UNIDADE DE MEDIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DE CONFLITOS DE CONSUMO ALUGUER DE AUTOMÓVEL. DANO. PEDIDO DE DESCULPA. JOANA CAMPOS Factos: A consumidora, que se encontrava de férias na ilha de S. Miguel, decidiu alugar um carro durante um dia. Foi-lhe entregue a chave e documentos mas ninguém se dirigiu com ela ao carro, a fim de efectuar uma vistoria na sua presença. Quando a consumidora devolveu o carro foi detectado um risco pela funcionária. A consumidora não havia feito o risco e sentiu que a empresa estava a aproveitar para lhe cobrar por um dano que já existia antes. Discutiu com a funcionária mas acabou por pagar os € 145 que lhe eram cobrados. Já em casa, publicou um texto numa página de reclamações na Internet, denegrindo a imagem da empresa de aluguer de automóveis. Resolução: Neste caso, mais do que a resolução jurídica, foi relevante o papel da mediação. Foi necessário deixar de lado as posições das partes e encontrar os verdadeiros interesses que lhes estavam subjacentes. Enviámos uma carta à reclamada, que nos respondeu por meio do seu advogado. Afirmava que não só não estava interessada em qualquer mediação como iria propor uma acção contra a consumidora por difamação. Ao entrarmos em contacto com o gerente da empresa percebemos que o problema não era já o valor da reparação do risco mas sim a actuação da consumidora. Este explicou-nos que, quando situações destas acontecem, costumam conseguir chegar a um acordo com os clientes. No caso, alega que isso não foi possível, uma vez que a consumidora se exaltou imediatamente e insultou a funcionária, não dando espaço para a conversa. Para além disso, a consumidora publicou o texto na Internet acusando a empresa de coisas que esta considera não serem verdadeiras. Transmitimos ao gerente a informação de que a consumidora se havia sentido injustiçada, uma vez que sabia que não havia feito aquele risco. Referimos ainda que a 1 UNIDADE DE MEDIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DE CONFLITOS DE CONSUMO consumidora nos havia dito que agiu irreflectidamente e que não havia sido sua intenção ser mal-educada com a funcionária. O gerente mostrou-se, então, disponível para chegar a um acordo, desde que a consumidora pedisse desculpa pelo seu comportamento, publicando novo texto na Internet, retirando aquilo que havia dito. A consumidora concordou com o pedido de desculpa e redigiu o texto. Enviámos o texto ao gerente que o aprovou depois de ter sugerido algumas alterações. Voltámos então a falar com o gerente para tentar obter um acordo. Fixou-se o valor de € 50, que a empresa devolveu à consumidora. 2