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Ano VIII - Edição nº 88
Setembro de 2014- Jales.SP
www.acijales.com.br
Residências e comércio podem gerar a própria energia
Medida da Aneel autoriza casas e estabelecimentos de baixa e média tensão a instalarem sistemas de geração de energia de fonte renovável
No cenário paulista atual, passando por uma grave crise hídrica que afeta
inclusive a geração de
energia de algumas cidades, já existe a alternativa
de os estabelecimentos
comerciais e residências
produzirem a sua própria
energia. Isso é possível
desde abril de 2012, por
meio da Resolução Normativa 482, na qual a
Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel)
permitiu a micro e a minigeração de energia, por
meio do sistema de compensação de energia elétrica. O sistema consiste na
instalação, por parte do
cliente, de pequenos geradores em sua unidade
consumidora e trocar
energia com a distribuidora local.
A regra é válida somente para as unidades consumidoras que utilizem
geradores de fontes incentivadas de energia
(como hídrica, solar, biomassa, eólica e cogeração
qualificada) previamente
cadastradas na empresa
distribuidora. Nele, um cliente de energia elétrica
instala pequenos geradores em sua unidade consumidora (como, por exemplo, painéis solares fotovoltáicos e pequenas turbinas eólicas) e a energia
gerada e injetada na rede é
usada para abater o consumo de energia elétrica
da unidade consumidora.
Crédito:(Arquivo/Sxc.hu)
Cenário paulista passa por uma grave crise hídrica que
afeta inclusive a geração de energia de algumas cidades
Esta energia é cedida por
meio de empréstimo gratuito à concessionária e
posteriormente compensada com o consumo de
energia elétrica ativa dessa mesma unidade consumidora. Quando a geração for maior que o consumo, o saldo positivo de
energia poderá ser utilizado para abater o consumo
na fatura do mês subsequente ou em outras unidades.
Os custos para a adequação do sistema de medição para implantar o sistema de compensação são
de responsabilidade do
cliente e é autorizada a
instalação de sistemas de
geração de energia com
potência entre 100 quilowatts (kW) e 1 megawatt
(MW). Podem solicitar a
instalação do sistema, clientes de média e baixa
tensão (indústria, comércio e residência), seja no
modelo monofásico, bifásico ou trifásico. “Esse
tipo de tecnologia pode
ser utilizada pelo comércio
também. A única exigência é estar dentro do padrão para geração máxima de energia”, afirma
Paulo Cesar Martins Costa, diretor da Viridian Ecotecnologia, empresa localizada em Sorocaba (SP)
que projeta e oferece soluções voltadas para a microgeração de energia limpa – como a solar.
Segundo Costa, como
normalmente o cliente é
leigo para projetar o sistema e sua viabilização, no
contato com a distribuidora de energia, geralmente é a empresa que se encarrega de fazer todo o trâmite. Mesmo porque é
preciso informar, na documentação, um engenheiro responsável pelo
projeto. Ele explica que
desde o ano passado,
quando começaram a comercializar os sistemas, já
são cinco os estabelecimentos comerciais que
aderiram às soluções desenhadas pela Viridian. To-
das em São Paulo, onde
está focado, por enquanto, o atendimento da empresa. “As solicitações são
inúmeras. Mas, na prática,
são poucas as que fecham
o negócio, porque no orçamento fazemos um estudo do retorno do investimento. Para quem o retorno se dá no médio ou
longo prazo, consideram
um bom negócio. Já aqueles que querem o retorno
no curto prazo, acham o
sistema caro”, observa.
Na sua análise, o governo deveria se esforçar
para tornar a microgeração de energia popular,
principalmente por meio
de incentivos tributários.
“Há discussões ocorrendo
para reduzir os tributos.
Em São Paulo, o ICMS é
isento, mas as linhas de financiamento são poucas”,
opina, dizendo ainda que
muitos componentes que
formam o sistema são importados, o que, com os
tributos altos, ajudam
para encarecer o custo.
FUNCIONAMENTO
De acordo com o diretor
da Viridian, uma casa pequena normalmente consome 200 kWh de energia
por mês. Já casas maiores
chegam a utilizar 800
kWh. No comércio, geralmente, a maior parte do
consumo de energia é na
iluminação, o que torna o
consumo relativamente
menor. “A partir desse
consumo, fazemos o direcionamento do estudo
para cada caso”, diz. Mas
um sistema para uma casa
média custa, em média, a
partir de R$ 25 mil e a geração de energia depende
do critério do cliente. Ou
seja, o sistema pode ser
desenhado para gerar toda
ou apenas parte da energia
consumida pelo local.
Mas, segundo Costa,
normalmente os clientes
contratam um sistema
para produção parcial do
que é consumido. “A geração de energia está muito
ligada ao conceito de sustentabilidade. As empresas acham que o retorno é
demorado, mas querem
fazer algo. Por isso acabam optando por fazer um
sistema que gere de 30% a
50% da energia consumida. Mas é possível ampliar
depois”, esclarece o especialista. Isso porque o sistema que gera energia por
meio da energia solar é formado por placas, similar
ao sistema utilizado para
aquecimento de água.
Para aumentar a geração
de energia, basta adicionar mais placas ao sistema
já implementado. Com
vida útil de 10 a 15 anos,
o sistema precisa apenas
de limpeza como manutenção, garante Costa.
“Porque se acumular sujeira, bloqueia a exposição ao sol e impede a geração de energia.”
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novembro 2011