ferir interesses da população local? (Malan) de risco: Ambiental • Cada pedido de licença ambiental é avaliado isoladamente. A soma de interesses locais resulta em tragédia nacional. • Ministério Público processa por improbidade administrativa os dirigentes do IBAMA que concederam a licença prévia para transposição do rio São Francisco; o processo poderia ser por crime ambiental. • Sentença judicial impede estudo da UHE Belo Monte. • Liminares impedem licitação de duas UHE’s com prejuízo para consumidor, em valores de dezembro de 2005, de R$190 milhões. • A opção por termoelétrica resulta em perda econômica e ambiental. de risco: Ambiental O que fazer? Atribuir ao MME e ao MMA a responsabilidade de preparar, a cada ano, projeto de lei assemelhado à LOA, para que o Congresso Nacional autorize a construção de um conjunto de potenciais hidráulicos e de linhas de transmissão que, no conjunto, sejam capazes de atender o aumento projetado do consumo de energia elétrica do país, com mínimo impacto econômico, ambiental e social. Mínimo impacto é diferente de impacto nulo. de risco: Regulatório Custo Marginal a curto prazo – Preço ‘spot” (US$ / MWh) 350 300 US$/MWh 250 200 150 100 50 0 No ambiente onde predomina o sistema hidro, os preços “spot” geralmente são baixos; quando eles sobem, por causa do deplecionamento dos reservatórios, é muito tarde para os novos investimentos de risco: Regulatório Preço Médio (US$/MWh) 60 PPA’s 50 US$/MWh Energia Velha: US$ 39.0 bi Energia Nova: US$ 29.6 bi Total: US$ 68.7 bi 55.28 40 30 29.27 25.00 32.81 36.14 55.55 50.92 41.27 20 10 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Início da Oferta Energia velha Porcentagem da demanda coberta pelos PPA’s 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 100% 2005 100% 2006 Energia nova 100% 2007 98.8% 2008 94.3% 2009 94.7% 2010 de risco: Regulatório Receita do Serviço de Distribuição PARCELA A PARCELA B Compra de energia Custos Operacionais Transmissão Cota de Depreciação Encargos Setoriais Remuneração do Investimento de risco: Regulatório Num ano normal a receita é ajustada Parcela A (atualizada) + Parcela B. (IGP-M - Fator X) de risco: Regulatório A cada quadriênio a receita é revisada Parcela A atualizada + Novo valor da parcela B Custos operacionais – empresa de referência Cota de depreciação – base de remuneração x taxa de depreciação Remuneração do investimento – base de remuneração x taxa de retorno de risco: Regulatório Índice de unidades consumidoras com tensão crítica ENERSUL Tarifa Residencial (B1) : R$ 0,41915/Kwh 11,62% 60.908 km de rede 3,78% CEMAT Tarifa Residencial (B1) : R$ 0,30500/Kwh CEMAT ENERSUL 68.335 km de rede de risco: Regulatório Consumidores • Tarifas justas • Qualidade do serviço • Garantia dos direitos ANEEL Agentes • Remuneração adequada • Obediência aos contratos • Regras claras e estáveis Governo • Universalização • Controle da inflação de risco: Regulatório A falta de autonomia administrativa da ANEEL para definir política de pessoal e para executar o orçamento pode comprometer a independência decisória da diretoria colegiada e a capacitação técnica dos servidores. LOA + Créditos Suplementares Ano Receita Realizada A Contingenciamento Total LOA + Créditos Reserva de Contingência Despesa Autorizada Despesa de Pessoal Atividades e Investimentos Limite Orçamentário Percentual Contingenciado Limite para Pagamento Valor Retido % Retido B C D=B-C E F=D-E G H = (1 - G / F) % I J = A - (E + I) K=J/A% 2002 2003 2004 2005 Soma 172,129,000 201,593,000 223,115,000 270,792,276 867,629,276 180,805,861 201,569,777 219,040,668 186,728,189 788,144,495 0 40,183,738 47,507,316 29,479,404 117,170,458 180,805,861 33,129,362 161,386,039 35,837,556 171,533,352 35,779,500 157,248,785 36,538,785 670,974,037 141,285,203 2006 279,184,853 279,184,853 148,799,038 130,385,815 32,387,037 147,676,499 125,548,483 135,753,852 120,710,000 529,688,834 97,998,778 147,676,000 86,236,799 86,360,000 89,080,143 409,352,942 0.0% 31.3% 36.4% 26.2% 22.7% 112,230,000 82,240,666 79,602,000 89,080,143 363,152,809 26,769,638 83,514,778 107,733,500 145,173,348 363,191,264 15.6 41.4 48.3 53.6 41.9 Um pouco de água… rio + = + dique organização = social ANA Lei 9984/00 - histórico “Não se trata de privatizar rio nenhum. É o contrário, trata-se de criar regras que permitam a utilização continuada e para as gerações futuras do recurso indispensável à sobrevivência, que é a água. Nós temos que eliminar a utilização caótica de nossos rios.” Fernando Henrique Cardoso Palácio do Planalto, 27/07/99 12 julho 2006: Senado aprova PL de saneamento. Parecido com o PL 4147/01 Necessidade de subsídio para tratamento de esgoto (todo país) e abastecimento de água (Nordeste) No entanto, aumento do PIS/COFINS fez do saneamento um financiador líquido do Governo Federal HIPÓTESES BÁSICAS: PRODES não financia obras ou equipamento; PRODES não paga o prestador de serviço antes que a ETE esteja em operação plena e; Prestador de serviço é responsável por todas as ações necessárias para implantação, operação e manutenção da ETE Programa Despoluição de Bacias Hidrográficas PRODES Previsão para Início de Operação ANO Nº de ETE % 2003 2004 2005 2007 12 5 10 1 42,9% 17,9% 35,7% 3,6% TOTAL GERAL 28 100,0% INVESTIMENTOS: R$ 200 MI ( R$ 70 MI – ANA) POPULAÇÃO BENEFICIADA: 1.5 MILHÕES FIM